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terça-feira, novembro 09, 2021

No Time to Die


Bond:
Afinal havia ooooooutro!

No post de Spectre disse o que achava, que seria o último de Craig. Era a informação que tinha. Achava eu que não havia contrato com o actor para mais um filme. Se calhar não havia e entretanto negociaram. Spectre não teve bons resultados. Achava eu e toda a gente, na altura, que a dinastia de Craig tinha terminado. Prova de que não foi um «parto fácil» é o intervalo entre filmes. Spectre saiu em 2015. OK, No Time to Die era para ter saído o ano passado (mais um dos adiados pela pandemia), mas mesmo assim são cinco anos entre filmes. É demasiado.

Moral da história é que tivemos de levar com o canastrão mais uma vez. Espero que tenha sido a última. Se bem que... Custa-me, mas tenho de admitir. Ele aqui foi um bocadinho mais Bond.

Chiça, foi mais doloroso dizê-lo do que imaginava e do que vocês (tu?) possam pensar.

Sinopse:
Depois de três filmes a chamar outra coisa que não SPECTRE à SPECTRE, e dum quarto com SPECTRE no título, afinal SPECTRE não é «a cena». Afinal havia também outr... a organização malévola, com os seus próprios planos nefastos.

Uma figura do passado da moça de Bond ressurge. Mais que o próprio «irmão» de Bond, esta figura tem muito em comum com o espião britânico. Também ele odeia a Spectre e, ao contrário de Bond, a figura consegue efectivamente destruí-la. Claro que acharmos que é bom tipo é ridículo e o caramelo tem os seus próprios planos loucos de genocídio, controlo do mundo, riquezas muitas, yadda yadda yadda...

Vilão/Capangas:
Um tipo de mota com um olho mecânico/câmara não é mau. Continuo a preferir dentes metálicos, um chapéu de coco ou mesmo uns diamantes metidos na cara. Mas não está mau, não. E um vilão «fantasma da ópera», com um sotaque esquisito, isso então é ouro sobre azul. Ao início achei a máscara meio tola, pois gajos aterrorizadores com máscaras há muitos, mas quando deram-lhe o toque trágico, de ficar meio partida, conquistaram-me.

Bond Girls:
Ana de Armas é qualquer coisa saída dum sonho latino. Em 15 ou 20 minutos «roubou a cena» toda. Merece um filme só dela, neste ou noutro universo. Pena que não possa ser ela a nova Bond. À Lashana deram mais brinquedos que ao seu predecessor. Não desgostei, mas também não fiquei convencido que possa ser a próxima 007. Apenas e só porque mataram a personagem no final, com uma decisão que, para mim, não faz sentido. E depois há a pobre Seydoux. Merecia mais que ser apenas damsel in distress. Mas não muito mais. Calma. Para além da M e da Monneypenny, não há moça que deva aparecer mais que dois filmes. A não ser que decidam-se por uma «moça Bond» a ser a próxima Bond, algo que acharia genial.

Gadgets:
Ah, agora já pode ter o Aston Martin blindado e todo artilhado? Não era sem tempo. Ou melhor, fazendo jus ao título, será melhor dizer «já vem tarde» ou «antes tarde que nunca»?

Como disse acima, deram à Lashana brinquedos mais fixes, nos quais inclui-se uma arma para disparar cabos e permitir uma espécie de fuga rappel paralelo ao chão entre prédios. Sei que não parece grande coisa assim descrito, mas no filme foi fixe. Já usado pelo Bond temos um relógio com um EMP muito direccionado, que foi bastante fixe, mas no qual não posso pensar muito. Porque foi forte o suficiente para destruir alguns aparelhos, mas não lixou o comunicador no ouvido do Bond... Ou nanobots no geral!

A sério. Não posso mesmo pensar nisto. Começo logo a sentir palpitações.

Cena Bond:
O problema de terem estragado o universo Bond com estes filmes do Craig, é que há demasiados filmes que não sei o que é verdadeiramente uma «cena Bond».

Ia o filme com duas horas e achava eu que teria apenas, para referir aqui, uma cena no início. É uma ponte antiga. Há um carro dum lado, uma mota do outro. Tudo com capangas armados. Bond no meio. Solução: pegar num daqueles cabos metálicos que percorrem pontes antigas (conveniente) e mandar-se «borda» fora, para evitar toda a gente. Giro, sim. Mas não épico. Felizmente não se ficaram por aí.

Existe uma ilha, quartel general do vilão, cheia de minions, onde estão a preparar uma arma de destruição massiva e onde estão prestes a receber uma data de meliantes que querem comprar a dita. Foi... É a cena Bond for the win.

Notas finais:
Fiz toda uma preparação antes de ver No Time to Die. Fui ver um vídeo de recap dos quatro filmes Craig, no YouTube. Já que por lá andava, revi os Pitch Meetings destes quatro. Reli os meus posts aqui no blogue. Trinta por uma linha. Reparei num padrão logo no filme do recap. Qual foi a cena de tentarem que o Bond se retirasse com uma moça, em quase todos os filmes? Sim, o homem apaixona-se, mas nem no famigerado filme em que casou (em Portugal, é sempre importante referir) pensou em retirar-se, certo?

E depois há ainda uma questão que atormenta-me. Porque deram-se ao trabalho de começar o Bond de novo, desde que tornou-se 00 pela primeira vez, só para levá-lo ao fim de carreira depois de 5(!) histórias? Qual foi a necessidade do ciclo fechado, tendo sido dado tanto ênfase à origem do Bond, que é a parte que menos interessa?

suspiro

Não foi mau. Este quinto capítulo, do pior Bond deles todos, foi o mais «Bond» dos cinco. Foi giro de se ver. Indo ao detalhe não faz sentido, mas essa regra aplica-se a todos. Foram filmes entretidos. Não concordo com muito do que fizeram - e não sei se é claro, mas não concordo com a escolha de actor. Mas diverti-me em quase todos (o Casino, que estranhamente é o melhor cotado, para mim foi mauzito). Porque Bond é sempre excitante. Porque tudo pode acontecer. E isso mexe com o miúdo dentro (e fora) de mim, que sempre curtiu estas aventuras. Porque é o que são, e são suposto ser: aventuras repletas de fantasia e disparates incríveis.

Venha daí o novo ciclo. Espero que não demore muito. Já sinto falta dos clichês todos.

domingo, fevereiro 21, 2016

Spectre


Bond:
O último de Craig. Em situação normal estaria contente. O problema é que não sei se não será o último Bond. Não só dele, mas de toda da gente.

