quarta-feira, dezembro 26, 2007

Intervalo 04 - Filmes de Natal... outra vez!

Pois é, dantes tínhamos a Julie Andrews a cantar, agora temos a mesma Julie a dar voz a mais uma personagem de sogra, esta dum terreno longínquo. Ou até teríamos, se os canais portugueses de televisão não estivessem com a mania de apresentar as versões dobradas de TODOS os filmes de animação.
Sim, o Natal é suposto ser para as crianças, mas este desenvolvimento não deixa de ser revoltante. Os da manhã ou os que dão durante o dia, tudo bem, mas por favor dêem-nos os da noite. Pode ser?!

Volto a não ver filmes inteiros. Para além de não ter muita paciência, já os vi quase todos.
Houve um telefilme do Babylon 5, para além da série em si; uns bocados do Fantastic Four, Opposite of Sex, Bagger Vance, Zorro 2 e os já mencionados filmes animados, dobrados. Ainda vi uns bons bocados do Shrek 2, The Incredibles ou do Chicken Little, só que parei porque já não aguentei mais ter que estar a traduzir as coisas para inglês na minha cabeça, só para ter piada.

Espero que tenham tido um óptimo Natal com as vossas famílias e que o Ano Novo que aí vem vos traga tudo de bom.

sábado, dezembro 22, 2007

Dead Man's Shoes

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Gosto do Paddy Considine. Isto não é d'agora.
Não ia jantar com ele nem nada. Não era moço para me levar ao cinema.
Mas ia beber um copo com o gajo.
Não que saiba o que lhe diria... Nestas coisas de conhecer pessoas famosas, acho que não sinto grande apelo à coisa. Não faço ideia o que diria a estas pessoas. Ou por um lado iriam monopolizar a conversa, ser o centro das atenções, seguindo a lógica de que são as estrelas da companhia - o que só ia fazer com que me irritassem. Ou então ia ficar naquela de só perguntar cenas sobre o que fazem, o que seria ridículo. Não há muito a ganhar.

Seguindo em frente.
Paddy co-escreveu e juntou uns quantos amigos para o fazer. Logo isso justifica algumas incongruências a nível de personagens.
Aqui, Paddy é um ex-militar, nascido de uma terriola pequena. Ao ter ido fazer o seu serviço militar, Paddy deixou um irmão mais novo para trás. Um irmão com uma deficiência mental. Infelizmente, o rapaz não se ficou pelas melhores companhias e, no seu grupo de «amigos», temos uma cambada de idiotas drogados que gozavam e abusavam dele.
Paddy voltou à aldeola para se vingar do que fizeram ao irmão.

Uma das incongruências: faria sentido que este grupo de meliantes fosse composto por gajos mais ou menos com a idade de Paddy. Nem por isso! Havia um ou dois velhos e mais um ou outro gajo que claramente não tinha pinta de pertencer àquela pandilha.
Depois há a vingança em si. Paddy primeiro começa por entrar nas casas deles e fazer graffitis na parede e pintar-lhes a cara com maquilhagem, só para mais tarde matá-los sem grande conversa. É demasiado ridículo. Isso e alguns dos meliantes começaram mesmo a chorar quando as mortes começaram a acontecer!

O filme, apesar de tudo, tem coisas fixes.
Tem aquele toque, ao início, de que as coisas vão correr muito mal, o que te deixa sempre apreensivo, sentado à espera para ver o que vai acontecer, certo de que vais ficar incomodado mas sempre ansioso por saber o que é. E há ainda mais uns pormenores de história fixes, lá mais para o final. E tem o Paddy. Não há como errar com o Paddy.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

London

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Chris Evans, a certa altura, foi abençoado por uma qualquer divindade e foi-lhe permitido andar com a Jessica Biel. Como tudo o que é bom no mundo, eventualmente teve que acabar. Não dizem tudo o que aconteceu aqui, mas arriscaria a dizer que foi porque o Chris, como todos os homens, é um idiota. Agora o palerma tem que lidar com o facto de que a moça vai mudar-se para o outro lado do continente, para viver com o novo namorado que, aparentemente, é parte burro.

Aquilo que marca neste filme?
As pequenas nuances de Hollywood.
Ora vejamos:

Aqui, Chris andava com a Jessica.
















Aqui, não.
















