segunda-feira, abril 30, 2012

A Better Life

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Há um conjuntos de filmes que vale pelo ponto de viragem. A narrativa segue numa determinada direcção até chegar ao ponto em que a história muda para outro caminho. Às vezes é claro que vai acontecer. Às vezes estamos toda a «primeira parte» à espera que aconteça. Às vezes até percebemos que vai mudar e é para pior. A sensação de impending doom. O melhor é quando não o esperamos e somos surpreendidos. Seja para o bem ou para o mal. É mais raro. É preciso não estar a ligar ou nem querer tentar perceber. Em A Better Life sabemos que algo terá que acontecer, apenas porque o registo da «primeira parte» assim o leva a entender. Espera-se que algo aconteça, seja a «melhor vida» a surgir, ou a desaparecer por entre os dedos dos personagens. O protagonista tudo faz para dar uma «melhor vida» ao filho adolescente, orfão de mãe. Daí ter entrado ilegalmente nos EUA. Daí ter trabalhado toda a vida com condições mínimas. Dá tudo pelo futuro do filho, mesmo não conseguindo estar presente no presente (à falta de melhor expressão). Compra uma carrinha para tentar melhorar o negócio, para ter mais negócio, para ter mais dinheiro. Só que algo corre mal. E dá-se aí o ponto de viragem. A Better Life é uma história agridoce e que sim, faz pensar um pouco.

domingo, abril 29, 2012

Wet Hot American Summer

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Mais um filme de há muito tempo. Este com uma história um pouco mais estranha mas em nada interessante, atenção. Lembro-me de passar no meu vídeo-clube... eerr, «meu» porque era onde ia, onde aluguei muita coisa, não «meu» como se fosse dono de um... e ver a caixa deste filme numa das prateleiras de baixo. Essas prateleiras eram reservadas a filmes mais antigos. Dado ainda por cima ter o design retro da capa, tinha mesmo ar de ser um filme dos anos 80. Só que tinha algumas caras conhecidas. Outras já eram conhecidas lá, não cá. Era contraditório e confuso. Se fosse uma comédia antiga, como é que não a tinha visto antes? Se tinha aquela gente e era um filme antigo, então eram muito mais velhos do que pensava. O que é certo é que é apenas um filme que se passa em 81. Como é que passou ao lado de maior mediatismo, especialmente tendo em conta a dose de talento que por aqui andou, é algo que ultrapassa-me. Wet Hot American Summer é uma comédia muito divertida, a gozar com todas as comédias passadas em campos de Verão, a fazer ter demasiada vontade de que seja Verão, e que possa passá-lo a fazer actividades, próximo de um lago.

Adventures in Babysitting

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À custa do The Sitter não resisti a arranjar esta pérola. Mesmo antes do Cocktail já a Elizabeth Shue andava a partir corações. E é incrível como lembro-me ainda de pormenores e mesmo falas. Não me lembro de algumas coisas importantes que aconteceram nesta semana passada, ou que vão acontecer nesta seguinte, mas lembro-me de que piada o miúdo estúpido vai dizer no carro, a certa altura. Isto num filme que já não via há 20 anos. Impresssionante. No entanto, não me lembrava que o Vincent D'Onofrio fazia de Thor. Cena essa que, em boa verdade, foi bastante ridícula.

Foi um bom blast from the past. Mas tenho outro... embora não seja tão antigo quanto este.

sábado, abril 28, 2012

Man on a Ledge

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Duas coisas peculiares sobre este filme:
1. O elenco. Especialmente Elizabeth Banks. Adoro-a e não está mal, nem aqui, mas é peculiar vê-la entre esta gente. E como ela há outros exemplos.
2. Porque é que houve um investimento tão grande em publicidade para este filme em Portugal? É giro? Sim, vê-se. Mas é mais filme de sábado à tarde, não propriamente filme para ter cartazes no metro e outros sítios semanas a fio, como aconteceu.

Man on a Ledge tem demasiado de outros filmes, nunca conseguindo ter identidade própria. Continuo a achar Worthington um fraco leading man. Não que desgoste dele, mas não acho que tenha perfil para ser o principal foco de um história. Posto isto, é o que já disse. Vê-se bem. É entretido.

God Bless America

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O Bill Murray tem uma data de irmãos. Descobri há dias. Tem uma catrefada. Um deles aparece neste filme. Já o conheço há anos, desde os tempos do Dharma & Greg. Não fazia a mais pálida ideia.

O irmão do Bill Murray está divorciado. A filha não quer nada com ele. O trabalho é uma seca e os colegas enfadonhos. Só vêm e falam sobre os Ídolos. Os vizinhos são irritantes e barulhentos. Descobre que tem um tumor no cérebro através do médico que atende o telemóvel durante a consulta. (Era importante. Era sobre os acessórios que o novo carro ia ter.) O irmão do Bill Murray está farto. O irmão do Bill Murray quer matar toda a gente, começando por uma miúda mimada dum reality show. Graças a este primeiro homicídio, o irmão do Bill Murray ganha uma parceira numa outra miúda adolescente, não tão irritante, mas muito irritada com o estado da nação.

