domingo, janeiro 29, 2023

The Amazing Maurice


Dois filmes num dia? Que insanidade. Até estou tonto, tamanha a emoção.

Amazing Maurice é uma espécie de universo Shrek. Animais falam, há magia e um quebrar de quarta parede constante. Não só existem fábulas neste mundo, como certos personagem conhecem essas histórias e têm noção que fazem parte dela ou doutra.

Esquisito? Não é tanto. Eu é que não estou a fazer grande trabalho de explicar. Não sendo brilhante, Maurice vê-se bem, apesar do raio do gato falante não ser tão personagem principal como o título pinta. Convenhamos que gatos sempre vendem mais que ratos.

Tirando o Ratatouille.

Everyday People


Filme simpático sobre as histórias duma data de gente com as suas vidas ligadas, duma forma ou doutra, a um restaurante em Brooklyn. São histórias humanas, com alguma substância.

É curioso. Vê-se mais desenvolvimento de personagens nestes pequenos filmes do que em mega blockbusters, onde o guião é trabalhado por equipas de pessoas. E é por isso que filmes de baixo orçamento terão sempre mais coração que qualquer blockbuster. Nenhum dos dois é melhor ou pior. Interessa apenas o que se quer tirar de cada um deles.

sábado, janeiro 28, 2023

White Noise


Não sei bem que pensar. Não, não é verdade. Sei bem o que acho deste filme. Acho-o pretensioso e a tentar ser coisas que não fazem grande sentido. Mas eu não sou um rapaz muito esperto. O mais provável é, simplesmente, que o filme ultrapassa-me. Não é para gajos como eu, que preferem filmes da Amazon Prime aos da Netflix.

Sim, dêem-me a J-Lo semi despida, de caçadeira na mão, em vez dum Driver gordalhufo e com penteado dos anos 80, com uma mini-pistola na mão. Por favor e obrigado.

sexta-feira, janeiro 27, 2023

Shotgun Wedding


Primeiro filme visto de 2023 e não foi nada mau. Aliás, foi até bastante divertido. Por norma os primeiros filmes do ano, de Janeiro, costumam ser uma valente trampa. Porque é o refugo que não coube em mais lado nenhum no ano anterior. Claro que esta realidade está a mudar com o streaming. Sendo verdade que as pessoas não quererão ir ao cinema neste mês frio e, por norma, em que estão mais pobres, a verdade é que podem então ver perfeitamente filmes em casa.

Shotgun Wedding tem tudo o que se pode querer. Um elenco cheio de malta divertida, nunca sabemos bem para onde a história vai, a J-Lo a soltar a franga e estando meio all over the place, e com várias cenas genuinamente com piada.

É mais um filme porreiro feito pela Amazon, continuando mais um ano a sua senda de ser o serviço de streaming com os melhores filmes originais.

quinta-feira, janeiro 26, 2023

Mijn Vader is een Saucisse


Ik heb nog een niveau van de cursus Nederlands afgerond, dus moest ik op de laatste dag nog een film kijken. En het is OK. Het is een goede manier om een cursus af te sluiten. Het is niet de reden waarom ik de cursus volg - ik heb geen hulp nodig bij het kijken van films - maar het is een goede manier om te leren. Dit was wat ik deed toen ik een kind was en Engels leerde. Het was een grote hulp. Misschien is het beter voor mij om meer Nederlandse films te zien. Misschien zou mijn Nederlands dan beter worden.

Nu, de film was leuk en sympathiek. Ik zie dit soort films graag. Heb ik alles begrepen? Meer dan de vorige keer. De acteurs spraken niet te snel en ik heb dit soort verhalen al vaak gezien. Maar ze hoeven niet origineel te zijn. Ze moeten hart hebben. Emotie. En Mijn Vader is een Saucisse heeft dit veel. Het was een goede film.

