terça-feira, agosto 31, 2021

Stillwater


Matt Damon é um típico norte-americano. Sempre de boné, algumas mangas-cavas, barbicha parva e sotaque do sul. A grande diferença é que Damon tem a filha numa prisão francesa, tendo sido culpada do homicídio da namorada, num período em que esta frequentava a universidade de Marselha.

Não a visita com muita frequência, por motivos óbvios, mas vai quando pode. Não foi um pai muito presente no passado, tendo tido os seus problemas com álcool, drogas e até com a lei, mas procura ajudar agora. Quando surge uma nova pista no caso, que poderá ilibar a moça do crime e libertá-la da prisão, Damon fica mais tempo em Marselha, procurando encontrar o verdadeiro culpado. A coisa não corre bem, mas Damon remedeia-se com uma simpática moça francesa, que até tem uma filha, permitindo assim a Damon tentar ser um pai decente, desta feita.

Não vou adiantar muito mais. Stillwater tem uns belos twists e uma história até bastante envolvente. Mais do que esperaria.

A cena curiosa do filme é a visão europeia deste típico espécime norte-americano. Os franceses olham-no de lado e enaltecem as diferenças entre povos. E aí o realizador aproveita para fazer alguma auto-crítica, em especial o facto do personagem de Damon ser um ex-presidiário que não pode votar, mas que tem duas armas. Clássico!

Respect


Miss Franklin foi uma grande mulher que, durante demasiado tempo, foi usada, abusada e maltratada pelos homens na sua vida. Tanto que estes traumas criaram os seus «demónios», como são referidos no filme. A primeira metade de Respect relata estes dramas da sua vida com o pai, marido e outros. A segunda metade, a começar com a criação da música Respect, mostra os concertos e grandes sucessos musicais de Miss Franklin, assim como o peso que este sucesso trouxe.

Em termos de filme, acaba por ser algo desiquilibrado. O início mostra o perfil e motivação dos personagens. Depois começamos só a ver interpretações de stock footage. Concertos, enrevistas, capas de jornais, capas de álbuns, etc. Mais valia ver um documentário, por muito que aí o nível de produção seja menor.

Não há muito mais para inventar neste formato de biopic, o que torna o género algo repetitivo. Mas para quem gosta de saber um pouco mais destes grandes nomes, Respect é bastante aceitável.

segunda-feira, agosto 30, 2021

Extinct


Estes projectos cinematográficos Chineses são tão estranhos. Sim, sim. Tem uma data de gente norte-americana no projecto, mas o dinheirinho vem do outro lado do mundo.

Por um lado Extinct é uma clara tentativa de criar merchandising fofinho e de fácil venda. Não aconteceu, parece-me. Até porque o buraco no meio do corpo é esquisito e, visto de trás, parece um ânus muito grande. Por outro o filme conta no elenco com Catherine O'Hara, a fazer um papel banalíssimo, sem grande falas ou sequer uma entoação especial. Que desperdício.

Extinct é demasiado peculiar. Não tanto que dê a volta, tornando-se interessante. É mesmo só estranho.

The Green Knight


Uma lenda/história/fábula aqui recriada de forma intensa e muito, mas muito dramática.

Depois da entrada exuberante do Knight Verde na corte, e da sua explicação do «jogo» que queria jogar, o rei pergunta a Gawain se percebeu o que implica participar. Gawain «pensa que sim». Rapaz, ou sim ou soupas. Não «penses que sim». É um jogo, como diz o rei, mas a recompensa não é assim tão maior que o custo. Como aliás provou-se no final. «Ah e tal, acho que sei o que estou a fazer.» Não, claramente não sabes, palerma. Ele disse «o corte que me for feito é o mesmo que retribuirei no próximo Natal». E tu vais directo à cabeça, minha besta?!

Olha, feliz Natal para ti também. Idiota.

F9


I knew I should have listened to my teachers.

Pronto, agora sim o franchise «F&F» tem tudo. Até mensagens positivas para os miúdos. Ainda por cima é dito pelo personagem de Tyrese Gibson, enquanto ele e Ludacris andam pelo espaço num Ford Fiero. Eu sei. Parece ridículo, mas sim, mesmo no espaço este filmes são sobre carros. No fundo, desde que um tipo conduza bem, até no espaço safa-se. Mais, o que dizem neste filmes é que qualquer pessoa consegue conduzir bem. Tese essa provada pela Missandei, que nunca conduziu (não tem carta sequer) mas anda com um camião de forma magistral pelas (pequenas) ruas de Londres.

