quinta-feira, outubro 28, 2021

My Salinger Year


A miúda que já aparece «por aí», mas que ninguém saberá ainda o nome, tem o emprego que milhentas pessoas desejariam ter: atende os telefonemas de JD Salinger.

A sério! Perguntem aos fanáticos, a ver se não vendiam a mãe para poder tratar o autor por tu e falar com ele regularmente. Mas isso não é suficiente, porque a-moça-sem-grandes-feições-distintas-doutras-que-por-aí-aparecem quer escrever... poesia. E o Universo revira os olhos, uma vez mais.

Verdade seja dita, a moça está no sitio perfeito para o fazer. Vive em plena NY dos anos 90, trabalhando para uma agência literária de renome. Para mais, trabalha para a Sigourney Weaver, que prova que uma patroa não precisa ser uma cabra, para ter sucesso. (Esta parte foi uma agradável mudança de registo, devo dizer.)

Mas é poesia, caramba!

terça-feira, outubro 26, 2021

Needle in a Timestack


Este filme tem vários problemas, de facto. Quando vi a ser anunciado, até foi com alguma pompa. O elenco é porreiro. O Odom está bastante na berra por causa do Hamilton e da interpretação no One Night in Miami. A premissa parecia ser interessante e até, quiçá, arrojada, dada a mistura de romance com viagens no tempo. Tudo apontava no bom sentido. Até que a cotação no IMDb caiu a pique, para números reservados apenas a filmes que são um completo fracasso, ou até mesmo a coisas tipo «série Z».

Um dos dois principais problemas são que NADA da parte de viagens no tempo faz sentido. E eu sei que, regra geral, faz sempre pouco sentido, mas desta feita não tem mesmo ponta por onde se lhe pegue. É circular, como a moça e uma data de adereços no filme insiste em demasia. O segundo problema é que Odom é demasiado intenso para tudo. Bom actor, sim, mas super sério e fechado. É igual nos dois papéis referidos acima. Suponho que seja ele, não sei. Só que ter um tipo assim a fazer de romântico... Foi estranho.

Ha mais questões. Com pena, porque parecia até ser um filme porreiro. Mas não posso aconselhar ninguém a ver isto. Não foi um projecto bem executado.

domingo, outubro 24, 2021

About Time


Este filme é tão insanamente triste, como bem disposto, como doce, como trágico, como bonito. E é insano porque é tudo ao mesmo tempo. O que parece impossível, mas não é. Porque o filme existe. Acabámos de o ver. Eu pela segunda vez. A minha senhora pela quinta ou assim. Não creio que estejamos a ter os dois a mesma alucinação. Seria uma trip um bocado reles. Alucinar com um filme em que faz mais sentido o Domhnall Gleeson ser filho do Bill Nighy, do que do verdadeiro pai Brendan Gleeson? Se vamos os dois alucinar com a mesma coisa, ao menos que seja um filme com extra-terrestes com três seios.

Espera. O Total Recall existe, certo?

Fui confirmar. Até existem dois. Infelizmente continua a existir um a mais.

quinta-feira, outubro 21, 2021

Night Teeth


Espera. Espera. Deixa ver se entendi.

Há um pacto de não agressão, em LA, entre clãs de vampiros e uns tipos dum bairro. Os vampiros não entram no bairro para morder lá pessoas, e os tipos do bairro, que imagino serem familiares dum mais latino Van Helsing - quiçá El Helsing - não matam os vampiros. Os clãs também não se agridem entre eles.

O líder do grupo do bairro tem uma namorada, que é raptada por um dos clãs. No fundo, é um tipo mais duas miúdas. Todos vampiros, sim, mas três apenas. O líder do grupo do bairro, que é motorista profissional(!) vai à casa da avó, onde também vive o irmão mais novo. Vai lá buscar armas para combater os vampiros. É a única coisa que deixou para trás, numa maleta dentro do armário, no velho quarto. Maleta essa que os habitantes da casa nunca tocaram. Certo! Os irmãos não se vêem há tanto tempo, que o mais novo goza com os cabelos brancos do mais velho, que não tinha ainda visto. Claro que não impede o mais novo de oferecer-se para cobrir o turno do mais velho, que tem de ir tentar resgatar a namorada. Não que esta parte dos vampiros seja revelada ao mais novo, atenção.

