domingo, agosto 31, 2014

Need for Speed


Lá tive que dar um pouco de velocidade a um último dia de liberdade, que quer-se bem longo.

Não vejo propósito em falar do filme em si. É uma história de vingança, com carros rápidos pelo meio. Vou falar antes dum pormenor de somenos, como é minha preferência.

O personagem principal vai parar à prisão. Passa lá dois anos. No entretanto, os colegas e amigos, especialistas em carros, cada um vai para seu lado. Um deles vai trabalhar para um escritório. Porquê? Era bom no que fazia. Seria tão complicado ir trabalhar para outra oficina, ou até se calhar para uma das marcas grandes? Pior, teve que ser convencido a sair do trabalho de escritório, que odiava, para voltar à estrada.

No meio de tanta condução desenfreada, tanto acidente que terá corrido bem pior do que mostram, tanta cena típica de filme de acção de carros, ainda por cima baseado num jogo de computador... Sim, a cena de ser difícil convencer alguém a sair do trabalho enfadonho de escritório e voltar à especialidade que adora, essa foi a cena que custou-me a acreditar.

sábado, agosto 30, 2014

Godzilla


Alerta de spoilers. Não vou ter muito cuidado com este.

Godzilla é, no fundo, uma luta entre um monstro e outros dois, com uma data de humanos a correr dum lado para o outro, com a ilusão que têm qualquer influência no resultado. Pior, são só uma maneira de encher. Uma distração da única coisa de interesse: monstros à bofetada.

É que nem disfarçam bem. Há uma data de «teclas clichê» que batem insistentemente. Porque é que revelam a origem dos monstros ao Aaron Taylor-Johnson? Qual foi o objectivo do Cranston ou da Binoche? Porque guardaram um monstro adormecido no meio da única coisa que o alimenta? Qual a lógica de querer derrotar um monstro com a única coisa que o alimenta? Porque demoraram tanto tempo a matar o monstro que provocou o primeiro incidente no Japão? Porque não constrolaram os níveis de radiação da cidade? Porque é que os americanos têm sempre tanta influência num assunto claramente mundial? Porquê tanta relevância a um palerma que não tinha nada a ver com o assunto até começar a dar-se a acção?

Godzilla é delicioso visualmente, mas a história é miserável.

The Inbetweeners 2



Fizeram um segundo filme. Pensei ter terminado com primeiro. Este não foi brilhante. Teve alguns momentos em que ri-me a bom rir, mas no todo não foi extraordinário. O tom sério perto do final baralhou-me. Não procuro sério em nada Inbetweeners. Interessa pouco. Estou contente que continue a ser um sucesso. Tenho impressão que até portou-se bem nas bilheteiras. Excelente. Haverá terceiro? Espero que sim. Espero tanto que sim. Quero ver mais da mãe do Will... eerrr... Quero ver muito das aventuras destes jovens traquinas, seja em que país for.

Brilliant.

quinta-feira, agosto 21, 2014

Love Punch


Houve um dia qualquer que estava entediado e vi o trailer. Ou então apanhei-o no cinema, não sei. Só sei que vi e achei piada. E tinha razão. Tem piada. O trailer. Todo o trailer tem piada. Tem quase todas as cenas com piada do filme, logo tem piada. Se se pede para um trailer de minutos encher todos os 90 duma longa metragem... não se pode estar à espera de grandes resultados.

Pierce e Emma são engraçados. Cada vez mais, em boa verdade. Ainda há um ou outro secundário na mesma categoria. Mas este filme... é só fraquinho. Muito fraquinho.

quarta-feira, agosto 20, 2014

Chef


Favreau mete sempre muita alma e coração no que faz. Será esse o sucesso de Chef. Porque a história não é nada de especial. E no final até bate em demasiadas teclas expectáveis, roçando um bocadinho o ridículo. Mas não é no final que está o sumo. Uma refeição não se faz da sobremesa. Faz-se do prato principal. E aqui, a iguaria é a viagem. Literalmente. Não é aquela coisa de «o importante é a viagem, não o destino». Favreau atravessa o país com o filho. Encontra o que faltava na relação dos dois. Encontrou renovada paixão a fazer o que gosta. Fez comida pelo caminho. O que para mim foi uma tortura. O meu jantar foi cereais. Ainda não estamos em condições de produzir comida neste novo pouso. Em boa verdade, não sei se alguma vez estaremos nessas condições. Embora tenha ficado com algumas ideias...

