segunda-feira, março 31, 2014

Captain America: The Winter Soldier

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Começam a faltar-me elogios para filmes da Marvel. Que mais posso dizer? Estou a viver a minha golden age. Misturar dois universos que adoro, a BD e o cinema, é provocar-me geekasms múltiplos. Pareço uma criança tonta e muito irritante (admito) numa sala de cinema. É ver todos os personagens e histórias que adoro tornarem-se realidade. OK, claro que sempre aconteceu com livros, mas torna-se especial porque nunca pensei ser possível. Nunca pensei ver tecnologia a permitir-nos ver este tipo de histórias em tela. Devia acender uma vela pelo sr. Disney, por muito que este fosse anti-semítico, em vida.

Captain America: The Winter Soldier é mais uma excelente adaptação duma das melhores histórias dos últimos tempos. (E se têm havido umas quantas.) É o voltar dum dos pouco personagens que toda a gente pensava estar mesmo morta. Era uma personagem que ninguém queria ver voltar. Porque não fazia sentido. Porque toda a gente assumiu que seria parvo fazê-lo. Mas não, foi incrível. O impacto é muito menor em cinema, porque o espectador comum ainda mal o conhece e já o vê a voltar dos mortos. Não tem tanta magnitude. Mas para quem sabe o que esteve por trás...

Fora todo o enredo de bastidores, que passará ao lado de maior parte das pessoas, Cap II é entretenimento puro. Cheio de acção e humor, como já estamos habituados. Sempre gerido à distância pelos génios associados à produtora Marvel. O universo está montado e a ser muito bem gerido. Todo o meu eu adolescente anda doido.

Dentro do elenco - e aqui tentarei não babar-me pela miss VanCamp -, há um cavalheiro que noutros tempos poderia ter sido o Capitão. O irónico é que se houvesse condições para fazer um filmes destes, na sua altura, em jovem teria recusado. Agora os dólares e uma reforma com demasiado tempo livre já o fazem aceitar. Não deixa de ser um gozo vê-lo em cena.

A temporada blockbuster começa agora. Finalmente isto vai animar.

domingo, março 30, 2014

Astérix et Obélix: Au service de Sa Majesté

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Continuam a fazê-los. Mesmo com um Astérix diferente, continuam a fazê-los. É que estas coisas não são baratas. Nada mesmo. E ainda era aceitável quando italianos falavam francês fluente. Agora, ter franceses a fazer de ingleses, a falar francês com um sotaque inglês... Se bem que agora que penso no assunto, talvez fosse uma coisa dos livros. Menos mal.

São filmes para miúdos. Cada vez mais. Resta saber quão espertos têm que ser estes miúdos.

sábado, março 29, 2014

Nae Anaeui Modeun Geot

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Decidi ficar-me pelo país. Ainda comecei a ver algo francês, mas estava a ser demasiado tonto. Não que este tenha muito mais sumo, mas a Coreia que não é do outro do cabelo tinha créditos para gastar.

Este é muito mais simples que o anterior. É uma comédia romântica básica, se bem que com alguns princípios que não funcionam. No fundo, um homem farta-se da esposa pouco tempo depois da fase lua-de-mel. A mulher tornou-se muito irritante. Não se cala nem por nada. Segue-o para qualquer canto da casa. Obriga-o a comer até não conseguir mais. A p#$@. Não aguenta, só que é um panhonha e não sabe acabar a relação. Contrata então um casanova para seduzir a mulher, ao mesmo tempo que arranja-lhe um emprego numa rádio local. (À mulher, não ao casanova, entenda-se.) Sentindo-se realizada profissionalmente e atraente outra vez, a moça deixa de ser tão irritante e muda da noite para o dia. Esta é a parte que não consigo engolir. O homem arrepende-se e bla bla bla...

Não entendo o humor sul coreano.

Snowpiercer

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No meio de tanta coisa, no meio de tanto lixo visto, por vezes dá-se o caso de encontrar algo não esperado. Algo bom, que faz com que todo o lixo valha a pena, se o objectivo for chegar aqui. Acontece mais que uma vez ser algo que não sabia existir. As minhas melhores experiências cinematográficas são quase sempre à base do desconhecido. É a melhor forma, embora a mais difícil.

