segunda-feira, fevereiro 28, 2022

Uncharted


Sim sim. Estão a abusar do rapaz. Até parece abuso de menores, em boa verdade. O Holland já tem mais de 18 anos, sequer? Usam o rapaz para tudo, hoje em dia. Até em papéis que, supostamente, não são para alguém tão novo. Como é o caso em Uncharted, onde o personagem que interpreta é suposto ser um tipo bem dentro dos 30. E sim, tem uma data de pormenores de história parvos, que não fazem sentido nenhum. Como a premissa das cruzes / chaves. Se os 18 tipos que esconderam o ouro não confiavam uns nos outros, criando um sistema de ser preciso duas chaves para supostamente aceder ao tesouro, então porque estavam os barcos apenas numa gruta, do outro lado do mundo? Todos sabiam a localização. Não precisavam das chaves ou dos outros para lá ir. Sim, apesar destas parvoíces, o filme é divertido, cheio de acção, um pouco de humor e tal. Mas não é isso que interessa.

Vamos antes falar do pormenor que deixou-me transtornado, ao ver o filme. As mochilas. Toda a gente tem mochilas com «cenas», que podem ou não usar nos vários momentos. O certo é que, por muito importante que seja o respectivo conteúdo, os personagens principais deste filme passam a vida a perder as mochilas. Constantemente! A toda a hora e em todo o lado. Para além do facto de que sou fã de mochilas (não saio de casa sem uma), isto simplesmente faz com que as mochilas não tivessem qualquer utilidade. O que não é verdade. Mochilas, para além de adereços fixes, são sempre úteis.

Achei um desperdício. E incomoda-me que não haja mais gente a falar do assunto.

domingo, fevereiro 27, 2022

28 Weeks Later


Estava eu a ver o Begbie a ser um autêntico GPS humano, ou «GPS zombie», aliás, e duas questões surgiram na minha cabeça.

1.° Serei o único a achar a estratégia militar Americana um pouco ridícula? Estão a lidar com um vírus que, em segundos, transforma um aliado em inimigo. E têm um início de contágio, no local onde estão. Faz algum sentido pegar em todos os civis e juntá-los numa garagem? Será o melhor protocolo para esta situação? Toda a gente vive nos seus apartamentos, em dois ou três arranha-céus, no mesmo quarteirão. Não estavam mais protegidos fechados nos respectivos domicílios? E depois, qual foi a lógica de apagar as luzes. Era noite. Os zombies até podem ver pior no escuro (dado não confirmado), mas os humanos de certeza que vêem pior!

2.° O primeiro contágio matou muita gente. Muita. Londres ficou vazia. A população de Inglaterra sobrevivente cabe num bairro de Londres. Dá-se um novo contágio neste bairro. Muita gente morre. Outra vez. Alguns tornam-se zombies. Outros tantos transformam os militares Americanos em zombies. Os protagonistas fogem para outra zona da cidade e, mesmo assim, passam a vida a deparar-se com estes novos zombies. Todos os anteriores morreram entretanto, atenção.

Eu só estive em Londres uma vez. Do que me lembro, aquilo é grandote. É uma cidade bastante grande, penso eu. Agora imaginemos o seguinte cenário. Duas pessoas entram em Lisboa. Vá, nem digo Londres. Andam pela cidade, de diferentes formas e com propósitos diferentes. Não têm contacto uma com a outra, por telefone ou assim. Qual a probabilidade de encontrarem-se? Pois.

O filme não deixa de ser uma sequela interessante. Não tão boa como o original. Até porque os criadores dessa saltaram barco. E as minhas questões acabam por ser de somenos. Se pararmos para pensar de cada vez, 99% dos filmes têm pormenores parvos, ?