Quase que me controlava, mas não podia deixar de referir que Favreau escolheu Vergara como ex-mulher e Scarlett como amante ocasional. É preciso dizer mais alguma coisa? Realizadores têm cá um ego!

quarta-feira, agosto 13, 2014

3 Days to Kill


Ooooooh! O Besson está a ficar mais maduro. Agora já mistura filmes de acção «bandeirosa» com questões familiares. Fofinho.

Quer dizer, em boa verdade a história é apenas baseada numa ideia de Besson. Às tantas a sua ideia era só a parte de acção, do Kostner afinal ser um durão e não o panhonha que estamos habituados a ver. Se calhar foi o McG que meteu toda a parte do marido/pai ausente arrependido. Sim, o McG consta que é um rapaz bem sentimental. Faz mais sentido.

Se se pretende encontrar uma surpresa, não é preciso ir mais longe que 3 Days to Kill. Sim, o enredo é um pouco ridículo, mas há uma boa conjunção entre acção e humor. Faz disto bom entretenimento. Não mais que isso, atenção, mas dá para chegar a casa e desligar um pouco o cérebro. Ajuda. Talvez duas horas e pouco seja demasiado tempo para ter o cérebro desligado, mas vamos não focar-nos nos pormenores, OK?

domingo, agosto 10, 2014

Ping Pong Summer


Finalmente voltei a fazer um dia caseiro de fim-de-semana. Implicou uma data de trabalho manual, mas deu para descontrair com um filme logo pela manhã, para além de ainda ter o prazer de ver o Glorioso ganhar mais um título.

Não sendo nada de extraordinário - é o típico filme de verão adolescente, misturado com Napolean Dynamite -, acabou por ser um visionamento de domingo de manhã até bastante agradável... mesmo com todas as referências de anos 80.

sexta-feira, agosto 08, 2014

Guardians of the Galaxy


Estava muito entusiasmado em relação a este filme.

Desde que foi anunciado que estava à espera para o ver. Não sei quando soube. Talvez tenha lido alguém algures a dizer que ia ser bom. Não sei. Admito que não tenha sido uma ideia original. Sei que soube do projecto e sabia que ia ser bom. Sabia que ia ser um sucesso. Ninguém sabia da existência destes personagens. Mesmo eu sei pouco deles. Tinha lido o suficiente para saber do potencial. Disse-o aos do costume. Mesmo os na altura cépticos perceberam no meu olhar ou nas minhas palavras que poderia ser mesmo alguma coisa grande. Costumo duvidar muito dos projectos de BD. Estando dentro da história e do universo, sei o quão difícil é reproduzir alguns momentos, ou mesmo personagens. Pelo meio mete-se ainda a minha natureza negativa, assim como a vontade de baixar sempre as expectativa. Não foi o caso. Aqui soube sempre que ia ser incrível.

Fiz coisas que nunca faço. Li qualquer notícia ou rumor que saía. Vi todos os trailers mais que uma vez. Soube do filme e da história. Vi demasiadas das supostas melhores cenas. E depois vi-as outra vez. Lá atrás havia o receio miudinho de estar a cometer um erro. De estar a estragar uma experiência cinematográfica incrível. E então via os trailers outra vez. E lia mais artigos e mais rumores, com alguns spoilers pelo meio. Continuava a saber que ia ser das melhores coisas que já tinha visto. Roí as unhas até ter a certeza da data de estreia. Chamei nomes a muita gente quando soube que estrearia em Portugal uma semana mais tarde que maior parte do mundo. Percebi que estava no limite da loucura, quando dei por mim a ver um vídeo do Chris Pratt a conduzir o pace car duma corrida de Nascar, como parte da press tour.

