terça-feira, outubro 31, 2006

Flight of the Phoenix

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A nível de bandas sonoras, ali a partir dos finais dos 90 início dos 00, quando Massive Attack se tornou universalmente bom, o Angel passou a ser uma das músicas mais usadas em filmes. Em cenas dramáticas, em câmara lenta. Em parte ou totalmente. E embora o uso algo excessivo, o que é certo é que a coisa funciona muito bem. Lembrar-me-ei sempre facilmente dos olhos do Brad Pitt no Snatch, enquando via a mãe morrer dentro duma autocaravana em chamas. Mas lá está, mesmo no Snatch onde a cena ficou genial, voltaram a usar a mesma música numa qualquer outra cena e estragou a mística à coisa.

A batida do Angel dá uma intensidade extra a qualquer cena, mesmo que seja só um gajo a meter moedas num parquímetro. Se metermos a acção em câmara lenta, com planos abertos e fechados e uma cara dramática... ui, que cena brutal!
Mas neste filme, a cena onde aparece o Angel é de facto muito boa, ali a meio do filme numa altura muito intensa - crucial mesmo - que poderia dar uma volta grande ao desenrolar da história. Mesmo com outro som, não teria perdido impacto, mas com o Angel tudo fica melhor.

Mais pormenores:
- O Dennis Quaid é o maior. O gajo podia estar a bater em focas bebés, a mijar em órfãos, a fazer-nos um pirete, à luz de uma fogueira onde estava a queimar dinheiro, mas bastava fazer aquele sorriso do gajo para pensarmos «Ah, este malandro do Dennis Quaid é um gajo muita porreiro!»
- É giro ver a Miranda Otto a fazer coisas sem ser de fair maiden guerreira.
- O Giovanni Ribisi faz um papel esquisitíssimo. O objectivo era ser irritante e ter aquele ar de vilão a ajudar os bons enquanto beneficia os seus planos, mas que os trai no final. Consegue fazer passar ambas as coisas, mas depois afinal é um gajo porreiro e não o filho perdido do Hitler, como se presume a certa altura. (Estou a exagerar, no filme não se presume que é filho do Hitler, é só que o Giovanni aqui está loiro e com um ar militar empertigaitado. Parecia-me Nazi, que querem!?)
- Será que foi aqui que foram buscar o Hugh Laurie para fazer de «Casa, MD»?
- Gostei mais da maneira como o Matthew McConaughey e o Steve Zahn fizeram o seu avião, no Sahara.
- Agora que penso no assunto, acho que no Sahara também tocaram muitas das músicas que tocaram neste! Será que há uma lista de músicas para meter em filmes de deserto?
- Pequeno grande exagero no final do filme. A toda a parte final do filme notava-se claramente que faltava aquele POW de filme de acção. Como é que eles resolveram o assunto? Decidiram meter uma data de magrebs a cavalo atrás do avião quando ia levantar voo. Foi escusado!
- Ah, e aparentemente é um remake.

Elvis Has Left The Building

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Kim Basinger e Jonh Corbett viajam para Las Vegas por motivos diferentes. Ela porque é uma representante de uma marca de cosméticos e vai trabalhando ali na zona. Ele para entregar um fato de Elvis à sua esposa para que esta lhe possa dar o divórcio. Pelo caminho os dois conhecem-se, apaixonam-se (ooohhh, que bonito) e matam acidentalmente uns quantos imitadores de Elvis (ooohhh, que... estranho?!).

Aparentemente a Kim tinha conhecido o Elvis quando era miúda e este deu-lhe boleia. Na conversa, na altura, Elvis insinuou que eventualmente Kim iria arranjar maneira de devolver o favor. Parece-me, sem margem para qualquer dúvida, que a melhor maneira é mesmo matar uns quantos Elvises, cada um a morrer de maneira mais ridícula possível. O auge dá-se com Tom Hanks - aparece aqui sem ter uma única fala - que morre quando uma caixa de correio aparece pelo ar para tomar o lugar da sua cabeça!

O filme é muito ridículo. Só tem piada ver alguns actores e actrizes a fazerem de Elvis, como o Tom Hanks e Denise Richards. E a banda sonora é sempre fixe, não fosse o Elvis «The King».

PS - Confesso que gostava de ver uma data de Elvises todos juntos. Acho que seria cómico e assustador ao mesmo tempo.

quinta-feira, outubro 26, 2006

The Cave

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Entrei neste filme um pouco sem saber ao que ia. (Ao que parece este é o meu modo preferido de escolher filmes.)
Há uns nomes conhecidos: Cole Hauser (Paparazzi talvez seja o mais recente dele e há uns quantos, de guerra, onde entra), Morris Chestnut (Boyz n the Hood, Confidence, Breakin' All the Rules), Lena Heady e Piper Perabo. É, aliás, praí o 3º filme que vejo com Piper em pouco tempo e o segundo com as duas em pouco mais de um mês. Curioso!

Pensava que era um thriller, filme de acção e suspense. O que eu não sabia era que isto tinha os «aliens das cavernas» à mistura! Começo a ver o genérico e logo após os nomes dos actores começa a aparecer «Creature Designer» e «Creature Performer». Eh lá, qu'é isto?! Não sabia que havia criaturas. Ainda pensei que fossem bichinhos que encontrassem lá em baixo mas para isso não seriam necessários «Creature Performers», certo?
O que estava à espera era duma tradicional luta entre Homem e a Natureza. Pensava que se iam enfiar na caverna, fosse por gozo ou trabalho, as coisas iam correr mal, ficavam presos e tinham que arranjar maneira de sair. Não estava à espera de criaturas esquisitas, mutações e confrontos ridículos.
A título de exemplo: às tantas a Piper chega-se à frente - contrariando ordens directas - para escalar uma parede à procura duma saída ou túnel. Pelo meio encontra um dos bichos e começa uma briga. Cai, queima-o, baloiça para tentar agarrar-se a um sítio longe do bicho mas não chega lá, corta a corda e atira-se para esse sítio, agarra-se à rasca e prende-se com segurança. Nesta altura pensa que está fora de perigo. Mal sabia onde é que se tinha metido. Lá vem o bicho dos infernos - que descobrimos nesta cena que também voa(!), que é uma boa característica para um bicho de caverna!! - e agarra-se a Piper... como é que hei-de dizer isto? Agarra-a por trás! Agarra-se a ela e começam os dois a fazer uns movimentos... bem, confesso que pensei que o filme se ia tornar muito mais interessante. Não, afinal o bicho queria mesmo matá-la. Fiquei triste. Mas Piper é rija e ainda levou o bicho com ela.