28 Days Later...


Está um belo dia lá fora. Devia sair. Não apetece. Nunca apetece. Sentei-me no sofá com uma taça com «cenas». O gato veio a correr. Andava a cirandar à minha volta há algum tempo. Meteu-se ao meu colo. Perguntei-lhe «que queres ver hoje?» A expressão na cara dele era óbvia. Queria zombies. Claro! Quer sempre. «Já viste o 28 Days Later...?» Inclinou a cabeça, confundido. «Não, não é o com a Sandra Bullock. Mas não és o primeiro a confundir os dois.» disse eu, antes de ligar a Disney+.

O gato dormiu o filme quase todo. Acho que vai gostar mais quando vir o Begbie.

sábado, fevereiro 26, 2022

The Witcher: Nightmare of the Wolf


Vi a segunda temporada de Witcher antes de ver o filme. Não era suposto. Ou melhor, eles lançaram ao contrário. Imagino que tenham tido algum propósito. Confesso que gostei mais assim.

Nightmare of the Wolf é uma prequela. Até à primeira temporada. É uma história de origem. Não tanto de Geralt, mas de Vesemir, o personagem mentor que aparece na segunda temporada. E foi fixe conhecer o antes, depois do actual.

E se isto não fizer sentido... Bem, está em linha com algumas partes deste universo.

sexta-feira, fevereiro 25, 2022

Inside Man


Confirma-se. Continua a ser um belo filme do Spike Lee. Mesmo que a existência de Denzel, em todo o processo, continue a ser um mistério.

Nao sei se precisava de tanta coisa na parte final. Percebe-se que alguém continuará a investigação. Não precisava ver detalhes. Ainda para mais quando mostram que foi feito meio com os pés. Tudo o resto é uma bela construção.

Ten Inch Hero


Uau!

Não sei que tinha fumado quando vi este filme e achei que o deveria guardar. OK, tive uma panca tanto pelo Patrick Flanery, como pela Danneel Harris (quando ainda não era Ackles). E sim, ambos aparecem em tronco nu aqui, mas...

Vamos lá ver, o filme é fofinho. E muito mais coisas na vida deveriam ser tão puras quanto aparecem aqui. Em especial confiar nas pessoas porque sim, não assumir logo algo de errado se uma desconhecida desenha uma menor na praia, sem pedir autorização. Por exemplo. Estranhamente, Ten Inch Hero tem uma excelente nota no IMDb. Aparece inclusive em algumas boas listas. Mas é tão cringey em tantos momentos...

Poderá ser uma questão de distanciamento temporal. Aos olhos de hoje já não tem o mesmo efeito. É estranho.

quinta-feira, fevereiro 24, 2022

Supercool


É muito complicado perceber a mensagem deste filme. Porque passa-se um pouco de tudo, em vários momentos.

Há um adulto que tem relações com várias mulheres atraentes, algumas vezes ao mesmo tempo, e diz que o melhor aniversário da vida foi o que passou com um adolescente, a ser perseguido pela polícia. Toda a gente assedia um adolescente atraente. TOOODA a gente. Há uma festa gigante para gays, com algumas particularidades semelhantes à festa do Eyes Wide Shut. Os dois adolescentes obtêm viagra dum dealer estudante universitário (que mais parece pai dum), por troca de estarem presentes no quarto, enquanto o dito dealer tem relações com a namorada. E um adolescente vomita em cima da moça de quem gosta, à frente de toda a gente, mostra-lhe a BD obscena que desenha, onde tem interações (apenas verbais) bastante pornográficas e parvas com ela, e mesmo assim a moça acha-lhe piada. Ah, e tem produção Finlandesa.

É um filme esquisito. É o que tento dizer.

PS - Este miúdo agora faz todas as comédias de adolescentes? Se tiver de ser, seja. Não me faz confusão. Só queria confirmar.

terça-feira, fevereiro 22, 2022

Comet


Ando a rever algumas coisa que tinha guardadas. Este e o anterior, por exemplo. Porque se os guardei é porque têm qualquer coisa. Só que já não me lembro que coisa era essa. A verdade é que já não me lembrava de filmes como Comet ou Five-Year. E se não os tivesse guardado, dificilmente os voltaria a ver. Logo, suponho que tenha servido o propósito. Mesmo que agora já não tenham tido o mesmo impacto.

