sexta-feira, abril 29, 2011

L'illusionniste

IMDb | Sítio Oficial

Jacques Tati renasce pelas mãos de ilustradores muito talentosos, que criam aqui um personagem à imagem do actor/realizador/escritor francês. A inocência e a doçura permanecem nesta criação, com base na cabeça do génio e, novamente, nas mãos de outros cavalheiros igualmente geniais. É uma história simples, que se vê muito bem, com momentos de fazer sorrir como se fossemos crianças. Aquele sorriso puro e genuíno, combinado com um ligeiro brilho nos olhos, de quem está deliciado. A ver. Pois claro, a ver.

quinta-feira, abril 28, 2011

La Solitudine dei Numeri Primi

IMDb

Enquantos uns viam a bola (maior parte, imagino), eu estava curioso em relação a esta adaptação. Gostei do livro, uma sugestão do patrão. Não sei porquê, passei maior parte do tempo a pensar que era uma história passada num país nórdico, mas isso já é falta de comunicação entre os poucos neurónios que restam. Sabe-se lá como ainda consigo ler, quanto mais interpretar coisas. Em todo o caso, dizia que estava curioso para ver a adaptação. Conhecendo a história, achei que não seria difícil. Tudo estava lá, de um modo ou doutro. O estilo narrativo será diferente mas é apenas caso para (lá está) adaptar. Estranhamente, o realizador não achou assim tão fácil e tomou algumas liberdades um pouco curiosas. Posso já dizer que tanto o início como o fim são pavorosos. A escolha de músicas ambiente ou mesmo a caracterização dos personagens deixa muito a desejar e deixou-me a mim algo perdido. Talvez tenha acontecido por ter lido o livro, talvez não. A abordagem foi diferente e aí não reclamo. Em vez de contar a história de forma cronológica, escolheu-se andar para trás e para a frente. Tudo bem. Deixou-se para depois os momentos que marcam as duas personagens principais, aquilo que os define enquanto pessoas. A explicação de porque são tão totós e alienados de tudo o resto, tirando um para o outro. Mesmo a escolha de o ter metido a estudar/trabalhar na Alemanha, ao invés de nos EUA, até isso entendo. Agora, a forma ligeira como é abordada a anorexia dela passou-me bastante ao lado. Não sei. Lá está, é difícil ter uma perspectiva clara. Não sei se foi só a mim, se é só aos leitores que fará confusão algumas cenas (ou falta delas), ou se alguém que não tenha lido o livro sentirá o mesmo. Sei que não gostei nem do início nem do fim, o que é um problema. Passo bem com não gostar do fim. Acontece muitas e muitas vezes, especialmente em filmes que gosto. Já não gostar do início, isso é mais complicado.

Não recomendo a versão cinematográfica. Como maior parte das adaptações, a versão literária é muito melhor.

The Way

IMDb | Sítio Oficial

Martin Sheen recebe notícia da morte do filho, aqui interpretado pelo filho menos maluco: Emilio Estevez.

O filho faleceu no primeiro dia duma longa caminhada que planeava fazer. Aos quarenta anos, depois de demasiado tempo a estudar, Estevez decide ir conhecer o mundo, ao invés de apenas ler sobre ele. Sheen viaja até França, a uma terriola na orla dos Pirinéus. Descobre um pouco sobre os locais, sobre o objectivo da peregrinação e, em homenagem ao filho, decide fazer ele o trajecto de 800Km até Santiago de Compostela. E se o s@c@n@ do velho anda! Pelo caminho ajunta-se a um grupinho de marialvas, também eles caminhantes: um holandês bondoso mas algo ingénuo e um pouco chato; uma Deborah Kara Unger muito chupada, esticada e inflada; e um irlandês meio esgroviado, com bloqueio de escritor. Segundo parece, encontraram também o Joaquim de Almeida algures. Vi agora na lista do elenco. Confesso que não dei por ele.

Buen camino.

quarta-feira, abril 27, 2011

The Crazies

IMDb | Sítio Oficial

Saltamos de românticos para malucos.

Timothy Olyphant e Radha Mitchell costumam fazer os papéis de maluquinhos. Aqui, são as únicas pessoas com sanidade mental, numa povoação envenenada por um tóxico inventado pelo governo. Um pequeno avião despenha-se nos arredores da dita povoação, contaminando as reservas de água. O pessoal que não sabe que este líquido enferruja começa a flipar um pouco e a querer matar toda a gente. Os casal dos nomes estranhos foge dos maluquinhos e das tropas militares que, entretanto, invadiram a povoação, para fazer uma «limpeza geral».