--//--

O pai é uma salsicha. É preciso explicar mais? Quer ser actor. Não quer trabalhar mais num banco. E a filha ajuda-o a ser uma salsi... um actor. Não é para isso que se tem filhos ou filhas?

quarta-feira, janeiro 25, 2023

The Banshees of Inisherin


- [...] you didn't say anything to me. And you didn't do anything to me.
- That's what I was thinking, like.
- I just don't like you no more.

E com isto faz-se um filme, com o Gleeson chateado com o Farrell. Tudo numa ilha à costa da Irlanda, numa povoação na ordem das dezenas, provavelmente. Também há o realizador que fez outro bom filme com os dois, vá. Uma espécie de reedição duma dream team de filmes com momentos profundos e profundamente parvos.

Sempre tive fascínio por ilhas. E ver Gleeson a viver numa casota por cima da praia, com mais nada à volta - por muito que seja uma casota reles - leva-me a níveis de inveja elevados. Quase que faz-me lamentar todas as decisões que tomei na vida. Quase. Mas a verdade é que não anseio por uma vida em ilhas nos tempos de outrora. Convenhamos que dá-me jeito ter algumas «modernices». Um volume decente de livros e talvez um qualquer aparelho com Internet. Um pouco de entretenimento, no fundo, que isto de olhar para beleza natural não enche a alma por completo.

segunda-feira, janeiro 23, 2023

Darby and the Dead


Esta premissa apareceu antes. Mais que uma vez, creio, embora não consiga precisar. Não deixa de ser interessante, atenção. Alguém consegue ver mortos e ajuda-os a seguir em frente. E é engraçado serem miúdos e não a Whoopy do Ghost.

Sim, sim. É também a premissa do Sexto Sentido, mas sem a parte aterradora. Os miúdos hoje em dia estão mais preparados para o fora do normal, parece-me. Os de hoje não reagiriam como o Osment, precisamente porque viram o que fez de errado. São pessoas mortas, caramba. São espíritos sem matéria física. Não há muito que possam fazer aos vivos.

Depois o resto passa pela execução. E aí, ainda nenhum filme conseguiu bater o Sentido. Esse vai ficar para a história. Darby é o filme que teve umas piadas giras, mas tem um plot line a envolver a mãe da miúda que é só parvo e, honestamente, estraga bastante o visionamento.

sexta-feira, janeiro 20, 2023

Amsterdam


Muita gente queixa-se que estes «grandes» filmes não têm o sucesso de outrora no cinema. Essa gente acusa os blockbusters, os filmes da Marvel et al, as sequelas, prequelas e reboots, de roubarem o público do «verdadeiro» cinema.

Eu entendo as pessoas não terem ido ao cinema ver Amsterdam. Porque, para além de quase nada passar-se na cidade dos canais, este filme é um bocado mamado dos cornos. Há cenas em que os personagens ou, em concreto, o personagem do Bale, está sob o efeito de narcóticos e parece que vemos a coisa pelos seus olhos distorcidos. Contudo, há outras cenas em que não é o caso, mas mesmo assim parece que estamos nós sob o efeito de alguma coisa, dado o esquisito que algumas cenas são. (Não estava sob o efeito de nada quando vi o filme, juro.)

Tenho lido algumas coisas sobre o realizador, que também escreveu o filme. Polémicas, no fundo, de conflitos entre ele e os actores. Uma delas é bastante conhecida, quando ele e Clooney andaram à porrada nas filmagens do Three Kings. Há mais casos, bastantes mais. O que apraz-me dizer é que, tendo em conta este filme, parece-me que o homem tem um fusível queimado. E o que surpreende não é que tenha menos gente a ver os seus filmes. Não, o que surpreende é como, apesar de todas as polémicas, tem tanto talento nos seus filmes. Isso é, no meio de tudo, o que não faz sentido algum.

quinta-feira, janeiro 19, 2023

Hollywood Stargirl


É bom que façam filmes fofinhos. O mundo precisa de filmes e histórias fofinhos. Todos nós precisamos. Não, não são particularmente fascinantes. Convenhamos que, bem espremido, não acontece nada nestes filmes. Porque tudo sucede fácil e naturalmente. Não há grande conflito.