Segundo estes cavalheiros hollywoodescos, a felicidade dum homem, o estado de satisfação da vida, mede-se através do seu corte de cabelo.
Se tens o cabelo minimamente decente, és um rapaz feliz.
Se tens um cabelo ridículo, estás na m#$&#!

Claro que podia ser pior e podes sempre ter este aspecto.
















Podia estar aqui dez anos que nunca iria saber qual é o estado de satisfação do Jason Statham.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Mr. Brooks

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E quando menos se espera, o Kevin Kostner surpreende-nos com um filme que até nem é nada mau. O mais estranho ainda é a revolução a nível de personagens. Passou dum gajo pintas de meia-idade, garanhão e charmoso, para um assassino, metódico e calculista. Dêem merito ao cavalheiro.

Kevin faz de assassino em série que volta a matar depois de 2 anos de... chamemos-lhe sabática!
Kevin é um homem de família. Homem de negócios muito bem sucedido. Uma pessoa muito inteligente e muito, mas muito doente.
Kevin sofre de múltipla personalidade. Ou melhor, não é bem, já que acho que esquizofrenia não funciona assim exactamente.
O cavalheiro sofre da doença Tyler Durden, com algumas nuances. Neste caso, William Hurt será o Brad Pitt, só que Kevin está perfeitamente ciente que este não existe, logo à partida. O seu amigo imaginário interage, ajuda-o a matar, aprecia-o também, até dá abracinhos de consolo e tudo. Tudo o que uma pessoa necessita num amigo imaginário.

Claro que o filme não é só isso. Acontecem umas coisas. Morrem pessoas. Esse tipo de cenário.
Está giro.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Edmond

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De tempos a tempos lá me meto a ver um filme com o dedo do David Mamet.
Tem que ser de tempos a tempos, o cavalheiro tem um toque um pouco peculiar demais, para o meu gosto.
Alguns filmes são mais giros que outros. Recomendo o State and Main sempre que posso.
Este por exemplo... este já não será para toda a gente.
Todos têm o toque do teatro. Quase todos são baseados em peças. Todos têm aquelas frases... aquelas frase que se atiram para o ar. Não são especialmente dirigidas a alguém mas não deixam de ter um objectivo e, muito lá no fundo, até fazem sentido no contexto. Claro que ninguém as diz em conversa usual! Nunca na história alguém proferiu estas coisas, com esta entoação, sem ser com a luz dum projector em cima.

Este Edmond...
Dizer que o filme acaba no ponto mais distante de onde começa será ser simples demais.
Fiquemos pela actuação de Will Macy. Muito boa, para não variar.

sábado, dezembro 15, 2007

Bobby

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O último dia de Bobby Kennedy. O dia em que ganhou California.
Não do ponto de vista dele, mas de uma data de outros indivíduos que estavam no Hotel naquele dia.

Todas as histórias estão muito bem interligadas e nada parece ser feito ao desbarato.
Ainda de mérito é o elenco. Um conjunto muito bom de actores e actrizes.
Mesmo o Ashton Kutcher a fazer de hippie, vendedor de narco-tráfico.

School Ties

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Uma coisa o Brendan Fraser tem. O rapaz é multifacetado.
No início do filme, não sabendo nada da história, ao ver Brendan a cantar uma qualquer música pop dos anos 50 com aquele sorriso estúpido na cara, não dá para perceber se o palerma vai ser o saco de pancada ou o herói da história.
Há mérito nisso. É o que é suposto ser um actor.

Brendan é convidado a fazer o último ano num secundário privado de renome, com base nos seus dotes futebolísticos. (O americano, não o decente.)
Brendan é um judeu orgulhoso da sua ascendência, mas ao entrar nesta escola, é-lhe aconselhado que omita a sua religião, por forma a evitar descriminações.
Tudo corre bem. É um rapaz engraçado, estrela de futebol, corajoso e solidário. Apesar do seu passado mais modesto, faz amigos facilmente entre a elite dentro da elite (Chris O'Donnell, Matt Damon, Ben Affleck, Cole Hauser). As coisas correm-lhe tão bem que depois de roubar o lugar de quarterback que Matt pretendia, rouba-lhe a «namorada» também e quase que faz os pais de Matt gostarem mais dele do que do próprio filho. O Matt passa um pouco por todas as fases: ódio, admiração, muita inveja e alguma solidariedade, mas quando lhe roubam a sua mais-que-tudo (e não estou a falar do Ben), aí já é demais.
Matt está chateado e, fortuitamente, acaba por descobrir o grande segredo por detrás da nova estrela da escola.

