terça-feira, maio 31, 2022

Dual


A verdade é que estou estoirado e devia estar a dormir. Foi um dia daqueles, demasiado cheio. E segunda-feira, ainda por cima. Mas precisamente porque tinha a cabeça muito cheia, queria ver algo para distrair um pouco. Se fosse directo para a cama o cérebro não pararia de analisar os eventos de hoje. A história deste filme colocou a coisa em perspectiva.

Karen Gillan é diagnosticada com uma doença terminal rara. Com 98% de certeza que definitivamente vai morrer e «apenas» 2% de margem de erro. Passados dez meses entra em remissão. Já não vai morrer. O problema (sim, é um problema) é que, entretanto, Gillan contratou um serviço de clonagem. Neste mundo é procedimento corrente uma pessoa clonar-se, criando assim um substituto para quando morrer. O serviço é vendido como sendo uma caridade para quem fica, para que não sofram tanto.

Na eventualidade do «original» não morrer, este e o duplo entram num duelo até à morte. O velho e clássico princípio de «there can be only one».

O meu dia afinal não foi assim tão mau, por comparação.

domingo, maio 29, 2022

The Northman


Cá está ele. O segundo do dia, que não teria visto se não fossem certas e determinadas circunstâncias. Ou melhor, à partida este até teria visto. Tem um bom elenco. Foi muito mencionado por aí. Teria sempre curiosidade. Já tê-lo acabado...

O meu gato saiu do sofá antes do final, por exemplo. Não sei se conseguirei dizer algo mais que suplante esta opinião.

Northman tem alguns tipos nus, ao estilo do 300. Algumas moças que parecem mais despidas do que estão, também como o famigerado 300. E, ainda como o raio do filme numérico, há uma data de gritaria enquanto batalham - às vezes despidos, outras não. O que terá a sua razão de ser, suponho. Ajudará com o processo, da mesma forma como algumas pessoas são mais efusivas a jogar ténis, por exemplo. Mas, na verdade, não faço assim tanta questão de saber.

Lamb


Houve um tempo em que via filmes destes. Com o passar e havendo cada vez menos dele, decisões têm de ser tomadas. Há coisas que têm de cair. Nesta lista estão este tipo de filmes. Só que conheço quem co-escreveu. Ainda por cima é bom tipo.

Convém ter presente que eu conhecer alguém que escreve um filme grande é um feito. Vamos lá ver. Eu venho dum país pequeno, onde toda a gente se conhece, mais ou menos. E sim, conheço duas ou três pessoas que conhecem meio mundo. Mas mesmo assim não conheço muitos guionistas na minha própria terra. Conhecer um guionista Islandês... Vá lá, é obra, certo?

Por respeito ao cavalheiro vi esta sua aventura cinematográfica. Correu-lhe bem, ainda por cima. Tenho já aqui o filme seguinte, produção ainda maior, para ver de seguida. E uma coisa posso dizer de Lamb: o final é qualquer coisa. Até então estava a ser algo fastidioso e parecia não ser mais que um fenómeno genético, nascido dum pobre coitado demasiado sozinho, numa terra conhecida por não ter muita gente. Afinal não. Havia ainda uma surpresa.

Vamos lá seguir em frente, continuando a Norte.

sábado, maio 28, 2022

The Valet


Não percebo como é que este cavalheiro é tão famoso. Quer dizer, sei como terá acontecido. Tornou-se famoso no país dele e conseguiu dar o salto para Hollywood. Não é inédito e faz sentido que assim seja. Só que para isso acontecer ele tem de ter talento e ter feito coisas bem fixes. E eu não vejo onde tem o talento para tal. O tipo tem piada? Alguma. Daí a vê-lo a ser leading man, mesmo que de comédias parvas... Tenho alguma dificuldade.

Como tenho com a moça, em boa verdade. Sei e até vi os filmes que a tornaram popular, mas mesmo assim não sei como conseguiu. A tipa tem piada? Alguma. Daí a vê-la como leading woman... Tenho dificuldades.

