sábado, dezembro 31, 2022

Star Wars: Episode VI - Return of the Jedi


Toma lá três batatas para acabar o ano. Em grande. Com a melhor trilogia de todas. Uma das melhores trilogias de sempre.

Este é, contudo, um episódio contencioso. Terá sido a primeira instância de problemas entre os criadores e o público. Acontece que muita gente não gostou dos Ewoks e do desenrolar de história que estes trouxeram. Não me fez confusão alguma, como é óbvio, mas eu era um miúdo na altura. Cresci já com a trilogia completa. Não cresci ao mesmo tempo. Os adultos, que viram o primeiro em miúdos, não terão gostado tanto da fantochada. Literalmente. Temos pena. O adulto que sou agora (mais ou menos) continua a apreciar os Ewoks e tudo o que trouxeram para a mesa. Inclusive a série animada que vi em miúdo. Lembro-me de pouco. Não deve ter sido grande coisa. Fico contente que tenha existido, mesmo assim.

Depois desta polémica, outras vieram. Nessas estive do outro lado da barricada. Mas falaremos de Jar Jar a seu tempo. Para já é apreciar o bom da vida, despedirmo-nos deste ano e darmos as boas vindas ao próximo.

Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back


Que filme tão incrível. Continua a ser o melhor filme Star Wars, e uma das sequelas mais bem conseguidas da história. E nem faz muito sentido que seja o melhor. Porque é o do meio. Não há nada resolvido. Continua a conversa do anterior e deixa tudo pendente para o próximo. Não tem nem princípio nem fim. No entanto, tem tudo. É um contra-senso.

Tentei perceber em que cenas o Ford e a Fisher estavam todos esfodaçados. Não consegui. Reza a lenda que ambos foram para a coboiada com os Monty Python. A festa durou até ao dia seguinte e ambos foram para estúdio sem estar em condições. A verdade é que, sejam eles bons ou maus actores, não consegui ver assim grande diferença. Supostamente todas as cenas em Cloud City foram complicadas de filmar. Nunca reparei. Nem agora. Mais mérito para eles, suponho.

Teremos ainda tempo para ver o terceiro este ano?

Star Wars: Episode IV - A New Hope


Pensavas que já tinha acabado de ver filmes este ano? Pois claro que não. Que parvoíce! Ia sair e fazer cenas com amigos, não? Que ideia tão idiota.

Pois parece que isto está a acontecer. Há uns dias mandei a boca à minha senhora que íamos ver a nonalogia durante o fim-de-semana de Ano Novo. Ela barafustou sempre com a ideia. Tornou-se uma piada recorrente. Bem, quão «recorrente» consegue ser algo durante uma semana? Assumi que o assunto estava encerrado. Hoje chega-me a casa toda cheia de pressa, que queria ver a trilogia original ainda hoje.

OK. Não vou dizer que não a isto, ?

Começamos a nossa viagem a meio. É onde está a virtude. E é onde tudo comecou. Este Star Wars (título original) já deu azo a milhentas teses, spin-offs, adaptações, sequelas e prequelas, spoofs, séries, livros, páginas de Internet, jogos, BDs... Sei lá. Tudo. Trinta por uma linha. Star Wars mudou a forma como vemos ficção científica. A forma como nos vendem filmes e merchandising. E, apesar deste lado comercial negativo, é algo que continua a dar-me um gozo desgraçado de ver.

Venha o seguinte.

sexta-feira, dezembro 30, 2022

5-25-77


Ena, mais um filme sobre um adolescente que quer ser realizador e faz filmes amadores com os amigos. Estão tão contente de ter perdido duas horas e tal da minha vida para ver outro Fabelmans.

Eu adoro Star Wars. Hoje em dia então sei mais do famigerado universo do que sabia quando era miúdo. OK, não é grande comparação. Em miúdo não havia Internet. Hoje sei e vejo mais coisas de Star Wars do que há 15 anos. Não me refiro ao facto de que há muitas séries na Disney+. Vejo vídeos YouTube e leio artigos sobre Star Wars. A doença é grande e real.

Mesmo assim, ver um filme sobre a obsessão dum miúdo sobre filmes e Star Wars, na altura em que saiu, é demasiado. Há limites. É aqui que residem. Eu hoje ultrapassei-os. E estou arrependido.