De referir ainda que o filme é realizado pelo gajo da Academia de Polícia com a voz esquisita.

sexta-feira, abril 27, 2012

Welcome

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Tive medo de ver este filme durante demasiado tempo. A impressão que tinha é que seria pesadíssimo. Uma daquelas coisas bem fortes, que te deixa de rastos durante um par de dias. Uma depressão a todo o tamanho, no fundo. Não é o caso. Não é que não seja ligeiro. Não é que não marque ou afecte. Mas também não me apetece cortar os pulsos, neste momento.

Um iraquiano faz tudo para chegar à mulher que ama. E isso é bonito. O miúdo é burro, como todos os miúdos adolescentes apaixonados são burros. Não há nada a fazer. A família da moça mudou-se para Inglaterra. Logo, o miúdo faz tudo por tudo para lá chegar. A história deste filme passa-se apenas na parte final da viagem, em Calais. Como não consegue arranjar maneira de ir nos camiões, o miúdo começa a treinar para atravessar o canal a nado. É numa piscina local que conhece o personagem francês deste filme. O professor de natação que dá-lhe mais que treinos. Dá-lhe de comer. Mete-o a dormir lá em casa. Dá-lhe um fato de mergulho. Dá-lhe o anel da ex-mulher. Faz tudo, correndo o risco de ir preso por auxiliar um imigrante ilegal, procurando redenção do seu próprio erro, por não ter feito mais para salvar o casamento. Pouco lhe rala que vá preso. Sem a esposa encontra-se um pouco perdido.

Welcome é uma história trágica de amor e da condição humana. A primeira não tem grande remédio. Já a segunda dava para fazer qualquer coisita para dar a volta, não?

quinta-feira, abril 26, 2012

The Avengers

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Adoro isto.

Repeti-o até à exaustão. Sim, é falta de educação falar no cinema. Faço-o um pouco, admito. Fi-lo muito esta noite. Em minha defesa, tento fazê-lo nos momentos de acção, em que não se dá por um totó todo contente e histérico a falar. Disse «Adoro isto.» várias vezes, em duas línguas (pelo menos, que me tenha apercebido) ao cavalheiro que quase há uma semana ligou-me a convidar/«obrigar» a ir ver a «ante-estreia» de The Avengers. (Já agora, obrigado pelo convite/«obrigação», cavalheiro dançante.)

Para que não restem dúvidas sobre se gostei ou não do filme. Eu poderia saber todos os adjectivos abonatórios da língua portuguesa para atribuir a este filme. Aliás, eu poderia saber todos os adjectivos abonatórios de outra língua para atribuir a este filme. Mesmo que os soubesse e empregasse todos neste post, nas duas línguas, não seria suficiente. Sim, o que estou a dizer é que não há palavras sufientes nas duas línguas em que sou fluente para descrever o quão incrível é The Avengers. Mesmo que também use as poucas que sei noutras línguas em que não sou fluente, não é suficiente. Acredito que não existam adjectivos abonatórios suficientes em todas as línguas do mundo. Mesmo. E sim, claro que estou a exagerar, mas de repente «épico» não é suficiente. «Incrível» não é suficiente. «Maravilhoso do primeiro ao último segundo» não chega. Direi... ou melhor, digo que este sim é o melhor filme baseado em banda desenhada de sempre, feito até à data. À boca cheia. Sem receio de represálias. Pronto a defender estas palavras até à morte. Será a melhor coisa que alguma vez vi e verei na grande tela. É das melhores experiências cinematográficas que tive. Foi para isto que todos os que viram o Iron Man, o primeiro, estiveram à espera. Foram quatro anos, desde aquele bocadinho depois do genérico final, a prometer isto. E não desilude. Em nada. Nem um milímetro que seja. E mesmo assim. Mesmo depois de ter dito tudo isto... não é suficiente.

Acabo sem falar uma coisa que seja sobre o filme em si. Porque não o gosto de fazer. Não gosto quando outros o fazem. Dou apenas três últimas notas, umas mais agradáveis de ler que outras:
- Vão ver. Toda a gente que gosta um bocadinho de BD. Toda gente que gosta um bocadinho deste tipo de filmes, mesmo que não goste de BD. Toda a gente que viu os outros. Vão ver. Não é esperar pela melhor altura. Não é ter receio da porcaria do 3D. É ir ver, ponto final. Não interessa o cansaço. Não interessa o preço. Não interessa o esforço. Vão ver. E falo especialmente para ti, Rudiger. Vai ver.
- Sei que é estúpido dizer isto, mas poderia morrer agora, que morreria feliz. Já vi isto. Não vai haver nunca uma coisa tão impressionante como The Avengers. Mesmo que a DC arrume a casa e se meta a trabalhar para um JLA. Mesmo que haja um Avengers com a história da Kree/Skrull War. Mesmo que façam um X-Men com a Phoenix Saga. Já vi o final do Lost e já vi o filme mais incrível da minha vida. Resta pouco mais.
- Pela primeira vez tenho uma pergunta para fazer a uma pessoa famosa. Foi uma faceta de geek que nunca fez parte do meu repertório. Não tenho nada para dizer a pessoas famosas. Nunca tive e não tenho interesse em conhecê-las, a não ser por serem pessoas, como tenho interesse em conhecer qualquer pessoa simpática no mundo. Ok, voulez-vous coucher avec moi ce soir? é algo que sempre quis dizer a algumas mulheres (famosas ou não) desde que vi o Will Smith a dizê-lo no Príncipe de Bel Air, mas não é bem bem uma «pergunta a pessoa famosa». Agora sim, já tenho.