No fundo, foi o elenco perfeito para o filme que foi. E não foi mau, atenção. É o que é. Vê-se OK num final de sábado.

sexta-feira, maio 27, 2022

Everything Everywhere All at Once


Ainda bem que a conversa do multiverso está na moda. São filme e mais filmes, mais séries, que usam esse artifício para contar histórias diferentes, com os mesmos personagens. Dá liberdade para fazer coisas diferentes, ver coisas diferentes, sem consequências de maior. No fundo, Hollywood aprendeu finalmente o que a banda desenhada há muito sabe. E o espectador aprendeu assim o que o leitor de BD sabe há muito.

E ainda bem. Porque senão seria complicado seguir este filme. Há um universo em que as pessoas têm salsichas na mão, em vez de dedos. Há outro em que não é o Ratatouille, é o Guaxinintouille.

Tudo faz sentido... Mais ou menos. No final há muito que se conjuga. Não era fácil, mas levou com um belo laçarote, este divertido e muito esquisito, para além de maravilhoso, filme.

quinta-feira, maio 26, 2022

Marvelous and the Black Hole


Sammy, a personagem, está a passar um mau bocado. A mãe faleceu há pouco tempo. A irmã não mostra ter os mesmos problemas e o pai vai casar com outra moça. Pior, como portou-se mal na escola, Sammy é obrigada pelo pai a tirar um curso adulto na escola de Verão.

Não, não é nada sórdido. Por «adulto» entenda-se uma universidade sénior. É um curso de economia e gestão, em boa verdade. Não há nada menos sórdido que economia e gestão. Quer dizer, mais ou menos.

Nada corre bem, até que conhece Rhea Perlman. E, se há gente que pode dar a volta a qualquer problema, é a sra. DeVito. Até pode dizer-se que faz magia.

Along for the Ride


Sinto-me velho ao ver estes novos filmes de adolescentes. Não por ser sobre adolescentes e eu ser efectivamente um velho. Não ligo a rótulos como «pervy old man». É mais porque as dinâmicas mudaram completamente.

Tomemos o início deste filme como exemplo. A moça é uma totó, que nunca fez nada que não estudar. Antes de ir para a Universidade, decide passar o Verão com o pai, numa cidade de praia, e aproveitar para reinventar-se um pouco. Na primeira noite vai ao sítio onde os miúdos passam tempo. O pintas lá do sítio faz-se ao piso e ela alinha, coisa que nunca faz. A ex-namorada do pintas vê-os e faz comentários. Na minha cabeça, esta é moça que vai fazer a vida negra à protagonista o Verão todo. Ela e as duas pequenotas ao seu lado. Mas não, acabaram todas amigas, mesmo depois de alguns comentários infelizes da protagonista.

O mundo está diferente. E com ele vão os filmes. Lá está. É essa a sensação de velho.

terça-feira, maio 24, 2022

Unplugging


A premissa é simples e até já vista noutras instâncias. Desta feita não houve invasão extraterrestre, embora a certa altura até queria que houvesse. Isto porque tinha algum receio que Unplugging fosse mau. Logo, tendo um desenrolar de história estafafúrdio sempre ajudaria a disfarçar a coisa.

Porque tinha receio que fosse mau? Porque o elenco é curto. A premissa básica. É claramente um filme COVID, com produção limitada. É malta que estava entediada e precisava fazer alguma coisa. A pandemia não tem sido uma grande fonte de inspiração, a verdade é essa.

Apesar de ameaçar um segundo enredo algo parvo, este não aconteceu e o filme manteve os pés na terra. Resolveu-se de forma pragmática, simples e simpática.

Jackass 4.5


Não sei se alguma vez tive oportunidade de dizê-lo aqui no blogue, mas eu não só gosto, como adooooooro documentários. O formato em si, a forma como mostra a pura natureza humana, a realidade a ser mostrada, sem filtros... Adoro tudo sobre o género.

Neste documentário sobre as atribulações e a violência dentro dum grupo especifico de «amigos», temos a oportunidade de vê-los a interagir uns com os outros, no seu elemento, qual National Geographic. Vêmos o comportamento, a reacção à dor e o êxtase no provocar dessa dor. Aprende-se mais aqui do que em cursos inteiros de Antropologia. E todo eu sinto que estou inundado de sabedoria, depois de ver este inovador pedaço cinematográfico.