Violent Night


Esqueci-me deste. Afinal ainda tinha um filme de Natal para ver. Ou é polémico? Sim, está cheio de tirinhos e violência generalizada, como o Die Hard. Também tem uma data de «tropelias» ao estilo do Sozinho em Casa. É controverso dizer que é um «filme de Natal»? É que Violent Night tem, literalmente, o Pai Natal!

Um filme com o Pai Natal é um filme de Natal, certo? Independentemente do Nicolau ter arreado porrada numa data de gandulos, com um mega martelo. Certo?

quinta-feira, dezembro 29, 2022

Drop Zone


Dois filmes de 100 minutos, com um actor popular de acção de então, guitarradas na banda sonora, um vilão de cabelo oxigenado, e um mesmo gimmick qualquer da moda. Ambos saíram em 94, com três meses de diferença. Então terá sido a primeira instância em que reparei num dos grandes fenómenos de Hollywood: dois filmes iguais, de estúdios diferentes.

Acontece montes de vezes. Um estúdio tem uma ideia. Outro sabe dela e copia. Ou um estúdio tem sucesso com um filme específico e todos os outros fazem as suas versões. Ou, pior, há um qualquer caso mais mediático, ou uma moda que pega durante um bocadinho, e lá vão eles a correr aproveitar a onda. É aqui que se nota a falta de originalidade desta gente. Nos anos 90 houve muitos filmes sobre desportos radicais. E quase todos foram «excelentes», claro.

Drop Zone foi qualquer coisa. Tinha o Terminal mais presente. Este foi um chorrilho de disparates e exageros praticamente desde o primeiro segundo. Atenção que no Terminal há uma ameaça de nova Guerra Fria, impedida pelas acções do Charlie Sheen, um paraquedista de profissão. Mas, mesmo assim, estou a dizer que Drop Zone, onde Snipes é um US Marshall que anda atrás dum gangue de paraquedistas hackers que mataram o seu irmão, é mais exagerado.

No meio de mais tontices do que consigo enumerar, o que chocou-me é que Snipes não luta nada de especial. Tinha ideia dele ser bom nas cenas de porrada, mas afinal não. Fui um adolescente com percepções demasiado limitadas. Mais do que pensava.

Terminal Velocity


- So you think she misrepresented her actual abilities.
- I think she did for bullshit what Stonehenge did for rocks.

Não sabia, mas todos os dias sinto falta da poesia dos anos 90.

Pois que não tinha para aqui mais «filmes de Natal», mas não só deste género vive a época. Esta altura do ano é também dos clássicos. Tenham ou não a ver com árvores decoradas. Não será para todos, mas Terminal Velocity é um clássico para mim. O filme emana a anos 90, em todo o mau sentido que dá a volta e passa a ser bom.

O Charlie Sheen tem um penteado à Elvis, faz saltos de paraquedas como profissão, é quase acusado de homicídio involuntário tendo sido incriminado por uma espiã russa, rouba carros, destrói e invade propriedade privada e mata efectivamente uma malta. Mas, como evita que os EUA e a Rússia entrem novamente numa Guerra Fria, depois de impedir um golpe de estado duns mafiosos Russos, lá ganha uma medalha de distinção do eterno inimigo Norte-Americano.

Já não se fazem filmes como antigamente. A sério! Não o digo da boca para fora. Porque é que já não há filmes em que um comum cidadão evita guerras e saca a miúda no fim? Gastaram-se os guiões todos nos anos 90? Bem... Talvez. A verdade é que este não foi o único filme de acção com paraquedas, que saiu em 1994.

quarta-feira, dezembro 28, 2022

Same Time, Next Christmas


É o último filme de Natal que tenha na lista. É capaz de sair mais um ou outro entretanto. Talvez. Pouco provável, mas talvez. E começa a ser tarde para os ver, convenhamos. Menos duma semana. Depois de 1 de Janeiro recuso-me.