F9 teve uma campanha viral de memes como nunca vi, onde tudo era relacionado com a mensagem de «família», vomitada até à exaustão pelo personagem de Vin Diesel et al. Houve alguns engraçados, admito. Mas a certa altura tornou-se apenas irritante. Independentemente de tudo isto, ou do absurdo que se tornaram os enredos destes filmes, o universo «F&F» é qualquer coisa de extraordinário. Desde o modo como evoluiu até à dimensão que alcançou.

Long live este franchise. Desde que continue divertido, venham daí mais. Porque não?

domingo, agosto 29, 2021

Colossal


É sempre complicado voltar a casa. Entretanto tornámo-nos outras pessoas. Não somos quem de lá saiu, somos algo mais. Mas voltando a casa parece que regredimos um pouco ao que fomos. E, nalguns casos, tornamo-nos monstros, em conflito interno e externo, entre o passado e o presente.

No caso de Anne Hathaway isto torna-se literal. Graças a um fenómeno esquisito, se Hathaway andar num pedaço de terra da sua cidade natal, nos EUA, um monstro aparece em Seul. É ela, estando nos dois sítios, fazendo as mesmas coisas ao mesmo tempo. Só que enquanto é uma mulher normal no continente Americano, no Asiático é um monstro gigante. Claro que, antes de descobrir tudo isto, volta a encontrar um velho amigo de escola, interpretado por Sudeikis, o que eventualmente prova que não são precisos fenómenos esquisitos para pessoas tornarem-se monstros.

Encontrei Colossal numa lista de filmes que misturam géneros. Louve-se a originalidade de cruzar drama psicológico com monstros gigantes.

sábado, agosto 28, 2021

He’s All That


Ora aqui o remake que ninguém pediu. Exacto, é um remake, não uma sequela. Mesmo tendo a Rachel Leigh Cook ou até o Matthew Lillard. Convenhamos que não é como se tivessem melhor que fazer. Se bem que o Freddie Prinze Jr. também não tem, mas mesmo assim não quis aparecer neste filme. Porque será?

Estranhamente o nível de produção não é nada mau, com muitos cenários, fatos e mais umas quantas coisas. Pouparam no elenco. Sobrou para tudo o resto. Porque o casal príncipal é tão mau a representar, que têm zero química e não há justificação nenhuma para serem um casal. Mas olha, aparece no final uma foto deles na Ler Devagar, na sua viagem juntos pela Europa. É montagem, claro, e não faz sentido nenhum, já que nenhum deles é leitor. Supostamente a grande mensagem do filme, o que ela aprendeu com ele, era que deveria deixar de ser falsa nas redes, deixar de mostrar coisas que não representam quem é.

Pois. Ironia continua a ser uma coisa com muita piada.

quinta-feira, agosto 26, 2021

Vivo


Um filme da animação da Sony, no Netflix. Os serviços de streaming devem lutar por tudo que sai deste estúdio. Mas o certo é que é uma benesse. A Sony tentou em tempos ter o seu próprio serviço. Foi um fracasso absoluto. Era cedo demais. O azar duns é a sorte doutros. Os Netflixes desta vida têm assim acesso a um catálogo extenso.

Para mais, Vivo foi mais um dos que sofreu com a pandemia, creio. Destinado aos cinemas acabou por encontrar casa no Netflix, que parece-me não ter feito o suficiente pelo filme. Não os vi a publicitar por aí além e lançaram-no meio do Verão, em época meio morta para o efeito.

Não sendo brilhante e até tendo um ou outro momento bastante pesado, Vivo é divertido e com boas músicas. Ou não tivesse o famigerado Miranda no projecto.

quarta-feira, agosto 25, 2021

Gunpowder Milkshake


Foi uma tentativa. Procuraram fazer um John Wick, versão feminina, com uma data de clichês de filmes de tiros à mistura.