Sei porque gostei de Comet da primeira vez que vi. Não o conhecia então, mas é realizado pelo tipo que viria a criar o Mr. Robot. E nota-se muito que é dele. Muito mesmo. Mas também se nota que é um primeiro exercício. Um projecto não tão maduro. Mais ingénuo. Também mais pessoal, na verdade. Admito que, na altura, achei super inteligente. Quase dez anos depois acho algumas coisas mais arrogantes ou pretensiosas, que propriamente inteligentes. É sempre assim, não?

Uma coisa é certa. O cabelo de Rossum continua a impressionar-me.

The Five-Year Engagement


O elenco deste filme é qualquer coisa de ridículo.

Esta comédia romântica tem dois A Listers (Pratt e Hart), duas presenças constantes nas listas de prémios anuais (Blunt e Weaver), uma data de cómicos de renome em papéis secundários (Kaling, Park, Parnell, Shannon, Nanjiani), para além da filha da Melanie Griffith e do Don Johnson, e o maluquinho do Notting Hill. Hoje em dia não seria possível fazer este filme, com este elenco. Não haveria orçamento possível para tal coisa. Nem seria possível conciliar algumas agendas.

Five-Year continua a ser tão engraçado como da primeira vez que o vi. Esta altura terá sido, talvez, o auge de Segel. Quando andava a escrever e ser estrela de alguns filmes bastante bem sucedidos. Não que tenha desaparecido completeamente nos últimos anos, mas já não é o tipo popularucho do HIMYM. De qualquer modo, Five-Year vê-se bastante bem. Mais que não seja, por ser possível ver o Pratt engraçado e simpático, pré-mega fama. Fica a dica.

domingo, fevereiro 20, 2022

Sex Appeal


Tenho condições para falar deste filme? É seguro? Estou como o personagem do jock neste filme. Cheio de medo de dizer o que seja, que possa ser usado contra mim, mais à frente. Convenhamos que isto é sobre sexo entre adolescentes. E a criação duma app que ajuda a ter bom sexo.

Já disse demasiado. No parágrafo anterior estão maior parte das palavras que podem meter-me em apuros. Não, não. De mim não tiram mais nada.

The 355


Juro que não percebo como é que alguém continua a dar trabalho a este gajo. Pior, há actores que trabalham com ele e, mesmo depois desse projecto implodir, querem trabalhar com ele novamente. Sim, estou a olhar para ti, Chastain!

Sinal básico que ele simplesmente não pensa nas coisas é o título do filme, por exemplo. Basta isso. 355 acaba por ser apenas uma referência no final. Alguém diz «lembras-te da história da agente 355?» e é isso. Nem é muito elaborada. Eu só sei mais por causa doutra obra de ficção, que tem uma personagem chamada 355. É assim que o filme tem este nome. Porque alguém o refere num segundo da cena final. Tem algum impacto no enredo? Nada. É importante na cena? Zero. Ela até podia referir a história do Armageddon. Ia dar ao mesmo. Implica que alguma das moças vai passar a ser a nova agente 355? Não é referido. Alguém tem alguma coisa a ver com a história da 355? Dois personagem ouviram falar na academia da CIA.

Pois.

Quando digo que «ele» faz isto ou aquilo, refiro-me também à demais equipa, entenda-se. Isto é como o futebol. Muitas vezes culpamos um treinador pela derrota, mas estão onze outros tipos em campo. Filmes não são feitos apenas por uma pessoa, como gostam de dizer nas mensagens anti-pirataria, hoje em dia. Mas há uma figura representativa. O gajo que manda e decide. Invariavelmente os louros, ou as críticas, vão para quem está à frente do projecto.