Same Time, Next Christmas personifica «o sonho». Não de casar, encontrar almas gémeas, ter relações saudáveis com a família ou amigos duradouros. Nada disso. Falo sim de passar o Inverno num sítio paradisíaco e quente. Esta gente passa o Natal, todos os anos, no Havai. Eu não precisava que fosse o Natal. Até podia ser o Dia de Reis. Mas a ideia de fugir do frio por uns dias, de ter areia entre os dedos dos pés em vez de camadas e camadas de roupa por cima de todo o corpo... Que ideia tão bonita.

O filme é básico. Não se aprende nada de novo e escapa-me a razão do fascínio com Lea Michele. Mas o Havai é lindo.

terça-feira, dezembro 27, 2022

Sister Swap: Christmas in the City


Está feito. Dois filmes de 1h24 cada, que mais pareceram seis horas! Não são a coisa mais horrível que vimos. Gostava de poder dizer que sim, mas estão longe de ganhar essa distinção. A verdade é que são parte dum projecto interessante. Não funciona. De todo. Mas não deixa de ser uma ideia engraçada.

Portanto confirma-se que cada filme conta o lado duma das irmãs, cruzando-se em pontos em que estas interagem. E que trocam de posição. A mais velha regressa à terra e a mais nova toma conta do restaurada na cidade grande. E recordo que os filmes saíram com uma semana entre eles. Na verdade não se percebe bem esta parte, porque no início deste senti que contaram partes relevantes para perceber o outro. E talvez vice versa. Daí dizer que não funciona, porque ambos são confusos no primeiro terço, cheio de buracos.

Teria sido melhor como um filme de 2h48? Ou numa mini-série de três episódios? Talvez. Ou então não. Porque assim nunca teria ouvido falar destes filmes e nunca os teria visto. É sinal que vale sempre a pena arriscar.

Sister Swap: A Hometown Holiday


Este filme e o seguinte, que verei de pronto, saíram o ano passado, com uma semana de intervalo. Ninguém sabia da sua existência, tirando os fãs do canal Hallmark, suponho. Nem eu, que continuo com um fraquinho pela Victoria, sabia destes filmes. Até que...

Dan Harmon, gajo conhecido por ser maluco, mas também é famoso por ter criado Community ou Rick and Morty, decidiu falar destes filmes. Inicialmente pensei que disse mal, porque a Hallmark tinha lançado dois filmes iguais, enganando as pessoas e chamando-lhes filmes diferentes. Depois fiquei com a impressão que louvou a destreza deste projecto original. Porque parece que cada filme conta o lado duma das irmãs do que aconteceu em período específico.

Não sei se é isso. Não tenho a certeza. Preciso ver o segundo. E é o que vou fazer agora.

The Fabelmans


Acabei de ver duas horas e meia de onanismo. Ou, dito duma forma menos pomposa, uma data de auto-felácio. Ou, dito ainda de forma mais directa, o Spielberg está mesmo convencido que pode fazer qualquer m€rd@. Dizer que Fabelmans é uma seca é ser simpático. Achar que ainda dá para fazer filmes inocentes e chamar-lhe «arte» é ingénuo. Fazer um filme sobre a própria infância, achando que tem algum interesse de maior, é masturbação pública ao seu mais alto nível.

Há muito para embirrar neste filme, mas fiquemo-nos pela cena em que Michelle Williams diz, quase na mesma fala, que os filhos são o mais importante para ela mas que os abandonará se for preciso, porque se não for viver com o amante será uma pessoa infeliz.

...

Portanto, metade do filme é a genialidade do miúdo artista e como chegou ao cinema, com partes pessoais e outras inventadas para parecer o maior. A segunda metade do filme poderia ser uma bonita história de amor nos anos 60, entre três pessoas, mas acaba por ser apenas uma história básica de novela. Convenhamos que Spielberg nunca foi muito forte em relações humanas que não tenham por base alguma fantasia/aventura.

