terça-feira, novembro 30, 2021

Leap Year


Anos bissextos, essa coisa maravilhosa cheia de Europeus de Futebol e Jogos Olímpicos. Anos em que Fevereiro não se sente tão pequenino, face aos outros. Fomos campeões europeus num ano bissexto. Vi um filme por dia, em média, num ano bissexto. Por outro lado, foi também uma desculpa para fazer este filme absurdo, que não faz sentido algum. Um pouco como nomes irlandeses, cheios de letras que não se lêem.

Como tudo, há vantagens e desvantagens. Se for um mau ano, não interessa que tenha um dia a mais, por exemplo.

E por falar em números, chegamos assim aos 271 filmes vistos em 2021. Não é particularmente redondo, mas é o 4.° máximo deste blogue, ex aequo com 2019, um ano em que pouco fiz da vida, que não mudar-me 2 000 quilómetros para nordeste. Tenho um mês para suplantar 2019. Conseguirei?

sexta-feira, novembro 26, 2021

Finch


Volta e meia esqueço-me do porquê (ou quanto) desgosto (para ser simpático), a Apple. Hoje fui obrigado a lembrar-me, ao tentarmos usar a Apple TV+. Tem um período de experiência de sete dias, o que permite vermos este filme, mais um par de coisas. E eu, na minha inocência, pensava até que teríamos assim mais um serviço de streaming, porque nem é muito caro. O problema é que a Apple é a Apple e não permite apps a fazer cast para qualquer lado. Como tal, é o único serviço/app que conheço que não comunica com o Chromecast que temos. Pois claro.

Demos a volta e vimos esta versão pós-apocalíptica do Cast Away, com quem mais que não o nosso amigo Tom Hanks. Um dos tipos mais simpáticos e sociáveis que por aí anda, que em Finch não suporta pessoas e até gosta do lado de «fim do mundo» em que ele é (quase) a única pessoa na Terra. Mas Hanks não está inteiramente sozinho. Tem um cão, um robô tipo WALL·E, e um outro robô que Hanks cria, com muitos mais sentimentos do que é suposto. Ou seja, Hanks, sozinho, criou um andróide com inteligência artificial.

Ao menos se o personagem de Hanks trabalhasse para a Apple, talvez então eu não tivesse de passar por certas e determinadas situações.

Black Friday


Ah, não há nada como ver um filme adequado à época. Como é, malta? Já fizeram as vossas compras todas?

Black Friday não é tanto sobre o consumismo desenfreado em que vivemos, mas mais sobre uns alienígenas estranhos que tomam conta do corpo humano, juntam-se depois numa simbiose para criar um corpo alienígena ainda maior. Qual o intuito destas criaturas, para além de destruição, não se conhece. Ou sequer as origens dos bichos, como sobreviver ou matá-los. E também não é preciso saber nada disto.

«Black Friday» é só uma coisa gore pela qual as pessoas têm de passar. E o filme é semelhante em muita coisa.

quinta-feira, novembro 25, 2021

The Harder They Fall


Belo conjunto de actores, a tentarem reanimar um género moribundo há muito. Estilo, pinta, carisma, etc., trazem por certo para a contenda. Daí a conseguirem fazer algo que acrescente...

A verdade é que Harder tem uma data de clichês de westerns. Convenhamos que só com determinadas coisas pode um western ser um western. Daí que o género tenha morrido. Há um limite para a quantidade de vezes que se consegue ver a mesma coisa. Não é que não goste de ver tiroteios, mas tirando isso...

Foi agradável de se ver, mas mais pelo elenco que pelo género. É apenas o que tento dizer.

King Richard


Quando vi o trailer fiquei ofendido. E nem é a minha briga. Eu não sabia sobre o que era. No início pensei ser apenas a história dum pai que puxou pelas filhas, para que fossem as melhores. Depois lá percebo. É sobre... Não é sobre as irmãs Williams. Não. É um filme sobre o pai delas.

Não estou a dizer que elas merecem mais destaque porque estavam no campo. Claro que não fizeram tudo sozinhas. Foi preciso apoio, carinho, treino, camaradagem, amizade, amor, tudo e mais um par de botas. E sim, o homem tem uma grande quota parte de responsabilidade na carreira de duas desportistas que mudaram muita coisa no ténis. Mas não está sozinho. Foi um feito de toda a família. O próprio filme acaba por contar isso mesmo. A mãe treinou-as também. As irmãs estavam no campo de ténis quase sempre, a apoiar e a ajudar. O treinador principal deu-lhes todas as condições. Não só a elas. À família. E todos fizeram um trabalho notável.