You've done The Avengers, Mr. Whedon, and it was the most amazing movie ever. What else is there to do now?

quarta-feira, abril 25, 2012

Tiny Furniture

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Judd Apatow, dono e senhor da minha vontade, capaz de fazer-me ver tudo e mais alguma coisa, decidiu, na sua infinita sabedoria, adoptar mais uma pessoa para o seu rebanho. No caso, Lena Dunham, uma miúda de 25 anos que já realiza filmes e séries da HBO. Pus-me a ver a série (Girls, já agora), precisamente porque é produzido por Apatow. Vi apenas o piloto. Pareceu-me demasiado Sex and the City, versão pós-adolescentes mimadas a viver à custa dos pais. Pensei em sugerir a série a umas quantas miúdas que conheço, mas estranhei a escolha do mestre. Fui investigar a origem da série e descobri Dunham. Decidi dar-lhe mais uma oportunidade e ver este filme, que até ganhou alguns prémios e tem pessoas que também entram na série. Tiny Furniture é sobre uma miúda que acabou a universidade e não sabe o que quer fazer. Volta para casa da mãe onde mete desconhecidos a dormir, na esperança que durmam com ela. Desiste do emprego que a amiga lhe arranjou porque o salário é pouco, apesar do trabalho também o ser. Dá o corte à amiga de faculdade, evitando-a, porque sente-se noutra fase da vida. Entenda-se: com a velha amiga que só a leva para maus caminhos. Tem sexo com um idiota que tem namorada e que a trata com algum desrespeito, num tubo de obras no meio da rua. O filme é sobre uma pós-adolescente mimada a viver à custa da mãe.

Vou apagar o segundo episódio que tinha aqui e nunca mais quero ouvir falar da série Girls.

terça-feira, abril 24, 2012

Demoted

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Dois idiotas machistas trabalham no departamento de vendas, numa empresa idiota machista. Para além de tratarem as secretárias abaixo de cão, fartam-se de gozar com um colega de trabalho. Acham-se os maiores. Até que o dito colega de trabalho fica com o lugar do patrão, recém falecido. Como vingança, o colega agora patrão despromove-os para secretárias. Os dois idiotas vão ver o que custa ter que levar com comentários menos próprios, serem tratados como escravos ao invés de funcionários, estarem num escalão salarial mais baixo e servirem para qualquer tarefa. Os palermas deixam de ser palermas, ganhando empatia pelas colegas de trabalho, sendo mais respeitadores das mulheres, tornando-se em dois seres humanos decentes. É mesmo uma história muito bonita. Arriscaria a dizer que poderá ser baseado em factos reais.

Nah, é só uma comédia estúpida onde toda a gente abusa.

Contraband

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Marky Mark tem um cunhado idiota e agora tem que salvá-lo. Em tempos, Mark transportava coisa ilegalmente para dentro do país. Sim, podia dizer contrabandeava, mas soa-me mal. E era bom no que fazia. Muito bom. Armou-se em menino e só porque tem família saiu do negócio. Terá que fazer um último trabalho porque o idiota do cunhado deve dinheiro a um traficante. Muito dinheiro. Mark vai a Panamá arranjar dinheiro falso. Pelo meio mete-se num processo complicadíssimo que tenta imitar o tiroteio do Heat. Tenta, atenção. Falha, mas tenta. O último terço acaba por ser confuso porque envolve uma data de decisões feitas em cima do joelho. Muito em cima do joelho. Culmina com um desenrolar para lá de perfeito, com algumas coisas que se esqueceram, como matar o cunhado idiota, por exemplo. Correu bem. Muito bem. E irritou-me. Quase tanto como provavelmente irritará uma pessoa a ler este texto com repetições estúpidas. Muito estúpidas.

domingo, abril 22, 2012

Sherlock Holmes: A Game of Shadows

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E sim, sou fã dos filmes. Não trazem nada de novo ao mundo e compreendo que maior parte das pessoas não lhes achem piada, mas são óptimos visionamentos em domingos difíceis, onde a mobilidade e funcionalidade foram afectadas pelos devaneios da noite anterior. Apesar de obrigarem a pensar um bocadinho (toda a questão dos mistérios de Sherlock Holmes, yadda yadda), o foco é mais dado à acção, que inclui as maravilhosas explosões em câmara lenta, imagem de marca destes «episódios». Aliás, se pensarmos demasiado a ver estes filmes, começamos a ver buracos. Neste caso foi a necessidade que Moriarty teve em envolver Holmes nos seus negócios, correndo o sério risco de os ver arruinados. Porquê? Não faz sentido algum.