O filme vai ganhar Óscares porque é o Spielberg. Pois claro que vai. Não deixa de ser por isso um filme que facilmente cairá no esquecimento. Porque não traz nada de novo. É só o repetir das mesmas fórmulas e chamar-lhe outra coisa. Mas não quero ser mal interpretado. O homem merece toda a consideração pelo que fez. Revolucionou o cinema e foi figura presente e influente na minha infância e adolescência. Sou-lhe muito grato. Incomoda-me é que, por ter feito o que fez, ache-se no direito de fazer o que quer e, pior, achar que os outros não estão ao nível e fazem mal. No fundo, desdenha as versões modernas dele. Tem medo, porque da mesma forma que tirou o lugar às velhas múmias, ele sabe que os miúdos estão a fazer-lhe o mesmo. Já o fizeram, em boa verdade. Só ele recusa-se a vê-lo. E isso é triste. Não ter percepção de que o seu tempo chegou e não sair de cena com dignidade.

Sim, também estou a falar do Ronaldo. Isto dá para tudo. É universal e eternamente presente.

sábado, dezembro 24, 2022

Spirited


Yes, yes. Like the Dickens book and the Bill Murray movie and every other adaptation nobody asked for.

IIIIIIIIIIIInchaaaa! Pensavas que tinha terminado? Pensavas que não ia ver mais filmes de Natal este ano?! Não só é mais uma versão d'A história de Natal, ainda vejo-a na véspera de Natal. Toma lá batatas!

É uma bela versão do Christmas Carol. Eles bem que mandam a boca. Porque sim, foram feitas demasiadas. Mas a verdade é que ainda havia espaço para esta. É uma maneira muito original de o fazer, com dois tipo extremamente talentosos e que vivem bem nesta mistura de tontice e fantasia. Só não sei se o filme viverá para sempre na história, como o Scrooged, por exemplo. Porque é um musical. Brincam com isso, até. Há sempre alguém a mandar bocas de que as músicas não são necessárias, etc. O certo é que custa-me acreditar que alguma vez verei este filme outra vez. É giro. Bastante, até. Mas as músicas e as danças...

sábado, dezembro 17, 2022

The Binge 2: It's a Wonderful Binge


Se isto não é espírito natalício, se isto não é um verdadeiro «filme de natal», se isto não é uma nêspera, então não sei o que seja.

Pegaram no universo e nos actores que não têm grandes ambições - conseguindo juntar ainda um par deles que poderão ir um pouco mais longe -, e fizeram uma sequela a tempo do Natal. Porque sim, se há noite para um gajo f0d€r-s€ todo é neste maravilhoso período do ano. Eu tendo a overdosar em açúcar. Suponho que haja outras «vontades» por aí, ao mesmo nível.

sexta-feira, dezembro 16, 2022

Deck the Halls


Este filme é de 2006. Tem um elenco bastante reconhecível e com alguns actores que aprecio bastante. Não vi então. Pior: não fazia a mais pálida ideia que existia. Apesar de não ser nada de especial, não deixa de ser uma falha grave. Ainda mais curioso, apareceu-me este Natal em destaque não num, mas em dois serviços de streaming.

Que duas carreiras peculiares. A de DeVito não é tão grave. Ele continua a fazer coisas de qualidade. Simplesmente focou-se na comédia. No início da carreira tem mais papéis sérios. Já Broderick... Começou tão bem. Começou no auge. Era impossível ter começado melhor. Ele foi o Ferris Buller. Foi também outras coisas. Algumas bem fixes, por sinal. Mas foi O Ferris Buller! O homem marcou uma geração. Fez um filme épico. Depois casou-se com a Sarah Jessica Parker e a carreira foi por aí abaixo. A de ambos, na verdade, porque antes da famigerada série, SJP fez coisas bem engraçadas. Só se estragou uma casa. É verdade.

Mesmo assim.

quarta-feira, dezembro 14, 2022

The Estate


Procurando simplificar, segue resumo: elenco talentoso, que claramente veio ao engano, tenta salvar um filme com uma premissa algo básica e que não tinha muito para dar.

Nao conseguiram, mas sempre deu para que algumas cenas tivessem piada.

E com Estate quebro a minha sequência de «filmes de Natal». Valeu a pena? Não sei. A verdade é que quase esgotámos o stock. Sem entrar em devaneios e a ver tudo e mais alguma coisa, claro. Se bem que andei perto, ou até um pouco para além do limite.