Então porquê este nome dado ao filme? Porque a actriz que faz de mãe tem um papel secundário? Porque tem Will Smith quase todo o tempo de cena?

O filme não é mau. É uma história inspiradora de dedicação e esforço, de sucesso. Mas estragaram tudo a dar o destaque todo, num filme sobre duas tenistas profissionais - das melhores de sempre -, ao homem. Fica sempre esta mancha sobre todo o projecto.

terça-feira, novembro 23, 2021

Jungle Cruise


O nosso amigo Dwayne é um especialista a navegar pelo rio Amazonas. Sempre meio teso (sem dinheiro, entenda-se), aceita a parceria, de certa forma, com uma moça que faz uma data de coisas melhor que os homens. Leva ainda no seu barco o rapaz meio fraco, por comparação, que manda umas piadas. Todos juntos vão roubar algo, que um tipo com sotaque quer muito, assim como... Espera, estou a descrever o Jungle Cruise ou o Red Notice? Estes blockbusters com o Rock começam a parecer-se demasiado uns com os outros.

Estou a brincar, estou a brincar. Não é assim tão parecido com Red NoticeJungle Cruise é sim tão estupidamente igual aos primeiros Piratas das Caraíbas em tudo, que tanto irrita como faz rir. A sério. Quase todos os desenvolvimentos de enredo, incluíndo os twists, são cópias chapadas. Ou não fossem ambos da Disney e baseados em diversões dos parques.

Sendo entretido, de algum modo, Jungle Cruise nunca conseguiu ultrapassar o slapstick, estilo demasiadas vezes associado a filmes de aventura da Disney. Tudo foi sempre demasiado aos tropeções. Dá para se disfrutar numa tarde de chuva, com umas pipocas ao colo, mas não é aquele filmaço que uma pessoa deva ir ver a correr.

Some Kind of Wonderful


Tinha dois filmes para ver do John Hughes. Acho que vi os restantes, em vários momentos da minha vida. Os escritos e os realizados. Acho. Não tenho a certeza. Porque tinha ideia de ter visto este e o Baby, mas a verdade é que não me lembrava de nada de nenhum deles.

Deutch continuou aqui a colaboração que teve com Hughes, depois de Pretty in Pink, realizando este Wonderful. E funcionou bem para toda gente. Foi mais um bom filme para o portefólio de Hughes. Correu bem para o estúdio, que ainda hoje em dia capitaliza o filme com lançamentos de DVD e, provavelmente, enchendo o catálogo do serviço de streaming Paramount+. E Deutch acabou por casar com Lea Thompson, mesmo tendo mais dez anos que a moça. Tudo legal, calma. Apesar de Lea interpretar uma adolescente no secundário, tinha na altura - ela e os demais «colegas» - cerca de 25 anos. O certo é que, mesmo com a diferença de idade, ainda hoje estão juntos e têm duas filhas também actrizes. Como teria sido se Lea tem casado com Dennis Quaid, de quem estava noiva antes deste filme? Quaid não teria casado com Meg Ryan, por certo.

Foi um pouco de fofoquice de Hollywood dos anos 80, num misto de saudosismo e tentativa de capitalizar com a obsessão pelos anos 80, destas gerações mais recentes de jovens.

Some Kind of Wonderful é muito eighties. Há um meliante que parte um lápis, como forma de intimidar Eric Stoltz (funcionou, já agora), por exemplo. Trata os mesmos temas e tem personagens demasiado semelhantes aos demais filmes de Hughes. Mas não deixa de se ver bem e até ter uma ou outra cena interessante. Está longe de ser dos melhores do famoso realizador e argumentista, mas também longe está de ser o pior.

sábado, novembro 20, 2021

The Princess Switch 3: Romancing the Star


O terceiro tem um caper! O terceiro é um heist movie!!

Porque a terceira personagem de Hudgens tem como exs um especialista em capers e um traficante de armas internacional que, por sua vez, também é dono de hotéis e rouba jóias raras e valiosas. Colares, pulseiras, etc., da família real, por exemplo. Para além da Estrela da Paz, uma peça doada pelo Vaticano ao reinado fictício destes filmes, a ser usada na árvore de Natal, numa cerimónia internacional.