E não me parece que tenha estragado alguma coisa do filme ao revelar que a gaja morre. Há certas regras para estes filmes e, tendo-as em conta, é possível dizer com 90% de certeza quem é que vai sobreviver, logo à partida. A Piper não tinha qualquer hipótese. Uma mulher, quando vai nestas aventuras com um grupo de homens, se não é o love interest de ninguém, temos pena. E atenção que não pode ser namorada ou mulher de um deles, tem que estar livre de compromisso no início. A única maneira de uma esposa se safar é se estiver grávida e mesmo assim não há garantias. Só namorada neste caso também não dá porque ficava mal uma rapariga ter uma criança fora de casamento. Hey, eu não faço as regras, isto tudo depende do público americano!
Fiquei surpreendido foi com Piper ter vivido tanto tempo, não de ter morrido. Garanto-vos que pensei que fosse a primeira a ir à vida!

Como nota final, o pormenor ridículo do filme, ou pelo menos aquele que mais me fez rir: Todos sabemos que em qualquer bom filme americano, sempre que um veículo tem um choque ou uma queda de um precipício, tem a tendência para explodir com alguma violência, certo? Este filme leva a coisa ao extremo. Dentro da caverna havia túneis debaixo de água. Para atravessarem os túneis, que eram bastante compridos, usavam daqueles motores pequenos como transporte. Agarravam-se àquilo e o motor levava-os. Pois bem, a certa altura, um deles está no túnel e vai atrás de um bichinho só para estupidamente ser atacado por um bichão. Assim que é atacado larga o motor, naturalmente. O motor, ainda a funcionar, foge em direcção a uma parede. E não é que assim que o motor bate na parede... BOOM! Alta explosão que desmoronou o túnel e prendeu-os ali. Devia trabalhar a nitroglicerina, o motorzinho.

Nacho Libre

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«When you are a man sometimes you wear stretchy pants in your room. It's for fun.»

Acho que esta frase diz tudo.

É uma comédia que prima pelo ridículo, como Jack Black nos tem vindo a habituar e é um bom seguimento para Jared Hess, depois de Napolean Dynamite. Jack é um tipo de actor que puxa sempre mais pelo histerismo da coisa do que propriamente pela representação e muitas das vezes isso só faz com que o gajo seja muito incómodo, mas neste tipo de filmes a coisa funciona. O Jack tem piada e todos os personagens esquisitos, que aparecem saindo de um qualquer buraco ou outro, também.

Ainda bem que gajos como o Wes Anderson ou este Jared Hess andam por aí. Estavamos a precisar de uma «lufada de ar fresco» deste estilo... Se vocês realmente soubessem o que quero dizer com isto... bem, só vendo o filme mesmo. A única coisa que posso dizer é que adoro os saltos do Jack Black.

PS - A luta com os Satan's Cavemen... hilariante!

Lucky Number Slevin

lucky_number_slevin_poster.jpg slevin image by Swillis610 IMDb | Sítio Oficial

Com um elenco destes só podia sair coisa boa: Morgan Freeman, Bruce Willis, Josh Hartnett, SIR Ben Kingsley (adoro este gajo como vilão!), Stanley Tucci, até o Danny Aiello num pequeno papel é bom e Lucy Liu. Eu sei, vocês tão a pensar «Ah e tal a Lucy Liu é bué irritante e é vesga e só faz filmes pirosos tipo Charlie's Angels» mas, meus amigos, a moça quando quer consegue ter muita pinta, se não acreditam em mim vejam o Payback com o Mel Gibson e depois falamos. Ela neste não tem esse tipo de pinta, mas para compensar aparece de mini-saia de colegial. Ah pois é!

Continuando.

Não vou dizer muita coisa do filme, acho que ele fala por si próprio. Vou só deixar umas falas e talvez uns comentários para mostrar quão cool o filme é.

Bruce Willis: «Charlie Chaplin entered a Charlie Chaplin look-a-like contest in Monte Carlo and came in third. Now that's a story. This... This is something else.»
->Não sei até que ponto esta história é verídica, mas se for... ya, é mesmo uma história.

Lucy Liu: «Oh, what are you gonna say?»
Josh Hartnett: «What a man with two penises would say when his tailor asks him if he dresses to the right or to the left.»
Lucy Liu: «What's that?»
Josh Hartnett: «Yes.»
->...

Josh Hartnett: «This isn't the first time this has happened.»
Lucy Liu: «This isn't the first time a crime lord asked you to kill the gay son of a rival to pay off a friend's debt whose place you're staying in because you lost your job and found your girlfriend with another guy?»
->E acho que esta frase resume o filme... mais ou menos.

Se são como eu e gostam de filmes com histórias complexas que se desenrolam no final, com bocas foleiras e /ou cangaceiras, uns tirinhos e a Lucy Liu de mini-saia, então vejam este filme.

quarta-feira, outubro 25, 2006

Confetti

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Preciso de ter mais cuidado nas minhas escolhas. Este não era propriamente um musical mas tinha que ter um número perto do final. Se conseguir não ver um musical nos próximos tempos (anos, entenda-se) estarei a fazer bem o meu trabalho.

Continuando.

A cena de documentários falsos está claramente na moda. O sucesso do The Office despoletou um estilo que não é propriamente fácil de digerir mas que cai no goto daqueles que já estavam fartos dum universo de humor um pouco saturado. Com isto, realizadores encontraram uma «nova» maneira de contar as suas histórias.