Something from Tiffany's


A premissa tem o seu quê de interessante. Duas caixas da Tiffany (a joelharia, não uma pessoa) são trocadas por acaso. Uma tem um presente básico. A outra tem um anel de noivado. Os homens conhecem-se num acidente. Mais ou menos. É aqui que as caixas trocam de posse. Ele e ela conhecem-se por acaso, por causa do acidente. O anel vai parar ao dedo errado. Ou será que é mesmo o errado?

Há conflito, mas é tudo muito doce. Já não é aquela coisa de antigamente, em que as moças andariam à chapada e, eventualmente, era revelado que um dos respectivos estava a trair um dos principais. Atenção que esta parte é só guarnição. Como é o facto dela ser chef do seu próprio restaurante, mas depois ter sempre tempo para jantar noutros sítios. Não. O prato principal do problema que tenho com este filme é o desenrolar da narrativa. Ou os desenrolares. Haverá outro nome técnico. Não conheço. Não tirei um curso sobre aprender a escrever. Tirando a primária, claro. A história desenvolve meio aos tropeções. Acontecem coisas sem grande lógica, com o único propósito de levar os protagonistas a determinado local. Foi tolo e não gostei. Não quer isso dizer que sinta o mesmo em relação ao filme enquanto um todo.

O filme vê-se. A Amazon continua a ser o serviço de streaming que faz melhores filmes próprios, na minha opinião.

segunda-feira, dezembro 12, 2022

Too Close for Christmas


Aqui está o outro filme de Natal na Netflix com o Chad Michael Murray. Este foi o tipo que fez de anjo no outro. Vimos Angel Falls Christmas por opção. TCfC era obrigatório ver depois. Porque é necessário ver se CMM consegue ou não representar. Teria sido escolha ou não, no filme do anjo, de ser meio esquisito?

Não foi. Ele é só péssimo.

Holiday Harmony


Tenho uma dúvida de «ovo ou galinha». Será que foi o MCU a começar a conversa dos filmes dentro do mesmo universo, ou foram estes filmes de Natal? Porque dentro deste Holiday Harmony alguém estava a ver o filme de Natal filmado durante o Hollywood Christmas. Ou seja, ambos são no mesmo planeta Terra, nos Estados Unidos deste universo de Natal. Não é novidade. A Netflix tem uns quantos filmes de Natal que se referenciam uns aos outros. E a verdade é que vejo perfeitamente a Hallmark a fazer esta coisa de ter todos os filmes no mesmo espaço. Eles fazem coisas fraquinhas, ou que são o que são, mas vendem estes muito bem.

Claro que esta «artimanha» não começou com nenhum destes. Eu sei. Vários filmes com ligações é uma coisa feita há muito. Não sei quem começou, mas o John Hughes, por exemplo, os seus filmes eram todos nas mesmas terriolas. O Kevin Smith imitou-o nesse aspecto. Estas são as minhas referências. Haverá outras mais intrínsecas e/ou antigas, por certo.

O certo é que todos os estúdios estão atrás deste sucesso de filmes de Natal românticos. Até a HBO Max tem de capitalizar neste nicho, no qual nunca teve grande interesse. São os tempos que correm.

domingo, dezembro 11, 2022

A Hollywood Christmas


Toma lá quatro batatas hoje!

Está um frio de cornos. Nevou durante uns minutos ao início da tarde. E foram uns dias movimentados, com boas visitas, alegrias e uma desilusão. Como não passar a tarde de domingo no quentinho do sofá, a ver filmes fatelas de Natal? Não interessa se ainda faltam umas semanas.

Hollywood Christmas começou com péssimo aspecto. Cenários amadores e péssimas representações. Não muito pior do que já vimos hoje, mas não era o que esperávamos. Pensei que íamos parar e não ver o filme. Até que se percebe que era uma produção fajuta dum filme de Natal. Era um filme dentro dum filme. E a produção do «verdadeiro» filme, não sendo muito melhor, sempre parecia um blockbuster, comparado com o inicial.

Foi um bom truque.

Holidate


Este filme começa e acaba no período de Natal. Tecnicamente conta para a lista de filmes temáticos desta época. Se bem que - e aqui reside a genialidade (única) do filme - é uma comédia romântica que cabe em qualquer data festiva. Pode ser um filme popular no Dia dos Namorados ou até no Halloween. Foi uma ideia brilhante.