Da Coreia do Sul vem algo que só é ficção científica por detalhes. No fundo é uma história humana, de necessidades e sobrevivência. É um caso extremo que poderá ser apenas equiparado a uma «realidade» prisional. O mundo está destruído. Arrefeceu ao ponto dos únicos sobreviventes serem forçados a viver num comboio em andamento constante, à volta do mundo. Como não podia deixar de ser, nestas coisas de futuros apocalípticos, existem classes muito distintas de ricos e pobres, sob uma máscara de equilíbrio, notoriamente mais favorável a uns que outros.

Dizer mais é estragar o filme. O melhor é mesmo ver um dos melhores de 2013.

Alex Cross

pior
que
mau

Péssimas representações. Algumas escolhas são só más, mas há aqui gente que sabe representar, mas que o faz pessimamente em quase duas horas. Sim, quase duas horas de maus actores, má representação e uma história que está muito mal contada. O problema maior será ter Perry como protagonista. Não faz nenhum sentido e acaba por ser muito irritante. A única possibilidade de justificar tão mau exercício é que ele pagou o filme, para poder entrar. E fizeram quase todas as cenas numa só tentativa, sem qualquer tipo de ensaio. É a única justificação.

sexta-feira, março 28, 2014

47 Ronin

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O Keanu está decidido a ficar por terras do oriente.

Dizem que saber desta história é conhecer o Japão, a essência do país. Devo dizer que foi a viagem mais barata a um país estrangeiro que alguma vez pensei fazer.  

47 Ronin é uma adaptação duma adaptação, duma adaptação, duma lenda/história mui antiga. Pior, é uma versão americana duma história japonesa. Como tal é exagerado até ao possível de ser exagerado. O filme custou quase duzentos milhões. Tudo porque meteram uma data de japoneses a falar inglês. Quantos takes terão feito por cena? Quatrocentos? Mil?

Bonito e com boas cenas de acção, há algo que falha. Não consigo apontar o dedo a nada específico, mas sinto um vazio.

domingo, março 23, 2014

The Secret Life of Walter Mitty

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Estive muito perto de catalogar como fantasia. Porque há demasiados momentos que são apenas isso. O facto dum total totó, que não vive, ter um passaporte válido... só isso dava pano para mangas. E não é a parte mais rebuscada.

Sonhar acordado. Não sei o que seja. Será algo reservado a quem não estará contente com a vida. Ou que simplesmente deseje algo que não tem. Não creio que alguma vez tenha acontecido, por experiência pessoal.

Que fique bem claro que o parágrafo acima era ironia. Enquanto escrevia este post fantasiei que escrevia um post incrível, completamente diferente, que iria catapultar-me para o sucesso da análise cinematográfica e da escrita em blogosfera.

La Vie d'Adèle - Chapitres 1 et 2

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Sei que o títudo diz que é a vida da Adèle, mas era preciso mostrarem tooooda a vida da rapariga. Atenção, sou grande fã de ver uma miúda gira a tomar banho, mas não lhe chamo arte cinematográfica. A miúda então chama-lhe outra coisa completamente diferente. Isto também porque foi apanhada de surpresa quando me descobriu.

Houve uma parte do filme que deu-me um gozo tremendo, tenho que admitir. Adorei ver uma mulher a lidar com as indecisões doutra mulher. Logo ao início, enquanto ainda não tinha certezas sobre a sua sexualidade, Adèle é beijada por uma miúda, colega de escola. No dia seguinte, à boa maneira feminina, a miúda diz não quando antes tinha dito sim. Sem qualquer motivo, insinuando que a situação era mais que clara.

Não. Não era. Nunca é. Esta é a maravilhosa essência das mulheres, que com ela enlouquecem os homens há milhares de anos. E sim, adorei ver uma mulher do outro lado da equação, a lidar com a loucura que é a lógica feminina.

Gostei também das cenas de sexo. Totalmente gratuitas e despropositas. Belíssimas, mesmo assim.

sábado, março 22, 2014

Quartet

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Velhos. Muitos velhos. Uma data de velhos. Ainda para mais, velhos que passaram a vida a cantar. Alguns deles ópera. Não foi um visionamento fácil. Ajudou ter um dos velhos a ter piada. Muito rebarbado, mas com algum nível. Ajuda sempre ver Maggie Smith a ser mau feitio. Tenho-lhe respeito. Ajudou uma ou outra boa interpretação. Já quando começaram a cantar...

The Hustler

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- I love you.
- Do you need the words?
- Yes, I need them very much. If you ever say them, I'll never let you take them back.