Logo, o foco da história é na terceira Hudgens, porque essa será a mais divertida de interpretar, nesta fase. Mas também há umas situações amorosas e outras cenas fofinhas de Natal. Só não há mais trocas que no último filme. Só trocam de papéis duas vezes. Essa parte é uma desilusão.

The Princess Switch: Switched Again


Ah sim, isto vai acontecer tudo hoje. É um embaço de Natal, dessa já clássica trilogia das trocas e baldrocas da nossa amiga Vanessa.

Porque sim, não houve apenas uma troca, como no primeiro. Esta sequela dá muito mais ao espectador. Não se fica apenas por uma troca entre duas pessoas, que nada têm a ver uma com a outra, mas que são iguais fisicamente. Em Switched Again existe uma terceira pessoa igual, porque é prima duma das outras, e assim dá-se não uma, mas duas trocas!

Sim sim. É uma loucura. Mal posso esperar para ver que insanidades arranjaram para o terceiro filme.

The Princess Switch


A culpa é minha. Claro que a culpa é minha. Ontem no tick tick aparece a Vanessa Hudgens num papel que achei pequeno para ela. Mandei umas bocas. E infelizmente, saiu no Netflix o terceiro desta série. Uma coincidência que faz com que hoje tenha de ver três «filmes românticos de Natal».

E sim, claro que estes filmes são parvos. O pior não é isso, porque eu sou muito tolerante a parvoíces e até acho piada à Hudgens. O pior é que é demasiado cedo para ver filmes de Natal.

sexta-feira, novembro 19, 2021

tick, tick...BOOM!


Isto... Eu já nem sei... Isto está a passar os limites. Já os passou, em boa verdade.

Não chega andar a ver musicais por causa do Miranda, agora vejo filmes que ele realiza, que são musicais também, baseados num musical sobre a vida dum escritor de musicais.

Sim, é versão Inception de Broadway e Off-Broadway.

quinta-feira, novembro 18, 2021

Eternals


Este filme foi uma grande reunião de alumni de Game of Thrones. Há os dois «irmãos» no papel de heróis, um mais presente que o outro, mas foram também buscar o gajo da luz da úlima temporada da famosa série. Sendo sabido que Zhao é conhecida por usar luz natural - o que ajuda Eternals a ser uma película muito bonita, com uma data de filmagens em sítios verdadeiros e não em estúdio -, o certo é que passamos maior parte do tempo sem conseguir ver muito bem o que se passa, com muita retro-iluminação a encadear-nos a vista. Não sei se foi de propósito. Não conseguir ver bem impede que se veja o quão foleiras são algumas cenas. Foi o que aconteceu em GoT, no meu entender. Só que não conseguir ver nada não é propriamente a experiência que se quer ao ir ao cinema.

Para mim, este é o problema maior do filme. Há outros. Eu não gostei do último acto, por exemplo. Acho que tem demasiados vilões, o que gera confusão. Quase todos os personagens são vilões, na verdade. E se num determinado momento as suas respectivas acções fazem sentido, já noutros nem deveriam estar em cena, quanto mais a combater. Agora, mesmo com tudo isto, não percebo porque reclamam tanto com o filme, ou porque é o «pior filme Marvel». Para mim, continua a ser o Iron Man III, mas prometo voltar a ver os Iron Man antes de voltar a referi-lo. Passou demasiado tempo e houve demasiados filmes. Melhor rever e ter a certeza.

Li algumas teorias. Há a possibilidade que os críticos, os mesmos que adoraram e vangloriaram a vinda de Zhao ao mundo da realização, sentem-se traídos porque a realizadora decidiu fazer um filme Marvel, algo que eles consideram ser produtos inferiores. Sentem-se traídos por Zhao e vingam-se agora, criticando negativamente o seu mais recente projecto. A outra teoria é mais simples. Da mesma forma como os Wonder Woman, ou o Birds of Prey, foram arrasados por crítica e público, Eternals é também realizado por uma mulher, o que levanta sempre problemas para algumas pessoas de visão limitada.