Agora, se as pessoas da povoação já eram meio psicopatas e o tóxico foi apenas o catalizador, ou se a droga era suposto meter o pessoal homicida, isso já não sei. Sei apenas que acho estranho que só por serem malucos, sejam também homicidas. Imaginei que houvesse alguns que lhes desse para pinocarem no meio da rua, não?

terça-feira, abril 26, 2011

The Romantics

IMDb | Sítio Oficial

- I mean, Laura's depressed, pretending to be happy. (...) Weesie's a mess, she pretends to have her shit together. Pete is a screw-up, pretending to be a success.
- And what about you?
- I'm, like, a miserable bastard who's pretending to give a shit.

The Romantics tem uma data de carinhas larocas, misturadas com alguma dose de talento. Um grupo de velhos amigos de escola junta-se para celebrar o casamento de dois deles. Emparelhados, quase todos, alguns estão contentes da vida, mas pouco. Maior parte está acomodado, contentados por estarem com alguém, apesar de não ser com quem querem estar. O noivo não tem certezas de amar a noiva. Contudo, sabe que consegue ser perfeito com a melhor amiga da noiva. E que a melhor amiga da noiva está apaixonada pelo noivo, mesmo anos depois dele tê-la deixado pela melhor amiga, agora noiva. A noiva sabe que o noivo dormiu pontualmente com a melhor amiga, mas não é ele que a trai, mas sim ela.

Unrequited love is the perfect romantic construct.

No Strings Attached

IMDb | Sítio Oficial

It's like a crime scene in my pants.

Há pouco tempo, alguém que conheço desenvolveu uma teoria, que acabei por completar, sobre inversão de papéis. Este filme ajuda a comprovar essa teoria.

Ashton Kutcher é o namorado perfeito. Alto e bonito. Atencioso e divertido. Sempre bem disposto. Sensível. Uma gaja, portanto.

Natalie Portman é decidida e profissional. Directa, bruta e desligada. Não acredita que as pessoas sejam suposto ficar juntas para sempre. O gajo.

Tentam ser amigos coloridos. Acabam por apaixonar-se.
That's it in a nutshell.

segunda-feira, abril 25, 2011

Middle Men

IMDb | Sítio Oficial

Continuando na temática de sexo, Luke Wilson associa-se a dois perfeitos idiotas na criação do sistema de pagamento por cartão de crédito, via Internet. Baseado muito livremente em coisas que aconteceram, Middle Men narra as «aventuras» destes «cavalheiros» no universo da pornografia on-line. Wilson junta um pouco de classe ao empreendimento, tendo ideias como ter o nome duma empresa criada no descritivo dos pagamentos. Uma ideia que permite a qualquer pervertido sentir-se mais à vontade na aquisição de pornografia

A narrativa não está nada mal estruturada, com várias linhas de acontecimentos ocorrendo à volta do personagem de Wilson. A credibilidade de Wilson sacar Jacinda Barrett mais uma miúda loira bem gira não é posta em causa, dado que os motivos devem-se, acima de tudo, a dinheiro e poder. Mesmo com aquela cara inchada, Wilson terá sempre muito carisma se acompanhado de carros e casas.

The Be All and End All

IMDb

Sexo. Sex is the be all to end all.
Robbie tem quinze anos e vai morrer. Não como todos vamos morrer, eventualmente. Robbie vai morrer dentro em breve, devido a problemas de coração. O seu desejo? Não é preciso responder a esta, pois não? Não imagino outra coisa que um miúdo de 15 anos possa querer. Ok, neste caso, tirando ser velho. Mas como tal não é possível, sobra a outra coisa. Honestamente, quem não quereria uma queca nesta situação, independentemente da idade?

The Be All and End All não é original. Este pedido especial dum miúdo a morrer já se tinha visto em One Last Thing... Imagino que já se tenha visto em mais que um sítio. Voltamos à questão: quem não pediria uma última viagem no carrossel dos lencóis? As únicas diferenças são que em OLT, a mãe e uma instituição de caridade facilitaram o processo e havia um alvo específico. Aqui calhou a fava ao melhor amigo. Faz sentido. Se o melhor amigo não nos ajuda a perder os três, quem ajudará?

The Way Back

IMDb | Sítio Oficial

Um conjunto de prisioneiros fogem duma gulag, em 1940. Vão desde a Sibéria até à Índia a pé, apanhando uma miúda irritante e perdendo uns quantos pelo caminho, por motivos vários.