Mas não temos já conflitos suficientes na vida?

quarta-feira, janeiro 18, 2023

Puss in Boots: The Last Wish


Estranhamente esta sequela dum spin-off duma série de filmes que teve, por si só, demasiadas sequelas, não foi horrível de se ver. Parecendo que não, é um grande elogio. O elenco é simpático e misturam-se bem. Há um lado latino, um britânico e depois temos o Mulaney como mau da fita. Hum... Os Americanos agora são os vilões? Curioso este desenrolar de acontecimentos. Mais, a animação está muito boa, com uma miscelânea creativa de estilos.

Parabéns. Não foi nada mau passado este Shrek... 5? Ou 6?

sábado, janeiro 14, 2023

RRR (Rise Roar Revolt)


Posso ter ficado sem filmes Star Wars para ver, mas não quer dizer que tenha ficado sem filmes épicos para ver. E «épico» será uma boa palavra para descrever RRR. Haverá outras, por certo. Muitas mais. E se este filme precisa delas. De todas elas. Até talvez uma língua delas não chegue. Talvez precise ser descrito com mais palavras. De mais línguas. De todas as línguas.

...

OK, calma. Respira. Fui longe demais. Também não é o supra-sumo do cinema. O filme é muito divertido. Tem três horas, mas tirando ali uns dez ou quinze minutos depois das 2h30, em que a coisa abranda demasiado, tudo o resto vê-se muito bem. Não se dá pelo tempo a passar. Estão sempre a acontecer coisas e, mais que não seja, a falta de sentido de algumas delas faz-nos continuar muito atentos a tudo.

É uma senhora história, cheia de voltas e momentos difíceis de entender, quanto mais de descrever. Percebo a atenção que teve o ano passado. Percebo porque aparece em boas listas. Faz sentido.

sábado, janeiro 07, 2023

Solo: A Star Wars Story


Era o que faltava. Quer dizer, podíamos sempre ver os filmes com os Ewoks, feitos nos anos 80. Verdade. E até poderia ser divertido mas, mesmo assim, fugiria um pouco a este objectivo que procurámos alcançar. No fundo, educar a minha senhora na melhor saga no espaço de todos os tempos.

Sobre o filme em si tenho pouco a acrescentar. É o que é. Custa ver? Nada disso. Ganha-se muito em vê-lo? Não especialmente. Toda a gente está bem. Há inclusive bons novos personagens. Tem momentos de puro entretenimento. O elenco é óptimo. E, batendo numa tecla em que bati recentemente, o filme foi escrito por Kasdan, alguém conhecedor do universo. Por muito que tenha havido troca de cadeiras no papel de realizador, não é como se o resto da equipa não soubesse o que estava a fazer.

Desta feita achei o último volte face bastante fajuto. É daquelas coisas em que quanto mais se olha, mais se vê as falhas. E foi curioso ver a minha senhora indignada com o regresso de Maul. Não tenho a certeza, mas acho que também fiquei da primeira vez que vi. Porque sim, é horrível esta coisa de acontecerem coisas importantes nos «bastidores». Sei que é para verdadeiros fãs. Sei que não cabe tudo no principal. Percebo a indignação, de sentir-se ludibriada com um suposto momento épico, só para afinal numa série de animação terem repescado o personagem. Independentemente de terem dado um bom arco de história, bem melhor que no filme, a Darth Maul.

Venha o... Sei lá. Suponho que vamos ver umas séries. Não há planos concretos de novos filmes. Sei lá quando voltarei a ver Star Wars no cinema.