Infelizmente tenho a certeza que ambas as questões influenciaram e influenciam a cotação do filme. É absurdo, mas é o mundo em que vivemos. Só que depois o filme tem realmente alguns problemas de história. Não é o péssimo filme que por aí pintam, mas está longe de ser dos melhores. E também o digo porque não sou grande fã dos personagens, pelo que há um lado tendencioso da minha parte. Esperemos que sejam uma boa introdução para alguns personagens e enredos que farão partes de filmes futuros. É o melhor que pode esperar-se.

She's Having a Baby


She's Having a Baby tem todos o clichês que se espera dum filme desta altura. Bacon casou novo. Sente que está a perder alguma coisa. O sogro não o curte. A esposa revela demasiado à mãe. Tem brigas com a esposa sobre as respectivas famílias. Tem de aceitar um trabalho que não idealizava, para pagar uma casa que não sabe se quer ter. É uma criança crescida. Os vizinhos falam apenas de coisas enfadonhas. O melhor amigo Baldwin (o original) está a viver à grande em Nova Iorque. Olha para outras mulheres. A esposa é muito rabugenta e nunca toma a iniciativa para ter relações... excepção feita quando quer ter uma criança.

Prefiro falar num clichê algo ignorado, que também apareceu em diversos filmes da altura e, se calhar, ainda agora. Porque é que Bacon (e demasiados outros personagens) tinham um taco de golfe debaixo da cama, que usam como arma contra um possível invasor domiciliário? Não há uma única cena no filme dele a praticar golfe. E só um? Quem tem só um taco de golfe? Foi uma prenda piada? É uma piada algo cara, diria. E porquê debaixo da cama?

Não há muita gente a falar disto. E porquê? Porque as empresas que produzem tacos de golfe não querem que se fale no assunto. Pois claro.

terça-feira, novembro 16, 2021

Red Notice


Tenho andado atrasado com os blockbusters. A minha senhora andou ocupada com um festival de documentários, e eu não tenho autorização para ver estas coisas sem ela.

Se Red Notice fosse um drinking game, onde o espectador tivesse de beber cada vez que 1) houvesse um clichê; 2) alguém adivinhasse uma fala; 3) alguém adivinhasse algo que vá acontecer; 4) ou surgisse um trope de história, pelo menos uma pessoa no grupo ficaria bêbeda no final do primeiro acto.

E, no entanto, Red Notice não é horrível. Previsível, sem dúvida, mas não irrita nem chateia. Porquê? Star quality. O trio é incrivelmente famoso, totalmente na berra e muito, mas muito carismático. Mesmo que nem todos saibam representar. Logo, safam-se de tudo.

Belo filme pipoca.

Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings


Sim, é verdade, revi o filme. Desta feita no conforto do lar, pois ficou disponível no Disney+, para quem não sabe.

Acima de tudo foi para ver se tinha apanhado tudo da primeira vez. Como indiquei antes, vi num cinema com legendas num outro estrangeiro, para além do Chinês falado. Ou seja, entre o que os personagens diziam em Chinês e as legendas em Neerlandês e Francês, tive de contar com os dotes de tradução da minha senhora, em plena sala, para ir acompanhando o filme. Confirmo que não perdi grande coisa. A moça tem jeito para intérprete.

Para além disso, o filme continua a ver-se muito bem. A história segue num pacing natural, sempre com acção a cada «virar de esquina» mas sem que seja apenas isso. Há desenvolvimento de personagens, ligações entre eles e o resto do universo, o humor do costume, o herói em tronco nu (não sei se se deve considerar parte da acção)... Ou seja, tudo o que se espera e gosta nos filmes Marvel.

Foi um belo serão, sem dúvida.

sábado, novembro 13, 2021

The Eyes of Tammy Faye


Este filme não só é uma biografia, como é sobre televangelistas. São duas características bastante negativas. Uma só basta para eliminar uma data de filmes da minha lista. Estranhamente, estava bastante curioso para ver os famigerados olhos da moça.

O filme não traz grandes surpresas. Basta ver o trailer para saber a história toda. Ou então ler umas páginas de Wikipédia, mais uns artigos, e saber assim a história original. O que não está no trailer é fácil de adivinhar: o marido envolveu-se sexualmente com mulheres e homens, fora do matrimónio. Duh! Não é spoiler. A série que é por demais óbvio.