Confirma-se: não houve uma história original nos Óscares deste ano.

domingo, abril 24, 2011

Just Go With It

IMDb | Sítio Oficial

Muito curioso como conseguiram juntar dois actores que irritam tanta gente. A mim não, atenção. Admito que acho-lhes piada. Não tanto a ela. Gosto de algumas coisas que faz. É engraçada mas parece-me que fará sempre de Rachel.

Adam Sandler é um cirurgião plástico com sucesso. Tem como assistente Jennifer Aniston, a única mulher na sua vida com quem é honesto. Sandler mente a todas as mulheres que conhece, fingindo-se casado. Esteve para sê-lo com a namorada de secundário, mas quando descobriu que era uma c@br@ no dia do casamento, mandou-a ir bugiar. Fazendo-se de marido duma mulher horrível com quem é infeliz, Sandler saca as miúdas que quer, nunca correndo o risco de que lhe partam o coração outra vez. Até que conhece alguém por quem pensa conseguir apaixonar-se. Só que esta dotada moça pensa que Sandler é casado e não quer nada sério com ele. O palerma pede então à assistente que se faça passar por mulher dele, fingindo ainda divorciar-se. Isto implica uma ida ao Havai com os filhos de Aniston, a dita miúda e o primo dele. Todo um imbróglio de mentiras que são suposto entreter-nos e permitir a Sandler e aos amiguinhos fazer viagens a sítios paradisíacos, divirtindo-se enquando «trabalham». Just Go With It cumpre ambos os objectivos. Sinto-me entretido e eles foram ao Havai.

sexta-feira, abril 22, 2011

Battle: Los Angeles

IMDb | Sítio Oficial

É um ID4 15 anos depois. Mesma premissa, apenas com um desenrolar não tão «inverosímel» como entrar na nave espacial mãe e transferir um vírus informático. Mesma postura de Rambos americanos. Mesmo tudo, com pessoas diferentes.

Uma data de alienígenas invadem a Terra e começam a partir tudo. Querem o nosso maior recurso natural: a água. Meia dúzia de marines formam uma pandilha de sobrevivência no meio do El Dorado americano. Liderados por Aaron Eckhart, o único objectivo é, numa primeira instância, sobreviver. Se pelo caminho se tornarem heróis, tanto melhor.

É um bom filme de acção. Ao início tive receio que fosse mais um sobre invasões onde não se vê nada, mas eventualmente começa a acção a sério, com tirinhos a rodos. Eckhart é um excelente actor, mas vê-lo a fazer expressões de sofrimento em cenas de batalha e a dar discursos bandeirosos de encorajamento custou-me, confesso.

Bom bom era fazer Battles outras cidades. Isso é que era. Battle: Coruche, por exemplo.

Another Year

IMDb | Sítio Oficial

Este é considerado um dos melhores filmes do Mike Leigh? A sério? Não é mau. Ok. Mas dos melhores?! Não sei. Muito simples. Mesmo registo do Happy-Go-Lucky. Conversas rápidas de circunstância. Um tom muito britânico.

Another Year é precisamente isso. Mais um ano. Neste caso, mais um ano na vida dum casal simpático velhote e dos seus amigos e familiares meio peculiares. Nada de estraordinamente fora de série, apenas peculiares. Uma amiga encalhada. Um amigo encalhado. (Não, não são o par perfeito.) Um irmão cuja esposa faleceu. O sobrinho distante e agressivo para com o pai. O suposto filho encalhado que lá desencalha. A nova «nora». Tudo à volta dos dois e como todos se apoiam neles. No seu espírito aberto e acolhedor. Têm um lote onde cultivam coisas. Estiveram num festival na ilha de Wight em 68, os malandros. Terão visto Hendrix? Inveja. Muita.

E é isso. Óptimo para ouvir as expressões típicas daquele povo, daquela estirpe específica de inglês. A original. E engraçado vê-los a correr sempre para meter a chaleira ao lume. Mas dos melhores de Leigh? Não achei.