Foi tão erudito.

sábado, maio 21, 2022

Sonic the Hedgehog 2


Isto foi... Foi um filme. Disso tenho a certeza. Não consigo precisar muito mais.

Expectativas são coisas tramadas. Para o primeiro esperava o pior. Até que foi giro. Este estava à espera de alguma coisa. Foi uma desilusão. Completa e absoluta.

Acrescentaram personagens. OK. O Jim Carrey apenas fez overacting e nada mais. Não tão OK. Meteram-lhe uma premissa estapafúrdia, dumas pedras fundidas numa pedra maior, de poder absoluto. Onde é que ouvi esta história antes? E o pior de tudo, o pior de absolutamente tudo, é que o Sonic mal correu. Quase todas as cenas podiam ter sido resolvidas se ele tem feito aquilo que faz bem: correr rápido.

Por último, partilho uma irritação que não tem a ver com o filme e nem sequer é de agora. Já nos jogos irritava-me. Qual é a cena do Tails voar tão depressa como o Sonic corre? O último não é suposto ser mais rápido que tudo? É mais rápido que um avião. Não é mais rápido que o Tails porquê? Como?!

Chip 'n Dale: Rescue Rangers


Estava eu um belo dia (ou não, porque era ainda Inverno, creio) a passear pelo YouTube (claro que não era actividade física!) quando deparo-me com um trailer deste filme. Ignorei, claro. Fui fã da série, em pequeno. Tenho coração e alma, afinal. Os bonecos eram bem fixes. Só que achei que era um filme para miúdos. O raio do trailer apareceu em muitos mais sítios. Lá percebi que não era para miúdos. Quer dizer, também pode ser, mas eles não vão apreciar tanto como os graúdos, em especial os que se recusam a não ser miúdos.

Sim, claro que estou a falar de mim!

O filme não é a insanidade que o trailer prometia, mas é bem fixolas na mesma. Uma data de referências porreiras e inteligentes. E os dois caramelos que dão as vozes aos principais são sempre engraçados. Não sei quem teve a ideia para fazer isto mas, seja quem for, obrigado.

quinta-feira, maio 19, 2022

Mosquito


É o Camané e o Manuel João Vieira. Sempre que vejo algo português, aparecem os dois. Têm mais créditos que maior parte dos actores portugueses.

Ainda há pouco tempo relembrava uma conversa tida com um casal amigo, em tempos idos. A moça insistia que, para ela, tudo o que não fosse uma história «normal», era ficção científica. Fantasia ser metido no mesmo saco é um exagero só por si, mas sempre foi mais ou menos comum, para malta que não aprecia os géneros. Ela ia mais longe. Qualquer filme de acção, com umas cenas um pouco mais ridículas, ia pelo mesmo caminho.

Para mim, esta ideia dum miúdo de 17 anos meter na cabeça que quer ir para a guerra, defender a pátria, isto para mim é ficção científica. É-me um conceito completamente alienígena. Uma coisa é seres obrigado. O país precisa que alguém vá e obriga-te a isso. Eu fugiria, muito provavelmente, mas percebo que aí haverá pouco a fazer. Agora, voluntariamente ir lutar por algo do qual não tive voto na matéria, para defender interesses de outros, que desconheço? Epá, não obrigado.

Daí que tenha tido alguma dificuldade em perceber maior parte das decisões idiotas deste pobre palerma. Ainda para mais quando era uma besta para toda a gente. Mais ainda tive em perceber como é que ele, estando meses no mato, não lhe cresceu um pelo na cara. Com 17 anos ao menos tem-se buço, não?

terça-feira, maio 17, 2022

Morbius


Este Jared Leto não consegue fazer nada com jeito. Se só faz maus comic book movies, aos menos que sejam tão maus que dão a volta. Mas não, nem isso. Morbius é só banal e enfadonho. A premissa é previsível e igual a tantas outras coisas já feitas. Aliás, é demasiado a fórmula do Venom onde, no final, também luta com um «irmão», uma criatura com poderes semelhantes. É uma «elaborada» luta CGI que não tem consequências de maior. Nem as roupas se estragam. Olha, já agora.