Se este franchise morrer, culpo Craig e o seu andar idiota, que nunca é nem durão, nem cangaceiro, nem com estilo. É uma tentativa de fazer tudo ao mesmo tempo. Falha miserável e epicamente. É o maior falhanço, na história de tentativas de andar fixe, de todo o sempre.

Sinopse:
O programa 00 vai terminar, sendo substituído por um sistema de vigilância global. Não percebo como uma coisa invalida a outra, mas não fiquemos presos a detalhes.

Fora de horas e sem supervisão alguma - indo contra ordens superiores directas, aliás -, Bond investiga ex-inimigos, na busca de mais informação que confirme o que se suspeita: que tudo está ligada a um único grã-vilão, a uma única organização.

Vilão/Capangas:
Impossível fazer outra coisa que não louvar Christoph Waltz como vilão. Seja do que for. Até podia ser vilão dum anúncio de cereais. Teria o meu respeito (e algum medo) na mesma. E Bautista estava a ser óptimo capanga. Até abrir a boca. Essa parte nunca lhe corre bem.

Mas mais importante que isso: aparece a Spectre! E aparece o gato.

Não, não, ignorem o comentário anterior. Aparece a Spectre. Fiquemos por aí. Não pensemos que, na minha cabeça, o gato chama-se Spectre.

Bond Girls:
Cinco óptimos minutos de Bellucci. Seydoux vai convencendo, como qualquer mulher francesa consegue sempre fazer.

Gadgets:
Ameaçaram com o carro. Parecia que ia fazer grandes coisas. Funcionou uma ou outra. As outras não, tanto como artifício para criar suspense, como talvez por falta de orçamento ou meios técnicos. Safou o relógio que explode. Acabou por ser um bom compromisso.

Cena Bond:
Fiquei super entusiasmado quando se percebeu que ia haver uma perseguição na neve. Confesso que não sabia isto de mim mesmo, mas perseguições na neve são as minhas preferidas e, pelos vistos, é algo que associo ao universo Bond. A sério. Só me apercebi neste filme. Começou a cena. Mostraram sinais que ia ser uma perseguição na neve. Fiquei em pontas. O problema é que não foi uma perseguição por aí além. Até desiludiu-me um pouco, no final.

Bond persegue um grupo de carros com um avião de hélices, bi-motor. É o óbvio para se perseguir alguém, claro. Chega a fazer um jogo de chicken com os carros. Ganha, como é natural. Só que Bond terá ficado convencido com a vitória. Começou a arriscar muito e, com isso, começou a perder peças. Uma asa aqui. A outra ali. Toda a traseira desaparece, a certa altura. Fica o cockpit e pouco mais. O certo é que mesmo assim conseguir ganhar direcção, indo colina abaixo na neve, acabando por abalroar os últimos carros. Impede os vilões de fugir com a moça de Bond.

Até eu, que adoro Bond e tudo o impossível que daí advém, achei esta cena exageradamente estúpida. É que bastava ter travado, ou mesmo abrandado o carro, e Bond teria passado por eles, sem criar grande constrangimento.

Notas finais:
Sam Mendes veio trazer muito de Bond de volta ao franchise. E ainda bem. Quase que salvou a coisa. O problema é que terá sido esforço em vão. Esta última sequela não se pagou. A regra dita que não haverá mais. Em boa verdade, o plano era fazer apenas quatro. Depois logo se via. E qualquer um destes quatro foi tirado a ferros. Muitas foram as vezes em que li, nos últimos 10 anos, que não havia dinheiro para fazer o próximo. Até aqui havia uma obrigatoriedade contratual para cumprir. Deixa de haver obrigações, deixa de haver esforço extra.

Se não houver um maluquinho que queira continuar, cheira-me que o personagem morre com este Spectre. De forma inglória...

Estou a contar contigo, Mendes! Isto não pode terminar com o idiota do Craig! Venha daí o Idris, caramba!

sexta-feira, julho 19, 2013

Skyfall

IMDb | Sítio Oficial

Bond:
Ainda Craig. Ainda o pior de todos. E parece que vai manter-se por pelo menos mais um.

Odeio o gajo.

Sinopse:
A MI6 sofre um ataque cibernético, que termina numa explosão no edifício. Já antes os vilões tinham conseguido roubar informação secreta sobre os seus agentes. O grande alvo é M. Há um plano de vingança que, entre outros, tem o objectivo de arruinar-lhe a carreira, procurando que seja despedida sem glória, depois de todos os anos ao serviço.

Vilão/Capangas:
O vilão é bom, sim senhor, ou não fosse Bardem. O rapaz tem o suficiente de disforme para parecer um óptimo Bond villain. Convenhamos que saber representar ajuda. Agora, a questão que se levanta é: será um sonho para um actor ser um Bond villain? Espero que não haja muitas miúdas a querer ser Bond girls, mas villain será fixe. Claro que toda a gente quer ser o Bond. Tendo em conta que é o Craig, até é possível qualquer um ser o Bond. Aparecer em qualquer filme destes, hoje em dia, tem as suas vantagens só por si. Entenda-se: €€. Mas eu curtia. Se fosse actor, gostava de ser o vilão. Especialmente se pudesse ter um gato ao colo.

Bond Girls:
Gostei de Eve. Muito pela surpresa que não revelarei aqui. Acima de tudo pelo flirtar com o Bond. Óptima química entre os dois, por muito que Craig seja um robô. Já a francesa... não acharia piada em teoria, mas depois de minutos em cena e um par de decotes, fiquei convencido. Pena ter aparecido tão pouco.

Gadgets:
Bond fica desiludido com a pistola e rádio detector. Queixa-se. Resposta:
- Were you expecting an exploding pen? We don't really go in for that any more.

Odeio o novo Q.

Cena Bond:
Não abundaram «cenas Bond», mas ao menos houve uma. Bond persegue um capanga, em cima dum comboio. O nosso herói passa duma carruagem para a outra usando uma retroescavadora. Não faz muito sentido, bem sei. É difícil de explicar. Teve piada.