Como tal, o mais novo faz-se passar pelo mais velho e conduz duas jovens moças pelas cidade. Cedo descobre que são vampiras, que matam pessoas, que estão a matar os outros clãs (compostos cada um por pouquíssimos vampiros). Descobre também que era suposto as moças capturarem o irmão e que a vida de ambos está em risco. Bebe uns copos e fuma umas cenas, como qualquer pessoa capturada por vampiros faria. Não aproveita as oportunidades para fugir e chega mesmo a salvar a vida às vampiras. Porque... tem um fraquinho por uma delas. O rapaz curte mulheres maduras. Tornaram-na vampira na década de 70, o que implica que será algures à volta de «septuagenária». Mas ela curte a música que ele mistura, acha que tem talento. É bem gira, por sinal, para 70 e tal anos. Logo, é amor para uma eternidade.

É uma história de amor, com rapto e alguns homicídios à mistura. Mas com vampiros. Alguns. Não muitos. O foco é no casal, no mais novo e na vampira de terceira idade, não no mais velho a matar vampiros e a salvar a namorada. Entendi bem?

The Guilty


Fico sempre fascinado quando alguém consegue transformar uma ideia simples em hora e meia de filme. Guilty é um tipo a atender chamadas de emergência do 112. É uma sala com meia dúzia de pessoas. Duas salas, vá. A segunda vazia. Mais uma casa-de-banho. São estes os cenários. Tudo passa-se aqui. Sim, também é um sinal claro que isto é um «filme COVID». Ou seja, foi feito numa altura em que não dá para ter muita gente junta.

O certo é que há momentos em que ficamos agarrados à narrativa. Muito por força da história do passado recente, do próprio personagem principal. Mas basta o caso que está a tratar ao telefone, da tipa raptada. Há momentos interessantes, empolgantes. Claro que, no final, este filme é só o Gylhenhaal numa sala, a fazer um bocadinho de overacting com ele próprio, e a ser um palerma que odiamos, mas que também entendemos, ao mesmo tempo.

terça-feira, outubro 19, 2021

Going the Distance


Este filme é impressionante, no sentido em que quase todo o elenco tornou-se moderadamente «conhecido» ou «reconhecível» no entretanto. A sério. Só há uma empregada de mesa, durante todo o filme, que não veio a ser alguém. Coitadita. Por outro lado, o Justin Long hoje em dia não é ninguém, o que é um contraste curioso. Moral da história é que é um tremendo trabalho de casting de... alguém... que fez o casting... deste filme. Sei lá eu quem foi? Quem é que sabe nomes de pessoas que fazem castings?!

DISCLAIMER: Se não estiver satisfeito com este post sobre Going the Distance, poderá encontrar mais informação aqui, dado que o senhor palerma, que escreve estas palermices, viu o filme há uns anos. A sua senhora é que ainda não tinha visto.

Copshop


O que vou escrever agora é um mega spoiler. Porque é que não tem mal fazê-lo? Porque o valor da junção entre o grupo de pessoa(s) que lê(em) este blogue e o grupo que vai ver este filme, não só é zero, como arriscaria a dizer que é um número negativo.

Deu para perceber quem era o verdadeiro vilão assim que ateimou que determinada expressão queria dizer uma coisa errada. Acontece que não são tipos que andam aos tiros que escrevem filmes de tiros. São nerds. E nerds podem não dominar uma sala, mas dominam a língua em que escrevem. Logo, não há maior vilão para eles que palermas a dar calinadas linguísticas.

Sobre o filme como um todo, apesar do título desconexo até que não é uma má sessão de tirinhos e malandragem.

Warning


Warning é o tipo de projecto que não via há algum tempo. Um conjunto de curtas, coladas umas às outras, com um ponto em comum, a fazer uma (curta) longa metragem.

Podia ser uma temporada de Black Mirror, em boa verdade. São histórias passadas num futuro não muito longínquo, com uma evolução possível de costumes e, acima de tudo, tecnologia. Sobre como o ser humano aproveita estas novas dádivas para tornar tudo mais soturno. Os ricos vivem para sempre. Quem tem dinheiro pode literalmente usar o corpo de alguém que não o tem. A religião é um negócio ainda maior. Etecetera e tal.

No fim, tudo acaba em chamas, com alguém a ver. Também não foi por falta de aviso.

domingo, outubro 17, 2021

Moving


Termino também a minha lista de filmes com Richard Pryor, igualmente da pior maneira. Regra geral, o que fica para o fim não é o melhor. Excepção feita à última garfada dum prato, ou última dentada numa sandes.