Na verdade - e voltando ao início deste post -, a culpa reside verdadeiramente no estúdio que contrata este palerma para fazer o que seja. Não é preciso ser vidente para perceber que dificilmente realizará um sucesso. E se fico chateado não é por haver um tipo mau, que faz filmes fracos. O que não faltam por aí são realizadores maus e eu até consigo gostar de filmes fracos. Muitas vezes são divertidos, mesmo que não tentem ser. O que me chateia é potencial desperdiçado. É ter um bom plantel, uma boa estrutura ou um bom treinador, e não conseguir ganhar nada. Sim, estou a olhar para ti, Benfica 2019-22. A ideia duma organização feminina que arreia porrada parece-me muito interessante. E o elenco deste filme é bastante bom. Este filme, o que o tipo fez, é uma trampa. E assim vai mais uma boa ideia chegar ao final da temporada e não ganhar títulos.

Ups. Já estou a confundir demasiado os assuntos. Melhor ficar por aqui.

sábado, fevereiro 19, 2022

22 Jump Street


Passaram oito anos. Até posso dar um bocadinho de desconto por causa da pandemia. Seis anos, vá. Vamos dizer que são «só» seis anos sem uma nova sequela. É grave. Não é como se faltassem ideias. Os créditos finais estavam cheios delas. Era só pegar numa e fazer a mesma coisa. Como foi para o 22, podia ser para o 23, 24, 25... Por aí fora. Sempre «a mesma coisa». Mas não. Temos de viver num mundo sem 23 Jump Street. Aliás, um mundo sem um filme que ligava este Jump Street com o MIB.

Não sei. Foi algo que se falou, a certa altura. Não faz sentido nenhum, bem sei. Terá sido uma ideia dum qualquer broado, ou grupo de broados. Teria sido engraçado de ver. Só que não. Nada disso. Vivemos num mundo desprovido de tudo o que é bom.

21 Jump Street


Andava com vontade de rever estes filmes. Por incrível que possa parecer, não estão nos principais serviços de streaming. Quem anda a falhar nas contratações? Quero nomes.

Porque posso dizer que, pelo menos este, continua a ser especialmente parvo e divertido, tudo ao mesmo tempo.

terça-feira, fevereiro 15, 2022

I Want You Back


- Eu do Passado, acabei de ver uma boa comédia romântica.
- Viste um filme antigo, foi?
- Não. É deste ano.
- Qual ano?
- 2022.
- OK, primeiro que tudo, já há carros voadores?
- Man, as pessoas recusam vacinas gratuitas que podem salvar vidas, cada vez votam menos, e há ameaças de tiroteios em escolas.
- As pessoas continuam estúpidas. E o Benfas?
- Não queiras saber.
- OK. Bom saber que nada mudou. Voltando atrás. Sempre é possível continuar a fazer boas comédias românticas. Fixe. Quem fez?
- A Amazon.
- O site... das compras?
- Yup.
- Com quem?
- O site de compras online fez uma comédia romântica, com o tipo da voz irritante do Sunny in Philadelphia, e a irmã irritante (mas com piada, atenção) do Parks and Rec.?
- Correcto.
- E é um bom filme?
- Sim. Ah, e tem o filho do Clint Eastwood.
- OK, I'm out.

Frequently Asked Questions About Time Travel


Não me lembrava de quase nada. Um par de detalhes, eventualmente. Em especial quando começa a cena no bar. Mas é estranho estar tão a zeros, no início. É que o filme é bem giro. Algo confuso, talvez, mas imaginativo e com piada.

Ajuda ter O'Dowd no auge da sua nerdice. Ele aqui ainda andava a fazer o IT Crowd, talvez até antes da série ter explodido. Tem ainda o ar inocente de quem não foi estragado por Hollywood.

Agora, a grande questão é: como estamos de sequela?