Já a execução... Foi difícil de aceitar a premissa. O tipo queria um date para as datas festivas, mas não uma relação. Ela precisava de alguém para não ser solteira 365 dias por ano (mais um nos bissextos). Mas tudo isto foi para quê? Não faz sentido. De parte a parte. A mãe dela continuava a pressioná-la porque sabia que não era um date a sério. Ele precisa dum date para o 4 de Julho por que carga d'água? Se é para estar com alguém sem possibilidade de haver sexo, vais com os amigos, não?

Como alerta: os últimos cinco minutos são só um pesadelo. Tudo o resto vê-se, se não se pensar muito na coisa.

Christmas with the Campbells


Este filme é super constrangedor. Inicialmente parece a sério. Depois parece um sketch de SNL em que o objectivo nem é acompanhar o guião, mas sim fazerem rir um ao outro. E depois parece que é a sério outra vez. Até depois de terminar de ver ainda não sei que filme vi, se uma tentativa de fazer uma comédia romântica de Natal (maior ênfase na comédia), ou uma coisa a gozar com comédias românticas de Natal (que tendem a focar-se mais na parte romântica).

Foi esquisito. Por vezes entretido, mas esquisito.

Angel Falls Christmas


Não tenho voto cá em casa. Até tenho alguns filmes de Natal em lista, mas tivemos de ver esta coisa. É péssimo. E inicialmente achámos que a estrela maior estava a representar muito mal, mas afinal foi uma escolha. Acontece que não estava a interpretar uma pessoa, mas sim um... Bem, melhor não spoilar. Imagino que haja muita gente por aí a querer ver.

Não há nada! O tipo é um anjo e faz umas cenas muito parvas antes que isto seja revelado. A minha teoria, antes de saber, é que estava sob o efeito de drogas para as quais ainda não há nome. Completamente flipado. Afinal não. Estava a fazer de Cage no City of Angels. Tenho de admitir. Foi hilariante.

Acabou por ser um daqueles filmes que dão a volta, de tão maus que são. Feliz Natal para mim!

quarta-feira, dezembro 07, 2022

I Used to be Famous


É a típica história dum personagem a tentar voltar ao que foi, a um ponto de auge, só para aperceber-se, no final, que já não é onde quer estar.

E este filme bate em todas as teclas certas, tendo em conta o que pretende fazer. Só achei que não precisava do grande conflito. Tem de ser. Faz parte da estrutura clássica narrativa. Mas não precisava. A sério. Até porque foi meio aos tropeções. Num momento era um pobre coitado, no seguinte ia em digressão com o amigo do passado, bem melhor na vida. Veio assim de repente, só por causa duns vídeos mais populares. De repente esqueceu-se tudo o resto. Não fez sentido algum.

O filme tem um bom princípio e até fim. O meio não me convenceu.

terça-feira, dezembro 06, 2022

Slumberland


Estes filmes que, supostamente, são para crianças, mas que, no fundo, são feitos por adultos que necessitaram, ou necessitam, lidar com traumas de infância, o que é mais que óbvio, bastando, para que o leitor perceba, atento, ver as vírgulas numa frase, por norma usadas em excesso, são giros.

Já não via um destes há algum tempo. Slumberland está muito bem feito, com uma jovem moçoila a ter de lidar com a perda do pai através de aventuras em sonhos, com um parceiro maluco no mundo da fantasia e um tio enfadonho no mundo real. Qual deles o mais sagaz.

segunda-feira, dezembro 05, 2022

Your Christmas or Mine?


Ora aqui temos finalmente um filme de Natal digno desse nome. Continua a ser uma comédia romântica, sem a «magia de Natal» e com uma mãe falecida, mas ao menos tem alguma resolução de questões familiares e momentos ridículos com desenlace feliz.

Rapaz e rapariga conhecem-se na escola, em Londres. Viajam para sítios distintos para passar o Natal. Perdidos de amor decidem surpreender o outro e viajam para casa do respectivo. Ao mesmo tempo. No mesmo dia. Sim, desencontram-se e têm de passar o Natal com a família do outro, separados. Porque está mau tempo e não há comboios. Porque é Natal.