Agora fiquei triste.

quarta-feira, janeiro 04, 2023

Rogue One


Não estava a contar rever este tão cedo, mas aqui estamos. Depois da nonalogia foi só seguir em frente para a «melhor próxima coisa».

E foi bom. Creio que será sempre bom. Ajuda que Andor elevou a fasquia. Ajuda que esta fase esteja, muito bem, a ser narrada por um tipo com A) respeito pelo conteúdo original e B) vontade de acrescentar a este. Volta a haver esperança. Tanto na galáxia longe, mas longe daqui, como no mundo real. Em relação a Star Wars, entenda-se, que o resto...

Não há muito mais a dizer. Alonguei-me demasiado com os outros. Em relação a Rogue One é muito simples: se gostas de Star Wars deves ver este filme.

Star Wars: Episode IX - The Rise of Skywalker


Babu Frick é o maior! Não literalmente. Quer dizer, não sei como é o resto do seu povo. Será Babu uma viga entre os conterrâneos? Será o poste ou o base, duma equipa de cinco de basquetebol? Ou estará simplesmente dentro da média de altura no seu planeta? Tudo questões que deveriam ter sido aprofundadas neste filme. Mais uma vez é a Disney e o Abrams a não respeitarem os desejos e interesses do público.

Piadas à parte, o filme continua a ser divertido de se ver. Para mim. Acontece que agora, sem a excitação da novidade, sempre que houve uma paragem na acção desenfreada, viam-se as rachas. Viam-se as falhas na narrativa, no desenvolvimento dos personagens e na falta dele noutros, neste projecto de fazer algo com a saga Skywalker. Talvez o problema tenha sido mesmo esse. Que fazer com uma saga fechada, mas que toda a gente quer ver mais? Eles bem que tentaram fechar a coisa. E admito que era uma tarefa quase impossível, de terminar a história de todos os personagens que gostamos de forma a agradar toda a gente. Mas ter a Leia a sobreviver a la Mary Poppins, só para depois deitar-se e desaparecer... Ter o Luke a não querer ir para a guerra, só para depois fazer um sacrifício no final, que seria evitável se tem aparecido antes. Ter o R2D2 encostado só porque há um droid mais giro e rentável...

OK, esqueçamos a forma. É verdade, a morte de qualquer um destes personagens seria sempre custosa de ver. Mesmo se lhes dessem um final feliz de morrerem de velhice numa quinta, rodeados de família e animais, seria penoso. Consideremos apenas o legado. O sacrifício que estes personagens fizeram para que a Galáxia fosse um sítio melhor. Foi o que disse no último post. Entrámos nesta trilogia como se o que aconteceu na trilogia original não tivesse acontecido. Acedo que não é com uma batalha que se ganha a guerra, mas foi o que nos foi vendido em Return. No entanto, o Imperador passou a ser o Supreme Leader e o Império passou a ser a New Order. E os rebeldes continuaram a ser um pequeno bando de «pobres e mal amados». Sei que uma revolulção demora o seu tempo, mas nada mudar duma trilogia para a outra pareceu simplesmente incapacidade em conseguir criar algo novo.

Felizmente o que temia no post sobre este filme, da primeira vez que vi, não se comprovou. Sim, houve muito projecto cancelado, mas Star Wars está bem vivo e recomenda-se. Está é num formato menos expectável e que, a longo prazo, dá menos dinheiro. Porque é que a última parte é importante?: porque sem rendimentos não há novo investimento. Logo, Star Wars precisará sempre de filmes para sobreviver. Precisa do lucro de bilheteira e merchandising. As séries não chegam. Agora só é preciso que deixem a saga Skywalker em paz e consigam fazer algo novo e bom. Apenas isso. Será assim tão complicado?