Notas finais:
Este foi mais Bond. Até no genérico. Abençoado Sam Mendes. Não sei se foi ele ou não. Será a referência duma equipa que trouxe um pouco de Bond de novo ao franchise. Continua a haver demasiada coisa que não faz sentido, muito em termos de continuidade. Nunca foi o forte dos filmes Bond, mas ter uma M que aparece nas primeiras e nas últimas aventuras do personagem é só estúpido. As bocas ao Q também são esquisitas. E que raios foram aqueles momentos de chamar velho a este Bond? Não é suposto estar a começar a carreira de mais famoso agente secreto britânico? Passava ainda sem saber tanto sobre o passado do personagem, mas fico contente que voltámos a ser fiéis ao passado. Fala-se de Mendes para o próximo. Acho que não aceitará, mas gostava muito que o fizesse.

domingo, agosto 19, 2012

Quantum of Solace

IMDb | Sítio Oficial

Bond:
Daniel Craig, que tanto podia estar a fazer isto como de Bourne ou de Missão Impossível ou qualquer outro filme de acção, não guardando rigorosamente nada de especial para este papel.

Sinopse:
A história continua depois do último. Descobriu-se uma organização secreta que está em todo o lado (SPECTRE?) e Bond segue umas pistas, também tentando vingar a morte da outra. Acaba por deparar-se com um plano de derrubar o governo boliviano, colocando um general específico no seu lugar. O principal agente é um gajo que lidera uma organização de protecção do ambiente, auxiliado pela CIA e os seus agentes mais corruptos.

Vilão/Capangas:
O director da organização é o vilão. Vilão pequeno, é certo, mas o principal. Capangas nem vê-los. E depois tenho que estar a ver este director, um gajo franzino, a ser a pessoa que mais conseguiu bater no Bond, para além de ter sobrevivido. Certo.

Bond Girls:
Duas moças magrinhas, modelitos, sendo que apenas uma vai para a cama com o Bond. Correu-lhe mal, mas ao menos serviu de rebound ao rapaz. Tudo em nome da pátria.

Gadgets:
Um telemóvel com capacidade de tirar fotos e enviá-las para um sistema de reconhecimento. Isto não existe mesmo?

Cena Bond:
Nada.

Notas finais:
E assim termina a minha epopeia, da pior forma. Os meus receios acabaram por comprovar-se. Estes novos filmes são óptimas fontes de entretenimento. Só não são Bonds. Ponto.

Casino Royale

IMDb | Sítio Oficial

Bond:
Daniel Craig, o músculo da moda, estreia-se como Bond. Tinha receio em vê-lo neste papel. Também por isso demorei tanto tempo a ver os novos filmes. Acreditava que tinham estragado o franchise. Há que admitir que é o Bond menos Bond de todos e não, ser as primeiras histórias não é desculpa. Craig não tem o charme conhecido do personagem. É mais militar, mais grunho. Faz mais sentido, mas não deixa de ser um paralelo ao personagem. Ok, talvez não paralelo. Perpendicular, vá. Em alguns pontos cruzam-se. Perpendicular não é tão mau.

Sinopse:
Na primeira missão enquanto agente 00, Bond tem que jogar póquer. Sim, é verdade, a sua grande missão é ganhar um torneio de póquer e entalar o vilão, banqueiro de vilões. Como segunda profissão, se é que lhe podemos chamar assim, Le Chifre (péssimo nome) é terrorista. Para não se pensar que não teve acção, antes do torneio Bond impediu que Le Chifre explodisse com um avião experimental, que resultaria na morte de muito boa gente.

Vilão/Capangas:
O vilão, por muito terrorista que fosse, era um nerd de contabilidade. É bem verdade que lida com os piores seres humanos na terra. Não deixa de ser um contabilista, mesmo que tenha um olho todo lixado, com uma cicatriz. Não houve capangas, o que só me entristece.

Bond Girls:
A esposa do grego não impressionou. Eva Green continua sem fazer grande coisa por mim, apesar dos seus já conhecidos atributos. Mais rapidamente olho para a mulher do contabilista, mas só  porque conheço-a de outras paragens.

Gadgets:
Não houve. Um desfibrilador no carro não conta. O carro ter um porta-luvas diversificado também não. E um telemóvel com mapas não mexe com a criança dentro (fora?) de mim, lamento.

Cena Bond:
Nenhuma digna desse registo. Há todo o mérito em afundar um prédio em Veneza, ou ganhar a mão final de póquer com a pior mão inicial (em teoria), mas nada que mereça o título de «cena Bond». Houve uns pormenores nas primeiras cenas de acção, ao misturar todo o parkour, mas mesmo assim...

Notas finais:
Entrei completamente de pé atrás e tinha razão em maior parte das coisas. É tudo ao lado. O Bond fica cheio de feridas (que desaparecem na cena seguinte). Não há brinquedos dignos desse nome. Bond abandonou a esposa do grego antes de deitar-se com ela, para ir atrás dele(!). (Não. Não se faz.) Vá lá que andou de fato ainda durante algum tempo. Dir-me-ão que a ideia é o personagem crescer para ser o Bond que conhecemos. Tudo bem. Dou isso de barato. Gostei mais do filme do que estava à espera, admito. Ajuda que tenha óptimas cenas de acção (o parkour faz a diferença) e que Craig saiba andar à porrada, não parecendo um velho, como maior parte dos outros. E atenção que não tenho nada contra reformulações de franchises. Gostei dos novos Batman, da reestruturação dos X-Men e até mesmo do novo Homem-Aranha. Convém modernizar velhas histórias. O espectador está muito mais crítico e analítico. É importante ter atenção ao pormenor e ser o mais realista possível, dentro do reino da ficção. Não tenho problemas que estes Bonds não sejam tão Bonds como os outros e vou sempre divertir-me a ver estes filmes de acção. Só que expliquem-me o que é que se ganhou em não aparecer um Q, por exemplo.

sábado, agosto 18, 2012

Die Another Day

IMDb

Bond:
Pierce Brosnan abandona-nos neste quarto episódio, deixando alguma saudade.

Sinopse:
Bond chateia outros vermelhos que não os russos ou chineses. Desta vez a «vítima» são os norte-coreanos, em especial uma família de militares, pai e filho. O filho anda com manias de grandezas, mas Bond dá-lhe cabo do plano e mata-o... aparentemente. Só que Bond é traído por alguém perto de si e acaba capturado pelo norte-coreanos, que o torturam durante algum tempo. O suficiente para Brosnan repetir a sua performance como Robinson Crusoe (barba e cabelo grande). O governo britânico acaba por organizar uma troca de prisioneiros, «devolvendo» o capanga-mor, que tinham capturado há pouco tempo. A troca deixa Bond bastante zangado. Como o cavalheiro não gosta de pontas soltas, faz-se à estrada e vai caçar o capanga, acabando por descobrir mais umas coisitas.