quarta-feira, abril 20, 2011

The Dilemma

IMDb | Sítio Oficial

Há muita coisa aqui a chamar a atenção e nada propriamente positivo.
- Parece ser uma comédia mas não é. Sim, Vaughn e James são gajos de comédia, mas há uma tentativa de fazer algo um pouco mais sério. Falham.
- São dois gajos improváveis juntos. O gordo e o irritante. Não faz sentido que qualquer um deles arranje uma moçoila, apesar de ambos serem cavalheiros bem parecidos. No passado, qualquer uma das parelhas tinha um improvável e outro. Aqui é demasiada improbabilidade junta.
- Vaughn está preso a este tipo de papéis. Nem digo do gajo irritante que não se cala. Da parelha. Tem sempre um melhor amigo. Voar a solo suponho que só demonstra o quão irritante é.
- Já James começa a desaparecer cada vez mais. Não só faz parelhas como aparece em grupo, hoje em dia. Só que com cada vez menos protagonismo. Aqui é secundário, por muito que o nome dele apareça acima do título. Tenho pena, é só o que estou a dizer.
- Percebo man crushes. Sou apologista e entendo perfeitamente o amor saudável que pode existir entre dois homens, com ou sem tensão sexual. Mas a cena final no gelo foi demasiado gay, lamento. E não é gay homossexual, gay. É só gay.
- O papel deste gajo é pavoroso.

Vince Vaughn e Kevin James são melhores amigos e sócios num qualquer negócio que envolve carros. Sim, sou muito pouco gajo no que concerne a carros. Não tenho problemas em admiti-lo. Nunca poderei ser considerado maricas porque percebo demasiado de futebol. Continuando. Vaughn e James estão num ponto crucial da carreira pois pretendem vender a tecnologia de meter um carro dos novos a funcionar como os novos, mas a fazer o barulho dos antigos. Ridículo, sim. O stress abunda. Vaughn descobre que a esposa de James o anda a encornar, enquanto ele próprio lida com a «pressão» de casar com a namorada de há mais de dois anos de quem não conhece os pais, tendo ambos perto de 40 anos. Achei pouco plausível, sim.

Embora a premissa não seja má de todo, foi-lhes complicado espremer sumo suficiente para encher uma hora e cinquenta de filme. E isso nota-se.

terça-feira, abril 19, 2011

The Killer Inside Me

IMDb | Sítio Oficial

Casey Affleck passa demasiado tempo enrolado com Kate Hudson e Jessica Alba. Enrolado à séria. A meter mãos onde não devia e encostadinho a elas, pele com pele. Um crápula com duas moçoilas bem giras. Não digo que Affleck seja um crápula. Confesso que não o conheço assim tão bem. Quando falámos pareceu-me um rapazito simpático, mas não serei o seu fã número um. Falo do personagem. O personagem é psicótico e execrável. No entanto, tratando ambas as mulheres bastante mal, não deixa de as ter. Já eu, que até sou um gajo simpático, apesar de todos os meus muitos defeitos, vou dormir sozinho esta noite. Cheio de medo da trovoada lá fora.

O mundo é deveras injusto.

PS - Para quem estiver interessado, The Killer Inside Me será o mais próximo que terão de ver ambas as moças desnudadas. Tirando médicos ou pessoas que terão o previlégio de as levar para a cama, claro. Não há nudez frontal, mas há umas boas cenas de side boob.

segunda-feira, abril 18, 2011

Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1

IMDb | Sítio Oficial

Fico sempre com a mesma sensação. É uma questão de história e não de formato. Já com os livros foi o mesmo. Fico sempre com a sensação que saltaram bocados. Em mais que um momento, acho sempre que há algo que é mal contado. Que há saltos na narrativa. Que determinados impasses são resolvidos por desenrolar de tempo, mais do que por alguém fazer alguma coisa específica. Acabava por esquecer ou ignorar a sensação. Li os livros meio desligado, confesso. Nunca conseguiram agarrar-me verdadeiramente. Talvez pelo que acabei de explicar, talvez porque as personagens sempre me pareceram irritantes. Sem haver ligação aos personagens é difícil ficar agarrado a uma história. Só que com os filmes passa-se o mesmo.

Para quem não for um verdadeiro fã da saga, ou seja minimamente tolerante da história, estes filmes do «Harry Potter» serão uma seca. Esta primeira parte tem quase duas horas e meia. Não foi difícil de ver. Estava tolerante para tanto minuto, mas pouco se passa neste «episódio». Já o sabia do livro, claro está. Os três da vida airada procuram partes da alma de Voldemort, sem saberem onde se encontram, como as identificar ou mesmo como as destruir. Muito tempo é passado no mato. E demasiado é passado em fase de decadência. Faz parte. Os heróis a sacrificarem-se em prol da missão, bem mais importante que o seu bem estar. Torna-se é bastante negra, toda a história. O que se reflete no filme, que tem sempre tons muito escuros, em claro contraste com os primeiros tomos. Visualmente o filme é muito bonito. Dou isso de barato. Venha de lá a última parte, para podermos fechar este livro duma vez por todas.

quinta-feira, abril 14, 2011

Elektra Luxx

IMDb | Sítio Oficial

I'm afraid of ponies, but I am wet with indecent happiness for you.