terça-feira, janeiro 03, 2023

Star Wars: Episode VIII - The Last Jedi


Temia rever este filme. Temia pender. Tanto para um lado, como para outro. Quando vi pela primeira vez, não gostei. E sim, a verdade é que foi o sentimento fan boy de achar que alguém está a brincar (mal) com os meus brinquedos. Rian Johnson fez algo diferente, e essa diferença custou-me. Ele tinha uma visão que não é a minha. Por norma respeito. Quem está no lugar do condutor é que deve decidir o caminho. Com Star Wars custa-me aceitar isso. Assumo que será um defeito meu e de muitos fãs. Ao rever Last Jedi não pendi para nenhum lado. Poderá não ter custado tanto de rever como previa, mas a verdade é que continuo a achar o pior episódio de todos. Porque sinto-o falso. Sinto que não pertence aqui. Era e continua a ser legítimo querer fazer algo diferente longe da «saga Skywalker», chamemos-lhe assim. O Gilroy fez isso com Rogue One e está a fazê-lo com Andor. Mandalorian idem. Um episódio dentro da nonalogia não é o espaço para essa quebra. Queremos ver esta história, destes personagens, até ao fim. Noutros «cantos» da galáxia queremos ver outras coisas. Não me parece ser um pedido tão estapafúrdio.

Posto isto, e analizando um pouco esta última trilogia - embora falte ver o último episódio -, estes filmes foram um bocado o cuspir na Resistência que batalhou para ganhar em Yavin. Da mesma forma que o Luke atirar o sabre por cima do ombro, em desdém, foi o Johnson a cuspir na cara de quem veio antes, como que dizendo «tou-me a c@g@r para onde queriam levar a história, eu vou pelo meu caminho». Isto porque tivemos na trilogia original a Resistência a batalhar para derrubar o Império, culminando na festa que foi o Return of the Jedi. Tudo para em Force Awakens vermos que está tudo na mesma, que foi tudo em vão. E Last Jedi quase que mete os últimos pregos nesse caixão.

Entendo que seja difícil criar um novo conflito depois do final quase perfeito que foi a batalha em Endor, mas mostrar que foi para nada... Custa ver isso. Tira protagonismo e mérito ao que foi feito na trilogia original. Acima de tudo é que sinto ao ver estas sequelas, por mais que sejam entretidas de ver (e são), assim como muito, mas muito bonitas (sem dúvida).

Falta um e depois caminhamos para outras zonas.

segunda-feira, janeiro 02, 2023

Star Wars: Episode VII - The Force Awakens


O BB8 tem mais carisma e é mais expressivo que o Anakin nas prequelas. Tenho dito.

Toda a gente refere sempre este ou aquele realizador, como sendo responsável por tudo de determinado filme. No caso, J.J. Abrams foi louvado e criticado por muita coisa. Mas o pessoal esquece-seque este filme foi escrito pelo Kasdan. E incluo-me neste «pessoal», atenção. Só me apercebi agora ao ver o nome dele nos créditos. Kasdan escreveu para a trilogia original. Logo, não se pode falar assim tanto de desmazelo, ou falta de noção do que aconteceu nos outros. Ou se calhar pode. O Kasdan será um velho de memória esburacada, com medo de usar a Internet para pesquisar coisas. Talvez seja isso.

Dê por onde der, seja como for, este remake do Star Wars original é muito entretido de se ver. Senti-o da primeira vez que vi, e sinto-o agora novamente. Estamos sempre presos à história e há sempre coisas a acontecer. Foi demasiado fan service. Concordo. É um problema dos tempos que correm. Contudo, tendo presente a realidade de quando este filme saiu (muito tempo sem filmes Star Wars, etc.), continuo a achar que foi uma boa execução. Podia ter sido melhor. Claro. Pode sempre. Há muito potencial desperdiçado. Sem dúvida. Houve coisas que não foram feitas da melhor forma. Certo. Mesmo assim, acho que foi um bom início, um bom regresso.