Em Moving, Pryor tem de mudar de cidade, com toda a família. Tudo porque é um excelente engenheiro de transportes e há uma empresa que quer muito contratá-lo. E porque está desempregado há algum tempo, depois de ter sido despedido. O que contraria a ideia que é um excelente engenheiro de transportes, mas essa não é a parte mais estúpida do filme.

Pryor propõe-se a tratar de toda a mudança, como forma de convencer a família. Faço notar que, em momento algum, é mencionada a profissão da esposa, se está disposta a abdicar do seu trabalho ou o que vai fazer na nova cidade. É ridículo, mas continua a não ser a parte mais estúpida do filme. Só a mais injusta.

Tudo corre mal. Os tipos das mudanças são uns pulhas e falham todos os prazos, partem coisas e até roubam outras. Nunca mais entregam os pertences da família na nova casa, que está diferente do que quando foi comprada (os anteriores proprietários levaram a piscina, por exemplo). O muito jovem Dana Carvey, que ficou de conduzir o carro de Pryor, duma cidade à outra, afinal não é o tipo certinho que parecia e devolve a viatura em formato tipo Mad Max, com armas no banco de trás, etc. E quando Pryor vai para começar o trabalho novo, o projecto é cancelado em plena polémica, com desvio de fundos e afins. Tudo isto é parvo, mas não é a parte yadda yadda.

Pryor sempre foi um totó. Sempre deixou que abusassem dele. Quando quis fazer um pirete ao ex-patrão, quando foi despedido, levantou o dedo errado. Até ao dia em que perde o emprego e aí salta-lhe a tampa. Foi a última gota. Vai à boca a tipos o triplo do tamanho usando artes marciais, ameaça com armas, toma de assalto o camião das mudanças em plena estrada, tudo e mais um par de botas. Resolve todos os problemas da sua vida com violência.

E viveram todos felizes para sempre. O fim.

Who's Harry Crumb?


Assim despeço-me de John Candy. Não é a melhor forma. Longe disso. Os melhores serão sempre Cool Runnings ou Uncle Buck. Foi aí que se cimentou. Acho que Crumb teve algum sucesso na altura. A ideia de Candy em vários disfarces, a resolver um crime tolo, não é má. Mas fizeram dele o «palerma com sorte» e eu nunca gostei muito desses papéis. Sempre achei parvos demais. Para mais, a execução não é sequer das melhores.

Há dias apercebi-me que, ao contrário de muita gente nas décadas de 80 ou 90 (ou até dos 00), eu senti-me «representado» na ficção da altura. Candy era o gordo com piada, mas que tinha família, apelo e inteligência. Era alguém que o jovem eu poderia almejar ser. Não tanto em Crumb, atenção. Mais nos dois filmes mencionados acima. Runnings, por exemplo, fez-me sonhar com uma vida nas Caraíbas, a deslumbrar tudo e todos com camisas havaianas gigantes. Que sonho tão bonito teve o jovem imberbe eu. Mal sabia ele o que o esperava. Pobre coitado.

Como sempre, foi um prazer, caro John. Voltaremos ainda a encontrar-nos por aí um dia, estou certo.

quinta-feira, outubro 14, 2021

The Devil All the Time


Andávamos com isto na lista, para ver, há algum tempo. Não é o estilo de filme que a minha senhora gosta de ver, mas como tem o Spider-Man... Se não fosse isso, já o tinha despachado. Se bem que... Chiça, que não é fácil ver. Ele é violações, suicídios, homicídios, coisas esquisitas sexuais, abusos de menores, canicídio... Hey, a última coisa pode não ser pecado, mas não deixa de ser das mais graves, no meu entender.

É um casting cheio de actores que fazem sempre de gente vil. Logo não é de esperar que neste filme, com este título, sejam boas pessoas. Mesmo não sendo surpresa alguma, tudo o que fazem é horrível e consegue ser pior do que se possa esperar. Gente do sul, fixados em Deus, supostamente com o diabo a levá-los a pecar, quando na realidade o «diabo» são as pessoas e nenhumas são piores que as desta região no mundo.