Elektra Luxx é, no mínimo, criminoso. Eu não sou um rapaz puritano, nem de perto nem de longe. Sou mesmo um fã assumido do género de filmes adultos. Contudo, tenho que admitir que houve uma parte de mim que quis proibir este filme.

Elektra Luxx é um spin-off de Women in Trouble. Considerá-lo uma sequela também não seria errado. Enquanto WiT narra as histórias dum conjunto de mulheres em apuros, aqui temos uma dessas mulheres como personagem principal. E que personagem. Carla Gugino, esse assombro de mulher, interpreta uma estrela de filmes pornográficos após o final da sua carreira. Abandonou-a algo intempestivamente no final de WiT. Também porque estava grávida duma recém-falecida estrela de rock, mas muito porque estava farta do que fazia. Porque não a estimulava (no pun intended) o suficiente. Porque Gugino interpreta, acima de tudo, uma mulher confiante e inteligente.

Para além não ser uma má história que, para mais, tem ainda uma data de pormenores e referências ao filme anterior - fazendo o espectador sentir-se especial, qual truque de algibeira -, o filme tem momentos deveras pecaminosos. Mesmo se conseguisse esquecer Gugino nua ou semi-nua, ou quando dizia obscenidades no meio dum acto sexual na posição preferida do melhor amigo do homem, pelo meio temos ainda a Emmanuelle Chriqui a fazer uma lap dance à Adrianne Palicki (aqui confesso que já a vejo mais como Wonder Woman), seguindo-se mais tarde da cena em que Palicki declara o seu amor à melhor amiga Chriqui (a frase acima é dessa cena), culminando num bonito beijo, não tivesse hoje sido o dia internacional deles. Mas há mais. Malin Akerman tem um discurso de engate ao Joseph Gordon-Levitt à base de como ele afecta o seu clítoris, que o faz desmaiar. Julianne Moore aparece como Virgem Maria a envolver Gugino numa toalha, quando esta sai do banho. Meu dEUS, um volume tal de informação visual que não sei como o meu cérebro registou sem implodir.

Mas Elektra Luxx não é só sobre sexo. É muito mais sobre o que o sexo também pode envolver. É sobre amor. Desamores e amores. Sobre como nos afecta sempre, por muito que o tentemos evitar. Sobre reacções e emoções. Com frases que fizeram o meu queixo cair mais do que qualquer mulher despida. Que me fizeram desejar tê-las imaginado. Que me fizeram ter uma dor no peito por não as poder usar. The second I saw her she just... knocked the architecture right out of my legs.

Women in Trouble
tem exactamente o mesmo registo, mas Elektra Luxx fez mais por mim.

domingo, abril 10, 2011

Sucker Punch




IMDb | Sítio Oficial

«estupidez»

Essa é a palavra para descrever o filme. Não inteiramente no seu todo. Ou melhor, não será nesse primeiro sentido em que se pensa. Sucker Punch é uma «estupidez» de beleza. É lindo de morrer. Esteticamente, o filme é uma «estupidez» de delicioso. Todas as cenas de acção e mesmo as mais paradas, são cenas bonitas. Cinematicamente falando, Snyder faz uma «estupidez» de realização. As mulheres... Quase todas (ênfase no «quase») são uma «estupidez» de giras. Por ordem de «estupidez», temos Carla Gugino (claro), Abbie Cornish (chiça!) e Jamie Chung (uau!!). As cenas de acção estão «estupidamente» bem feitas, embora aceda que tenha havido um exagero no recurso à câmara lenta. Todo o filme é uma «estupidez» de clichês de jogos, animação, manga, entre outros, mas funciona, desde que o espectador entre no espírito da «estupidez». Já a história... aqui entramos na parte pior, onde a palavra «estupidez» é usada na perfeita acepção. A história é horrível e, pior, é uma seca. O contraste entre a narrativa e as cenas de acção é gritante, ao ponto da minha mão ter procurado um comando para poder andar com algumas partes para a frente. São três níveis de «realidade». A que a miúda é metida num hospício pelo padrasto. A que a miúda imagina-se num bordel/boate. A da fantasia completa, onde combate gigantes de pedra, nazis mortos-vivos e dragões (a parte da «estupidez» bonita e interessante, entenda-se). O primeiro nível decorre um pouco no início e um pouco no fim. O segundo nível decorre demasiado tempo, da «estupidez» secante que é. O terceiro nível deveria ter decorrido o filme todo.