Confetti «documenta» um concurso criado por uma revista com este mesmo nome, com a premissa de criar um casamento original. Em concurso, após um árduo processo de selecção, estão três casais que querem ganhar o prémio final que consiste numa casa. «Musicais», «ténis» e «naturismo», são estes os tópicos e qual deles o pior?
Houve um início de filme prometedor e a presença de alguns actores já conhecidos, casos de Martin Freeman (The Office, Hitchhiker's Guide to the Galaxy), Jessica Stevenson (Spaced), Stephen Mangan (gajo estremamente irritante (mas no bom sentido) do Green Wing) ou o cómico Jimmy Carr, faziam prever quiçá um filme engraçado.
Algumas coisas engraçadas de facto acontecem, mas não tantas vezes como se esperaria.

Tinha que ver este filme! Deste raio de ilha já vieram imensas coisas que me fizeram rir e não estou a falar do ridículo casal Beckham/Victoria. Estes palermas são criativos, disso não haja dúvidas. Os britânicos, não o ridículo casal, claro!

RV

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Em honra de Robin Williams - e mesmo um pouco à custa de Barry Sonnenfeld, embora o crédito que ganhou com Get Shorty se esteja a esgotar rapidamente - decidi ver este RV.

Não me arrependi, mas também não fiquei muito satisfeito.
É um «road movie»/filme de família engraçado e, como em todos os filmes deste género, o objectivo era a redenção do pai para com a família, família esta que andava a ser privada do amor paternal de Robin devido à sua preocupação exacerbada para com o trabalho.
Ou pelo menos devia ser isso, mas só lá para meio do filme. No início ainda tentam insinuar que é a aproximação à filha de 15 anos com quem Robin perdeu a ligação assim que a moça entrou na adolescência. Ou ainda mostrar que existem outros actores versáteis no reino da comédia, como o Jeff Daniels ou a Cheryl Hines (Será que esta mulher está fadada a ser esposa de bons cómicos? Primeiro o Larry David e agora o Robin!) ou ainda Chloe Sonnenfeld.
Sim, para o caso de terem dúvidas, o homem decidiu meter a sua filha adolescente no filme. Só tem uma fala durante o filme todo, mas!...

Ou talvez o filme não tenha nada a ver com nada do que acabei de falar. Eu sei que EU não acho assim tanta piada à Cheryl e tentar aproximar-se de uma miúda tão irritante como a que faz de filha de Robin... haja santa paciência.

Mais que não seja há duas ou três cenas onde é dada liberdade ao cómico para fazer aquilo que sabe fazer melhor, que é falar sem parar e meter o pé pelas mãos pelo meio, mas fazê-lo de propósito e ter piada com isso. Há mais umas cenas de humor físico, mas o que sempre me fez rir com este homem é a sua capacidade para disparar piadas, qual AK-47. E nisso o homem continua um mestre, mas como tinham que arranjar uma história para a coisa, entre o momentos em que Robin tem piada acontecem umas coisas com umas pessoas a ver com uma auto-caravana e mais umas coisas. Também não estou à espera que Williams se saia com um Dead Poets Society III (Good Will Hunting=Dead Poets Society II), mas podia ter arranjado uma comédia melhor que esta, mesmo que fosse só para ganhar uns trocos.

Ainda gostei, de certa forma, da cara de totó do Sonnenfeld estampada no lado da caravana. Por outro lado há o final com as duas famílias (há uma família de toscos que são irritantes ao ínicio mas depois são porreiros) a cantarem o Route 66... muito mau.

A Chorus Line

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Dois filmes sobre dança em dois dias... algo está a correr bastante mal. E este ainda é pior já que é um musical!

Enquanto que o Take the Lead vi porque tem o Banderas, este vi porque estranhamente é um dos meus filmes de puto.

Quando era mais novo, nós tinhamos um vizinho qualquer que aparentemente tinha maneira de receber alguns canais estrangeiros e depois retransmitia-os para o bairro. Pelo menos era essa a teoria, é o que me lembro de ter ouvido na altura mas nunca houve confirmação. Entre estes canais apanhavamos canais britânicos da Sky onde davam notícias e outras coisas, mas o que me chamava a atenção eram os filmes. Foi com estes que aprendi inglês em tenra idade (ter um irmão mais velho também ajudou), com o Weird Science, Princess Bride, Clue, Jumpin' Jack Flash, Top Secret!, The Man with One Red Shoe e mais uns quantos. A juntar à lista estava o Chorus Line com o Michael Douglas.
Termos acesso a estes canais não durou assim tanto tempo e já na altura fartavam-se de repetir as coisas, por isso não vi muitos filmes diferentes e, consequentemente, ainda gravámos menos, mas os que gravámos e eu gostava, vi até à exaustão! Tanto que nalguns casos, ao rebobinar a cassete, partia a fita sem querer. Sendo puto, culpado e castigado por quase tudo o que fazia mesmo que tivesse sido a máquina de rebobinar cassetes a verdadeira culpada, por vezes evitava dizer ao meu pai o que é que tinha acontecido. Daí que já não visse o Chorus Line há mais tempo que alguns dos outros e daí que tivesse curiosidade em vê-lo outra vez.

Claro que já não é a mesma coisa. A minha tolerância para coisas dos anos 80 está infinitamente mais pequena, por exemplo. Isso e ser um musical, ou não ter propriamente grande história, são outras. Aquilo é basicamente uma audição que dura quase um dia inteiro porque o Michael Douglas é chato com'ó raio, misturado com uma suposta história de amor.
E o final!... Meu dEUS, o final. Aparecem uma data de duendes dourados que se multiplicam e falam em uníssono. Muito assustador.

A favor digo isto: É sempre fixe ver coisas que nos transportam para aquela altura das nossas vidas onde as coisas eram muito mais simples.

Take the Lead

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Quer queiram admitir ou não, o Antonio Banderas é o gajo que qualquer homem ambiciona ser: garanhão latino, smooth, slick, conversador, gajo porreiro, engraçado, bem disposto e versátil. Já se tinha posto numa de artístico, dentro da arte da representação, numa de cantor/músico (mariachi, entenda-se) mas agora decidiu investir em mais um campo, o da dança.