E BAM!!!!

Dá-se a maior cena de homo-erotismo que alguma vez vi em toda a minha «vida cinematográfica»!

De todos os sítios que Matt podia ter escolhido para revelar o segredo que iria virar a maré... QUALQUER sítio onde estivesse a rapaziada toda... o nosso loirinho birrento de estimação escolhe os chuveiros comuns da casa-de-banho para confrontar Brendan com a verdade.
Matt entra naquele espaço enquanto muitos estão a lavar os dentes e onde Brendan e o Chris estão a tomar banho. Toda a gente está aos berros a festejar a vitória sobre uma equipa duma escola rival. Matt tira a sua toalha, mostra o traseiro ao pessoal...

Ok, acho que aqui devo ter perdido certas pessoas que certamente estarão à procura desse momento específico no filme.
Vamos só esperar que regressem.

...

Já está?! Foi giro?
Muito bem.
Continuando.

Matt, de bom espírito, em conformidade com o resto do ambiente de jovens nus a tomarem banho, celebra a tal vitória. Às tantas, decide contar uma anedota foleira relativamente a judeus, gozando com a sua avarice ou qualquer coisa idiota semelhante. Vê que Brendan está chateado e revela ao pessoal que o cavalheiro desnudado à sua frente é judeu.
Começam à porrada.

Voltei a perder certas pessoas.
Só mais um bocadinho.

...

Ficaste chateada?
É que não se vê grande coisa, não é?

Os dois - desnudados, para o caso de alguém já não se lembrar - à porrada. O Chris a separá-los, também ele como veio ao mundo. E todos os outros idiotas a verem, a lutarem contra uma qualquer vontade de tirarem as roupas e juntarem-se à festa.

A sério!!
Isto foi mais gay do que o Shortbus, onde existem homens a terem relações sexuais com outros homens!!!!

Podia ainda falar de alguns costumes americanos que acho ridículos, ou o facto de que devido ao estilo de filmes de acção que Cole Hauser faz hoje em dia, nunca mais me lembrei que também aparece no Good Will Hunting, o que implica que já se conheciam daqui, mas prefiro deixar-vos com a imagem de Brendan Fraser e Matt Damon, todos nus e molhados, à «porrada» numa casa-de-banho/balneário.
Para aqueles que não têm acesso ao filme, fica aqui a cena. Divirtam-se!

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Stepmom

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Perturba-me que a Julia Roberts não me irrite.
Parece que sou um ser estranho por isso. Sou diferente dos outros.
Talvez tenha que sair do armário.

EU - Pai. Mãe. Tenho que confessar-vos uma coisa. Não vão gostar mas tenho que ser honesto comigo mesmo e convosco... Eu acho piada à Julia Roberts.
MEUS PAIS - NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOO!!

Aqui a Julia é a madrasta.
Susan Sarandon foi casada com Ed Harris e teve dois putos. O Ed não é parvo e trocou a esposa por um modelo mais novo, enquanto ainda estava na garantia. E foi mesmo a tempo!!
A Susan tem cancro e está numa de ir desta para melhor. Não sem antes mandar vir uma beca e tentar ao máximo infernizar a vida da «pobre» Julia.

Havia um detalhe que me irritava na Susan: sempre que a mulher queria revelar uma coisa séria, convidava o destinatário(a) da informação para um café/bar/restaurante. A coisa faz sentido. Há o procurar um campo neutro para a discussão. Isto é cordial. Há ainda os putos a ter em conta. Assim evitamos que oiçam coisas que não convém.
Só que depois de revelar seja o que for, há um de dois possíveis resultados. Se for algo que não querias ouvir, queres mandar vir e queres fazê-lo à grande, o que é inconveniente, porque está num sítio público. Se for algo chato como tudo, ao que nem sequer tens grande resposta, ficas a olhar para a mulher. E depois?
Fica ali aquele momento em que ninguém diz nada. A conversa acabou. E agora? Bazo? Pago a minha conta? Acabo o jantar? Mando vir?