É isto o filme. O tempo todo.

quarta-feira, outubro 13, 2021

Kingsman: The Golden Circle


E cá está a sequela. Se bem que o visionamento talvez tenha sido algo precoce. Não faço ideia quando sairá o terceiro. É bem provável que venha a esquecer-me do que aconteceu nestes até lá. Mas será assim tão importante, tendo em conta que será uma prequela?

Meh! Não me importo de vê-los outra vez. Isto tem sempre material entretido de se ver. Mas só daqui a uns anos, talvez. Quando sair o quinto ou o sexto, vá.

Não há muito mais para dizer do filme, salvo dar o devido destaque, muito a propósito: é um belíssimo papel do sir Elton John!

terça-feira, outubro 12, 2021

Kingsman: The Secret Service


Que momento épico é a cena na igreja, ao som de Free Bird. É daquelas coisas que dar-me-á sempre gosto de ver, creio.

Este filme é muito parvo, em vários momentos. (Estou a olhar para ti, proposta sexual da princesa Sueca.) Mas não é como se tentasse ser uma coisa séria o tempo todo. É um filme bandeiroso de acção, a ir buscar muito do que já foram os filmes Bond, procurando não afectar em demasia sensibilidades. É uma mistura perfeita do estilo cáustico de Millar e a realização fantástica de Vaughn. (Já o disse antes, se este rapaz tem ficado à frente dos filmes dos X-Men, não sei se a Fox estava na posse da Disney, hoje em dia.)

Bem, de qualquer modo, a ideia foi rever ambos os filmes, já que vêm aí um terceiro em breve. E não é que a minha senhora alinhou em ver isto? Não sendo fã do género, foi convencida pela presença do Mr. Darcy, que aqui é só gentleman qb.

domingo, outubro 10, 2021

Only the Lonely


Foi um erro. Um terceiro filme com John Candy foi demais. A questão é que estou a entrar no refugo. Claro que podia ver os clássicos, grandes filmes com ele, mas a ideia era relembrar o resto da obra. Os clássicos tenho bem presentes.

Em Only the Lonely, Candy vive com e para a mãe. Sempre a tomar conta dela, preocupado apenas com a senhora e com o que lhe possa acontecer. O que não faz sentido nenhum, já que a velha é rija como as casas e má como as cobras. Não precisa de cuidados nenhuns. Entretanto Candy começa a ficar cansado de ser solteiro e conhece, por acaso, Ally Sheedy, que faz exactamente o mesmo papel de Breakfast Club, mas mais velha. É uma introvertida clínica, que chega-se facilmente à frente e manda vir com a possível futura sogra. Confere. A velha é assim tão intratável, que consegue curar as pessoas mais atadas do mundo.

Candy participa neste romance que supostamente é uma comédia também, mas que não faz ninguém rir. A não ser que seja ao pensarmos no ridículo que é o vizinho velhote, nascido na Grécia, estar apaixonado pela mãe de Candy, uma xenófoba de primeira apanha.

Delirious


Este não é dos melhores de Candy. Aliás, é até bastante parvo. Não parvo engraçado, só parvo. Tem uns momentos giros a gozar com novelas, mas é só isso.

Bem, Candy é criador e escritor duma telenovela popular. Está apaixonado pela actriz principal e tudo faz por ela, tanto na realidade como na série. Claro que ela não quer nada com ele, mas usa-o para ter tudo o que deseja. Até que Candy tem um pancada na cabeça, desmaia e acorda no mundo que criou, não sendo apenas personagem, como conseguindo controlar o que acontece.

Lá está, neste universo a coisa tem alguma piada, mas não passa muito disso.

Será que consigo transformar este domingo numa mini maratona de John Candy? Deixa ver se consigo arranjar outro fixe para ver.

The Great Outdoors


Adoro este tipo de coincidências. Esta será fácil de acontecer, admito, pois são filmes da mesma altura. Mesmo assim. A mãe do último filme que vi, do Hocus Pocus, é também a mãe neste filme, a actriz Stephanie Faracy. Não é muito famosa, verdade, mas não é esse o motivo da conversa. E ela bem que anda por aí, continuando a fazer coisas.