Dou como desafio listar cinco coisas mais cool que uma sala de snooker, cheia de fumo. Preferencialmente uma cave, embora cada vez haja menos. Pouca iluminação. Decoração simples, se alguma. Um bar manhoso no canto. Convém as mesas terem qualidade e não ser aquele pano fajuto, ou ter pedaços a menos. Tem que ter classe, senão não é a mesma coisa. Se juntarmos a isso Newman, então filme mais cool não poderá haver.

quarta-feira, março 19, 2014

Man of Tai Chi

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Keanu Reeves armou-se em realizador e a coisa correu-lhe... mais ou menos. Não imagino que tenha rendido muito em termos financeiros. Em termos de exercício de realização tem alguns pormenores aprazíveis, não mais que isso. As lutas serão a melhor parte. Não incrivelmente bem feitas, mas interpretadas ao milímetro, bem orquestradas. Ou seja, existiu criatividade, por muito que haja momentos em que parecem lentas. A história está longe de ser original, mas não peca por estar mal contada. No seu geral, não foi um mau primeiro exercício. A questão maior será: haverá segundo?

terça-feira, março 18, 2014

Le Week-end

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Um casal regressa a Paris, 30 anos depois da lua-de-mel lá passada. Muita coisa mudou. Os gostos e as necessidades não são os mesmos. Sinal disso é não quererem ficar no mesmo quarto, no mesmo hotel. Outros hábitos tendem a voltar. Por muito que as pessoas cresçam, há coisas que gostam e gostarão sempre de fazer, por muito que sejam erradas. Como jantar e fugir sem pagar a conta. Ou beber uns copos. Ou fumar umas. O fim-de-semana leva a muita conversa, alguma dedicação, um número de revelações e acusações, demasiada tentativa de ciúme e picanço. Tudo para provar o amor que ainda têm um pelo outro... mesmo 30 anos depois.

domingo, março 16, 2014

Anchorman 2: The Legend Continues

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- What? Who are you? Julius Caesar?
- Who the hell is Julius Caesar? You know I don't follow the N.B.A.


Tenho outros planos para hoje, mas tinha que acabar o que ontem comecei. Adormeci perto do fim. Não que o filme seja mau. Até é bastante engraçado. Adormeci porque o dia foi longo e eu estava demasiado confortável. A cena do acidente de carro, em câmara lenta, é hilariante. E Ron Burgundy é dos personagens mais politicamente incorrectos que se poderão encontrar no cinema. Acedo que não seja do agrado de toda a gente... apenas dos que têm sentido de humor.

BLACK!

sábado, março 15, 2014

Detroit Rock City

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Um stoner movie dos anos 90 que não conhecia. É normal, este é muito datado e presente na cultura americana. Em especial toda a fixação com os KISS, algo que custa-me entender.

Quatro miúdos idiotas fãs de KISS querem ir ver o concerto a Detroit. Tinham bilhetes, mas foram destruídos. Ganharam bilhetes, mas foram imbecis e perderam-nos. Cada um tenta à sua maneira arranjar maneira de entrar no recinto. Sendo idiotas, a coisa não é fácil... embora tenham estado próximos nas suas ideias.

Vale apenas para ver uma data de gente que hoje em dia é famosa, com um ar mais novinho.

Dead Man Down

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Colin Farrell disfarça o seu acentuado sotaque húngaro(!) para poder fazer malandrices. Não contava ele com um engate meio foleiro da Noomi Rapace cheia de cicatrizes. Quer dizer, foi meio engate dela e da mãe, que sempre cozinhou para o rapaz.

Dead Man Down surpreendeu um pouco com uma trama que não sendo original, vai pegar numa data de coisas já feitas e cria algo ligeiramente diferente. Estragou-se no final, que é muito ou pouco bandeiroso (ainda não decidi) e uma última cena escusada. Não deixou de ser entretido de se ver.

quarta-feira, março 12, 2014

Gangster Squad

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Havia aqui muita coisa a fazer sentido. Bom elenco. Um ou outro elemento que está na berra. Aproveitar alguma química existente entre actores. Muita acção bem realizada. Um bom vilão, por muito que me custe aceder. E uma estonteante presença feminina. Porque não funcionou?

Gangsters é coisa de nicho. Já não é para as massas. E este filme, um filme destes, é muito caro. Demasiado caro para o público-alvo que tem. Não sou fã do género, mas admito que gostei. Não tanto pela história, mas por um conjunto de pormenores de realização que fizeram o filme. O desenrolar também tem os seus defeitos, com cenas a serem despachadas à pressa por força de necessidades maiores, mas os actores pareceram divertir-se com as respectivas representações.