Vilão/Capangas:
O vilão enquanto personagem é muito bom. Mais que não seja porque tem uma mansão de gelo. Só isso mete-o ao nível dos melhores, senão mesmo acima. O problema é o actor. Péssimo e exagerado serão os adjectivos a usar. Deu-lhe um toque pedante e descontrolado. Mais parecia um adolescente a fazer birra do que um vilão a sério. Já o capanga-mor... o capanga-mor está lá, em todos os níveis. O actor está perfeito no papel e a sua característica de capanga Bond é... vá, brilhante é mais que adequado.

Bond Girls:
No filme anterior falei dum hipotético duelo que não acontece. Acho que as duas actrizes nem chegam a contracenar. Não é o caso aqui. Há uma batalha final entre Halle Berry e Rosamund Pike. Confesso que não estava a torcer por quem devia, porque aquela fatiota da Pike é suficiente para levar qualquer homem para o lado negro da força.

Gadgets:
Fartam-se de fazer piadinhas neste filme. Aparece o jet-pack doutro mais antigo. O novo Q diz que é o vigésimo relógio que é dado a Bond, visto este ser o 20.º filme. E depois há o carro, claro, se bem que o capanga-mor também tem um. O brinquedo mais útil ainda foi o anel da onda de choque.

Cena Bond:
Não é fácil de descrever esta cena. Nem acho que vá conseguir. Tentarei mesmo assim. Bond foge dos vilões num veículo rápido no gelo. Atrás dele segue um «raio concentrado de sol», graças ao satélite-arma do vilão, Ícarus. Bond fica pendurado num penhasco de gelo enquanto o raio desfaz parte da beira. Ele consegue desenrascar uma tábua metálica que prende aos pés, assim como o pára-quedas do veículo. A beira do penhasco cai, criando um tsunami. Graças à tábua e ao pára-quedas, Bond pode assim fazer uma espécie de kite-surfing e safar-se da onda gigante, saltando para cima de outro penhasco. O homem é extraordinário.

Notas finais:
Primeiro filme oficial sem o Q. Perdeu-se um bocadinho da mística.

Fora com os velhos, venham de lá os mais recentes. (Filmes, entenda-se. Não tem nada a ver com o Q, de quem terei muitas saudades.)

The World Is Not Enough

IMDb

Bond:
Pierce Brosnanx3. Digam-no comigo: Só mais um! Só mais um!

Sinopse:
Um magnata do petróleo está a contruir um cano gigante para transporte do precioso líquido pelo Médio Oriente. Um terrorista ameaça destruir o cano. O mesmo terrorista que anos antes raptou a filha do magnata. O magnata é morto num atentanto, com a ajuda sem querer de Bond. Tentando vingar a morte do magnata (e acredito que também tentando dormir com a filha), Bond tenta parar o terrorista. Consegue as duas coisas, não se preocupem.

Vilão/Capangas:
Um misto dos dois, pois volta e meia não sabemos qual é qual. Temos a menina riquinha que quer ser ainda mais rica, com uma boa dose de insanidade. E temos um gajo completamente insano, mais que não seja porque tem uma bala na cabeça. Uma bala que o está a matar lentamente, mas que também tira-lhe alguns dos sentidos, como cheiro, toque e paladar. A falta de nervos, neste caso, joga a favor dele.

Bond Girls:
Sophie Marceau vs. Denise Richards. Juro que se tivesse que apostar numa delas, não saberia qual.

Gadgets:
Um relógio com um arpão/gancho parece-me útil. Acho que vou pedir um pelo Natal.

Cena Bond:
Bond contra um helicóptero armado de serras gigantes e meia dúzia de capangas lá dentro. Os maus da fita se continuam a atacar de forma tão fraquinha nunca conseguirão concretizar os seus planos nefastos.

Tomorrow Never Dies

IMDb

Bond:
Pierce Brosnan mais consistente, mais relaxado, mais em controlo do personagem. Algumas vozes serão contra, eu gosto muito dele como Bond.

Sinopse:
Esta história já na altura fez-me alguma confusão. Ter-me-ei concentrado apenas nas boas cenas de acção, ignorando um enredo com mais buracos que uma t-shirt dum broado. Temos um magnata dos meios de comunicação a criar notícias para as poder reportar primeiro. Até aqui nada chocante. Só que se o homem é assim tão esperto, porque noticiava as coisas quando só o culpado poderia saber? Um assassíno não vai para as ruas gritar como é que a vítima morreu quando ainda ninguém sabe que o homicídio ocorreu. Foi assim que o magnata foi apanhado, claro. E como é que ele arranjou uma embarcação com um sistema de ocultação mais avançado que qualquer coisa que os exércitos britânicos e chineses têm?

Vilão/Capangas:
O vilão é louco quanto baste para ser interessante, mas não suficientemente capaz que cative. No fundo é um quatro olhos com dinheiro. Se levar um murro cairá mais rapidamente que todos os outros. E o capanga-mor é patético. É um modelito que passa o tempo no ginásio. Blergh.

Bond Girls:

Teri Hatcher aparece tempo suficiente para deixar cair o vestido. Michelle Yeoh, para além de ser uma mulher muito encantadora, é uma óptima homóloga de Bond no exército chinês.

Gadgets:
Um carro telecomandado em versão grande. Haverá brinquedo melhor? No filme anterior irritou-me quando não fizeram nada com o carro. Rigorosamente nada com um carro todo artilhado. Aqui fizeram tudo.

Cena Bond:
Bond foge de muita gente, numa mota. Com ele vai Yeoh. Estão algemados um ao outro, o que complica o processo de condução. É necessário coordenação entre os dois. E é preciso que volta e meia Yeoh se sente ao colo de Bond, mais ou menos, numa situação que até seria sensual, não fosse terem um helicóptero a destruir uma rua cheia de chineses com a hélice a roçar o chão.

sexta-feira, agosto 17, 2012

GoldenEye

IMDb

Bond:
A primeira e, apesar de tudo, mais fraca participação de Pierce Brosnan. Confesso que não gostei nada dele, na altura. Acabou por conquistar-me, com o passar dos filmes.

Sinopse:
Bond vs. russos. Mais ou menos. Um helicóptero XPTO é roubado e usado na destruição duma estação de controlo de «armas do espaço» russa. Um general comprado a mando dum mafioso misterioso roubam a tecnologia GoldenEye, uma «arma espacial» capaz de destruir cidades a partir do espaço. Uma espécie de Death Star em miniatura.

Vilão/Capangas:
Óptimo vilão, ainda por cima com cicatrizes na cara. São os meus preferidos. A capanga é qualquer coisa de incrível, com um «death move» delicioso e um nome sugestivo. Melhor não se pode pedir.

