sexta-feira, outubro 13, 2006

Lost and Delirious

IMDb

Não sei por onde pegar para melhor descrever este filme. Não sei se devo ir pela vida num colégio privado, pela história de amor, pelo final, pelas actrizes, pela angústia adolescente ou pelo lesbianismo.
Se calhar devia levar isto a votos mas como não temos tempo vamos simplesmente começar pelo lesbianismo.

Lesbianismo - Num curto espaço de tempo é o segundo filme de Piper Perabo que vejo em que esta é lésbica. A minha primeira impressão dela tinha sido no Coyote Ugly mas hoje em dia vejo que se calhar a moça tem mais alguma profundidade. Não muita, atenção! Esta representação não está nada de especial e nota-se demasiado a ânsia de jovem actriz a querer mostrar serviço, mas a personagem em si, o papel de psicoticazita também não ajuda muito. O que se vê com isto é que Piper tenta fazer algumas coisas com jeito, mesmo tendo sido levada ao «estrelato» com um filme demasiado confuso e limitado, como foi o tal do bar. Gostei dela no Imagine Me & You (se bem que aqui sou algo suspeito visto que gostei muito do filme), ela está bastante bem no The I Inside (o filme é ruim, uma cópia reles do Butterfly Effect) e mesmo no Coyote é difícil não lhe achar piada. Em todo o caso, a coisa não é gratuita ou pervertida. É de bom tom e bonito, tudo aquilo que seria de esperar entre duas jovens colegiais... E para mais, ainda há a suspeição que algumas professoras do colégio também são lésbicas.
O que nos leva ao próximo tópico.

Colégio Privado para Raparigas - Começo por citar uma frase de um grande homem, num bom filme: «I wish I'd gone out with more catholic schoolgirls. As it stands, I have no '...and then she unzipped her jumper.' stories.»
Eu não sei porque é que aquele ar de colegial da saia e meias e gravata mal atada e casaco descuidadamente caído ao nível dos ombros funciona tão bem. Eu até pensava que a coisa não funcionava comigo até ver uma moçoila na rua com esse mesmo ar. Ela não era adolescente, calma. Devia ter mais ou menos a minha idade (idade universitária, entenda-se) e o intuito era ter aquele ar Manga/Animé, a imitar nipónicas com os totós sempre com aqueles riso envergonhado; não era uma coisa forçada pelas normas do sítio onde estudava. O que é certo é que assim que a vi... não preciso de dizer mais nada, pois não? Basta frisar que anos depois aqui estou eu a falar deste episódio!
Este colégio, no entanto, estava longe da imagem que temos destes sítios. É certo que havia estas «experiências» entre as estudantes e estas comportavam-se mal, desafiando a autoridade através de cigarros, álcool, conversas demasiado descritivas de encontros com rapazes em público, desacatos e insultos, entre outras coisas, mas neste colégio elas praticamente não eram castigadas!! Elas podiam fazer o que queriam. Onde estavam os açoites, os estalos, as noites passadas na torre a pão e água??!?! A Piper, a personagem, quase que batia nas professoras e estas ficavam a olhar, com pena. Muito estranho.

Angústia Adolescente - É daquelas coisas para a qual tenho muito pouca tolerância hoje em dia. Não só para adolescentes cara-a-cara (não que conheça muitos hoje em dia, mas contam-me histórias de alguns), mesmo em filmes não consigo deixar de revirar os olhos sempre que começam com as suas lamúrias de como as coisas não lhes correm bem e é como se as suas vidas já tivessem acabado. Não há paciência!

História de Amor e Final - Embora a narrativa emperre um pouco ali a meio, quando o amor não é retribuído, devo confessar que até certo ponto a coisa até é bonita, mesmo que estejamos a falar de puppy love e o final acaba por ser surpreendente na medida em que conseguem (Susan Swan, Judith Thompson e Léa Pool, entenda-se) lidar bem com uma situação algo lamechas que poderia acabar por estragar o filme no seu todo.
Isto só visto, claro. Naturalmente não me vou pôr a falar extensamente sobre um final de um filme.

Actrizes - Não é uma questão de individualidades ou qualquer actuação especial. Fiquei surpreendido pelo casting feito na altura. O filme já tem alguns anos e aqui aparecem algumas jovens actrizes que acabaram por aparecer entretanto, numa ou outra coisa que tenho visto nos últimos meses. Para além da Piper temos: Mischa Barton (The O.C.); Emily VanCamp (Everwood); Caroline Dhavernas (These Girls, filme que vi há pouco tempo e que era mau, mas independentemente disso cheira-me que vamos ver esta moça mais vezes). Estranho mesmo é a Jessica Paré que é uma das personagens principais, até faz um bom papel e que nunca mais fez nada de especial.

Concluindo: Do pouco que sabia do filme esperava um pouco mais. Vendo-o pelo que realmente é, até que não está mauzito de todo.

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