Venham mais, Sr. Ritchie.

sábado, abril 21, 2012

Holy Flying Circus

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Continuando na temática «religiosa», Holy Flying Circus é sobre toda a controvérsia que na altura houve à volta do filme Life of Brian, culminando com o debate realizado na televisão, contando com a participação de dois Pythianos, um bispo e um outro ser com um ar deplorável, o que não é dizer grande coisa, bem sei, porque acabei de descrever maior parte das figuras públicas britânicas. Confesso que a controvérsia à volta do filme passou-me completamente ao lado, muito porque ainda não tinha nascido. Não é como se pudessem culpar-me por isso. Se há queixas a serem feitas, que sejam dirigidas aos meus pais, não? Eu sempre quis nascer mais cedo. Ou poder viver a época da «revolução» e, acima de tudo, do «amor livre». Agora podia ser um velho que não percebe nada de tecnologia (menos do que percebo agora). Não estaria a escrever idiotices. Não teria visto o filme. Não estaria em frente a um computador. Meu dEUS, como a minha vida poderia ser diferente se tenho nascido 25 anos antes. Teria gostado de Monty Python? Teria gostado do Life of Brian?

Quem achar que este post foi absurdo diga «O Manuel Luís Goucha devia ter bigode outra vez.»

Jesus Henry Christ

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Jesus H. Christ é uma expressão que não se pode usar neste filme. Sempre que alguém a emprega, algo errado sucede. Na sua maioria, morrem pessoas. Isto é para não pensarem que «algo errado» era qualquer coisa simples como deixar cair a sandes ou perder o passe. No meio deste caos kármico nasce Henry, um miúdo sobredotado ao ponto de falar fluentemente com apenas meses de idade. Henry lembra-se de tudo desde o dia em que nasceu. Convenhamos que não é uma vantagem assim tão grande. Há muito coisa que não é suposto termos presente. Para além dum mega cérebro, o miúdo não tem pai. Pelo menos não presente. A mãe concebeu-o por inseminação. Com dez anos fica curioso e o avô lá lhe revela o que descobriu. Henry conhece assim uma segunda metade de família, com um possível pai carregado com vários problemas pessoais, um dos quais a filha, a quem revelou ao mundo ser lésbica, através dum livro que publicou, algures nos seus também 10-12 anos. A filha tinha essa idade, não o pai, entenda-se.

Jesus Henry Christ é pitoresco e bastante agradável de se ver. Com aquele toque um pouco fora, sem ser completamente despropositado.

sexta-feira, abril 20, 2012

The Other Man

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Pode parecer que tenho uma panca pelo Liam Neeson. Por acaso não tenho. Podia ter. O homem foi o mestre do Obi-Wan Kenobi. Para além de outras coisas fixes. E hoje em dia farta-se de dar porrada, o que também é positivo. Mas não tenho panca pelo irlandês. Calhou ver este filme. Apanhei-o algures no outro dia. Estranhei ter-me escapado algo com um elenco tão interessante. Afinal fazia sentido. O filme é horrível.

Neeson e Laura Kinney voltam a ser um casal aqui, depois de Kinsey e se calhar outros sítios que não sei, ou que não me lembro. Ele também aparece no Big C, mas aí mal se conhecem. Neste filme, Neeson descobre que ela tinha um amante. Dá-se o costume nestas alturas. Quer saber tudo. Investiga tudo sobre ele. Tenta saber os pormenores todos através dos pertences dela. Entra no computador dela. Imagina-os juntos. Fica obcecado com este homem que não sabia existir. Procura-o. Contacta-o em nome da mulher. Tem encontros com ele. Conhece-o. Não se comem, não. É pena. Talvez a história fosse mais interessante. Banderas, o «outro», é demasiado irritante. É suposto ser ruim. Tudo bem. Aceito. É o mau da fita. É suposto o público odiá-lo. Só que ele é mesmo odioso, ponto final. O que levanta a questão: porque raio é que Linney se enrola com ele? E esse «pequeno» pormenor é o que faz com que nem o twist (óbvio) que guardam para o final tenha qualquer impacto, fazendo deste filme algo que não deve ser visto nem em noites de insónia, às quatro da manhã.

quinta-feira, abril 19, 2012

Vals Im Bashir

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Não esperava nada disto. Nada mesmo. Não sabia o que esperava, em boa verdade. Já tinha o filme para ver há tanto tempo que já nem me lembrava da imagem do póster. Já não me lembrava que isto era em animação. Nunca soube (acho) que eram relatos de guerra. Pequenas histórias. Algumas pitorescas. Outras aterradoras. Histórias de sobrevivência. Histórias de vivências. Uma narrativa a tentar ser linear. Várias visões da guerra. Alguns ângulos diferentes. Tudo a dar o mesmo nó no estômago. Nada do que estava à espera.

terça-feira, abril 17, 2012

Dom Durakov

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Numa outra vida soube da existência dum filme russo que contava com a participação do Bryan Adams. Fiquei curioso, pois claro. Dez anos depois de ser lançado este estranho produto cinematográfico, lá vejo a história dum manicómio «perdido» no meio duma guerra. A protagonista está (literal)loucamente apaixonada  pelo cantor canadiano e, volta e meia, fantasia que está com ele, que canta para ela, que ela participa no mesmo videoclip... vezes e vezes sem conta. E aqui reside o problema. Deveria ter ficado apenas pela curiosidade. É que agora tenho a música horrível de Adams na cabeça.

E sei que vai ficar uns dias.