Primeiro problema: Karen Gillan é uma nerd, sendo evidente pela forma como corre, por exemplo. Segundo problema: faltou alguém para escrever os diálogos castiços, essenciais para o género. Tirando isso (infelizmente não é pouco), tem umas cenas engraçadas de acção, com um elenco bastante forte. E alguns batidos. Três diferentes nos primeiros três minutos do filme, mais um par deles no final. Faltaram alguns pelo meio.

Será o terceiro e derradeiro problema do filme. A falta de batidos, para fazer verdadeiramente jus ao nome.

Snake Eyes: G.I. Joe Origins


Raios. Isto podia ter sido bem fixe. É um filme de ninjas, com orçamento suficiente e mistura com o universo G.I. Joe. Ou seja, espadas e tiros.

OK OK. Sim, é verdade. Convém ter alguma história. Não é preciso muito, mas o suficiente para não irritar. Snake Eyes tem uma história relativamente simples, um pouco de star power (o tipo principal está na berra, mas não sei até que ponto foi boa opção), e algumas cenas de acção porreiras.

Porque não funcionou? Não sei. Não consigo perceber como é possível falhar um projecto destes. Talvez star power errado, como disse. Talvez até história a mais. É que, sendo simples, se desenvolvem muito acaba por notar-se que é demasiado simples. Talvez não fosse preciso o elemento místico do calhau que «faz cenas». Talvez uma luta apenas entre «irmãos» tivesse sido suficiente, sem ser necessário clãs, vilões over the top ou as constantes trocas de lealdades. Ora são bons, ora são maus. «Ah pensavas que era bom/mau? Pois claro que não!»

Foi parvoíce(s) a mais, sei lá.

terça-feira, agosto 24, 2021

Space Jam: A New Legacy


A família do LeBron tem óptimos actores. Acredito que foi por isso que ele conseguiu o papel. É claramente o menos talentoso da família. A representar, atenção. Consta que a jogar basquetebol não é nada mau. Eu isso não posso analisar. Nunca o vi jogar, em boa verdade, acho eu. Já há muito que desliguei de NBA. Já de filmes... O bichinho está bem vivo. Mesmo que este mês os números não tenham sido brilhantes. Mas olha... Hoje já foi um hattrick.

Sim sim. Desporto errado. Isso é daqui a pouco.

A sequela foi divertida qb. Parece-me que o original teve mais impacto. Normal. Assim como Jordan teve mais impacto no jogo. Ou seja, LeBron/SJ 2 é fixe, mas Jordan/SP 1 é melhor. Peço desculpa aos haters, mas creio ser esta a realidade.

Reminiscence


Reminiscence é um dos filmes que anda por aí nas salas de cinema, mas que não está a ter grande sucesso. Uma possível razão: o título. Parece-me ter sido uma péssima escolha, apesar de fazer todo o sentido.

É uma história de intriga e policial, também ela com o gancho da ficção científica. Isto porque precisaram da tecnologia de poder ver memórias, para que Wolverine possa ir descobrindo os detalhes do mistério da moça que o abandonou. Porque, como é óbvio, nenhuma mulher abandona uma vida com o Wolverine sem ser por um qualquer motivo externo nefasto. A trama não é má. E o filme tem um bom desenrolar de história, com algumas surpresas agradáveis no final, tudo sempre acompanhado pela doce voz do Wolverine, a embalar pessoas, levando-as a revisitar as memórias desejadas.

Foi ainda engraçado ver a tentativa de assustar o espectador, com imagens do nível de água elevado, dum futuro pós caos e guerras provocadas por calamidades naturais. Foi apenas isso. Umas imagens e notas iniciais. Também não fariam assim tanta diferença, mesmo que este filme fosse visto por muito gente. Algo que definitivamente não vai acontecer.

Naked Singularity


Admito que, a partir de certa altura, deixei de prestar atenção. Em minha defesa, esta história é muito fraquinha. Contra mim está o facto de que vi parte ontem e o resto hoje. O certo é que muito do que acontecia passou-me ao lado. Mas por que raio esta história precisava duma componente de «ficção científica»? Foi só para diferenciar um pouco de todas as outras histórias de heists que há por aí?

Pobre elenco, este (maioritariamente Europeu). Claramente é malta que foi ao engano por gosto a um livro, mas cuja adaptação é para lá de fraca. Lá terão de espalhar os seus talentos por outros projectos. Já eu tenho de ver se não desaproveito o meu tempo com este tipo de coisas.

quinta-feira, agosto 19, 2021

Werewolves Within


Um grupo improvável de actores cómicos e actores «sérios» junta-se nesta espécie de murder mystery / terror / comédia. Ou seja, uma amálgama desconexa de representantes para uma amálgama de géneros.