Em Take the Lead, Banderas é um professor de dança que, saiba-se lá porquê, decide ir para uma escola... com problemas, digamos assim, para ensinar danças de salão. Na cabeça dele isto iria ensinar as problemáticas crianças a evitar drogas e sexo sem protecção, ou até mesmo a evitar sexo, ponto final!
Pois, eu também não achei essa parte muito credível.
Mas como já disse antes, gosto de ver personagens a enfrentarem e ultrapassarem problemas através de artimanhas e truques, ou simples conversa.

Também não se pode ir à procura de absoluta realidade em todos os filmes porque se começarmos a pensar muito:
- O Jaws é ridículo, bastava não se meterem na água e não morria ninguém!
- O Pulp Fiction realmente não passa de ficção já que o John e o Samuel têm um gajo a descarregar uma arma um metro à frente deles e não levam um único tiro.
- Todos os musicais de SEMPRE são estupidamente ridículos porque NINGUÉM começa a dançar e a cantar só porque sim.
- O Hook não é possível porque pessoas não voam.
- Nenhum filme do Woody Allen é real porque ninguém tem paciência para estar a ouvir um gajo a falar e a dizer parvoíces durante TANTO tempo.

Eu podia estar aqui o dia todo, mas acho que já perceberam.

Em todo o caso, este filme é uma mistura do Dangerous Minds com o Dirty Dancing, o que poderá ser irritante para aqueles que já viram ambos os filmes e todas as cópias que os seguiram. Isto tem que ser compreendido porque estes filmes já não são feitos para nós mas precisamente para os adolescentes que não viram os «clássicos».

É assim a vida, num dia somos o público alvo, noutro já não interessamos a ninguém.

sábado, outubro 21, 2006

CQ

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Quem é o Billy Zane?

Eu sei que ele fez o Fantasma e isso é bastante bom (se bem que do pouco que vi do filme pareceu-me bastante mau), mas porque é que o rapaz continua a aparecer aqui e ali. Algumas vezes até aparece em filmes como ele mesmo, numa de «Sou amiguinho do realizador/actores/actrizes e eles queriam que aparecesse por aí».

Que nojo, acabei de referenciar o Zoolander.

Mas porquê o Billy Zane?! Ele não é bom actor, talvez seja bonzão mas não o suficiente para aparecer assim tantas vezes.
E depois há toda a questão de ser careca, ou pelo menos tenho ideia que é careca. Ele é parente do Lex ou tem um sonho de fazer de Lex numa qualquer coisa, seja série, filme ou bonecos de caixa de cereais, do Superhomem? Ou isto é fixação minha porque acho que o cabelo do gajo é sempre falso com'ó raio e daí pensar que está sempre de peruca, o que só comprova a minha teoria que é careca? Ou é uma doença? O pessoal tem pena dele e por isso é que aparece em filmes cangaceiros/psicadélicos?

Não percebo a existência do Billy Zane.

Ah ya, o filme é engraçado porque tem um filme em que o gajo é o gajo e outro filme onde o Gérard Depardieu está a fazer um filme sobre uma gaja que é agente secreta e é contratada para acabar com os planos de revolução do Billy Zane porque ele tem uma arma qualquer lixada mas o Gérard fica meio maluco e não consegue acabar o filme e então o produtor italiano despede o Gérard e mete o Jason Schwartzman que é outro tipo para quem não tenho muita paciência talvez porquefaz sempre papel de gajo irritante o que faz com que pareça ser um gajo irritante mas às tantas o Jason tem um acidente de carro e parte uma perna e casa-se com uma miúda que parece que tem praí uns 13 anos e atão o produtor italiano depois de ouvir os conselhos de outro produtor decide dar uma oportunidade ao gajo para realizar o filme e faz isso e a namorada acaba com ele e o gajo apaixona-se pela actriz principal que faz de agente secreta no tal filme que realiza e acreditem que não é tão confuso como descrevo aqui é só basicamente dois filmes dentro deste filme e são os dois realizados pelo gajo principal deste filme do qual estou a falar e passa-se quase tudo em Paris e um bocado na Lua e mais umas cenas em Roma.

Não me apeteceu lidar com pontuação neste último parágrafo. Nem com várias frases, demasiado stressante.

Dummy

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A Milla Jovovich é engraçada. Não a via a fazer este papel, no início do filme. Confesso que estou demasiado habituado a vê-la ou a fazer de heroína (Fifth Element, Ultraviolet) ou de querida, rapariga normal (You Stupid Man, Kuffs), mas lá para o final até que me habituei. Aqui faz de mulher de 28 que ainda é uma «freakalhôca» desempregada, a viver com a mãe, chateada com tudo e com todos e a tentar ter sucesso com a sua banda.

Já o Adrien Brody tem o meu respeito. Sim, a interpretação no The Pianist é muito boa mas nem vou pelo mais óbvio. Gosto de ver o gajo em interpretações mais normais, seja como crominho garanhão no Liberty Heights ou neste Dummy como... bem, um dummy! O rapaz tem jeito para a coisa e ainda bem que anda na berra na terra da madeira sagrada. Claro que não deixa de ser chocante o contraste entre o gajo que decidiu agarrar-se à Halle Berry nos Óscares e este totozeco que precisa de um boneco de madeira para poder falar com uma rapariga.

Há ainda uma menção que precisa de ser feita: Illeana Douglas vai aparecendo de vez em quando nuns filmes, alguns melhores que outros, e é sempre fixe vê-la. Não há grandes variações no seu registo, é sempre a judia lixada da vida, cheia de azares com homens e sempre muito sarcástica, mas não deixa de ser uma personagem com piada.

Ventríloquos... é uma espécie tipo os mimos. Ele estão lá! Não tenha nada contra mas também não posso dizer que tenha muito a favor. O Brody aqui safa-se bastante bem a enfiar a mão nas costas dum boneco. Até tem alguma piada.
O boneco ajuda-o a ser herói, a sua vida melhora e ele fica com a miúda. É uma historia básica mas nunca longe do meu agrado.

Já o nariz do gajo (do Brody, não do boneco) assusta-me...