Ip Man 2

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Enquanto o primeiro até podia ter algum sumo no meio da história aldrabada (a parte dos chineses contra o império japonês, etc.), o segundo já não é assim tão interessante. O mestre vai para Hong Kong, na sequência do que aconteceu no final do primeiro filme. Monta lá o seu estaminé, contra tudo e todos. Principalmente contra a máfia local de estaminés de ensino das várias variantes de dar porrada. Só que depois (e foi aqui que a história perdeu-me) todos unem-se contra os malandros dos ocidentais. No caso, britânicos. Ainda por cima são uns selvagens e praticam boxe. Todos os chineses aqui já são amiguinhos, só que ninguém consegue derrotar o arrogante campeão britânico que, por sinal, tem a pior defesa do mundo, já que abre mais os braços que sei lá o quê. (Estes chineses de kung fu lá percebem. Já de boxe... nem por isso.) No pior combate final de sempre - ainda por cima numa luta demasiado a lembrar o Rocky com o russo (temos aqui também uma morte do «Apollo») -, o mestre entra num ringue com o lutador britânico, para terem lá o seu combate de «boxe». Poderá usar os cotovelos. Não usa luvas porque é um bravo. A certa altura proibem-no de dar pontapés, porque não é muito correcto neste «desporto».

Roça demasiado o ridículo para o meu gosto. E nem vou abordar toda a questão de chineses aos saltos com a ajuda de fios.

domingo, abril 15, 2012

Ip Man

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É tão fixe descobrir coisas sobre um filme depois de o ver. Pensava eu que via apenas um filme de porrada. Segundo alguns, Ip Man é um dos melhores filmes de 2008. Juro que pensava que era por causa da porrada. Afinal é uma espécia de biografia dum mestre que ensinou uma variante de arte marcial, que ficou famosa. Essa fama deve-se, acima de tudo, ao mais famoso praticante: Bruce Lee. Conta a sua história que o dito mestre era um cavalheiro respeitado pela sociedade, com dinheiro suficiente que lhe permitia estar sempre a treinar. Vieram os japoneses invadir o país e metê-lo na pobreza. Ainda demorou (e esta parte fez-me confusão) mas lá arranjou um trabalho para conseguir alimentar a família. Pouco tempo depois já andava ao estalo com militares, em combates feitos em troca por arroz. Estas batalhas, principalmente a final com o general, ajudaram a incitar a revolta do povo chinês.

Há uma sequela, mas terá que ficar para depois.

sábado, abril 14, 2012

The Soloist

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Mais um caso de talento desperdiçado. Não falo de Jamie Foxx ou Robert Downey Jr., atenção. Foxx estava a fazer-se ao Óscar à descarada. Downey tentou arranjar maneira de fazer alguma coisa séria... com o jeito do costume.

Downey encontra um vagabundo muito talentoso na cidade com mais sem abrigos do mundo. (Será? É o que dizem aqui.) Como bom jornalista que é, aproveita-se da história de miséria para fazer umas colunas de jornal porreiras e ganhar uns prémios pelo meio. Vá, tenta ajudar Foxx também. Tenta arranjar-lhe casa. Tenta reabilitá-lo para a sociedade. Tenta que volte a tocar profissionalmente. Ênfase no «tenta». Porque Foxx é esquizofrénico e metê-lo a fazer o que seja não é fácil.

E mais não digo. Não que vá estragar grande coisa. É mesmo porque não me apetece. O filme ao início até estava a ser engraçado, mas a meio fartei-me. Ficou uma seca. Apesar da história ser engraçada e talvez até mesmo digna de contar, o que é certo é que não vale nem merece quase duas horas de filme. Uma hora bastaria. Menos, até. Olha, vale uma crónica de jornal.

sexta-feira, abril 13, 2012

The Grey

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Esta cena dos homens e o Vinho do Porto é demasiado notória em Hollywood. O Liam Neeson teve que chegar aos 70 anos para só fazer papéis de durão.

The Grey é tipo videojogo. Começamos com uma data de vidas. Logo no despenhar do avião perdemos umas quantas. Ficamos com sete. Não é um mau número. Aparecem os lobos. Seis vidas. Têm que atravessar uma planície. Um deles fica sem ar. Cinco vidas. Agora é preciso ficarem todos juntos, ao pé do fogo. Quatro vidas. Têm que saltar dum penhasco para passar para a outra margem. Três vidas. Os lobos ainda estão atrás deles. Duas vidas. Convém andar ao lado do rio sem cair. Uma vida. Chegar quase ao fim. Enfrentar o boss do nível.

Game Over.