Malta do CGI, os personagens até podem ter uma pele rija e não lhes acontecer nada, mas roupas são normais. Ao serem arrastadas pelo lado dum edifício envidraçado, com tudo a partir-se, as roupas rasgam-se. OK?

Disseram-me antes mesmo de ver o filme e não dei ouvidos. Tinha de ver. Nada a fazer. Mas a verdade é que não se aprende mesmo nada com Morbius.

domingo, maio 15, 2022

Senior Year


Há tanto errado, mas não vamos focar-nos no facto duma tipa quase quarentona andar rodeada de adolescentes, a fazer bastantes insinuações sexuais. O pior foi mesmo algumas das rotinas musicais, em especial a do Prom King and Queen. Foi para lá de constrangedor. E quando é que eles tiveram tempo para ensaiar uma coisa tão elaborada?

Foi parvo e recuso-me a aceitar. Especialmente num filme tão sério como este Senior Year.

sábado, maio 14, 2022

The Lost City


Não consigo deixar de fazer a comparação, por muito que o filme tenha os seus próprios méritos, os seus detalhes únicos. Só que a premissa principal, duma escritora de romances acabar a interpretar uma das suas histórias, ao lado da personificação do personagem principal, o herói dos romances... Quer dizer... A Sandra Bullock é a Kathleen Turner no Romancing the Stone, certo?

Química muito apelativa dos dois personagens principais neste filme. São os dois bastante carismáticos e genericamente adorados. Como não gostar dos ver juntos? Mesmo que estejam a fazer os seus típicos papéis / deles mesmos. É apenas curioso que, entre os actores notoriamente cómicos, o mais divertido tenha sido Pitt, nos seus dez minutos em cena (a dos créditos não conta, que foi miserável e não fez sentido nenhum). Outros tentaram ser personagens secundários pitorescos, mas nenhum foi bem sucedido. O Radcliffe tentou ser qualquer coisa. Não sei bem o quê. Podemos dizer que foi bem sucedido, suponho.

Lost City teria sido um mega êxito há uns anos. Hoje em dia faz menos sentido sair no cinema. Se tivesse sido lançado na Netflix, não só dava franchise como já haveria planos para o 2 e o 3. Mesmo assim, à custa do star quality dos seus intérpretes (e talvez por falta de concorrência), o filme foi um sucesso. Não estava à espera, confesso, mas ainda bem que assim foi.

sexta-feira, maio 13, 2022

The Power of the Dog


Haja santa paciência!

Vi por respeito ao Cumberbatch e à Dunst (que já faz de mãe, pelos vistos), mas... Sou só eu a achar o filme um pouco enfadonho? Sei que é mais artístico ou o raio, que será uma melhor história quando se diz menos, para tentar mostrar mais. Mesmo assim, não dava para dizer um pouco mais? Só assim mais umas frases. Algumas poucas que ajudassem a justificar qualquer acção tomada durante este filme. Duas ou três, vá. Não peço mais.

quarta-feira, maio 11, 2022

The Bad Guys


Foi um filme bastante esperado, este ano. O trailer mostrava muito estilo e humor. O elenco é simpático e a animação bem fixe. Mas... Foi lançado numa altura em que os estúdios apostam menos. Foi para dominar o período, ou seria mais um filme fadado ao insucesso?

The Bad Guys tem piada. Sem dúvida. Só que não é incrível. Não sei dizer porquê. Tem tudo no sítio. Só que, mesmo assim, no final não ficas completamente satisfeito. Talvez fosse expectativa. Só pode.

quinta-feira, maio 05, 2022

Doctor Strange in the Multiverse of Madness


Primeiro filme da Marvel do ano! Woooooooohoooooooo! O Morbius não conta.

Há pessoas que ficam todas contentes com os primeiros sinais da Primavera. Tenho alergias. Há quem goste quando começa a ficar frio ou quando neva pela primeira vez. A primeira é estúpida e a segunda... A segunda tem alguma piada, admito. Eu fico contente com estas novidades cinematográficas. Ainda para mais depois do marasmo que têm sido estes meses (anos?). Eventualmente poderá terminar o deslumbramento com novidades. Porque se depender da Marvel/Disney e se não saturar o público, vai haver um filme MCU por mês e haverá sempre uma série a dar no Disney+. E serão tempos maravilhosos.