Enquanto que o personagem de Garfield é caracterizado como o vilão, a de Chastain até nem fica muito mal na fotografia. Sim, claro, foi ele quem orquestrou os esquemas todos. Era ele que lidava com o dinheiro. Mas não sejamos ingénios. Ela sabia. Ambos gastavam o dinheiro dos «parceiros» telespectadores em coisas pessoais. Gastavam muito dinheiro. Mas - e aqui está a diferença - ela ajudou com boas causas. Causas até controversas para a altura, e para a igreja sempre. Durante, e mesmo depois de perder quase tudo, ela procurou ajudar. Se o que aparece no filme não é inteiramente ficcionado, não era má pessoa na totalidade.

E era uma entertainer do caraças, pelos vistos. Ninguém saca assim tanto dinheiro às pessoas sem ter algum talento. Ajuda ser uma coisa de igreja, claro, onde esmifrar dinheiro das pessoas é uma coisa enraízada, mas mesmo assim. O que poderia ter alcançado Tammy Faye, num contexto diferente? Ela e os seus olhos.

sexta-feira, novembro 12, 2021

Edge of Tomorrow


É impressionante o quanto este filme não está melhor cotado. Até tem uma boa nota no IMDb. Imagino que também tenha no Rotten, mesmo que eu não respeite a classificação do site. Estas notas existem porque quem viu o filme gostou. O problema é que ninguém viu o filme quando saiu. O que faz com que Edge não tenha sido o sucesso de bilheteira que deveria, entrando assim nos anais de melhores filmes de ficção científica de sempre.

Não é o melhor. Calma. Não é um Blade Runner ou um Star Wars. Aquela cena final então, só para agradar o menino... Chiça, que parvoíce. Mas o filme é muito bom. Para quem gosta do género, é óptimo. E é pena que a História não lhe faça jus. Consta que o problema foi o título. Que era confuso demais. Que não explicava o filme. Que não era apelativo o suficiente. Como tal, a malta não foi ver. Soubessem os criadores disso antecipadamente...

É irónico, bem sei. Foi de propósito.

terça-feira, novembro 09, 2021

No Time to Die


Bond:
Afinal havia ooooooutro!

No post de Spectre disse o que achava, que seria o último de Craig. Era a informação que tinha. Achava eu que não havia contrato com o actor para mais um filme. Se calhar não havia e entretanto negociaram. Spectre não teve bons resultados. Achava eu e toda a gente, na altura, que a dinastia de Craig tinha terminado. Prova de que não foi um «parto fácil» é o intervalo entre filmes. Spectre saiu em 2015. OK, No Time to Die era para ter saído o ano passado (mais um dos adiados pela pandemia), mas mesmo assim são cinco anos entre filmes. É demasiado.

Moral da história é que tivemos de levar com o canastrão mais uma vez. Espero que tenha sido a última. Se bem que... Custa-me, mas tenho de admitir. Ele aqui foi um bocadinho mais Bond.

Chiça, foi mais doloroso dizê-lo do que imaginava e do que vocês (tu?) possam pensar.

Sinopse:
Depois de três filmes a chamar outra coisa que não SPECTRE à SPECTRE, e dum quarto com SPECTRE no título, afinal SPECTRE não é «a cena». Afinal havia também outr... a organização malévola, com os seus próprios planos nefastos.

Uma figura do passado da moça de Bond ressurge. Mais que o próprio «irmão» de Bond, esta figura tem muito em comum com o espião britânico. Também ele odeia a Spectre e, ao contrário de Bond, a figura consegue efectivamente destruí-la. Claro que acharmos que é bom tipo é ridículo e o caramelo tem os seus próprios planos loucos de genocídio, controlo do mundo, riquezas muitas, yadda yadda yadda...

Vilão/Capangas:
Um tipo de mota com um olho mecânico/câmara não é mau. Continuo a preferir dentes metálicos, um chapéu de coco ou mesmo uns diamantes metidos na cara. Mas não está mau, não. E um vilão «fantasma da ópera», com um sotaque esquisito, isso então é ouro sobre azul. Ao início achei a máscara meio tola, pois gajos aterrorizadores com máscaras há muitos, mas quando deram-lhe o toque trágico, de ficar meio partida, conquistaram-me.