Óbvio!

sábado, dezembro 03, 2022

Black Panther: Wakanda Forever


Tardou, mas foi. Não me recordo da última vez que estive tanto tempo sem ver um filme da Marvel, depois deste estrear. O atraso foi, em parte, por bons motivos. Mesmo assim. Que não se repita. Tive de atrasar ver o especial de Natal dos Guardians, por medo que spoilasse este filme. Ridículo, bem sei. São os tempos em que vivemos. Em que eu vivo, no fundo. Mais ninguém é parvo o suficiente para descer a este nível.

Wakanda Forever era um projecto muito, mas muito complicado. Quero começar por enaltecer o esforço titânico feito para suplantar duas muralhas gigantes. O filme tinha de lidar com o falecimento do actor principal e de ser uma sequela dum dos filmes mais bem sucedidos do MCU e do cinema em geral, nos últimos anos. Com a primeira parte lidaram muito bem. Decidiram não substituir o actor, o que foi uma decisão magistral. E fizeram-lhe uma homenagem digna durante o filme. A segunda parte era ainda mais difícil. Se bem que conseguiram fazer um filme divertido, seria quase impossível chegar ao nível do primeiro. Por todas as razões e mais alguma.

A um nível pessoal, saí mais que entretido da sala de cinema. Chegaram mesmo a haver momentos em que mudei nervosamente de posição na cadeira, o que é de louvar. Teve o seu quê de emocionante. A única questão de que não gostei foi da premissa para o conflito. Achei-a ténue e forçada. Creio que haveria formas mais simples de motivar os personagens para andarem à bulha. Talvez não levasse a determinados pontos na história global da Marvel, ou dos personagens em concreto, que os criadores desejariam. Suponho que haja motivos que desconheço para certas coisas terem acontecido. Seja. Não me faz confusão. E, lá está, não me estragou a experiência. Eu não teria ido por ali, mas quem sou eu para andar a mandar bitaites?

Para o terceiro terão novamente de lidar com algumas questões, parece-me. Mas isso são problemas em que pensar no futuro. Agora é altura de ver especiais de Natal.

sexta-feira, dezembro 02, 2022

Km 224


Já disse o quanto gosto de ter um serviço de streaming com filmes Portugueses? Não sei. Se calhar disse. O mais provável é já o ter dito algumas vezes. Sei que tenho uma tendência para repetir-me. Aliás, o que faço apenas e só é repetir-me. Não tenho mais nada de novo para dar ao mundo. O que consegui aprender está aprendido. O que consigo ver está visto. O que era capaz de fazer já fiz. Há algum tempo. Agora é só repetição do mesmo comentário ou história. Fica aqui revelado, para quem ainda não o descobriu. Eu disfarço bem porque tento não passar muito tempo com as pessoas. Mas é bastante flagrante.

De qualquer modo, gosto muito de ter um serviço de streaming com filmes Portugueses. A programação da HBO Max é boa só por si (maior parte é fundo de catálogo, mas não nos prendamos com detalhes), tendo ainda acesso a produção nacional - que muita mais falta me faz hoje em dia - é óptimo. E eu gosto do trabalho do realizador. No meio do marasmo que é o cinema Português (na minha opinião), estes filmes são um oásis, com bastantes belos pormenores.

Concretamente sobre Km 224, percebo de onde veio a ideia e acho algumas partes bem conseguidas. Não consegui identificar-me com os personagens. São reais, porque têm defeitos e fazem coisas horríveis como todos nós. E sei também que há por aí milhentos casais como este, que se odeiam e, em especial, às suas respectivas características principais, mas que têm filhos mesmo assim. Não percebo como este casal esteve junto tanto tempo. Ele é descontraído demais, o que leva a desleixo. Ela é super controladora e quer tudo certinho. Odeiam-se, como é óbvio. São pólos opostos. No entanto, aturaram tudo o que odeiam no respectivo parceiro, tempo suficiente para terem dois filhos. Ainda para mais passam boa parte do filme a queixar-se do que foi a relação e fazendo coisas absurdas que justificam cada um pelo ódio que têm um pelo outro.

Foi-me complicado ter empatia com dois personagens que têm tanto do que não gosto nas pessoas. Contudo, gostei de ver o filme e foi um tempo muito bem passado. E isso é que interessa.