Agora, temos aqui uma dupla de actores com diferentes futuros/tajectos. Candy não está connosco vai para três décadas. Aykroyd é como se não estivesse, ou não tivesse «fritado a batatinha» há algum tempo. Parece que acredita em ETs. Ele tem razão. Sou rapaz para dizer que alguma coisa tem de existir lá fora. Se o mundo é infinito, as probabilidades são infinitas. Ou seja, é possível que vida tenha existido, exista, ou venha a existir, algures no universo. Não podemos ser a única vida no infinito. É estatisticamente... Não é impossível - isso não existe -, mas é altamente improvável. A questão é que Aykroyd acredita nos ETs que andam por aí agora, a «sondar» e afins. E isso é só parvo.

Qual o pior futuro? O de Candy, sem dúvida. Mas o de Aykroyd não será fácil para quem lhe é próximo. Ao menos se Carrie Fisher tem aceite a proposta de casamento que ele lhe fez em tempos. Quem sabe se as coisas não tinham sido diferentes.

Ai, os loucos (cocaínados, entenda-se) anos 80...

sábado, outubro 09, 2021

Hocus Pocus


Continuamos com clássicos. Desta feita com o original e não um remake. E, honestamente, não sei qual deles o mais estranho dos originais. Porque o Dune antigo pode ter sido feito pelo Lynch, mas este Pocus é muito «peculiar», para filme de miúdos. Ou não começasse logo com a morte duma criança e o enforcamento de três bruxas.

A partir daí a coisa fica mais dócil, embora tenham sentido a necessidade de referir que foi um virgem que trouxe as bruxas de volta, 300 ano depois, ao acender uma vela. Dizem-no várias vezes. Sem provocação ou com qualquer propósito de maior para a história. Se há maior motivador para adolescentes não serem virgens durante demasiado tempo, não consigo conceber.

Pocus entrou na lista de filmes a ver há um ano, quando o Disney+ ficou disponível. Por algum motivo é um dos predilectos da minha senhora e todas as irmãs. Acontece que falhámos o timing no Halloween o ano passado, por isso tivemos de esperar até agora... quando já é quase tempo de abóboras e bruxas. E quando é suposto sair uma sequela! Fora isso - e o mérito tem de ser dado, quando devido - é, sem margem para qualquer dúvida, o melhor papel da carreira de Sarah Jessica Parker.

sexta-feira, outubro 08, 2021

Dune


Que filme tão repleto de drama. Dentro e fora de cena. Em cena é muito teatral, com tudo a ter uma empolgância extrema. Tanto visual como musicalmente. Ele é conversas intensas à distância (uns bons quatro ou cinco metros e sem grito, vozes normais e calmas), é planos abertos de vistas bonitas, planos contínuos da cidade e partes de deserto, tudo sempre com sons graves por detrás. Não é um comentário negativo, atenção. É o que é. Fora de cena foi uma choraminguice que durou quase um ano.

A meio da pandemia (se pudermos considerar que dura cerca de ano e meio e quiçá poderá «terminar» em breve) a Warner Brothers decidiu que todos os filmes em 2021 (incluíndo os últimos de 2020) teriam um lançamento misto entre HBO Max e os cinemas. Tomaram esta acção um pouco para remediar o buraco em que o estúdio estava metido, com um catálogo constantemente a ser adiado e a acumular para 2021 e 2022. Assim, ainda sem certezas quando os cinemas iam abrir e em que condições (ou sequer se as pessoas iam querer voltar às salas) ao menos havia a garantia absoluta que o filme saía em streaming.

Obviamente que este não é o objectivo principal. O que o estúdio fez (e por «estúdio» entenda-se os directores do conglomerado onde está incluído a Warner) foi tentar meter a HBO Max a concorrer com Netflix e Disney+, garantindo mais dinheiro directo de subscrições (da qual realizadores e actores não vêem um tostão) e, consequentemente, menos dinheiro de receitas de cinema para os artistas envolvidos. Isto levou Hollywood à loucura, com toda a gente a «passar-se da marmita» porque não iam ver o dinheiro prometido contractualmente. Mais consequências virão deste tipo de acções tomadas no último ano, como ainda agora o recente processo judicial da ScaJo, que processou a Disney por ter lançado o Widow em sistema misto. Faço a ressalva que o Disney+, ao contrário do HBO Max, cobra pelos filmes nos primeiros meses no sistema de streaming. Mesmo assim continua a ser dinheiro que não está incluído nos contratos com realizadores e actores.