Não é mau. Não é bom. Está ali naquele limbo em que é tolerável porque tem um grupo interessante e ficamos curiosos em saber qual deles é o lobisomem. Ou se há sequer um lobisomem. Ou se o titulo só quer dizer que dentro de nós temos todos o potencial para ser lobisomens.

Não, não é assim tão profundo. É só uma história engraçada e um pedaço de tempo OK passado.

quarta-feira, agosto 18, 2021

Free Guy


Não deu para ver antes - estive ocupado com coisas boas nas últimas duas semanas - e houve parte que foi spoilada por artigos online com títulos demasiado reveladores. Se bem que estamos a falar dum dos grandes filmes que perdeu com a pandemia. Era suposto ter saído há mais dum ano e foi sendo adiado. Ou seja, até surpreende que mais sobre o filme não tenha saído cá para fora. Mesmo com estes ligeiros spoilers não deixou de ser divertido e com bastantes surpresas. Aliás, há algumas que não sei se não foram feitas entretanto, pois para além da pandemia isto é um filme Fox feito antes da compra pela Disney. E é sabido por aí que a Disney meteu o dedo em muitas das produções da Fox.

Reynolds ainda não esgotou o charme que tem. Pelo menos comigo. Este papel não é dos seus melhores, mas maior parte do seu «arsenal representativo» é aqui usado também. Em especial nos momentos de publicitar o filme, o homem continua inexcedível nos esforços de fazer mais e, quase sempre, divertidos vídeos e comentários online de promoção. Mas Free Guy não é só Deadpo... Reynolds! Junto aqui a minha voz às de todo o mundo para elogiar a maravilhosa Jodie Comer. Aqui o papel é mais básico, mas sim, ela está incrível em Killing Eve, ao lado da também popular Sandra Oh. A série é óptima. Altamente recomendável. Não é só hype.

Sei que poderá não fazer sentido falar duma série num post sobre um filme, mas o certo é que não há muito que possa dizer em concreto sobre o segundo. O trailer dá-nos tudo o que precisamos saber. Para além de que o trabalho de Reynolds é sobejamente conhecido. Parece-me impossível uma pessoa não saber ao que vai, se decidir-se a ver este filme.

A única nota que posso ainda dar é que foi mais uma ida ao cinema, que continuou a saber-me maravilhosamente bem... mesmo tendo que usar a máscara o tempo todo numa sala com demasiadas poucas pessoas.

terça-feira, agosto 17, 2021

The Kissing Booth 3


Este filme não faz sentido nenhum.

A começar pela completa falta de noção de tempo. A miúda tem um trabalho com turnos extra, um namorado, uma lista infindável de coisas a fazer com o melhor amigo, toma conta do irmão mais novo, teve umas férias bem preenchidas com os amigos e namorado depois do final de ano, está a arrumar e a preparar uma casa gigante de férias para ser vendida... e às tantas diz que falta um mês para a faculdade começar, quando na cena a seguir há uma festa de 4 de Julho. Quantas horas há num dia, no universo «Kissing Booth»? Sessenta?

Passando pela existência duma casa de verão onde «passaram todos os Verões desde novos», mas que nunca foi mencionada antes. Casa essa que tem de ser vendida porque, com todos os miúdos a irem para a faculdade, «não faz sentido ficar com ela». É uma casa de Verão! Os miúdos continuam a ter férias da faculdade! Ou mesmo quando trabalharem. O Verão não acaba! Acontece todos os anos.

E a acabar com a total falta de necessidade deste filme existir. Porque já não havia nada para contar no segundo!

Contudo, ainda bem que o fizeram. Estava a precisar ver um filme com duração de quase duas horas, em que 70% são montages. A sério. Fizeram montages umas atrás das outras, passando de limpeza da casa, para mega festa, para limpeza da casa outra vez. Sempre foi melhor isso que ver estes «miúdos» a «representar».

quinta-feira, agosto 05, 2021

The Last Letter from Your Lover


I think you're fuckin tip-top, Rory.