Friday Night Lights

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Claramente filmes de desporto vivem da banda sonora. Qualquer uma das cenas, desde o mais simples plano dum treino, à decisiva jogada final do último jogo, se lhe cortarem o som não vos dou 15 segundos para começarem a dormir. O Black Betty é, aliás, a música de eleição, tanto de filmes no sul, no estado do Texas, como em filmes com futebol americano. A sério, vão verificar, vão ver que tenho razão.

Se formos a ver bem, qualquer filme sobre futebol americano tem sempre um personagem que passa o filme todo sem agarrar/segurar a bola; um puto cujo pai, vivendo frustantemente através do filho, bebe e consequentemente bate-lhe ou abusa-o verbalmente; um treinador que é um génio da coisa, sendo uma estrela só por si; um gajo religioso sereno mas que quando lhe pisam os calos... ui!; um gajo muito bom, muito cromo, que ou se muda para a outra equipa ou se lesiona e torna-se humilde; e um ou dois gajos que apesar de não serem muito bons estão lá sempre para apoiar o herói da companhia, regra geral o quarterback. Este não foge à regra.

Para além destes clichés todos ainda temos a questão da história ser baseada em factos verídicos. Qual é o problema aqui? Nestas coisas, os personagens principais são sempre... eu não queria dizer beatificados, naturalmente que isso é um exagero, mas foi a primeira que me veio à cabeça e nestas coisa sou um bocado teimoso.
Nestas histórias, a outra equipa é que faz sempre batota, ou outros são muito mais feios/maus/mal educados, na equipa dos personagens principais todos dão-se bem e são amigos e mesmo com o vedetismo de alguns jogadores, toda a equipa está lá para os apoiar, não há espaço nenhum para ciúmes. Só a título de exemplo, neste filme, para desculparem o treinador de ter metido a estrela da companhia nos minutos finais de um jogo já ganho e consequentemente ter feito com que esse jogador se lesionasse de tal maneira que não pudesse jogar mais, fizeram crer que o jogador substituto não encontrava o capacete e então, na brincadeira, a estrela é que decidiu entrar no campo antes que o colega encontrasse o referido apetrecho. Pois pois, claro, contem-me histórias.

No geral, Friday Night Lights é um filme ideal para ver num domingo chuvoso, à tarde, com boa companhia e um grande balde de pipocas. O que não é mau de todo, podia ser pior.

Só uma última nota: Estranho como é que a Connie Britton, que era personagem pricipal no Spin City - série que tanto quanto sei teve o seu sucesso (eu sei que via e gostava bastante) - não tem mais de 4 falas neste filme. Mas se ela tivesse aparecido pouco, ainda era naquela, mas Connie aparece em bastantes cenas, só não disse foi nada. Não passou de arm-candy do Billy Bob. Muito estranho!

PS - O Billy Bob Thornton é bué irritante!

NOTA: Eu escrevi isto ontem e entretanto estive a fazer umas pesquisas e deparei-me com uma série que começou agora, com este mesmo nome, Friday Night Lights. E na série esta mesma história continua. Isto tudo para dizer o quê: é que a Connie Britton também aparece na série sendo assim possível que tenha um papel mais preponderante. Menos mal.

Art School Confidential

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Não faço ideia por onde pegar.

Por um lado temos uma data de críticas ao mundo artístico, o que por mim está óptimo. Não tenho paciência para alguns dos pretensiosismos que existe neste mundo. Há limites para a quantidade de tretas que se consegue inventar para falar acerca de um conjunto qualquer de tintas enfiadas numa tela e acho que há pessoas que não percebem isso.
Depois há toda a questão de tentar misturar uma história acerca dum atormentado qualquer que quer ser artista, misturado com uma história policial - confesso que não estava à espera.
Ainda há um conjunto interessante de actores em maiores e menores papéis, como é o caso do Malkovich, Anjelica Huston, Ethan Suplee e Steve Buscemi.

Por outro lado há a história!! O gajo é bué irritante e tem umas sobrancelhas que mais parecem dois bigodes do Burt Reynolds. Não aquele mais recente, o grisalho. É mais aquele farfalhudo na sua velha glória. Mas desvio-me do assunto.
Há uns quantos personagens que parecem ser uma coisa mas depois não são nem carne nem peixe. Há mesmo uns que não faço ideia que raio estavam ali a fazer.

Se ainda não perceberam, não gostei do filme. Talvez porque de facto seja mau, talvez porque estava à espera de uma coisa completamente diferente. Verdade seja dita, o mais provável é que se este filme realmente fosse o tradicional filme em que o nosso «herói», depois de sofrer algumas desilusões, encontra o seu mentor que o põe no caminho certo e/ou o faz abrir os olhos para aquilo que é importante dando a importante lição moral e no final fica tanto com a fama como com a rapariga, eu estaria aqui a dizer «ya, o filme está giro, mas não passa disso».

Irei sempre ver maior parte dos filmes baseados em BD, especialmente indie comics e até gostei do Ghost World, mas este não puxou por mim.

Click

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O Adam Sandler anda a abusar!

Uma coisa é de repente decidir que quer fazer filmes decentes e enfiar-se sorrateiramente no Spanglish ou no Punch Drunk Love e realmente fazer bons papéis, ou juntar os amiguinhos todos e fazer filmes estúpidos onde goza com tudo e com todos, outra coisa é fazer um filme como o Click.
Isto porquê. Porque quem é que aqui não gostaria de andar a dançar com o Christopher Walken? Ou estar na palhaçada com o Henry WinklerThe Fonz»), com a Jennifer Coolidge (Stifler's Mom) e com a Julie Kavner (voz da Marge nos Simpsons)? Ou ainda gozar à grande com o Sean Astin (Samwise Gamgee) e dar umas chapadas bem dadas ao David Hasselhoff?!? Ou mesmo (e isto não me deixa histérico mas sei dumas pessoas que ficariam) ter a gaja dos Cranberries a cantar o Linger numa das cenas? Ele faz tudo isto e mais um par de botas neste filme.