Agora, aquela mensagem inicial a indicar que é baseado numa histórica verídica... A sério que começa a dar-me uma valente volta ao estômago sempre que a vejo.

segunda-feira, março 10, 2014

Delivery Man

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Há dois pormenores estúpidos que inviabilizam a história. Não estamos a falar da premissa. Sim, a premissa é ridícula. Um mesmo homem doou sémen 600 e tal vezes e, como consequência, tem 533 filhos. Nem sei se isto será possível. Acredito que sim. Será altamente improvável. Quer dizer, tenho ideia que cientificamente um homem poderá criar uma população, mas nem sequer quero pensar muito no assunto. Aceitemos a premissa como um dado adquirido. Falo da história. 

Um gajo que tem parte dos 533 filhos a ir a tribunal, porque querem saber quem é o doador. O punhet... O doador recorre aos serviços do melhor amigo para o defender no processo. O caso torna-se mediático, mais que não seja porque imagino que será recorde ter 533 filhos. O doador não aparece, claro, mas aparece o advogado do doador. Não falamos dum advogado com sucesso, que faria sentido estar envolvido num processo destes. Não, falamos dum pobre coitado que nem sequer exerce, de ser tão fraco. Agora, os familiares e amigos do doador, sabendo que o advogado é o seu melhor amigo, não fariam a associação directa de ideias?

O outro problema de história é que juntaram-se 100 e tal irmãos e irmãs, várias vezes em encontros, reuniões e afins... e não vi uma única briga entre eles. ppppppppppppppppppfffffffffffffffffffffffffff

domingo, março 09, 2014

Mandela: Long Walk to Freedom

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Com que então Madiba tinha muito sucesso com as senhoras. Bom saber isto sobre o homem. É especialmente digno para as mulheres que traiu. Bem, se colocou no seu livro, é porque queria que se soubesse.

Apesar de ter achado um pouco exploratório o filme sair logo após a morte, é certo que fizeram uma adaptação dum livro escrito pelo próprio. E qualquer história contada sobre grandes homens vale sempre a pena. Há a preocupação de contar a sua história, não tanto o intuito de fazer um filme para ganhar dinheiro. Espero.

Mandela era o maior. Que se façam muitas devidas homenagens ao longo dos anos. Seja em formato filme ou outro.

ERRATA: O filme estreou na África do Sul antes da sua morte. (É o que dá fazer posts «à papo-seco» sem verificar as coisas.)

Justice League: War

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Lá está o principal motivo pelo qual tenho outras preferências que não a DC. Não têm qualquer respeito por continuidade. Andam a produzir muitos filmes de animação. Alguns deles até bastante bons. Mas em vez de pensarem em fazer uma coisa contínua, com ligações entre tudo, andam a fazer coisas soltas, baseadas nisto ou naquilo, recontando sempre as mesmas partes em que os heróis se conhecem.

Dou um ligeiro desconto ao caso em particular. Este voltar atrás é por causa do que aconteceu na BD. O ano passado a DC decidiu recontar tudo. Voltaram ao início em todas as histórias e todos os personagens. É por isso que têm fatos novos, incluindo o Superhomem. Finalmente deixou de ter as cuecas por fora das calças. O mesmo passou-se neste filme (o voltar atrás, não a questão das cuecas) e os heróis andaram mais uma vez à porrada uns com os outros, só para depois tornarem-se «amigos» e combaterem o inimigo comum.

Justice League: War está muito divertido e cheio de acção. Achei foi curiosa a premissa: uma data de heróis juntam-se para combater um alienígena, que invade a Terra com uma horda de criaturas. Parece-vos de alguma forma semelhante a uma premissa dum outro grupo assim mais... vingativo?

sábado, março 08, 2014

Ain't Them Bodies Saints

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Junta-se aqui um trio de gente difícil.