Bond Girls:
Famke Janssen a surgir para o mundo, fazendo da psicótica Onatopp. E Izabella Scorupco, um nome que ainda hoje em dia oiço demasiadas vezes, mesmo cá em casa. Como em muita coisa neste filme, também as moças irritaram-me um pouco. Pareceram-me escolhas um pouco «ao lado». Agora que sou mais crescidito e sei um milésimo mais sobre as coisas, percebo que a capanga tem o seu encanto, mesmo que o Bond não vá para a cama com ela. E a russa é pouco «agradável» porque é mesmo assim que as russas são. Ok, que o estereótipo das russas são. Duras. Frias. Ríspidas. Faz mais sentido agora.

Gadgets:
Estes Bonds vão ter muito mais brinquedos. Já se nota em GoldenEye. Contudo, aqui o meu preferido ainda é a caneta-bomba. Se bem que ainda não foi desta que consegui contar o número de vezes que o palerma clicou a dita.

Cena Bond:
O filme começa com uma «cena Bond» genial. Bond salta dum penhasco montado numa mota, em perseguição ao avião que quer usar para fugir. Em queda livre o cavalheiro vai conseguir entrar no avião e pilotá-lo dali para fora. Em ex aequo, também porque não consigo decidir qual a melhor, Bond conduz um carro blindado (vulgo tanque que não é para lavar a roupa) no meio de Moscovo. No meio da cidade! A destruir casas, pontes e estátuas. É genial.

Notas finais:

Este foi o primeiro Bond que vi no cinema. A minha mente adolescente estava demasiado formatada e revoltada com tudo. Como tal, na altura, não gostei do filme. Achei-o muito afastado da ideia que tinha do Bond. O personagem era demasiado submisso a moças (ver esta questão acima), era pouco pintas, os vilões pouco «bondiescos», pouca acção, o Brosnan não era Bond nem aqui nem na China... Era um adolescente a mandar vir. Hoje em dia, com olhos não descontrolados por hormonas, vejo que o filme é divertido. Não é o melhor Bond, mas é bom. Foi ainda um óptimo revitalizar do franchise. Continuo a achar que é o mais fraco dos Bonds de Brosnan, mas já não digo mais nada. Deixa rever os outros.

Licence to Kill

IMDb

Bond:
Segundo e último de Timothy Dalton. Embora ache que se tenha safado no primeiro, aqui já tem um tom sério e até um pouco psicótico, que em nada estamos habituados no personagem. Foi um bom esforço, mas melhor virá.

Sinopse:
Casamentos correm sempre muito mal em filmes do Bond. Um pouco como na vida real, aliás. Antes do casamento, Bond ajuda o noivo e melhor amigo a capturar um latino barão da droga. Logo após o casamento já o barão está em liberdade, capturando e torturando o noivo, e matando a noiva. Bond entra em modo psicótico (referido acima) e não descansa até vingar os amigos. Quase que nem tem tempo para ir para a cama com a mulher do barão. Quase, disse eu. Calma.

Vilão/Capangas:
O vilão é um bom vilão para o que é. Não é um bom vilão para Bond. E o capanga que mais se destaca só aparece muito de vez em quando. Ainda por cima é o Benicio Del Toro, com um ar psicótico, também (houve um tom para o filme).

Bond Girls:
Talisa Soto... Uau! E uma sidekick que às vezes tinha algum interesse, até como personagem, mas depois lembrou-se de cortar o cabelo e ser só irritante.

Gadgets:
Um relógio despertador bomba. Uma máquina fotográfica com um laser. Uma máquina de filmar que tornava-se numa espingarda que só o Bond consegue disparar. E mais uns aparelhos. Mas pouco disto foi usado.

Cena Bond:
Bond interrompe uma transação de narcóticos. Persegue o avião que aterra em água, lançando um arpão e fazendo um pouco de ski aquático. Agarra-se mesmo quando vai para levantar voo. O piloto ainda dá umas voltas para aqui e para ali, mas não há maneira da lapa humana largar. Bond lá consegue entrar no avião sem que os dois palermas dêem por isso(!) e atira-os dali para fora, ficando com uma bela maquia de dinheiro em sua posse.

quinta-feira, agosto 16, 2012

The Living Daylights

IMDb

Bond:
Timothy Dalton dá um muito necessitado descanso ao velhote Moore.

Sinopse:
Bond passeia pelo mundo fora para desmantelar uma rede de tráfego de armas que envolve generais russos e uma data de maus da fita que afinal até são bons da fita, embora andem sempre carregados de armas, evitando assim mais uma guerra mundial, que ia ser uma chatice demasiado grande. Pelo meio ajuda uma moça sem sal nenhum a fugir da Rússia, sítio conhecido na altura como o inferno na Terra... apesar do frio.

Vilão/Capangas:
Não deram vilões muito à altura de Dalton, que até esteve bem. Uns quantos matulões a mando de russos desprovidos de interesse e ainda uns tipos do Médio Oriente.

Bond Girls:
Trocaram a Miss Moneypenny. Foi o fim duma era. Já tinham trocado de M e até de Bond um par de vezes, mas trocarem de Miss Moneypenny deixa-me triste. Fora isso, há uma moça dona dum barco que aparece durante uns momentos, e a tal violoncelista russa que não tem interesse nenhum.

Gadgets:
Um carro completamente artilhado com tudo e mais alguma coisa, que anda em estradas, gelo e o que for necessário. Há mais umas coisitas, mas o carro é imbatível. Se bem que aquele porta-chaves minúsculo com gás e explosivos...

Cena Bond:
São logo duas na cena final. Bond foge mais a moça num bombardeiro. Luta com um capanga em pleno ar, com as portas de trás abertas. Agarra-se a uma rede, enquanto o capanga agarra-se à sua bota. Com uma faca de mato, Bond corta os atacadores e diz adeus ao capanga. Depois, enquanto o bombardeiro prepara-se para despenhar-se numa montanha, Bond e a moça saiem do avião em cima dum carro, puxado por pára-quedas, ao ponto do carro ficar pronto logo para andar na estrada. Era um jipe, convém referir.

quarta-feira, agosto 15, 2012

A View to a Kill

IMDb

Bond:
O último de Roger Moore, o actor com mais Bonds oficiais: 7. Sean Connery tem apenas seis oficiais. Se contarmos com os não oficiais, iguala Moore.

Sinopse:
Como sempre interessado em animais, Bond investiga uns cavalos que ganham demasiadas corridas. O dono dos bichos vem-se a descobrir que é um ex-KGB com um plano maquiavélico de destruir Silicon Valley, na Califórnia, para assim dominar o negócio dos microchips. Parece mais rebuscado do que é, a sério.