Para além de Nolan, o realizador deste Dune foi quem vi mais queixar-se do que a Warner fez. Em todo o lado eram entrevistas e comentários que o seu filme merecia um lançamento digno nos cinemas, que foi feito para ser visto na tela grande e não na TV em casa. Que era uma afronta para a arte... yadda yadda yadda. Claro que começou a ver que ia perder dinheiro e chorou para toda a gente que aparecesse à frente.

Não critico ninguém neste processo. A Warner tem muita gente contratada e precisa pagar contas, como qualquer empresa. E os artistas merecem ser pagos pela sua arte. Concordo um pouco menos com os segundos, porque para os que se queixam mais é a diferença entre ganhar x milhões e y milhões, mas se algo foi negociado e contractualizado, então tem de ser respeitado.

Felizmente, para toda a gente, a pandemia está um pouco menos «pandémica», os cinemas estão abertos e sim, vi Dune numa sala quase cheia. Sim, continuam a haver lugares vazios entre grupos, para respeitar-se o distanciamento social, mas foi a sala mais bem composta até agora. Mais ou menos ao nível de Shang-Chi, é certo, mas este vi em data de estreia, enquanto que Dune estreou há três semanas aqui. E assim as demandas do realizador são respeitadas, e toda a gente pode ver os mamilos do Oscar Isaac numa tela gigante. E o mundo é um pouco melhor por isso.

Sobre o filme em si não queria - como nunca quero, acerca de estreias de blockbusters - adiantar muito. Procuro evitar spoilers. Gostei do filme. Mais do que gostei do original, se bem que não é dizer muito, porque quando o vi era demasiado novo (e não sou fã de Lynch). Fora de brincadeiras, é visualmente estonteante, a banda sonora é óptima, assim como os efeitos sonoros e o elenco é de luxo. Não estava à espera que fosse apenas uma primeira parte. Erro meu, claro. Previ sequelas, mas achei que a história seria mais fechada. Não sei assim tanto deste projecto, a verdade é essa. Nunca fui - nem serei a paritir de agora - fã do franchise. Mas verei a(s) próxima(s) parte(s) no cinema com gosto.

Não sei o suficiente do projecto. Não sei quantas mais partes haverá. Venham elas, de qualquer modo.

terça-feira, outubro 05, 2021

You've Got Mail


A minha senhora andava há semanas a pedir para rever este filme. Porquê?! Vimos há menos de dois anos! Mudou alguma coisa? Claro que não.

Pior, pagou 2.99€ para alugar o filme no YouTube. Não crítico a opção de alugar vs. ... outras formas de ver filmes. É mais a questão de pagar para rever este filme. Eu pagaria de bom grado para ver outros. O From Dusk Till Dawn, por exemplo. 2.99€ para ver a dança da Salma ou o pintas do Clooney no topo da sua pintice? Uma pechincha.

Nota brilhante sobre Mail que esqueci-me de referir da última vez: o Dave Chappelle é o melhor amigo / sócio do Tom Hanks. Assim como fizeram vários filmes com Hanks e Ryan, mais deveriam ter feito com Hanks e Chappelle. Que belo mundo seria esse.

sábado, outubro 02, 2021

The Comeback Trail


slapstick

Um filme com DeNiro, Freeman, Jones e alguns jovens talentos (por comparação), é maioritariamente slapstick.

Estes cavalheiros não mereciam a afronta que foi esta película. Ninguém merece. Quer dizer, se o Josh Lucas continuar a fazer filmes, enquanto velho, espero que sejam coisas deste género, que só sirvam para denegrir ainda mais a sua imagem. E esses filmes quero eu ver, atenção. Já Comeback Trail passava bem sem saber sequer que existe.

sexta-feira, outubro 01, 2021

Queenpins


Isto lembrou-me um bocado o War Dogs, em que dois palermas tropeçam num negócio milionário, que é ilegal... mas de que ninguém quer muito saber. Ambos «baseados em factos verídicos». Ou seja, baseados em gente parva que tentou esquemas para enriquecer e safou-se, de alguma forma. A diferença é que os rapazes lidavam com armas, aqui as moças lidam com cupões de desconto.

E agora lembrei-me da primeira tentantiva de Adam Sandler tentar ser um actor «sério», em que também era obscecado com cupões.

Queenpins tem um elenco fixe, uma premissa engraçada e um desenrolar que entretém. Eu não gosto da glorificação de malandros, mas os Norte-Americanos adoram malta que aldraba e safa-se. Logo, nunca faltarão histórias destas para entreter o público.