Não consigo identificar Rooney Mara. Já vi umas quantas coisas com ela e continuo sem ter noção da sua cara. Parece-me igual a milhões de pessoas. Se a visse na rua não a reconheceria. O bebé Affleck a fazer de durão também é algo que custa a entrar. O rapaz faz filmes onde anda à porrada, dá tiros... tudo e mais alguma coisa. Não me convence. Acho-o um totó. Estarei errado. Muito. Até deve ser duro. Não o consigo ver. Completamos a premissa com Ben Foster a ser demasiado sério. Conheci-o a fazer comédia. Foi assim que começou. Não comédia disparatada, de riso em lata. Umas quantas coisas cómicas mais elaboradas. Parece que deixou-se disso para tentar fazer carreira de actor. Quererá ganhar Óscares e assim. O problema é que sempre que se mete a ser sério, perde carisma. Sem ter um mínimo de carisma, nem que seja para odiá-lo, será quase impossível ganhar o que seja. Sou indiferente à sua presença, quando se mete com estas parvoíces.

Tenho ainda que abordar a percepção que os americanos têm do seu lado sul. Ou são completos rednecks, sem classe nenhuma, ou são o que vemos neste filme: serem profundos e melancólicos, cheios de tragédia e experiência de vida. O que faz deles cultos, apesar da simplicidade.

barf

Ain't Them Bodies Saints não está mal elaborado. Cumpre mais ou menos o seu objectivo, não fosse estas escolhas de casting que não incomodará maior parte das pessoas. Está equilibrado em termos de ritmo, o que é dizer muito. Estas histórias onde só estamos à espera dum final trágico estabelecido à partida, tendem a ser um pouco chatas. Tirando tudo isto, tem ainda um par de cenas bonitas, em especial a do cartaz.

The Cook, The Thief, His Wife & Her Lover

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Para o caso de persistirem dúvidas, a mulher na capa é Helen Mirren. E sim, sendo fiel à restante carreira até à data, passa maior parte do tempo despida.

Este é um dos filmes da minha infância, por incrível que possa parecer. Não que o tenha visto. Só o vi agora. Vi o trailer muitas e muitas vezes, entre outros filmes que via num canal britâncio pirateado. Quase que o sabia de cor. O título era-me difícil de memorizar. Convém ter em atenção que foi quando aprendia inglês. Mesmo que houvesse legendas, coincidiu mais ou menos com quando aprendi a ler.

Não tinha nada ideia do que é realmente. Imaginava toda uma grande cena à volta duma refeição gigante. Imaginava sendo bem mais cómico do que é. Talvez a memória esteja toldada por muitas outras imagens da altura. Não imaginava uma coisa tão dramática, tão teatral. Não imaginava os pormenores cénicos engraçados. Não imagina as cores por salas. E não imaginava Mirren completamente nua, embora não seja a primeira vez que o vejo.

Se o filme saísse hoje em dia não tinha paciência para o ver. Dadas as circunstâncias, era uma comichão que teria que coçar, mais tarde ou mais cedo.

sexta-feira, março 07, 2014

The Paperboy

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Look, we have a deadline here. I've told you, this is the newspaper business. We don't have time to get all the facts.

Finalmente alguém teve coragem para dizê-lo.

Ainda hoje li um artigo em que dizia que Matt virou-se para o agente há três anos, e disse que queria o Óscar. Para tal queria deixar de andar por aí sem camisa. Então o rapaz mete-se a fazer este filme e anda nas cenas... sem calças. Grande evolução. Percebe-se porque mereceu a estatueta.

Do outro lado da equação temos Zac Efron, que está a tentar lançar a carreira a sério, largando as coisas mais infantis. E como decide fazê-lo? Tirando a camisa e andando de cuecas por todo o lado. Mais, até acho que o rapaz tem algum talento (e nada tem a ver com andar de cuecas), mas o facto de ser o único personagem sem um sotaque sulista americano, no meio do mais puro sul americano, não abona muito a seu favor. Quer dizer, até a australiana de origens havaianas conseguiu um sotaque convincente.

Paperboy ganhou prémios e esteve nomeado para outros. Não se percebe porquê. É uma história dentro duma história, envolta noutra história. E o pior é que chegamos ao final sem sequer fechar a principal.

E quem raios teve a brilhante ideia de insinuar que Macy Gray sabe representar?

quinta-feira, março 06, 2014

Cool Hand Luke

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What we got here is a failure to communicate.

Então é daqui que vem a frase. Muito bem.

Paul Newman foi um dos grandes. Um dos tipos com mais pinta do cinema. E agora pergunto: será que as pessoas da minha idade olhavam para Newman como eu olho para maior parte dos pintas de hoje em dia? Como pretty boys e não homens a sério. Porque para mim Newman era um homem a sério. O que é certo é que era todo bonitinho. Tinha six pack. Olhinho claro. Sorriso malandro. E era um rebelde.