Vilão/Capangas:
Christopher Walken tem o ar perfeito de vilão psicótico. Ainda por cima emparelhado com Grace Jones como capanga. Diria que são o casal vilão de toda a série Bond.

Bond Girls:
No filme anterior disse que gostava de mulheres vilãs. Confesso que Grace Jones assusta-me um pouco demais. Foi uma surpresa encontrar aqui a mãe da Donna, do That '70s Show. Uma muito alegre surpresa. E uma espiã russa a lembrar outras actrizes bem giras.

Gadgets:
Alguns (muitos) exageros em relação a chips. Um «cãozinho» máquina de vigilância. E pouco mais. Acima de tudo a utilização de chips para estímulo de cavalos. Achei especial.

Cena Bond:
As perseguições estão cada vez mais criativas. Houve desde carros que se tornam descapotáveis por acidente, no meio de Paris; uma cavalgada em bando, com porrada à mistura; e um carro dos bombeiros dos grandes no meio de São Francisco. Mas a cena final, a perseguição final... Não devia falar aqui, mas acho que não estraga assim tanto. Bond persegue o vilão que foge num dirigível (óptimo método de transporte, já agora). Agarra-se a um cabo e é levado a passear «à pendura». Ao passar pela ponte Golden Gate, Bond agarra-se e prende o dirigível. Parece-me a maneira mais adequada de ter a certeza que o vilão não foge.

Never Say Never Again

IMDb

Bond:
Sean Connery, uma lufada de ar fresco.

Sinopse:
Este é o segundo dos filmes não oficiais do Bond. É óptimo porque foram buscar o verdadeiro Bond, mas é mau porque não tem tudo o resto. Q, M, Miss Moneypenny, tudo outros actores. E acho que nem deixaram o homem fazer a coisa do «shaken, not stirred». Já a história, essa sim mantém-se fresca e original. A SPECTRE, ainda comandada por Blofeld (se bem que é outro actor), rouba duas bombas nucleares ao exército americano, ameaçando explodi-las se não pagarem uma data de dinheiro. O quê? Já foi feito? A sério? Ok, mas aqui tem a nuance de que os 00 estão todos na prateleira porque há um novo e mau M que acha-os coisas antiquadas. Sim, insinuam que o Bond está velho. Onde é que já se viu?

Vilão/Capangas:
Confesso que adoro uma capanga mesmo má que o Bond não consegue dar a volta, por muito e bom sexo com o qual ameace a moça. Os vilões são os mesmos e pouco acrescentam, tirando a utilização de cada vez mais computadores e agora também jogos de computador.

Bond Girls:
Kim Basinger, ainda novinha e já a fazer de loira burra. A acima referida capanga. E mais uma ou outra que aparece a salvá-lo/fazer sexo com um velhote.

Gadgets:
Ia para dizer uma caneta que disparava. Depois apareceu um submarino a disparar misséis que afinal têm uma espécie de hovercraft humano lá dentro, com o Bond e o compincha a invadirem assim o covil do vilão.

Cena Bond:
Esta selecção não é fácil. Este filme ainda por cima tem uma data de cenas bandeirosas, que facilmente se confundem com a mística Bond. O jogo de computador? Acho que sim. Será o jogo de computador. Bond é desafiado pelo vilão que não o Blofeld a jogar um jogo que o próprio inventou, jogo esse que nunca perdeu. Tem-se dois joysticks e disparam-se lasers para conquistar partes de países e, consequentemente, do mundo. Podem lançar-se misséis nucleares, tem escudos e uma data de outras parvoíces. À medida que se vai perdendo, o jogador recebe choques vários pelos joystick, perdendo a ronda se os largar. Bond perde uma primeira vez porque o vilão não dá as regras todas. Perde uma segunda vez porque ainda foram omitidas umas quantas. Perde uma terceira vez muito em sofrimento, ganhando cada vez mais a atenção da namorada do vilão. O vilão acha-se vencedor. Só que Bond desafia-o para uma quarta ronda, do tudo ou nada. Escusado será dizer que no final do filme ficou-lhe também com a namorada.

Notas finais:
Aparece o Rowan Atkinson!

terça-feira, agosto 14, 2012

Octopussy

IMDb

Bond:
Oh Roger, epá, gosto de ti, mas não achas que já está na altura de dar lugar a outro?

Sinopse:
Confesso que a certa altura esqueci-me do enredo principal. O filme começa com uma reunião de políticos e militares russos, com um militar a querer rebentar com tudo e com todos, aproveitando o maior poderio russo em conjunção com a incapacidade do ocidente de tomar decisões complicadas. Depois passamos muito tempo com o roubo/compra dum ovo Faberge, que segundo parece é importante para toda a gente. Bond vai atrás do compradores do ovo até à Índia, onde conhece a mulher com o nome mais incrível de sempre: Octopussy. Conhece-a no meio duma comunidade de mulheres bonitas, que afinal não é uma comunidade mas sim um exército privado da Octopussy (tão bom escrevê-lo várias vezes). Esta, ainda por cima, é uma contrabandista de grande mestria, para além de estar envolvida com circos. E é nesta altura que voltamos aos russos e aos seus planos de tomar conta do mundo.

Vilão/Capangas:
Octopussy não é bem a vilã. Até acaba por ser quem mais ajuda Bond. O vilão principal é o militar russo. Como vilão com mais tempo de antena temos o subalterno de Octopussy (sim, vou continuar a repetir este nome sempre que puder), um «comprador de arte» que é um mânfio do pior. Ninguém tem qualquer característica especial, tirando Octopussy com a bela alcunha que, estranhamente, foi o pai que deu. O mânfio indiano, por sua vez, tem a seu mando um conjunto muito duvidoso de sikhs assassinos, com um tendo a pior e mais incrédula arma do mundo: uma serra yo-yo, em que tem uma serra daquelas redondas, que ficam paradas enquanto pessoas mandam para lá troncos e afins, ou é usada numa qualquer maquinaria lenta de tortura/morte de personagens principais deste tipo de filmes, que depois nunca acaba por cumprir o seu propósito porque os heróis não morrem com estas coisas. Dizia eu que havia um sikh com uma serra dessas presa a um elástico, que tinha que estar por cima das suas vítimas - tipo no andar de cima -, para as conseguir matar com esta bodega. Achei giro, sim. Não fiquei foi muito impressionado.

Bond Girls:
Já mencionei a Octopussy? E o exército privado de mulheres da Octopussy?