Parece-me um pouco injusto meter alguém nessa posição.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Accepted

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O filho que o Bruce Willis sempre quis ter não gostou de não ter sido aceite por todas as faculdades a que se candidatou.
Como tal, e ainda como forma de salvar-se perante os pais, o cavalheiro decide criar uma faculdade só para ele e para os amiguinhos como ele.
Mas por muito que este enredo não seja verosímil, não é isso que não é aceitável.

é inaceitável o quão gordo o Jonah Hill era
















é inaceitável esta tanga
















é inaceitável que este palerma seja o único comic relief duma comédia de universidade E é inaceitável que esteja em todo o lado a toda a hora!!
















é bastante aceitável este tipo de alunas universitárias
















mas é inaceitável este discurso final

terça-feira, dezembro 11, 2007

Topsy-Turvy

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Coisas Positivas
Um bom elenco. Muitos e bons actores e actrizes britânicos(as). Aqui, no começo do auge da carreira temos, por exemplo Jim Broadbent, ou Shirley Henderson. Curioso saber ainda que Andy Serkis já existia nesta altura.
É sempre giro ouvir um inglês um pouco mais puro. Nada de brejeirices ou calão para este pessoal.
Boa caracterização. Ganharam um Óscar por isso mesmo.

Coisas Negativas
Tem cantorias!! É sobre uma companhia de teatro no final do século XIX. É óbvio que tem cantorias!
É demasiado longo!!!
Falta-lhe objectivo. Estamos com uma hora de filme antes que dê para perceber que é sobre a grande obra destes cavalheiros, The Mikado. Uma peça que vem revolucionar um pouco o meio, na altura. Assim que te apercebes, não há muito mais para ver e ainda tens que gramar com mais hora e meia de filme.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Superbad

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Duas razões para ser um sucesso:
A - O facto de toda a gente se identificar com idiotas no secundário! Aquela coisa de ir atrás de um objectivo e não pensar em mais nada. O facto de que tudo afecta demasiado. Um percalço impede-nos de chegar à meta. Uma paragem limita a realização dos nossos objectivos.
Que irritante e que giro ao mesmo tempo.

Segundo - O facto de que os nossos heróis têm, de facto, todo o ar geek do mundo. Nós acreditamos que têm MUITA dificuldade em ter sucesso com miúdas. É natural que haja gajos que se metem com eles e que lhes cuspam em cima. É legítimo acreditar que estes palermas dificilmente terão o que querem. Apesar de serem gajos porreiros, iguais a todos os outros.

Muito boa esta noite. No seguimento de muitos filmes de adolescentes onde a acção se passa toda numa louca noite, este é um dos bons. Este é um dos a ver.

Única nuance: A apreciação... não! A idolatração e o anseio de poder voltar atrás no tempo... O despertar, o abrir dos olhos para aquela magnífica década que foram os anos 70. Esse tipo de momento climático... Esse tipo de realização pessoal... Isso é só na faculdade. No secundário estes palermas ouvem é 50 Cent e Rihana e essas idiotices.
Não há bom gosto no secundário. Isso vem depois. É a única coisa.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Transformers

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em retrospectiva

Esperava robôs gigantes, claro que sim.
Esperava grande efeitos especiais, naturalmente.
Esperava tiros e grandes cenas de acção. Então não?!
Esperava que houvesse um qualquer herói militar. Honrado e homem de família. Com um aspecto de que se na vida real disparasse uma arma provavelmente desataria a chorar, mas ok!...
Esperava decisões do governo americano... duvidosas...
Esperava que alguém nerdlinger descobrisse informação vital a certa altura, quebrando mesmo algumas leis/ordens no processo. (não estava à espera que uma nerlinger tivesse este aspecto ou fosse autraliana, mas isso já é outra conversa)
Esperava que a Megan Fox fosse... ui!... nas horas!!
Até esperava que tivesse muitas gafes de história: Porque haveriam de revelar tanta informação confidencial a meros civis? Porque é que haveriam de confiar tanto e dar tanta responsabilidade a um adolescente?

Contudo, não esperava o toque humorístico, o toque lúdico.
Não esperava um papel tão ridículo como o do Turturro e não esperava que a mãe de Shia - meio com os copos, como a própria admitiu - se pusesse a falar dos actos masturbatórios do filho.

Talvez tenha sido influência do nosso amigo Esteves.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Waitress

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Só para provar que não são precisos grandes efeitos, ou grandes enredos, grandes estrelas de cinema ou muitos meios para fazer um filme simpático.