Já o que vem a seguir...

domingo, janeiro 01, 2023

Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith


Não tinha reparado nas outras vezes que vi este episódio, mas o pacing do último terço é miserável. Se calhar reparei e esqueci-me. Ou então reparei e decidi ignorar. Mas é bastante provável que tenha sido distraído por todas as implicações que as últimas cenas tinham. Eram conhecidas, claro. Mas uma coisa é saber de algo, outra é ser confrontado com o desenrolar dos acontecimentos.

De qualquer modo, demasiado ocorre aos tropeções. Desta feita senti que podiam ter feito outro filme só com o último terço. Porque as viagens foram demasiado rápidas e muito aconteceu de forma desproporcionada. Tomemos o Obi-Wan como exemplo. Num momento está a despachar o Grievous na orla mais distante da galáxia, logo após é atacado na sequência da Ordem 66, e na cena seguinte está no centro da Galáxia, só para voltar a sair para Mustafar, também longe. Anakin mal teve tempo para despachar os Separatistas e Obi-Wan andou para trás e para a frente, teve reuniões com o Yoda, fez uma mensagem a avisar os Jedi sobreviventes para não voltarem ao Templo Jedi, viu imagens do Anakin a matar uma data de miúdos, fez as compras, cortou as unhas, passou a roupa a ferro, entre mais algumas coisas.

O filme continua a ter algum impacto, mas já não foi a mesma coisa, curiosamente. É estranho. Este foi dos que gostei mais, na altura. Talvez as outras coisas tenham estragado. A Ordem 66 foi melhor interpretada em Clone Wars, Bad Batch ou até Mandalorian, por exemplo.

Bem, agora vem a nova trilogia. A mais recente, entenda-se. Começo a sofrer por antecipação. Não vai ser fácil ver o VIII, a verdade é essa.

Star Wars: Episode II - Attack of the Clones


Continuo a gostar deste episódio. A sério que gosto. Mas depois de ver Clone Wars e outras coisas que abordam a posição dos Jedi nesta guerra, no começo dela, faz-me cada vez menos sentido algumas decisões aqui tomadas.

O concelho Jedi sabe que o exército de clones foi criado sem o seu conhecimento. Ou do senado. Por pessoas que claramente tinham os seus propósitos. Por que carga d'água estariam OK em usar o dito exército? Eu sei que foi por necessidade. Em especial na batalha que vemos neste filme, em Geonosis. Ou era isso ou perder. Mas depois fazem uma guerra inteira sem investigar melhor a origem dos clones? Ou as acusações do Dooku, que um Sith controlava o senado? Nada. Deixaram tudo rolar, achando que bastava serem Jedi, que tudo correria bem. Acabaram vítimas da sua própria soberba e arrogância. E OK, sim, da fé na força. Mesmo assim.

Adianto-me. Ainda falta um episódio das prequelas. Vamos a isso.

Star Wars: Episode I - Phantom Menace


Acabámos o ano anterior da melhor forma. Começamos o novo da... forma.

Não há justificação para este filme ter duas horas e tal. Bastava cortar dois terços das cenas (inúteis) com o Jar Jar, por exemplo. Assim como, até ao dia de hoje, não percebo porque foi o Anakin interpretado por um miúdo tão novo. Torna toda a relação com a Padmé ainda mais esquisita.

Posto isto, custa-me muito menos ver este filme hoje em dia. É moroso, sim, mas saber mais dos vários personagens ajuda. Qui-Gon já não é, para mim, apenas um tipo que apareceu e morreu neste filme. Sei mais da sua história, à custa das séries de animação. Sei mais da sua importância para o todo. Sei também o que vai acontecer a Maul, por exemplo, e isso dá-me outro conforto que na altura não tive. Quando vi Menace pela primeira vez fiquei apenas frustrado, porque achei o personagem desperdiçado.

Bem, o saldo é positivo, mas não tenciono perder mais tempo neste post. Aprendamos com os erros de Lucas e não estiquemos coisas desnecessariamente.