Bond Girls:
Ana de Armas é qualquer coisa saída dum sonho latino. Em 15 ou 20 minutos «roubou a cena» toda. Merece um filme só dela, neste ou noutro universo. Pena que não possa ser ela a nova Bond. À Lashana deram mais brinquedos que ao seu predecessor. Não desgostei, mas também não fiquei convencido que possa ser a próxima 007. Apenas e só porque mataram a personagem no final, com uma decisão que, para mim, não faz sentido. E depois há a pobre Seydoux. Merecia mais que ser apenas damsel in distress. Mas não muito mais. Calma. Para além da M e da Monneypenny, não há moça que deva aparecer mais que dois filmes. A não ser que decidam-se por uma «moça Bond» a ser a próxima Bond, algo que acharia genial.

Gadgets:
Ah, agora já pode ter o Aston Martin blindado e todo artilhado? Não era sem tempo. Ou melhor, fazendo jus ao título, será melhor dizer «já vem tarde» ou «antes tarde que nunca»?

Como disse acima, deram à Lashana brinquedos mais fixes, nos quais inclui-se uma arma para disparar cabos e permitir uma espécie de fuga rappel paralelo ao chão entre prédios. Sei que não parece grande coisa assim descrito, mas no filme foi fixe. Já usado pelo Bond temos um relógio com um EMP muito direccionado, que foi bastante fixe, mas no qual não posso pensar muito. Porque foi forte o suficiente para destruir alguns aparelhos, mas não lixou o comunicador no ouvido do Bond... Ou nanobots no geral!

A sério. Não posso mesmo pensar nisto. Começo logo a sentir palpitações.

Cena Bond:
O problema de terem estragado o universo Bond com estes filmes do Craig, é que há demasiados filmes que não sei o que é verdadeiramente uma «cena Bond».

Ia o filme com duas horas e achava eu que teria apenas, para referir aqui, uma cena no início. É uma ponte antiga. Há um carro dum lado, uma mota do outro. Tudo com capangas armados. Bond no meio. Solução: pegar num daqueles cabos metálicos que percorrem pontes antigas (conveniente) e mandar-se «borda» fora, para evitar toda a gente. Giro, sim. Mas não épico. Felizmente não se ficaram por aí.

Existe uma ilha, quartel general do vilão, cheia de minions, onde estão a preparar uma arma de destruição massiva e onde estão prestes a receber uma data de meliantes que querem comprar a dita. Foi... É a cena Bond for the win.

Notas finais:
Fiz toda uma preparação antes de ver No Time to Die. Fui ver um vídeo de recap dos quatro filmes Craig, no YouTube. Já que por lá andava, revi os Pitch Meetings destes quatro. Reli os meus posts aqui no blogue. Trinta por uma linha. Reparei num padrão logo no filme do recap. Qual foi a cena de tentarem que o Bond se retirasse com uma moça, em quase todos os filmes? Sim, o homem apaixona-se, mas nem no famigerado filme em que casou (em Portugal, é sempre importante referir) pensou em retirar-se, certo?

E depois há ainda uma questão que atormenta-me. Porque deram-se ao trabalho de começar o Bond de novo, desde que tornou-se 00 pela primeira vez, só para levá-lo ao fim de carreira depois de 5(!) histórias? Qual foi a necessidade do ciclo fechado, tendo sido dado tanto ênfase à origem do Bond, que é a parte que menos interessa?

suspiro

Não foi mau. Este quinto capítulo, do pior Bond deles todos, foi o mais «Bond» dos cinco. Foi giro de se ver. Indo ao detalhe não faz sentido, mas essa regra aplica-se a todos. Foram filmes entretidos. Não concordo com muito do que fizeram - e não sei se é claro, mas não concordo com a escolha de actor. Mas diverti-me em quase todos (o Casino, que estranhamente é o melhor cotado, para mim foi mauzito). Porque Bond é sempre excitante. Porque tudo pode acontecer. E isso mexe com o miúdo dentro (e fora) de mim, que sempre curtiu estas aventuras. Porque é o que são, e são suposto ser: aventuras repletas de fantasia e disparates incríveis.

Venha daí o novo ciclo. Espero que não demore muito. Já sinto falta dos clichês todos.

domingo, novembro 07, 2021

Army of Thieves


Que o rapaz tem ar de ser meio esgroviado, isso não é novidade. Deu para ver na sua interpretação no Army of the Dead. Que era maluco o suficiente para desenvolver o personagem e a sua história num filme próprio... É preciso um nível especial de esgrovianço para tamanha façanha.

