quinta-feira, maio 19, 2022

Mosquito


É o Camané e o Manuel João Vieira. Sempre que vejo algo português, aparecem os dois. Têm mais créditos que maior parte dos actores portugueses.

Ainda há pouco tempo relembrava uma conversa tida com um casal amigo, em tempos idos. A moça insistia que, para ela, tudo o que não fosse uma história «normal», era ficção científica. Fantasia ser metido no mesmo saco é um exagero só por si, mas sempre foi mais ou menos comum, para malta que não aprecia os géneros. Ela ia mais longe. Qualquer filme de acção, com umas cenas um pouco mais ridículas, ia pelo mesmo caminho.

Para mim, esta ideia dum miúdo de 17 anos meter na cabeça que quer ir para a guerra, defender a pátria, isto para mim é ficção científica. É-me um conceito completamente alienígena. Uma coisa é seres obrigado. O país precisa que alguém vá e obriga-te a isso. Eu fugiria, muito provavelmente, mas percebo que aí haverá pouco a fazer. Agora, voluntariamente ir lutar por algo do qual não tive voto na matéria, para defender interesses de outros, que desconheço? Epá, não obrigado.

Daí que tenha tido alguma dificuldade em perceber maior parte das decisões idiotas deste pobre palerma. Ainda para mais quando era uma besta para toda a gente. Mais ainda tive em perceber como é que ele, estando meses no mato, não lhe cresceu um pelo na cara. Com 17 anos ao menos tem-se buço, não?

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