OK, esta conversa descambou. É o que dá estar cansado, ainda a escrever parvoíces a estas horas. Foquemo-nos nas cenas com pinta, como esta excelente frase: «Sometimes nothing can be a real cool hand.» Estarei errado em dizer que já não se escrevem falas assim?

terça-feira, março 04, 2014

Mud

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Com que então o menino ganhou um Óscar. Sim, senhor.

Para muitos este prémio será uma surpresa. Incluo-me nesse lote. Não tinha parado ainda para pensar na sua carreira. O que é certo é que Matt tem vindo a crescer nos últimos anos. Este Mud é sinal disso mesmo. Também é verdade que o caramelo tende apenas a fazer papéis de sulista. Terá a sorte que tem havido uns quantos bons filmes com histórias passadas pelas suas beiras. Não lhe tira mérito.

Já outra actriz que também passa a vida a fazer coisas do sul é Reese Witherspoon. E a minha opinião não consegue ficar definida em relação à moça. Umas vezes acho-a desinteressante. Noutras acho-lhe muita piada. Começou com a parte da piada. Depois perdeu-a. Havia momentos em que voltava a ter piada. Depois não. Sim. Não. Sim. Talvez. Não. Temos andado nesta montanha russa de emoções, eu e ela.

Mud é giro.

domingo, março 02, 2014

Lone Survivor

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Este cartaz não lembra ao diabo. Visto de repente dá ar de ser um filme sobre um caçador e não sobre um militar.

Começo a ficar muito irritado sempre que vejo «baseado em factos verídicos», no início dum filme. Estou farto de não poder apreciar a história por si. Tenho sempre o peso de «isto aconteceu» em qualquer cena.

Agora que já mandei vir com tudo o que me apetecia mandar vir, o filme está muito bem feito. Os meus parabéns aos duplos, que andaram a levar porrada a torto e a direito. Todo o combate está genial. E até poderia apreciar mais essa parte, não fosse a questão de ter acontecido mesmo! O ensemble de pretty boys não irrita. Até acreditamos que estes modelitos conseguiriam fazer o treino militar para poderem ser este tipo de militares. As barbas ajudam à imagem, vá. E a história, sendo muito simples, é envolvente. 

Esta será a única parte em que ser uma história verdadeira ajuda.

The Art of the Steal

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A minha admiração pelo Kurt Russell levou-me a ver um filme desnecessariamente confuso, que faz um esforço demasiado grande para ser algo que não precisa de ser. Não é assim tão mau, mas também não posso dizer que tenha sido incrível. A história acaba por fazer algum sentido no final, mas a viagem até lá é repleta de pormenores que não fazem sentido no momento. Isso e não sei até que ponto gosto de Russell inteligente. Esperto sim, inteligente... nem por isso.

sábado, março 01, 2014

Thanks for Sharing

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Lamechices a ver com vícios e como é fácil ceder a esses mesmos vícios. Especialmente toda a gente ao mesmo tempo. O sistema é tão dependente de si mesmo, que basta uma pessoa ceder à tentação e vão logo todos os atrás.

Para alguns este filme valerá a pena para ver os abdominais da Paltrow. Sinceramente, já os vi demasiadas vezes. Sempre aprecio mais ver a Pink, não necessariamente a «representar». Mesmo não fazendo bem o estilo da moça.

Inside Llewyn Davis

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Tinha ideias de fazer uma pausa dos filmes de Óscares durante um bocado. Só que já queria ver este filme há algum tempo. Como quero sempre ver um filme dos Cohen, é certo. Este tinha mais uns pormenores apelativos. A começar pelo actor, que parece-me ser muito bom.

A história é envolvente. Os Cohen fazem coisas daquelas décadas como ninguém. Este passa-se no início dos 60 e é sobre um músico que está a tentar fazer o que mais gosta e não apenas existir. Apesar de todas as contrariedades. Não que seja um pobre coitado. Nada disso. Em mais que um momento é um perfeito idiota. E em muitos dos problemas mete-se precisamente porque é um idiota. Mas vai tentando e vai-se esforçando para que aconteça. Para que venha a ter o sucesso que pretende.

A melhor parte para mim nem foi nada disto. Foi o gato. Gostei como o gato foi ponto presente ao longo do filme, mesmo quando não tinha qualquer relevância. E adorei também o facto dum gajo que passa a vida a dormir em sofás de outras pessoas, ter sempre bom aspecto na manhã seguinte. Há gente que tem muita sorte genética.