Já se «valeu a pena» é uma questão muito mais complicada de responder. Foi custoso ver este filme? Não especialmente. Já vi coisas piores. Acrescentou alguma coisa ao universo ou ao personagem? Correndo o risco de repetir-me: não especialmente. Houve algum momento horrível ou épico, que fique na memória? Não para ambas as hipóteses. Preferia ter feito ou visto outra coisa qualquer? Bem, desde que o mencionei há um par de posts, tenho tido alguma vontade de rever os Ghostbusters. Acho que só não o fiz porque apenas o primeiro está disponível em streaming. Mas não, não há assim nada que preferisse ter visto ou feito.

Não é suposto ser isto que se sente no final de ver mais um filme? Um categórico meh?

Injustice


Joguei Injustice: Gods Among Men durante um tablet e pelo menos dois telemóveis. Talvez três. Foi o jogo que mais joguei em Android. (Ainda está longe do famigerado CM/FM.)

Não sei exactamente as origens deste universo. Acho que começou com um jogo, extrapolando para mais jogos, em mais plataformas, para além de BD, talvez uma série de animação (não tenho a certeza desta) e, agora, para um filme. No fundo é um espaço para todas as histórias violentas, que todos os criadores sempre quiseram contar mas não puderam. É um universo sem consequências onde todos brigam com todos, onde vilões podem ser heróis e vice-versa.

E devo dizer que este filme começa da melhor forma, com o Joker a matar Lois Lane (mais a criança que tinha no bucho), assim como toda a gente em Metropolis. Naturalmente que estas acções trazem consequências, nomeadamente o punho do Sup a atravessar o peito do namorado da Harley Quinn. A partir daí segue caos. Algum. Controlado. Atempado. Mas caos, mesmo assim, tendo em conta o universo «normal» que conhecemos.

Foi divertido de se ver.

sábado, novembro 06, 2021

Summer Days, Summer Nights


Andava há algum tempo à procura deste filme. Há muito que Burns não mandava nada cá para fora. Há tanto tempo, aliás, que os filmes indie que fazia já não podem ser chamados de indie, hoje em dia. O certo é que não estava a conseguir encontrar o filme. Não ajudava ter um nome tão básico. Sim, porque antes desta recapagem de 2021, que teve direito a um novo nome, o filme era simplesmente conhecido por Summertime. E Verões, esses felizmente há muitos.

Posto isto, o filme é fraquinho. Maior parte são péssimos actores. Não só por serem novinhos. Há um par deles que são bastante bons, em contraste. Qual foi o critério? Ter dinheiro para dois bons e o resto é o que for? Mas não é só isso que estraga o filme. A ideia de Burns sobre os anos 80 é, apenas e só, uns carros fixes, músicas simpáticas (não as mais badaladas) e uma catrefada de clichês. Daqueles bens melosos. Uma data de frases feitas e expressões parvas da altura. Depois... Não há nada depois. É só o Burns a querer reviver algo que terá vivido em tempos. Há umas miúdas giras e uma data de tipos em tronco nu.

Percebe-se porque Burns tem andado longe da realização. O homem já não tem histórias para contar. Pena. Mas foi bom enquanto durou. Foi um belo «Verão», esse.

Quick Change


Ao contrário de outros actores ou realizadores, neste momento não tenho uma lista de filmesa antigos de Murray para rever. Quer dizer, revia os dois Ghostbusters agora. Sem hesitação alguma. Mas isso é outra conversa.

Tinha Quick Change e o anterior em lista, por um qualquer motivo. Terão aparecido algures e fiquei com vontade de rever. O curioso é que cada filme mostra um dos dois lados mais conhecidos do actor. Em Bob é um tipo insano, alguns até diriam «genialmente insano». Em Change temos o Murray «pintas», sem cabelo longo para os lados. O gajo mordaz e inteligente, que consegue mulheres demasiado bonitas para ele. Hey, digam o que disserem das escolhas de vestidos da moça, Davis era e é um espanto de mulher!

Gosto mais deste lado de Murray, confesso. É este papel que faz nos meus filmes preferidos com ele. Mas Change está longe de ser um desses. O personagem de Murray e os seus cúmplices vão «tropeçando» de cena em cena, naquilo que parece ser a fuga dum assalto a um banco mais tola e fortuita de sempre. Acaba por ser apenas uma história pouco interessante, com um par de momentos pitorescos.

What About Bob?