The End.

quinta-feira, abril 12, 2012

Revanche

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O protagonista é um cavalheiro rude, duro. Um homem a sério. Vivia à volta do mundo da prostituição, frequentando e trabalhando por lá. Volta ao campo, à procura de refúgio. Pára por casa do avô, já velhote, e ajuda-o a cortar uma porrada de madeira. Acaba por ser fortemente assediado pela vizinha, mulher dum polícia da cidade. Por muito bruto que seja (regra d'douro), ela só tem uma coisa na mente. Para ele é apenas uma atitude duma mulher que quer algo. Só não sabe é que o que ela quer é engravidar. Nem que seja por outro homem, já que o marido não o consegue fazer. Tem um objectivo nobre, portanto. Parece-me bem. O mais problemático é que o nosso protagonista foge da lei. Roubou um banco e perdeu uma namorada no processo. A prostituta por quem estava apaixonado e que iria salvar, tirando-a da má vida. Acabou por correr mal. Agora corta lenha e tem sexo com a mulher do homem que matou-lhe a namorada. Para provar que não é só em Portugal que se tem vidas difíceis.

terça-feira, abril 10, 2012

Entre les Murs

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Poderá dizer-se que este filme foi um pequeno pesadelo. Por mais motivos dos que vou enumerar, porque por ser um pesadelo não estou para estar aqui a revivê-lo completamente. Que fique bem claro que em nada estou a dizer que foi um pesadelo por ser um mau filme. Foi sim um pesadelo porque quase toda a acção passa-se numa sala de aula com novos adolescente. Por «novos adolescentes» entenda-se seres que acabaram de entrar na adolescência e, como tal, são mais uns palermas que por aí andam neste mundo. Que fique também claro que não são só estes novos adolescentes que são palermas, mas todos os novos adolescentes do mundo, grupo do qual em tempos fiz parte. Hoje em dia já não sou um novo palerma, sou apenas palerma.

Dizia eu que voltar a uma sala de aula foi uma experiência horrível. Dou dois motivos assim de barato. Um: já não tenho paciência para salas de aula e aprendizagens. Não quero com isto dizer que não tenho que aprender. Longe disso. Muito longe mesmo. Uma coisa assim para lá de Budapeste. Ou mesmo depois. Já não tenho paciência. Sempre me foi difícil concentrar durante demasiado tempo. Hoje em dia até acho que tenho a atenção de uma criança de cinco anos. Menos ainda do que tinha aquando dos meus cinco anos. Custa-me ter que estar a ouvir alguém falar durante muito tempo. O que até me faz compreender estes miúdos que não se calam um segundo que seja e passam a vida a interromper o professor. Se bem que... Bem, isto leva-me ao ponto dois: faz-me sentir velho, pois claro que faz-me sentir velho. Demasiadas vezes ao longo do filme fui pensando coisas idiotas como «No meu tempo não era assim.» ou, pior, «Estes miúdos de hoje em dia são horríveis. Eu/nós não era/éramos assim.» Eu não quero pensar estas coisas. Isto são pensamentos de velho. É o que diziam os velhos, que seriam apenas velhos aos meus/nossos olhos na altura em que era um novo palerma. Ok e três (sim, afinal há um três (lembrei-me enquanto teclava e não me apeteceu reescrever o início do parágrafo)): os professores. Tive que estar a ver o lado deles. Tive que ver todo o espectáculo de martirização deles e não há paciência. Admito que seja trauma de miúdo, porque nunca gostei de professores (figuras autoritárias (por muito que me borrasse (borre) de medo dos meus pais)) e porque, pelos vistos, continuo a não gostar.

Salva-se um detalhe do pesadelo. Será aquele momento em que começamos a sonhar e ainda não nos apercebemos que é um pesadelo: um miúdo. Salvou-se um dos novos palermas. Não por ser menos palerma que todos os outros. Seria igualmente palerma. Nem mais, nem menos. MAS (grande «mas», aqui) este palerma em questão apareceu não uma, mas duas vezes, vestido com a camisola da selecção portuguesa. Seria filho de emigrantes portugueses em França, provavelmente, o que me deprime (confesso), mas não deixa de ser a camisola das quinas a aparecer. O meu sentido patriótico vem sempre ao de cima nestas alturas... apesar da selecção de futsal ter estado a jogar enquanto via este filme e não ter a mais pálida ideia de quanto ficou o resultado. Alguém sabe quanto ficou?

sábado, abril 07, 2012

Hysteria

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As mulheres têm cá uma lata. Sempre com a teoria que os homens são uns tarados sexuais. No entanto, neste filme encontramos não uma, mas duas provas que as mulheres são tão ou mais taradas que os homens.

Primeiro, o vibrador (a sua origem é contada neste filme) é o objecto sexual mais vendido pelo mundo fora. Não é uma vagina vibratória. Não. É um objecto fálico que vibra. Ah, pois é. Segundo, estes cavalheiros que aparecem em Hysteria eram médicos. Uma espécie de ginecologistas. Falamos de 1880 e temos dois médicos cujos tratamentos para as mulheres que sofriam de «histerismos» consistiam em massagens vaginais até atingiram o clímax. Para todos os efeitos, são sítios com massagens com finais felizes.

Sim, é verdade, os homens já tinham bordéis há imenso tempo mas, em meu entender, foram as mulheres que inventaram estes sítios de «massagens» que, ainda por cima, levaram à invenção do maior inimigo do homem: o vibrador.

Têm cá uma lata.

sexta-feira, abril 06, 2012

Detachment

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Adrien Brody leva uma prostituta adolescente para casa. Nos tempos que correm é uma atitude inteligente. Esta crise não permite andar a comer fora todos os dias. HA!