PS - Este poster é miserável e não faz jus ao filme. Não fizeram melhor, infelizmente.

domingo, fevereiro 13, 2022

Marry Me


Tudo super credível, claro. A começar por uma cantora super famosa, cheia de dinheiro, apoios, seguidores e staff, não ser uma completa e absoluta diva. Passando por um professor de matemática ser minimamente interessante, ou carismático sequer. (inserir aqui smiley a revirar os olhos)

É o que é. Mas sendo isso e não tendo pretensões a ser mais. É honesto, e não é mau no que tenta ser. Tendo em conta o que por aí anda, mais não se pode pedir.

The Fallout


Eu disse que o tema estava em voga. Chiça, até em Portugal isto ameaça acontecer.

Parece piada mas, lá está, torna-se mais e mais real, quanto mais perto se estiver. Só estes miúdos sabem o que é passar por um trauma assim. Igual a ter estado numa guerra. Igual a sobreviver a um acidente de carro, ou uma queda dum avião. É algo intenso por demais. E não é como se fosse igual para todos. Como com tudo, lidar com a perda, o trauma ou até a alegria extrema, varia de pessoa para pessoa, dependendo também do que os rodeia.

É f0d1d0. Para todos os envolvidos. Se ao menos houvesse uma solução, uma forma de evitar que acontecesse tantas vezes...

sexta-feira, fevereiro 11, 2022

American Underdog


Quem não gosta duma boa história dum underdog? Até acho estranho não ter sido contada mais cedo. OK, até há relativamente pouco tempo o homem ainda estava a jogar. Quer dizer, sempre serão cerca de nove anos desde que se retirou. Chiça, que o tempo passa depressa. 1999, ano em que se estreou, não foi há pouco tempo?

O homem fez por isso. Ganhou uns títulos. Mereceu destaque e adulação. Foi um bom jogador. E agora tem um filme a narrar a sua história. Ainda por cima vê-se interpretado pelo Zachary Levi, que é um fofinho. Pode dizer-se que ganhou.

quinta-feira, fevereiro 10, 2022

Mass


Curiosidade. Mais mórbida do que sabia ter tido. O conceito é simples. Demasiado simples. São quatro pessoas numa sala, à conversa. Houve uma tragédia. Como é que se estica um filme por quase duas horas, com uma premissa tão simples? Era a minha curiosidade. E é bem sabido o que acontece a quem tem demasiada curiosidade.

Mass é um murro no estômago tremendo. Cada vez há mais filmes sobre esta temática, de malta a lidar com uma dor tão grande... Como é que se lida com algo assim? Eu não quis estar a assistir ao que se passava dentro daquela sala, quanto mais pensar em estar dentro daquela sala. Que terror.

terça-feira, fevereiro 08, 2022

Annette


Adam Driver é um cómico famoso, que não tem piada nenhuma e roça a depressão (a parte realista). Marion Cotillard é uma cantora de ópera também muito famosa, que é dobrada na parte da cantoria «operática». Casam, aparecem muito nos meios sociais e têm uma filha que, visualmente, mais parece da família do Chucky. A partir daí é sempre a descer. Se bem que nunca esteve particularmente muito elevado. É um musical. Experimentalista. Algo esquisito, alguns diriam.

Eu. Eu disse que é esquisito. E é, convenhamos. Não serei o único a achar.

sábado, fevereiro 05, 2022

Book of Love


Confere. Está tudo aqui. Se dúvidas houver, por aí, de como funciona o mundo literário, está tudo neste filme.

Sam Claflin escreve um livro que, em seis meses, é metido em promoção de «compre 1, leve 3», porque só vendeu dois(!) exemplares. Isto em Inglaterra, porque entretanto foi traduzido e publicado no México, onde está a ser um grande sucesso. Faça-se notar que o autor não sabia que o livro tinha sido lá publicado e é a editora britânica que o manda para o México, em tour de promoção. A que propósito uma editora compra direitos dum flop estrangeiro não é revelado.