Gadgets:
Uma caneta com ácido. Um relógio com detector de onde estava o ovo. Microfones escondidos e auscultadores na caneta. Ah, e um mini-avião com asas que encolhem.

Cena Bond:
Foram tantas que o difícil é escolher uma. Há uma fuga na Índia. Bond tinha de cerca de 12000 pessoas atrás dele (número talvez um pouco exagerado), no meia da selva, e cruzou-se com aranhas do tamanho de punhos, tigres e cobras gigantes. Depois há outra fuga na Alemanha de Leste, com um carro desprovido já de borracha nos pneus, a encalhar nos carris de combóio e seguindo assim uma carruagem com uma bomba. Houve toda a cena de porrada no combóio em si. Para além da cena final, com Bond a cavalgar primeiro um cavalo (menos mal), e depois um avião bi-motor(!), desligando-lhe cabos, lutando com um capanga sikh... no fundo obrigando o avião a aterrar e, consequentemente, a despenhar-se. Bom, talvez não fosse um bi-motor. Não percebo assim tanto de aviões.

Notas finais:
Porque é que quebraram com a tradição que já se instalava, de ter uma música com o nome do filme?

domingo, agosto 12, 2012

For Your Eyes Only

IMDb

Bond:
Roger Moore, começando a roçar a terceira idade.

Sinopse:
Material secreto militar britânico perdeu-se no mar. Cabe a Bond encontrar esse material, antes que mãos menos próprias o façam. Se pelo meio conseguir ajudar uma grega gira a vingar a morte dos pais, tanto melhor. Se bem que aliar-se a um traficante para o fazer, por muito que não trafique droga, continua a parecer-me errado.

Vilão/Capangas:
Nada a registar. Força em números. O vilão manteve-se escondido até certa altura, procurando ter algum mistério, mas a surpressa valeu de pouco. En ão há nenhum capanga que tenha saltado á vista.

Bond Girls:
Bond recusou uma moça. É verdade que era nova e irritante, mas... Filmes com o Roger Moore têm que acabar. Ele começa a ser uma influência negativa.

Gadgets:
Um relógio comunicador é sempre útil. Não percebo como esta não foi a evolução das comunicações. Porque toda a gente tinha um relógio. Entre o Bond e o Knight Rider, ambos tinha relógios para comunicar com outros. Como raios é que acabaram por inventar o telemóvel?

Cena Bond:
À bom vilão idiota, este tenta matar Bond e a sua namorada deste filme prendendo-os por uma corda a um barco e arrastando-os pelo mar. O preço das balas estava caro nos anos 80. Bond não só consegue arranjar maneira de virem à tona respirar, como ainda aproveita uma pausa(!) para enrolar a corda num calhau, debaixo de água, permitindo-os soltarem-se quando o barco arranca novamente. Esta cena acaba por ganhar, mas há umas boas na neve, durante os Jogos Olímpicos de Inverno, com Bond a superar vários capangas em diversos desportos desta estação.

Moonraker

IMDb

Bond:
Roger Moore, ainda ele.

Sinopse:
Uma nave espacial das nossas, daquelas que existem (mais ou menos) é roubada. Bond é chamado a investigar. O culpado é Drax, mais um génio que quer governar o mundo à sua maneira. Já que o planeta em si está demasiado «poluído» com gente menos apelativa, Drax leva os mais bonitos para os espaço, para criar o seu povo de gente bonita... enquanto tenta matar toda a gente que ficou para trás.

Vilão/Capangas:
Drax é um moço ambicioso, mas o meu olho vai sempre para Jaws, que aqui encontra o amor da sua vida, uma loirita pequenina, e torna-se bom. Que bonito.

Bond Girls:
Para além de toda uma estação espacial cheia de moças bonitas, em Moonraker aparece finalmente uma mulher com personalidade forte, uma carreira e muito inteligente... com quem Bond tem sexo no espaço.

Gadgets:
Estação espacial. Laseres vários, de todos os formatos e feitios. Uma batalha espacial à base do laser. E um relógio com dardos mortíferos.

Cena Bond:
Mais do que a batalha surreal em si, ou o Bond ter destruído a última das navezitas que iria matar a povoação na terra com um laser disparado manualmente, num tiro completamente impossível, acho que a maior «cena Bond» ainda foi a sua sessão de sexo ser mostrada a toda a gente por vídeo-conferência, incluindo raínha de Inglaterra e presidente dos EUA, com o Q a dizer «I believe he's attempting re-entry.» Clássico.

sábado, agosto 11, 2012

The Spy Who Loved Me

IMDb

Bond:
Roger Moore, cada vez com mais dificuldades.

Sinopse:
Num tipo de enredo completamente original (acho que nem para a altura) um louco com demasiado tempo e dinheiro quer pôr os americanos e os russo em guerra, criando assim um novo mundo, um pouco a dar para o destruído. Bond tem que unir forças com a agente principal da Rússia, a agente XXX. E não é o Vin Diesel. Também fiquei desiludido.

Vilão/Capangas:
O vilão não apresenta nada de novo, mas o capanga... Este sim. Um dos marcantes. Um dos originais. Um capanga que define como um capanga deve ser: Jaws, um brutamontes com dentes de aço, que resiste a tudo e mais alguma coisa. Muito bom.

Bond Girls:
O truque de ir buscar modelitos para fazer maus papéis e más representações mantém-se. No entanto, quero deixar aqui uma nota de apreço pelos vilões. Meter estas moças em trajes menores, depois de as capturar, é algo de génio. Lá está, evil geniuses. Já o anterior fez o mesmo. E a moça aqui fica muito bem toda molhada, com umas calças justas e um top tipo biquini. Muito russo, vá. Seria esse o objectivo, certamente.

Gadgets:
Não há plural. Até podem ter aparecido outras coisas, ou até podia referir como o Bond desactivou uma bomba nuclear. Nada disso. Há um senhor gadjet neste filme e é nada mais, nada menos, que um carro que anda debaixo de água. É espectacular. O carro nem é muito bonito, mas lembro-me perfeitamente de ter um com que brincava quando miúdo. Aliás, tenho que ver se o encontro. O meu não lançava misséis e fazia cenas, mas também era fixe.

Cena Bond:
É um carro...
...que anda...
...debaixo de água!
Qual é a parte que não se percebeu que é a cena mais incrível de todos os tempos?

The Man with the Golden Gun

IMDb

Bond:
Roger Moore regressa mais britânico e mais lento, que a idade pesa.