Gostei. claro que gostei.
Sou um pouco suspeito porque adoro o Nathan Fillion, por muito que seja uma maldição em qualquer série. E não sinto a minha masculinidade ser comprometida ao admitir que já curtia a Keri Russell no Felicity.

Gostei da ligeireza da coisa.
Gostei da forma como adultério foi um assunto tão sui generis.
Achei piada ao quão vermelhas ficaram as orelhas do Nathan quando se enrolava com a Keri.
Não odiei o sotaque sulista americano como é costume. Aqui há um toque de caloroso.

Gostei.
Não há muito mais.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Deja Vu

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Sou só eu a sentir-me intrigado em relação à textura daqueles cobertas que os bombeiros dão a vítimas? A seguir a uma inundação, quando tiram alguém vestido de dentro da água, quando tiram alguém dum prédio em chamas; depois duma destas situações vemos a vítima, regra geral, sentada na traseira duma ambulância, com um cobertor a tapar do frio, mesmo que seja o pico do Verão. São umas mantas enormes. Parecem pesadas. Parecem quentes também. O meu problema é que aquilo é enorme e, acima de tudo, parece rijo. Parece ter a consistência dum tapete de automóvel. Daqueles de borrachas, no chão do carro, à frente dos bancos. Daqueles que se bate contra a parede para tirar o surro, quando se limpa o interior de um carro.
Aqueles cobertores parecem ter essa consistência, o que me deixa algo intrigado na sua utilização para conforto de uma vítima.
«Não te preocupes, querida. Já passou.» Diz a enfermeira de emergência enquanto abraça uma criancinha de 11 anos, acabada de ser tirada da sua casa que estava em chamas. Suor e água das mangueiras deixaram-na encharcada. Ao reparar nisto, a enfermeira remata «Estás a tremer de frio! Toma. Mete este tapete de automóvel por cima dos ombros. Vai aquecer-te.»

No que concerne ao filme com o Denzel - é impressão minha ou os filmes deste cavalheiro começam a ser demasiado iguais? - não há muito para dizer.
Denzel é um agente federal ATF - Alcohol, Tobacco and Firearms, a agência mais ridícula dos estados unidos, e é convidado(!) para participar numa investigação duma explosão de um ferry, que envolve máquinas que quebram as leis da física e conseguem ver coisas que aconteceram no passado... Whaaaaat?!...
Ao que parece, uma qualquer equipa de cientistas, por acidente (que outra maneira há?) descobriu uma forma de ver coisas que ocorreram num determinado raio de acção 3 (ou 4) dias e seis horas antes(!!!!!!). Só nesse período. OU seja, se quiser ver algo que ocorreu hoje, terei que esperar uns dias para o poder ver. Mas se deixar passar demasiado tempo, já não o conseguirei ver.
Se soa ridículo, é porque é. Não é tão ridículo quanto o quão gordo o Val Kilmer anda hoje em dia, mas é ridículo qb.

Há muitos poblemas com esta história:
O porquê do governo americano estar a usar esta tecnologia altamente desenvolvida mas também altamente experimental num caso que, convenhamos, não é duma magnitude assim tão grande.
O porquê do Denzel ter sido convidado para participar, apesar de ser um reles agente federal.
O porquê de, às tantas, estar a liderar a coisa, seguindo dicas que mais ninguém seguiria (uma moça, entenda-se).
O porquê da existência de uma agência federal só para tabaco, álcool e armas. A CIA ou o FBI não podiam fazer o mesmo trabalho?
O porquê do Val Kilmer estar tão gordo.

Mas mesmo com estas coisas, o que irrita é que passamos maior parte do tempo a pensar «Será que estas pessoas nunca viram um filme com viagens no tempo?! Se o gajo fizer [isso], obviamente que vai despoletar [isto ou aquilo] no futuro!»
Para alguém que veja algum cinema, é difícil haver surpresas neste tipo de enredo. O Donnie Darko será o último a surpreender. E passa mais pela questão de ambiente do que propriamente a história.

Resumindo, é um trama de ter que mudar o passado. É isso que Denzel tenta fazer ao longo do filme. E o que é pior é que consegue fazê-lo e garanto que podia estar aqui até amanhã e não conseguia explicar como o consegue fazer porque, sinceramente, não percebi o que é que fez diferente.