Se Bill Murray quiser, Bill Murray consegue ser muito irritante.

Começamos uma dupla sessão deste famigerado actor com um dos seus clássicos. Ou melhor, até pode não ser dos seus filmes mais conhecidos, mas é onde Murray mostra duas facetas da melhor forma. Tem o seu lado exasperante, que leva o mais conceituado psiquiatra à loucura, e o outro lado charmoso e engraçado, que encanta a família do médico e até o staff dum hospital psiquiátrico. Porque não?

Para mim, Murray é incrível. Um gajo com piada e carisma, que dá a volta ao seu aspecto menos convencional com conversa e um toque de insanidade, que não passa os limites do engraçado ou curioso. Já trabalhar com ele consta que não será tão fixe. Dreyfuss foi um dos muitos que queixou-se dos exageros de Murray. Este último terá levado o seu «método» a extremos, neste filme, e chateou o seu companheiro de cena até à exaustão. Onde terminará o personagem e começará o actor?

Bem, enquanto para o espectador continuar a ter piada, pouco interessa o que faz nos bastidores, ?

sexta-feira, novembro 05, 2021

Love Hard


Isto já é uma espécie de filme de Natal. Não muito. Aliás, até certo ponto tenta ser uma homage ao «filme de Natal» Die Hard. Mesmo assim. É demasiado cedo para andar a ver filmes de Natal. Aliás, não percebo agora esta moda de colocar filmes temáticos, disponíveis em streaming, mais de um mês antes da época em questão. Eu não quero ver agora filmes de Natal, como não queria ver filmes de Halloween em Setembro!

Independentemente desta grande «polémica», Love Hard até foi agradável de se ver. Aqui em casa chegámos até a gargalhar com uma cena em particular. O problema do filme é a base da história. Ela foi catfished. Não interessa se o rapaz é fixe, ou se é o melhor para ela. O começo da relação é o mais instável que se pode querer. Tem como alicerce uma mentira. Uma mentira grave.

Como eu estou a marimbar-me para isso e até acho que a Dobrev tem piada, para mim foi OK. A minha senhora (assim como muita gente, imagino) teve alguma dificuldade em aceitar. Fica o aviso.

quinta-feira, novembro 04, 2021

Serenity


Tardou mas foi. Depois da série vem o filme. Duas horas dolorosas de ver, mas que é preciso. Dolorosas apenas e só porque é o último que posso ver. É bom. Para ajudar com a perda. Para ajudar com o luto. Para fazer o luto de ver um universo que nos é querido desaparecer. Milhões de personagens. Um sem número de histórias que ficam por contar. E meia dúzia de pessoas/personagens que deixam de fazer parte da nossa vida. Que já não podem dar-nos alento com os seus chistes e momentos brilhantes.

Há BD. E até é bem porreira, por sinal. Mas não é a mesma coisa. Não é sermos surpreendidos por uma fala carismática, disparada no momento certo, com o tom perfeito.

I guess they could take the sky from us. :(

terça-feira, novembro 02, 2021

The Good Liar


O descritivo deste filme, no IMDb pelo menos, é miserável. Não li o do próprio HBO. O certo é que estraga a surpresa. Foi como dizerem: «The Good Liar é sobre dois irmãos e a incrível história de como tentam sobreviver à guerra... e falham.»

Faça-se notar que a descrição acima nada tem a ver com o filme.

Estragaram-me um twist do filme. A verdade é essa. Felizmente tem mais para dar e o final, apesar de tudo, tem algum impacto. Para além disso, Mirren e McKellen são geniais. Sempre.

segunda-feira, novembro 01, 2021

Nightbooks


Para quem é este filme?

A sério. É que parece ser um filme para miúdos, mas depois é verdadeiramente assustador em várias partes. É assim para tudo. A querer ser uma coisa, acabando sendo outra.

Tomemos como exemplo o momento em que o gato, que consegue ser invisível e odeia os miúdos (por um qualquer motivo), manda um cagalhoto para cima da sandes PB&J do miúdo principal. Inicialmente só vemos a poia a aparecer, porque o gato estava invisível. Até que cai no pão e o gato aparece, apenas para gozar o momento. É suposto ser engraçado para os miúdos? Não foi muito. Foi só um bocado nojento. É suposto ser assustador para os adultos? Não foi de todo. Foi só bastante nojento.

Nightbooks foi uma experiência muito confusa.