Sobre o filme em si não posso revelar grande coisa, como é costume. Por respeito e porque assim tenho de escrever menos, o que é uma vantagem para mim e para os poucos fartos de me ler. Posso dizer que o meu receio por Raimi realizar o filme não teve razão de ser. Sim, nota-se em muitos momentos o toque do realizador. Sinal positivo para a campiness que sempre coloca nos filmes. Lembra que qualquer um de nós sonhou com contar histórias, em miúdo. Sinal negativo para a péssima direcção de actores, que nunca soube fazer. Não são muitas, mas há algumas cenas com expressões ou atitudes ridículas dos actores. Mas Raimi fez um bom trabalho, globalmente. Este filme está divertido e tem belíssimas surpresas que, naturalmente, não vou falar aqui. Admito apenas que sim, fui surpreendido. Não estava à espera a fiquei bastante contente.

Outra coisa que poderá ou não afectar o bom visionamento é a questão de se é ou não um filme de terror. O filme é publicitado como sendo o primeiro do género, dentro do MCU. E Raimi é conhecido pelo seu trabalho em terror. Agora, isto poderia ser um problema porque eu, como muitos, não gosto do género. E sim, Strange 2 é um pouco de terror, mas não tem níveis de horror ao mesmo patamar que os melhores dentro da categoria. Nem poderia. A Disney nunca o permitiria. Portanto sim, adultos e crianças poderão ver o filme descansados, que não é assim tão assustador.

Por fim, de importância absoluta, a Marvel/Disney resolveu logo nos primeiros minutos a questão de ter o personagem principal em tronco nu. Com essa questão fora do caminho, logo ao início, o espectador usufrui melhor da experiência cinematográfica. Fiquem descansados.

Falta muito para o Thor 4?

terça-feira, maio 03, 2022

Ambulance


Roland Emmerich está para os filmes de desastres, como Michael Bay está para os filmes de acção. É sempre tudo tão exagerado.

Ambulance tem um nome simples. A história é simples. Mais ou menos. Percebo o raciocínio. Como é que alguém consegue escapar dum assalto a um banco, hoje em dia? Ninguém parará uma ambulância, por certo. OK, mas e depois disso, meus senhores? «Então, depois há uma perseguição e acontecem... cenas!»

«Cenas» é que Bay faz muito bem. Ignorando tudo o resto, é sempre uma cavalgada de acção, com pouquíssimos momentos enfadonhos. Ele é tiros, explosões, planos de câmaras a razar a ambulância, planos do alto, de baixo ou no meio de tudo, mulheres bonitas, tipos com pinta, e até algumas bocas humorosas, para além das repletas de testosterona. Já história, ou até diálogos que não tenham sido criados sob o efeito de cocaína, é mais complicado.

Pequeno exemplo: JT é o pai dos dois personagens principais. Adoptou um deles, porque o miúdo precisava e era o melhor amigo do filho. JT era também um gajo sem escrúpulos, que matava pessoas sem pudor, nos seus muitos assaltos a bancos. Se parece incongruente, é porque é.

Não peçam a Bay aquilo que ele não é bom a fazer. Se a ideia é ver um filme dele, será só uma questão de concentrarem-se nos bang bangs e boom booms.

Crush


Não sou o maior fã de puns. Porque não tenho jeito nenhum para eles. Pronto. Assumo. Ouviram aqui primeiro. Sou péssimo em puns, logo minimizo / menosprezo essa nobre arte. Sinto-me tão aliviado. Era um segredo que começava a atormentar-me.

Crush é super previsível. A protagonista gosta duma pessoa. Há um(a) aluno(a) que anda a graffitar ou ilustrar locais na escola, com os ditos puns. Antigamente seria vandalizar. Hoje em dia vê-se como arte, mas mesmo assim não se deve fazer. A pessoa de quem a protagonista gosta tem uma irmã.

É isto. É este o argumento do filme. Será um puzzle, sim. Mas com três peças. Não é o puzzle mais complicado no mundo, certo?

Independentemente de ser ou não previsível, Crush tem piada.