Sucker Punch não é um bom filme porque a história é uma seca. Visualmente, roça a «estupidez» de perfeição.

Legion

IMDb | Sítio Oficial

Em Legion, dEUS perde a fé na humanidade (eu teria perdido há mais tempo). Como tal, toca de limpar com isto tudo, para ver se aprendemos. Manda os «anjinhos» todos cá para baixo, para possuir os mais fracos de espírito e matar os mais fortes. O arcanjo Miguel tem como missão matar uma criança específica. Um bebé por nascer, que será o «escolhido». Se esta criança morrer, deixa de haver hipótese para a humanidade. Só que o Miguel é um maricas e diz que não a dEUS. Ok, sim, contraditório. É um maricas porque não quer matar um imberbe qualquer, mas tem um senhor par de c0#$õ€s porque manda dEUS ir c@g@r na mata. No fundo, é um homem a sério, mas que gosta de fazer o amor com outros homens a sério. Até porque é um arcanjo. Haverá coisa mais gay que arcanjos?

Summer Coda

IMDb | Sítio Oficial

Uma miúda americana gira loira chamada Heidi vai à Austrália, ao funeral do pai. Em pequena viveu lá com ele e a mãe, até que o palerma traiu a esposa, acabando por ter outra família. Heidi (raio de nome) mudou para as américas com a mãe. A miúda volta agora para conhecer uma família que não quer conhecer, nem quer ser conhecida, tudo para apanhar boleia dum bonzão, dono duma plantação de laranjas. O bonzão perdeu a mulher. A miúda perdeu o pai. Nada como apanhar umas laranjas para completar um par de vidas.

Estou a pintar um quadro um bocado piroso. Embora ali a meio, o filme devia-se um pouco para campos menos bons (o final então é horripilante), o que é certo é que até lá a coisa vê-se bastante bem. O desenrolar é agradável e prende. Dentro do género, Summer Coda é um filme simpático, apesar de tê-lo descrito como um engate bandeiroso do Zezé Camarinha.

sábado, abril 09, 2011

Season of the Witch

IMDb | Sítio Oficial

O melhor que posso dizer sobre Season of the Witch é que adormeci. Não, a sério, foi bom. Já há muito tempo que não adormecia ao final da tarde. Comecei a ver às cinco e tal. Acordei há bocado. Comi qualquer coisa e vi o resto. Sinto-me como novo. Já tinha saudades das minhas sonecas ao final do dia. Claro que poderia com isto querer dizer que o filme nem é assim tão mau. Nada poderia estar mais longe da verdade. Para um filme que tem bruxas no título, a «bruxa» principal afinal é uma miúda possuída por um demónio que, ainda por cima, é responsável pela peste negra. E não, não tenho problemas em revelar demasiado porque não recomendo ninguém a ver Season of the Witch, por muito que seja a melhor peruca que enfiaram na cabeça de Nic Cage desde que ficou ridiculamente careca. Não sei qual era o propósito de Season of the Witch. Apenas sei dizer que falharam de forma clamorosa. A não ser que o propósito fosse fazer um filme ridículo e secante. E aí acertaram em cheio.

Exam

IMDb | Sítio Oficial

AKA: O teste psico-técnico dos infernos.

Oito pessoas são colocadas numa sala com uma folha de papel em branco, um lápis, e a possibilidade de ter o emprego dos seus sonhos, se conseguirem responder a uma pergunta. Uma pergunta apenas. O problema é que não sabem qual é a pergunta e existe um conjunto de regras a seguir. Não estragar a folha de papel, voluntária ou involuntariamente. Não falar com o vigiante nem com o guarda que se encontra na sala. Não sair da sala. E têm 80 minutos. Todos querem o emprego, seja ou não por motivos diferentes ou egoístas. Convém ajudarem-se mutuamente, embora só um possa ter o «prémio» final. Como é óbvio, é o que se espera. Todos são cordiais e solidários. E grandes amizades são criadas nesta sala.