Sinopse:
Bond mede forças com Scaramanga, o homem que dá nome ao filme. Sim, tem uma pistola de ouro, mas vamos não confundir com a fixação do outro. É um assassino profissional que cobra um milhão por trabalho. E o seu próximo alvo é Bond... mais ou menos. Não contentes com apenas este enredo, tiveram que meter toda uma confusão de tecnologia de energia solar.

Vilão/Capangas:
Scaramanga é fixe, por muito que a sua grande característica seja ter um mamilo extra. E o seu capanguita, o anão da Ilha do Paraíso, tem toda a piada que só um anão pode ter.

Bond Girls:
Uma modelo sueca namorada do Scaramanga, que arranja maneira do Bond a salvar. Uma agente algo irritante mas que fica muito bem de biquini, com um óptimo nome: Goodnight. E uma moça que aparece pouco tempo chamada Chew Mee.

Gadgets:
Nada muito especial. Apenas toda a tecnologia de recolha de energia solar que pouco sentido faz, imbutida na mansão do vilão, em plena ilha no meio de lado nenhum. Um milhão ainda comprava muita coisa naquela altura.

Cena Bond:
Em termos de quarteis-generais, temos a ilha do vilão, mas ainda temos o sítio onde os bons da fita reuniam. Nada mais nada menos que dentro dum barco tombado ao largo de Macau. Sim, o barco estava todo arranjadinho por dentro, só que tombado. Mesmo assim, mesmo sendo digno de registo, estas obras arquitectónicas nem são a «cena Bond» deste filme. Em TMwtGG decorre A cena Bond para mim. A primeira que me lembro. A que marca. A que fez-me pensar em ter esta secção nos posts. Bond persegue de carro o vilão e, a certa altura, ficam cada um de cada lado dum rio. Com uma ponte decente longe, Bond iria certamente deixar o vilão escapar, ainda por cima com Goodnight. Qual a solução? Bem, há um troço duma ponte do seu lado, meio inclinada. E há um troço da mesma ponte do outro lado, também inclinada. Terá sido destruída por uma qualquer intempérie. Bond acelera o carro e salta a ponte, fazendo uma volta sobre si mesmo e aterrando do outro lado, seguindo o movimento. Será esta a minha «cena Bond» preferida, a que criou toda a mística da série de filmes.

sexta-feira, agosto 10, 2012

Live and Let Die

IMDb

Bond:
Roger Moore inicia aqui a sua carreira enquanto Bond e confesso que não sei muito bem que pensar. Que é melhor que o primeiro substituto não há dúvida. E que tem pinta também não. Só que é demasiado britânico, demasiado rectilíneo, se é que faz sentido. E não sabe lutar nem que lhe apontem uma arma à cabeça, o que cortou um pouco o efeito desse tipo de cenas. No geral, positivo, mas mesmo assim longe do original.

Sinopse:
Após a morte de alguns dignatários britânicos, Bond é enviado para capturar um barão da droga com um sistema muito elaborado de tráfico, entre Harlem, New Orleans e algures nas Caraíbas, não necessariamente neste sentido. Para além de estar (mal) mascarado/disfarçado, faz-se rodear de personagens algo peculiares e pouco comuns, como uma mulher que lê de cartas de Tarot, que perderá os poderes ao mesmo tempo que perder a virgindade. Enter James Bond...

Vilão/Capangas:
Um capanga com um gancho de metal no lugar da mão. Uma data de cavalheiros de ascendência africana muito esterotipados, à anos 70. Temos desde pessoal envolvido em vudu, passando por gandulos de Harlem e sulistas de New Orleans, tudo acompanhado de racistas branquelas do sul também. Uma boa pandilha, no fundo.

Bond Girls:
Solitaire, a tal que lê cartas, interpretada por Doctor Quinn, Medicine Woman. Muito vestidinho singelo, porque está calor. Muito decote. Demasiada maquilhagem. Também uma outra moça agente da CIA, muito atraente mas péssima actriz e péssima personagem. Mais outra ao início que só serviu para decorar. Segundo consta, estas eram as partes mais complicadas para Moore.

Gadgets:
Uma «bomba» que explode os ouvidos duma pessoa pelos fios de auscultadores, matando-a. Um relógio íman que Bond usa para abrir o fecho dum vestido, entre outras coisas. Um telefone num táxi (recordo que isto é dos anos 70). E um espelho retrovisor, do lado direito do carro, que dispara umas coisas silenciosas com o potencial de matar um condutor de outro carro. Incrível.

Cena Bond:
Numa maneira elaborada de matar o Bond, à lá Bond, os capangas metem-no numa ilhota pequena completamente rodeado de jacarés e crocodilos. E vão-se embora, claro. Bond lá distrai os bichos com uns chamarizes e salta por cima de um atrás do outro, até chegar à margem onde está seguro. Nem um pingo se vê no fato.

quinta-feira, agosto 09, 2012

Diamonds Are Forever

IMDb

Bond:
Sean Connery, qual regresso do herói.

Sinopse:
Bond começa o filme a matar o Blofeld... só que afinal o caramelo continua vivo. Bond segue uma pista duns diamantes contrabandeados, desde Amesterdão até aos EUA. Lá descobre Blofeld, ou dois deles, aliás. O plano do vilão passa por chantagear o mundo (mais uma vez) com a ameaça de o destruir com umas bombas nucleares e cenas com a China, etc. Isto enquanto se faz passar por um gajo chamado Whyte, vivendo num edifício/casino chamado Whyte House, em Vegas. Não é muito importante a história, parece-me.

Vilão/Capangas:
Blofeld volta e começo a ficar um pouco farto. Mais que não seja, porque o actor muda de filme para filme e este era um pouco miserável. Salva ter dois capangas assassinos com maneiras muito caricatas de matar as pessoas (todos os envolvidos com os diamantes, entenda-se), tendo ainda um sentido de humor muito mordaz.

Bond Girls:
Meh. Apareceu durante uns minutos a Plenty em Vegas e houve mais uma parelha de capangas, neste caso acrobatas, que arrearam forte no Bond... e não foi no sentido do costume.

Gadgets:
Uma máquina que alterava a voz. Umas pistolas de ganchos. Mais uma ou outra coisita. Mais vale isto que não ter gadgets, mas não fiquei impressionado.

Cena Bond:
Uma óptima perseguição (noto um padrão) com... Não eram moto-quatro, eram «moto-três». E o Bond liderava as hostes numa réplica da nave que aterrou na Lua. Seguiu-se outra óptima perseguição, esta de carros, em que Bond escapuliu a mais de meia de dúzia de carros de polícia num parque de estacionamento. É bom ter o verdadeiro Bond de volta.