Brody é um professor substituto. A sua ligação com os alunos é sempre ténue, como aliás é com tudo na sua vida. Dura pouco tempo. Não permite ligações de maior. Porque uma ligação mais forte implica ter que levar com o mau, não só com o bom. Nesta última escola onde Brody trabalha, difícil mesmo é encontrar o bom. São quase todos alunos problemáticos, que praguejam, insultam e até cospem nos professores. Esses coitados. Esses heróis não reconhecidos da sociedade. Respeito essa parte, atenção. Não teria a mínima paciência para aturar miúdos. E Brody quase que não tem, não fosse até ter algum jeito para ensinar. O mais peculiar deste filme ainda é uma estranhíssima escolha para professora de secundário: Christina Hendricks. Se tivesse esta mulher como professora no secundário acho que explodia. Andaria o dia todo com uma erecção constante. Quer dizer, no secundário todos andávamos com erecções constantes, é certo. Mas aqui teria que amarrar-me à perna, de certeza. Seria doloroso. Mais ainda.

Okuribito

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Melancolicamente saboroso, vá. Dou-lhes isso. É que não foi fácil ver Okuribito. Tive que fazer uma pequena pausa a meio. Não eram só as duas horas que intimidavam, era o tom lento da coisa. Estamos a falar dum rapaz que fugiu dos seus traumas para a cidade grande, para tocar violencelo. Não tendo pai, as inseguranças eram grandes e achava-se um traste em tudo. Quando a sua orquestra é cancelada, volta para a terrinha com o rabinho entre as pernas e uma esposa (c@br@?) a tiracolo. Que fazer da sua vida, tendo no currículo apenas música? Olha, porque não uma agência funerária? Não tanto na parte burocrática das flores e tudo mais, que isso é enfadonho. Mais a parte de lavar, pentear e maquilhar cadáveres. Isso sim é uma emoção a sério. Este processo lá para as terras de onde nasce o sol é um pouco diferente. O ritual é feito à frente da família do falecido. E devo dizer que é uma coisa bastante digna e feita com muito respeito. Sempre devagar e procurando não estragar a imagem da pessoa, mantendo-a sempre tapada. Sim, porque há gente que nem viva deve ser vista nua, quanto mais morta. Tudo acaba por ter um objectivo em Okuribito e isso é que é bonito. Melancolicamente bonito, vá.

quarta-feira, abril 04, 2012

Der Baader Meinhof Komplex

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Estes comunistas, pá. Sempre isto.

Der Baader Meinhof Komplex é sobre o movimento terrorista alemão das décadas de 60 e 70. Confesso que é-me difícil falar deste tipo de assuntos. O meu domínio de História é... bem, sejamos simpáticos: limitado, vá. E depois a minha opinião sobre o assunto... Há muitos momentos em que os líderes do grupo defendem que não deve haver ataques ao povo. Mas explodem com escritórios, lojas, carros, etc. Tudo isto tem consequências e não necessariamente para o inimigo pretendido. Aliás, a lógica aqui é que o povo seja o aliado. Tudo para dizer que condeno este tipo de acções. Só que por outro lado... bem, não é como se estes movimentos tenham levado a coisa muito longe. Adiaram o inevitável e durante umas décadas houve uma falsa sensação que o povo tinha algum voto na maneira como os países e, por defeito, as suas vidas, eram geridas. Pelo meio veio a apatia e agora encontramo-nos neste estado. Moral da história é que considero estes gajos palhaços. Eram palhaços que faziam coisas, é certo, mas palhaços mesmo assim. Sou todo a favor de ideais, mas que não interfiram com a liberdades alheias. Acima de tudo custa-me ver alemães comunistas, a protestar contra ditadores e tudo mais. Soa-me demasiado a falso, tenho que admitir.

Já o filme está muito bem feito. A Alemanha, como todos os países europeus talvez tirando a França, sofre daquele problema de ter três ou quatro bons actores que acabam por aparecer em tudo que é bom filme. Depois o resto acaba por ser apenas «paisagem».

segunda-feira, abril 02, 2012

Obsluhoval Jsem Anglického Krále

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Livro lido há muito tempo atrás, quando havia tempo para ler calhamaços com páginas cheias de parágrafos em bruto, sem pausa no discurso à vista. Quando havia tempo para ler rapidamente calhamaços emprestados, antes que os donos estrabuchassem pela leitura prolongada. Quando não havia assim tanto para dispender em calhamaços difíceis de encontrar, pelo que tinham que ser copiados e, às vezes, encadernados, qual manual da escola, qual pirataria velha guarda. No meio de uma lista infindável de momentos visuais bonitos que Hrabal conseguia meter na nossa cabeça, ficaram os momentos em que o personagem principal cobria com flores as partes mais privadas das prostitutas. Achei bonito na altura. Achei bonito agora quando vi. Elas também achavam bonito, que até davam borlas só para poderem ser obras de arte durante um bocadinho. Confesso que não tinha ficado muito mais do livro, tirando uma ideia geral da história e mais um ou outro detalhe ligeiro. Não que não seja bom. A minha memória é que nunca foi das melhores. Mas ao ver a versão cinematográfica muito veio à memória, fraquita mas que até funciona nestas alturas. Recordei personagens caricatos. Mulheres descritas bonitas que aqui também o são. O ódio que a alemã me provocava, misturado com a confusão que senti quando o personagem principal casa com ela. Senti o mesmo ódio/confusão agora, por muito que me lembrasse do que ia acontecer. Este livro é daqueles que nem precisa de adaptação de filme para poder-se imaginar as personagens e a acção, de tão bem descrito que tudo é, mas foi fixe relembrar a história e ver determinados momentos engraçados a serem representados. Divertidos e bonitos são, tanto o livro como o filme.