Chegando ao México e ainda bastante surpreendido com tudo o que se passa, Claflin sai directamente do aeroporto para a primeira sessão. Não é como se tivesse acabado de fazer um voo intercontinental, convenhamos. É a tradutora - mais a restante família, de avô e filho - que transporta o autor no seu carro velho. Incluindo uma viagem de dez horas, por estradas de terra. Depois da primeira sessão, o editor junta-se ao grupo. Carro velho cheio e viagens longas. Sonho. Mas voltando à primeira sessão, Claflin descobre que a tradutora fez um pouco mais do que traduzir. Reescreveu o livro todo. Meteu-lhe sexo em todas as páginas, tornado o livro numa telenovela.

A editora britânica, durante esta tour de três dias, procurando ganhar com a popularidade da «edição estrangeira», traduziu o livro de Espanhol para Inglês novamente e «reeditou» esta versão. Numa semana. Ao fim da qual o livro estava a ser um enorme sucesso em Inglaterra. Reforço: sim, é exactamente assim que tudo isto funciona.

Graças ao sucesso em ambos os países, a editora encomenda um segundo livro, desta feita escrito pelos dois. Trabalhando juntos todos os dias acabam por apaixonar-se. Eu sei. Chocante. Mas, mais uma vez, muito real. Praticamente todas as colaborações literárias levaram a isto. E não acho que esteja a spoilar nada de mais, porque o melhor vem no final, com a apresentação do novo livro no México.

Muitas vezes perguntaram-me que fazia no trabalho. Vejam este filme. Está tudo aqui.

quinta-feira, fevereiro 03, 2022

Next Stop Wonderland


A nostalgia continua. Filmes românticos com Hope Davis também. Será que vi uma lista de filmes dos anos 90, ou uma lista de filmes com ela? Foi de lá que saquei os nomes dos últimos vistos. Mas já não faço ideia onde «lá» é, por muito particular e especial que seja.

Philip Seymour Hoffman acaba a relação com Davis, numa atitude que fará tanto sentido como maior parte das decisões do meu clube, nos últimos anos. Agora que penso no assunto, isto poderá não ser só uma coincidência. Os anos 90 foram repletos de magníficas decisões também, ao nível do que está a acontecer. Mas, voltando ao filme, Hope decide ficar sozinha por um tempo, pois não acredita em destino, relações ou sequer no amor. Até que conhece um cavalheiro, na última cena do filme.

É assim que sabemos que é amor a sério, do verdadeiro. Não precisa ser visto. Quer dizer, era fixe ver um bocadinho da relação que o filme insinua o tempo todo. Só naquela. Terá sido por isso que as pessoas terão comprado bilhete para ver. Não?

quarta-feira, fevereiro 02, 2022

Safe Men


Não sei. Suponho que esteja a ter uma crise de (quase) meia idade. Ando a repescar filmes dos anos 90, à procura de... Sei lá. Conforto. Tentar ver tempos mais simples, suponho. Pelo menos para mim. Os 90s tiveram muito de problemático, como qualquer década. Claro.

Não tenho ideia de ter visto Safe Men, na altura. O que é estranho. O elenco é qualquer coisa. Ruffalo, Zahn, Giamatti, Rockwell e ainda Dinklage num papel secundário, mas sempre com pinta. Acontece que, afinal, não perdi grande coisa. Dizer que o enredo é absurdo é ser bastante simpático.

The Daytrippers


Hope Davis - essa estrela dos anos 90, entretanto quase esquecida -, descobre uma carta de amor supostamente dirigida ao marido. Num acto natural para algumas pessoas (insanas, no meu entender), Hope envolve toda a família. Mostra-lhes a carta e procura explicações possíveis ou, pelo menos, verosímeis. Decidem confrontar o marido. Vivem nos subúrbios e ele trabalha em Nova Iorque. Vão passar um dia à cidade, os pais, ela, a irmã e o namorado da irmã, que escreveu um romance onde um tipo nasce com uma cabeça de cão, com muito para dizer sobre a sociedade.

O filme tem alguns momentos curiosos e surpreendentes. Em especial no final. Hoje em dia seriam ocorrências banais mas, para finais de anos 90, não estavam nada maus.