E eu sei o que é vocês estão a pensar: o Adam Sandler é um idiota, assim como o Chris Rock e o David Spade e o Rob Schneider, assim como era o Chris Farley e assim como era toda aquela «geração» do Saturday Night Live (SNL). Mas nós só conhecemos o SNL agora e apesar dos vários canais temáticos da SIC terem começado com os episódios antigos, da década de 90, o que é certo é que já não fomos a tempo de ver as gerações anteriores desta série que foi o ponto de partida de brilhantes carreiras de muitos jovens cómicos americanos - se bem que algumas carreiras foram mais curtas que outras. Antes do Sandler e da sua troupe vieram gajos como o Chevy Chase, o Bill Murray (hoje em dia actor fetiche de realizadores como Wes Anderson, Sofia Coppola e Jim Jarmusch), John Belushi, John Candy (grande, GRANDE Uncle Buck!), Steve Martin, Eddie Murphy, Dan Aykroyd, entre muitos outros. É verdade que não fomos apresentados a estes cavalheiros através do famoso programa de televisão, mas sim através de filmes como Caça-Polícias, Ghost Busters, Trading Places ou os filmes do John Hughes, mas estes filmes só foram possíveis graças à fama que os actores ganharam no SNL.
Eu não vou estar aqui a tentar convencer-vos que o Sandler (et al) é bom rapaz ou bom actor ou bom seja o que for. Estou farto desta conversa e desta briga, porque não é essa a questão, eu também odiava o rapaz mas aprendi a gostar dele. Não de tudo, mas já aprendi que devo ver os filmes dele porque há fortes possibilidades de saírem coisas boas.
O que quero fazer é deixar-vos com este pensamento: a comédia, como tudo na vida, tem que evoluir para sobreviver, e as coisas que tinham piada na nossa infância já não têm o mesmo efeito nas gerações mais recentes. O American Pie é, muito simplesmente, uma versão «actualizada» do nosso Porky's, e embora tenham exactamente a mesma temática, muitos da minha geração já não acham muita piada à versão mais recente, ou acham-na demasiado abusiva. A cena é que este tipo de pensamentos eram os que os «nosso pais» tinham ao ver o Porky's, ou filmes com o Eddie Murphy ou o Chevy Chase. Claro que não são exactamente os nossos pais, estou a falar da geração acima de nós e da nossa respectiva geração nos Estados Unidos que, devido às diferenças sociais e atrasos nas coisas a chegarem a Portugal, estarão hoje em dia mais perto do 40 do que nós à volta da casa dos 30. À parte da confusão cronológica, o que estou a tentar dizer é que as críticas que nós fazemos ao Sandler são as mesmas críticas que gerações, anteriores à nossa, fizeram a actores que nos ensinaram a rir. É só nisso que quero que pensem da próxima vez que criticarem este ou aquele actor cómico.

E sim, só para o caso de terem dúvidas, estou a chamar-nos VELHOS!!!!!!!

Já em relação ao filme, é um family movie. Faz-nos rir assim como faz-nos chorar (eu não, eu sou muito homem! Mas haverá certamente pessoas (mulheres e «meninas», entenda-se) que choram com estas coisas), ou seja, aquilo que se espera destes filmes. Say it loud and say it proud: Eu gosto do Adam Sandler e gosto dos seus filmes!!
(Neste momento, algures no mundo, o James Brown está a rebolar... provavelmente numa cama cheia de gajas! Afinal, he's got soul, and he's superbad.)

PS - Vou arrepender-me disto - sei pelo menos duma pessoa que vai chatear-me os cornos até mais não - mas a Kate Beckinsale... Meus amigos, a moça anda a ganhar pontos, lá isso anda. Mais que não seja, sendo britânica, ao menos sabe perfeitamente disfarçar o sotaque, ao contrário de alguns meninos bonitinhos com quem toda a gente anda em pontas em Hollywood e arredores.

terça-feira, outubro 17, 2006

'Til There Was You

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Para além de ser uma comédia romântica, embora não seja muito cómica... ok, eu admito, é mais uma história romântica, ponto final. Mas para além disso, este filme traz à baila outra coisa que gosto de fazer, que é ver filmes antigos. Talvez «antigos» não seja a melhor expressão. Este filme nem dez anos tem! Tem é tempo suficiente para uma pessoa poder apreciar determinadas representações. Nesta altura, nem a Sarah Jessica Parker nem o Dylan McDermott eram assim tão famosos - embora talvez seja um exagero chamar de famoso o Dylan, ele é é mais conhecido porque é bonzão, não propriamente por ser um excelente ou versátil actor. Ela, no entanto, é. Famosa, não versátil, etc. E é giro vê-la antes de todo o histerismo à volta do Sex and the City. Ela ainda não tinha aquele ar, aquela cena pomposa e confiante de uma actriz que já é conhecida em demasiados países pelo mundo fora. É uma representação mais fraca, sim, mais tremida e nervosa, mas também mais honesta. Ela aqui faz um bom papel e é apreciável.
Para mais, também achei piada em ver o John Hawkes e a Jennifer Aniston em pequenos papéis. Gosto daquela cena de «Olha quem ele(a) é!...»

Em todo o caso... o filme. O filme é lamechas mas bem construído para aquilo que quer ser, uma história de encontros e desencontros, principalmente desencontros. Às tantas até irrita a maneira como os actores principais têm tanta coisa em comum, tantos personagens e tantas situações de vida a juntá-los em teoria, enquanto na prática eles tendem a não se conhecer, mas era assim que tinha que ser.

Ah, e aquele pátio, aquele pátio não existe.

BloodRayne

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Coisas muito pouco naturais neste filme:
- O cabelo do Michael Madsen
- O cabelo do amiguinho do Michael Madsen
- O Billy Zane tem um «secretário» para tomar nota das suas cartas!!
- O Billy Zane é pai de Michelle Rodriguez
- A Michelle Rodriguez a andar a cavalo
- TODAS as cenas de acção
- A Michelle Rodriguez a tentar imitar um sotaque britânico por nenhum motivo em especial
- O Michael Madsen a mexer-se
- Qualquer um deles a segurar uma espada
- A peruca do Ben Kingsley
- O Ben Kingsley a mexer em mamas de figurantes
- O Meat Loaf a fazer de vampiro excêntrico playboy E a mexer em mamas de figurantes
- O Michael Madsen tinha uma mini-besta no pulso com várias setas. Não era preciso recarregar!
- A peruca do Billy Zane, enquanto que a do Ben é só decorativa, esta pressupostamente é mesmo cabelo. Hilariante!!
- Entre outras coisas...