Acima é uma fala proferida por uma jornalista. É uma suposta frase romântica, dita por alguém a quem pagam para escrever. Pior, a relação da jornalista com o arquivista Rory nasce duma história de amor que ela investiga. História essa que envolve um conjunto de cartas de amor da década de 60.

Ou seja, à custa de ler cartas antigas de amor, bem escritas por um jornalista de então, cheias de intenção, provocação e desejo, o melhor que a jornalista de agora consegue fazer é o equivalente a «és bué fixe, Rory».

Se isto não é um sinal claro do buraco que é o jornalismo hoje em dia, não sei o que seja.

quarta-feira, agosto 04, 2021

Finding You


Finding You, também conhecido como «todos os clichês possíveis e imaginários sobre um romance jovem na Irlanda e mais uns quantos clichês sobre romances entre adolescentes e ainda outros tantos sobre a Irlanda, como ter apenas música irlandesa a tocar em bares e festas, enfiados numa verborreia de quase duas horas», é um filme sobre um casal de miúdos, que começam uma relação muito improvável, embora ambos sejam atraentes, relativamente disponíveis e a passar uma temporada numa aldeia na Irlanda.

Mas é mais que isso. É uma velhota a morrer, que precisa de ajuda para reatar a sua relação com a irmã. É um irmão que morreu demasiado novo. É uma família a gerir um bed & breakfast. É a moça encontrar um mentor onde menos seria de esperar: um bêbado mendigo num bar. É visitar todos os sítios mais bonitos da Irlanda - sendo estes, genericamente, montanhas e ruínas de castelos -, alguns até mais que uma vez (pelos vistos não há assim tantos). É tudo isso e uma relação entre dois branquelas loiros, com talento e todas as oportunidades oferecidas, para que possam suceder na vida.

É tocante. É o que espero conseguir transmitir.

segunda-feira, agosto 02, 2021

How It Ends


Não estava nada à espera que este filme fosse tão «fora». Quer dizer, não esperava nada de especial. Não sabia assim tanto sobre o filme ou do que tratava. Sabia apenas que é escrito, realizado e interpretado por Zoe Lister-Jones (que é maravilhosa, já agora). Mas eu já vi outros filmes dela, e apesar de ser peculiares, não eram isto.

É o fim do mundo. Um meteorito vai atingir a Terra às duas da manhã e vai tudo à vida... Ou à morte? Não sei se a expressão aplica-se aqui. No último dia Zoe anda por LA a visitar família e amigos. A dizer os últimos adeuses, a resolver brigas antigas, a procurar catarse em todas as suas relações mais importantes. Anda por todo o lado acompanhada duma versão mais nova dela própria.

Não é outra pessoa. Não é um eufemismo para a filha. Não. É uma manifestação física da sua psique, em forma dela adolescente.

E qual é a piada? Foi filmado no Verão passado, durante a primeira quarentena. Ou seja, não há ninguém na rua, os actores mantêm distância de segurança. Não andam de carro, porque seria demasiado elaborado. No fundo, esta malta de Hollywood não sabe estar quieta em casa. Zoe ligou aos amigos - e se tem uma bela agenda de contactos! -, passou por casa deles e filmou umas coisas. Provavelmente até pelo bairro. Com amigos, vizinhos, etc. Assim fez o seu filme. Alguns poderão dizer que já vem tarde. Eu tiro-lhe o chapéu pela iniciativa.

Ride The Eagle


Susan Sarandon é mãe de Jake Johnson e morre. Sim, é mais ou menos a função dela neste filme. Deixa-lhe a cabana em testamento, sob a condição que ele faça um conjunto de afazeres deixados em lista. Não é nada muito complexo, mas implica entrar em casa do vizinho J.K. Simmons - que hoje em dia aparece em todos os filmes -, sem ele saber, e deixar um bilhete não muito abonatório.

Sim, é muito arriscado e Johnson podia ter lavado um tiro, mas a cabana é um sonho. É incrível de bonita e é ao lado dum lago. Que sítio incrível, onde ia hoje passar um bom bocado, se pudesse.

Johnson faz dele mesmo e tem a sorte de contracenar com Simmons e D'Arcy Carden, sendo ambos óptimos. Aliás, tirando o rapaz, que por muito que seja carismático não representa grande coisa, o elenco é muito bom, neste filme bastante simpático de se ver.