Confirmo o que muito se diz por aí, pelos que já tiveram o prazer de ver Guardians. É um tipo de filme que parecia não voltar a existir. Aquele filme que faz-te sentir bem. Que faz-te torcer pelos heróis improváveis, pelos verdadeiros underdogs. Aquele filme que vimos em miúdos e que ainda hoje fazem parte de nós. Os filmes que nunca vamos esquecer. Os filmes que vimos vezes e vezes sem conta, sempre que davam na TV nos domingos à tarde. Sempre com a mesma alegria, por muito que soubessemos todas as falas já de cor. Guardians of the Galaxy tem tudo de bom das aventuras do Dr. Jones. Tem o maravilhoso do mundo fantástico das batalhas entre as estrelas. Tem acção, atitude e boa disposição.

E mesmo depois de ter visto todas as «melhores» cenas vezes e vezes sem conta... Mesmo depois de ter ouvido a banda sonora em loop durante horas... Mesmo depois de tudo isto, o filme teve ainda mais cenas dentro das cenas, assim como mais ambiente e mensagem do que as músicas têm por si.

É um grande elenco que está muito bem (mesmo o cavalheiro que dá a voz à árvore). O lorde das estrelas é delicioso. Assim como o fuínha minorca. Sem desprimor para os restantes companheiros. Guardians é divertido à brava e só não é melhor que os Avengers porque não tenho a mesma ligação com os personagens. Está a ter um sucesso louco. É mais que merecido. Gunn tem todo o meu respeito, se é que já não tinha.

Não quero, nem vou alongar-me mais. Não vale a pena. É chover no molhado. Tenho só pena que não tenham dado o olho do outro ao guaxinim. Fazia sentido que precisasse dele.

Posto isto... Estou muito entusiasmado em relação a ver este filme outra vez.

segunda-feira, agosto 04, 2014

Dawn of the Planet of the Apes


Que óptimo aperitivo para a semana. Dá gosto ver um projecto feito com pés e cabeça. Pegaram em algo já existente, é certo. Algo mesmo que outros tentaram pegar num passado recente. E será mesmo provável que só o tenham voltado a pegar por forma a não perder os direitos. Mesmo assim, foi feito como deve ser. Deu-se corpo e forma a um universo apreciado por um grupo de pessoas, tornando-o em algo acessível a muito mais gente que se esperaria. Tem enredo. Tem excelentes interpretações de personagens cativantes (por muito que seja debaixo de quilos de maquilhagem e terabytes de processamento de imagem). E, vamos admitir, tem macacos a cavalo. Com armas.

Haverá imagem mais épica que um macaco em cima dum cavalo, com uma arma na mão?

Muitas. Claro que há muitas. Assim de repente lembro-me duma moça de primeiro nome Bo, também em cima dum cavalo. Não interessa. Esta também é fixe e está na minha memória recente.

Faltará frisar três pormenores ridículos:
- As partes dos humanos, só de diálogos, eram mil vezes menos interessantes que as dos macacos. Serviram para encher o filme. As dos macacos tiveram mais dedicação por parte dos criadores. É um detalhe a ter em conta para o terceiro, não vá estragar a coisa.
- Houve gente parva, de parte a parte, ao longo do filme. E por gente, entenda-se humanos e macacos. Só os cavalos não falharam. Em todo o caso, o bolo continuará a ir para os humanos. É que biliões de pessoas morreram. Existe muito mais terreno disponível. Existem mais cidades com possíveis fontes de energia. Tinham mesmo que ficar ali ao pé dos macacos? Não dava para criar só assim uma distanciazita de segurança?
- Aguardo sequelas, daqui a uns anos, em que é a vez dos cavalhos revoltarem-se. Convém perceber que serão este os que mais perderam nesta conversa toda. Os macacos são mais pesados que os humanos, diria. Uma revolta justifica-se.