The Game of Their Lives

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É um filme sobre futebol. Antes disso, é um filme sobre desporto. Gosto de filmes de desporto, embora admita que todas as cenas do respectivo desporto, no filme, são sempre horrivelmente falsas. Vemos sempre um defesa a «cair», quando vai para tirar a bola ao protagonista do filme ou as cenas são desconexas ou demasiado rápidas. É sempre um pouco de tudo.
Mas eu acho piada à coisa pela cena da camaradagem de equipa e como os jogadores acabam por descobrir pequenos truques para ultrapassarem obstáculos. Eu acho giro.

Este filme prometia. Para além de ser sobre futebol (vamos ignorar que era nos Estados Unidos), tinha algumas boas surpresas a nível de elenco: Gerard Butler, com quem fiquei bastante impressionado no Dear Frankie; Wes Bentley, do American Beauty e pessoa que acho que devia ter sido o Peter Parker em vez do Tobias; os irmãos Louis e Costas Mandylor, que são daqueles actores que já apareceram em demasiados filmes, mas nunca haveremos de saber os seu nomes (confesso que não fazia ideia que havia dois deles!); o Patrick Stewart (Charles Xavier para mim) e John Ryhs Davies (Gimli para os amigos) a darem um toque de classe à coisa; e finalmente Gavin Rossdale, cuja banda Bush já apreciei bastante (não estavam à espera que o referenciasse pelos seus dotes de representação, certo? Se bem que gostei de o ver todo tostadito no Constantine!).
Claro que não estava à espera que se tornasse um dos filmes da minha vida, mas esperava um serão agradável.

Começou benzito, algumas cenas engraçadas, boa interacção entre os personagens principais, boa introdução à histórias e aos outros personagens. Só que à medida que começou a caminhar para o final, comecei a ficar com dúvidas: Mas afinal quando é o tal grande jogo da vida deles?; Eles vão ao Campeonato do Mundo, será a final o jogo da vida deles?; Mas pensava que isto era baseado em alguns factos, desde quando é que os Estados Unidos foram a uma final? Porque é que o Wes Bentley saiu do jogo para ir atrás dum saco do MiniPreço?! Esse tipo de coisas.
É que o filme caminhava para o fim e a meio do jogo com Inglaterra ainda estava à espera do tal jogo da vida deles. O Gavin, estrela da selecção britânica (o Becks lá do sítio), mandava bolas à trave e para fora e praguejava como se estivesse na cama com a Gwen Stefani e o resto dos No Doubt, e o tempo continuava a passar.

Moral da história: Não aguentei a pressão e parei o filme. Alguém sabe quanto é que ficou? Eeeehh (som de quem está a encolher os ombros), eu depois pergunto ao Gabriel Alves, ele sabe todas as coisas inúteis sobre futebol.

domingo, outubro 15, 2006

The Break-Up

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Tive dois problemas com este filme:

- Eu acho piada ao Vince Vaughn. O gajo tem um dom de discurso absolutamente invejável. Aliás, fazer um filme com o gajo deve ser muito fácil, é que nem precisas de um guião. Viras-te para o gajo e dizes: «Vince, gosto bué de ti e quero fazer um filme contigo. O problema é que não tenho dinheiro suficiente para ti. O que vou fazer é despedir o guionista, nós só precisamos da premissa.»; depois durante as filmagens é só: «Ya, Vinnie, a cena é... a "história" do filme... tipo ok, és um gajo e andas com uma gaja e vocês têm que acabar. Agora fala durante uma hora e meia. Acho que conseguimos meter a Jennifer a falar uns 10-15m e dá para fazer um bom filme. Acção!!».
O meu problema é que não vejo de todo o Vince a andar com uma gaja como a Jennifer Aniston. Ela não é o supra-sumo das mulheres mas andou com o Brad Pitt!! Até eu fiquei com inveja! E não entra aqui em questão o facto de que eles realmente andaram durante um tempo, o Vince foi o rebound guy dela!!
E ainda para mais, o personagem do Vince é bué irritante. Tudo bem, ele é um gajo porreiro e tudo mais, mas para ela é um otário. Ya, digam-me uma mulher que fique com um gajo que não faz nada em casa, só desarruma, que nunca a leva aos sítios onde ela quer ir, que só a leva a ir ver a bola e que NUNCA se cala!!!
A premissa do filme é que ela se chateia com ele e acaba o namoro meio sem o querer fazer de facto. E depois, através de joguinhos e cenas estúpidas tenta fazê-lo ver que estava errado e que devia suplicar para a ter de volta. E, mesmo depois de todas as cenas que ele faz para se vingar (isto incluiu gajas nuas lá em casa a dançar), ela continua a querer ficar com ele!!!! Não, não me parece.

- E com este é que tenho verdadeiros problemas, o de cima pode ser contrariado com outros factores que não vou mencionar aqui porque senão estragava o filme a quem ainda não o viu.
A grande briga que faz com que acabe com ele sem querer, envolveu várias coisas, entre elas uma mesa de bilhar que não o deixava comprar lá para casa. Segundo o Vince, o seu grande sonho era viver numa casa com uma mesa de bilhar e Jennifer até dizia que podia ser, desde que fosse numa hipotética futura casa maior. Isto ocorre durante um jantar de família e logo após este, uns dias depois e, como forma de vingança, por uma cena qualquer que tinha feito que já não me lembro, ele efectivamente compra a dita mesa e tem lá uns amigos a jogar quando Jennifer chega a casa. A mesa ainda aparece em mais uma ou outra cena, mas a partir de certa altura desaparece completamente!!
O que é que aconteceu aqui?! O Vince dobrou a mesa ao meio e escondeu-a no armário para quando precisasse depois?!?! Uma mesa de bilhar não é uma coisa pequena. Eu imagino que vocês estejam famialirizados com mesas deste tipo mas alguma vez a viram numa casa habitada. Aquelas coisas são enormes!! Ocupam imenso espaço porque não é só a mesa em si que ocupa espaço, é o espaço à volta também, que é importante para se poder jogar condignamente.
Mas vocês podem afirmar que se calhar o Vince sentiu-se mal por ter feito aquilo e vendeu a mesa. NÃO!! Ele passo o filme toda a fazer coisas cada vez piores. Ele nunca se sente mal até ao final do filme, por isso essa questão nem se coloca.