Yogi Bear

IMDb | Sítio Oficial

Nem sei muito bem porque decidi ver a adaptação cinematográfica duns desenhos animados que nunca achei muita piada. Não morro de amores por ninguém do elenco. E embora devesse, já não fico impressionado com a qualidade da animação ou dos efeitos. Apeteceu-me ver porque era curto, suponho. Não é uma má aposta para fins-de-semana de manhã, quando o cérebro ainda está em pausa, anestesiado ou ressacado (no meu caso foi a primeira opção, não a segunda).

sexta-feira, abril 08, 2011

Welcome to the Rileys

IMDb | Sítio Oficial

James Gandolfini e Melissa Leo perderam a filha adolescente num acidente de carro. Leo entrou em depressão e não sai de casa há anos. Gandolfini vai vivendo a vida, tendo o auge nas noites de poker com amigos, e uma amante para completar um pouco a vida. Numa viagem de negócios a Nova Orleães, conhece Kristen Stewart, uma stripper/prostituta. E é aqui que me irritam algumas sinopses dramáticas de filmes: Gandolfini «procura a salvação» numa miúda desorientada. Mas qual salvação, qual carapuça! Gandolfini sentiu falta de tomar conta de alguém e tentou fazê-lo com Stewart. Dinheiro, tempo e disponibilidade tinha ele. A miúda precisava. Ele precisava. Porque não? «Salvação.» Que idiotice. Só foi chato ter deixado a esposa sozinha em casa. Mas ela também sai-se bem. Pegou no carro e fez-se à estrada. A viagem fez-lhe bem. Largou os anti-depressivos. Teve idiotas a fazerem-se ao piso, numa estação de serviço. Teve uma massagem ao ego. Toda a gente precisa. Tentou. Foi capaz. Encontrou o marido e apoiou-o no que necessitava fazer. A única coisa que fez-me confusão foi a permissividade de Gandolfini. Nunca perguntou à miúda onde ia. Nunca lhe disse o que deveria fazer. Nunca a contrariou. Nunca a criticou. Limitou-se a estar lá, disponível. Isso foi o mais surpreendente. Suponho que tenha a ver com aprendizagem. Suponho que tenha a ver com saber ser pai.

Made in Dagenham

IMDb | Sítio Oficial

Made in Dagenham narra a história dum grupo de mulheres que trabalhava numa fábrica da Ford, em Dagenham, em Inglaterra. Certo dia, fartas das condições em que tinham que trabalhar e, acima de tudo, fartas de não receberem o mesmo que os homens, decidem fazer greve. A primeira greve de mulheres. Alguns apoiam. Outros criticam. Maior parte dos homens desdenham. O que é certo é que em conjunto, com muita força de vontade, estas mulheres lutaram pelos direitos que justamente lhes pertenciam, que pertencem, e levaram a delas avante. Devemos louvar estas mulheres. Devemos fazer filmes a contar a sua história. Devemos escrever livros e músicas a tecer loas a estas mulheres. Exemplos destes são para seguir. Já o que as pessoas fizeram com o mundo depois destas revoluções... Depois dos Maios de 68. Depois da Revolução dos Cravos. Depois dos 25 de Abril e dos 1 de Maio... Que raio fizeram com o mundo? Tiveram tudo para fazer algo decente, e agora andamos «oh tio, oh tio», a pedir ajuda a toda a gente. E de quem é a culpa? É dos governos? Não. É do povo. É do povo das décadas depois das revoluções. E é nossa, que estamos a deixar. Que deixámos e que deixamos chegar a isto. Estas pessoas, que lutaram pelo que deveriam ter por direito, estarão desiludidas connosco. E com razão.

quinta-feira, abril 07, 2011

The Green Hornet

IMDb | Sítio Oficial

O surpreendente nem é Seth Rogen interpretar esta personagem, que nada tem a ver com ele. O surpreendente é como convenceram Gondry a realizar. A minha teoria é que Rogen tinha fotos incriminatórias. Não sei bem a fazer o quê, que Gondry até tem ar de ser bom rapaz, apesar de completamente alucinado, mas é estranhíssima esta parelha.