New Year's Eve

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Arriscaria a dizer que ver New Year's Eve no início da Abril tirou-lhe um pouco a magia. Até estava a chover lá fora e sentia-me um pouco lamechas, mas a magia não surgiu.

Este será o... quero dizer terceiro. Tenho ideia de haver um do Natal e outro do dia dos namorados. É possível que não sejam todos feitos pelas mesmas pessoas, mas quero acreditar que existe por aí uma pandilha empreendedora a fazer um chorrilho de dinheiro com filmes simples, carregadinhos de nomes, com a temática duma data ou período específico. Este é, para todos os efeitos, o name-dropper-movie de Hollywood (Perceberá quem perceber, embora não seja a coisa mais clara do mundo. Mesmo eu não sei muito bem que tentava dizer.) Estarão é a começar a deixar de ter datas ou períodos para usar. Terão sempre o Verão. Talvez dê para fazer aí qualquer coisa. Só que não é bem a mesma coisa, não é algo verdadeiramente mágico ou romântico se maior parte das pessoas estiverem já semi-despidas. Os casacos e cachecóis ajudarão. Halloween estará fora de questão. Thanksgiving é um stress. Que sobra? O entrudo?

Tirando as parvoíces que balbuciei, não há muito mais para dizer. A fórmula é sempre a mesma e acaba por funcionar, por muito que não seja original ou especialmente inteligente. São historietas de amor a que nos habiuámos a ver em filmes e a fantasiar para nós. Sim, nós. Para todos os que vêem e mesmo para os que fingem não ver. Ou pior, aqueles que vêem e gostam, mas desdenham porque não é fixe gostar. Já passei essa fase. Achei aqui piada a algumas histórias e a alguns pormenores. Não muitos. Achei este mais fraquinho, confesso. Mas teve momentos engraçadinhos. Acima de tudo, veio reforçar a minha ideia que a Sarah Jessica Parker é uma c@br@. Acima de tudo... houve isso.

domingo, abril 01, 2012

Mission: Impossible - Ghost Protocol

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Hollywood é um sítio estranho. Ficarei sempre confundido com o facto de que maior parte dos actores só atingem a fama com 30 e tal, ou mesmo 40 anos, quando lhes oferecem papéis de personagens bem mais novos. Jeremy Renner já anda nisto há algum tempo, no entanto só agora é que está na ribalta. E não é como se a sua representação tenha evoluído muito. É esquisito. Mais esquisito ainda é que estive o filme todo à espera que se revelasse que era o mau da fita. Não sei porquê. O rapaz terá um ar de vilão, talvez.

M:I 4 é fixe. É um bom filme de acção, por muito que parta dum princípio que pensava já ter sido abandonado: o vilão quer explodir uma bomba nuclear, provocando nova guerra mundial. É que se pararmos para pensar, é uma lógica muito estúpida. Quem é que quer destruir o que quer dominar? No entanto, voltamos a comer esta premissa, sem questionar. Porquê? Porque o Tom Cruise anda do lado de fora dum arranha-céus. Porque há perseguições fixes no meio duma tempestade de areia. Porque o Renner paira no ar graças a um íman grande. Porque fazem coisas impossíveis, pois claro. E porque o Simon Pegg tem piada.

Machine Gun Preacher

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Até se pode mudar o redneck para África, mas não se consegue tirar o redneck que existe no redneck.

É a história do costume. Gerard Butler é um meliante com pouco futuro. Entre álcool, drogas e alguns períodos passados em prisões, não sobra muito tempo para a mulher e filha. Compreendo. Nos tempos que correm é um pouco assim. Uma pessoa dedica-se à sua lide, seja um trabalho de escritório ou roubar traficantes na região, e sobra pouco tempo para a família. É o preço de ser-se um profissional dedicado. Pelo meio, a coisa corre mal e há uma noite em que quase mata alguém. Butler descobre assim dEUS e a religião, mas como nunca foi de fazer as coisas à maneira dos outros, acabar por tornar-se um homem de negócios com uma empresa de construção, o que o ajuda a fundar a própria igreja. Uma que não manda embora os drogados e prostitutas deste mundo. Os amiguinhos, no fundo. Não contente com isto, depois de resolver os problemas da sua paróquia, Butler vira-se para o passo mais lógico a seguir: resolver os problemas em África. Toca de fazer a mala e zarpar. E quando as coisas não funcionam só de estar a construir casas, nada como limpar a poeira da velha AK-47 e comecer a matar pessoal malandro que anda por aí a raptar criancinhas. Sim, é verdade. É assim tão irónico. Após quase ter morto alguém na sua terra natal, este personagem (que existe na vida real, atenção) foi matar pessoas para outro país, como forma de redenção. E graças a isto, passou a negligenciar a família ainda mais.