Os mesmo broados que viam a série (imagino que fossem novos demais para ouvir o programa de rádio) decidem fazer um filme, nos tempos que correm. Não é fácil fazer uma história dum gajo rico que decide combater o crime, especialmente se o tentar fazer parecendo ser um vilão. Para mais, como é que se explica que o herói principal seja o ajudante e não o personagem com o nome que dá o título à coisa? Parece que na série, seja de TV ou de rádio, a coisa era meio dissimulada. Mais que não seja, havia toda a questão dum personagem asiático não poder ser personagem principal. Do original, a única coisa que me lembro é da cena do filme baseado na vida do Bruce Lee, que interpretou Kato na série, dele entrar numa casa, partir um corrimão e descer uma vida, para salvar o patrão. Cena essa, aliás, que não estava programada. Era o Bruce Lee armado aos cucos. Já este filme até poderia ser bom, tendo em conta do talento aqui enfiado. Eles sacaram o alemão do Inglourious Basterds, pelo amor de dEUS!! O gajo que toda a gente andava a dizer que era o melhor actor do mundo, aqui a fazer de vilão ranhoso, com problemas de auto estima! E de quem é a culpa? Dos broados que escreveram esta bodega. E Rogen sai-se muito mal.

Como é que este caramelo se tornou tão influente em Hollywood nunca conseguirei perceber.

quarta-feira, abril 06, 2011

Main Street

IMDb

Ando a cometer o mesmo erro demasiadas vezes. O meu primeiro instinto foi de não ver este filme. Acabei por voltar atrás devido à qualidade do elenco. Costumo ser apologista de que mais facilmente nos arrependemos do que não fazemos. Mas também não faz sentido ir contra o instinto. Somos animais. Sempre seremos. E o instinto é das coisas mais antigas e primárias que temos. Porquê contrariá-lo? Há coisas não vale mesmo a pena tentar.

Este projecto não tem lógica nenhuma. Colin Firth surge numa terriola pequena com um sotaque americano do sul e um projecto para a sua revitalização. Da terriola, não do sotaque, entenda-se. Planeia abrir um centro de tratamento de dejectos perigosos. Quase consegue convencer os habitantes, com promessas de baixos números de desemprego e piscinas e parques públicos. Pelo meio temos Orlando Bloom, também com sotaque de sul, e Amber Tamblyn. Um par de ex-namorados de liceu que ainda andam de roda um do outro, com medo do que possa acontecer. No final, a ideia será tudo conjugar-se. Acontece, mas de forma tão reles. E o impressionante é como algo tão mau tem um elenco tão bom.

PS - Dava, de bom grado, anos de vida para ter uma DaMaSCa como a Amber Tamblyn.

terça-feira, abril 05, 2011

London Boulevard

IMDb

Vi hoje uma frase deste filme num blogue amigo. Fiquei curioso e aproveitei que o filme por aqui andava. Deparei-me novamente com Keira Knightley, o que não foi bom, agora como estrela de cinema, perseguida por paparazzis. Tem um «mordomo» que é um ex-actor muito drogado e precisa agora dum guarda-costas. Sim, também teria escolhido o Kevin Kostner. No caso, a tarefa acabou por recair em Colin Farrell, um criminoso culto, acabado de sair da prisão. Colin procura uma nova carreira profissional, mas o negócio teima em não o querer deixar sair. Pelo meio mete-se em confusões com um mafioso local, que procura persuadi-lo a roubar uns carros, entre outras coisas, à actriz riquinha. A parte verdadeiramente dispensável é que os meninos bonitos acabam por enrolar-se. Embora tenha estas parte irritantes, para além da presença agoniante de Keira, London Boulevard tem alguns bons momentos e vê-se bem.

segunda-feira, abril 04, 2011

All Good Things

IMDb | Sítio Oficial

Decido ver All Good Things porque tem o Ryan Gosling. Decido ver depois de ter visto o Blue Valentine. Gosling parece ser um daqueles actores que quer fazer carreira com bons filmes. Decido ver mesmo sentindo que não será muito a minha praça. Depois de ver, tenho nova teoria. Gosling não está numa de carreira com bons filmes, quer é ir fazendo coisas para se enrolar com todas as loirinhas bonitinhas de Hollywood, para tentar esquecer a Raquel. Compreendo.

Brincadeiras à parte, All Good Things segue a solução fácil de narrar uma história através do testemunho num caso de homicídio. Gosling narra a sua vida, como se tudo fosse pertinente para o caso. Mesmo sendo ridículas, algumas perguntas são feitas para continuar a história, baseada num caso verídico duma pessoa desaparecida. A personagem interpretada por Kirsten Dunst era esposa do personagem de Gosling, o filho muito esquisito e perturbado duma família rica de Nova Iorque, detentora de imóveis de aproveitamento dúbio em Times Square, entre outros locais. Toda a história é baseada em teorias e suposições. Nada chegou a ser provado e a mulher continua desaparecida. É um voltar de Gosling a personagens algo psicóticos. Pelos vistos o rapaz acha piada. Tentam chamar-me história de amor. Com isso não concordo.