É estúpido, eu sei, mas incomodou-me.

Underworld: Evolution

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A sequela acaba por superar um pouco o original, já que não tem que lidar com todo aquele desconforto de ter uma história convincente que introduza o universo e agrade ao espectador. O primeiro estava cheio de entulho. Traições atrás de traições, envoltas em twists, em cima de revelações, encobertas em evoluções a nível de personagem. Nada de bom, portanto.

Este é só acção, porrada a torto e direito e efeitos especiais com fartura, como se recomenda para este tipo. Há ainda a confirmação, aos meus olhos, de Kate Bekinsale como actriz de acção. Pelos vistos o Van Helsing foi só um erro de percurso.

Finalmente, temos ainda o pormenor de, no meio dum universo cheio de vampiros e lobisomens eternamente em conflito, com alguns humanos ao barulho como escravos ou inimigos, mesmo assim o principal fio condutor da narrativa do filme é uma simples história de amor. Tão bonito.

Todos ao mesmo tempo agora:
ooooooooooooooohhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

I am a Sex Addict

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Sim, é verdade meu caro, és!

Eu espero sinceramente que este homem não acredite em pelo menos metade das coisas que diz neste filme. Sempre que dizia qualquer coisa como «Briguei com a minha mulher e estranhamente fiquei cheio de vontade de foder com uma prostituta» tive que controlar-me para não mijar-me a rir. E depois há toda a questão de quanto mais coisas fazia com prostitutas mais ainda achava que devia fazer, pois só assim poderia resolver a sua fixação de uma vez por todas.
Às tantas ficou surpreendido quando perguntou pela primeira vez a uma prostituta se ela lhe faria sexo oral, porque se via como um feminista e não estava à espera que aquilo o excitasse tanto. Por favor!!! Maior parte das pessoas, sejam homens ou mulheres, gostam que lhe façam sexo oral e maior parte também gosta de fazer, qual é a dúvida?!

Eu dou-lhe o desconto já que isto passou-se nos anos 80, uma década demasiado estúpida que devia ser erradicada dos livros de história, mas mesmo assim... Haja santa paciência. Isto é mesmo de americano. Eu bem tento contrariar os estereótipos mas esta genta não facilita.

Não sou grande apologista deste estilo de contar de histórias, tipo «querido diário» mas esta até está bem construída, com o Caveh (realizador e actor principal (podemos chamar-lhe isto a partir do momento que está a fazer dele mesmo?)) a mostrar cenas que aconteceram durante a filmagem assim como cenas da época em questão, gravadas por ele na altura. Muitas analepses e prolepses, que são um risco porque podem tornar a narrativa demasiado confusa e embora tal aconteça no início, a partir de certa altura a coisa torna-se fácil de seguir.

Sim, acho piada às analepses e prolepses.

Ultraviolet

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Eu gosto de filmes bandeirosamente maus, onde o herói se safa de uma sala cheia de gunas com armas, com pouco mais do que uns cortes e umas nódoas negras... talvez um tirinho no braço, mas nada que o impeça de andar ainda à porrada com o mau da fita.
Eu não me importo que os diálogos sejam pirosos, que as cenas sejam excessivamente exageradas, que o herói se envolva com uma mulher que o odeia, que o mau da fita decida sempre contar a história da sua vida em vez de meter uma bala na cabeça do seu arqui-inimigo.

Agora quando eu não percebo porque é que a (neste caso) heroína tenta salvar alguém que os pode destruir a todos (os bons e os maus) e que os maus tentam usar para fazer mal aos próprios maus tanto quanto aos bons, e que num minuto é mau e está morto e no próximo já é bom e vivo...

Isto é demasiado confuso mesmo só para ser comentado neste texto, neste blogue, a sério!...

The Squid and the Whale

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Bom elenco
Boa história
Bons diálogos
Bons pormenores

Bom filme.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Lost and Delirious

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Não sei por onde pegar para melhor descrever este filme. Não sei se devo ir pela vida num colégio privado, pela história de amor, pelo final, pelas actrizes, pela angústia adolescente ou pelo lesbianismo.
Se calhar devia levar isto a votos mas como não temos tempo vamos simplesmente começar pelo lesbianismo.

Lesbianismo - Num curto espaço de tempo é o segundo filme de Piper Perabo que vejo em que esta é lésbica. A minha primeira impressão dela tinha sido no Coyote Ugly mas hoje em dia vejo que se calhar a moça tem mais alguma profundidade. Não muita, atenção! Esta representação não está nada de especial e nota-se demasiado a ânsia de jovem actriz a querer mostrar serviço, mas a personagem em si, o papel de psicoticazita também não ajuda muito. O que se vê com isto é que Piper tenta fazer algumas coisas com jeito, mesmo tendo sido levada ao «estrelato» com um filme demasiado confuso e limitado, como foi o tal do bar. Gostei dela no Imagine Me & You (se bem que aqui sou algo suspeito visto que gostei muito do filme), ela está bastante bem no The I Inside (o filme é ruim, uma cópia reles do Butterfly Effect) e mesmo no Coyote é difícil não lhe achar piada. Em todo o caso, a coisa não é gratuita ou pervertida. É de bom tom e bonito, tudo aquilo que seria de esperar entre duas jovens colegiais... E para mais, ainda há a suspeição que algumas professoras do colégio também são lésbicas.
O que nos leva ao próximo tópico.

Colégio Privado para Raparigas - Começo por citar uma frase de um grande homem, num bom filme: «I wish I'd gone out with more catholic schoolgirls. As it stands, I have no '...and then she unzipped her jumper.' stories.»
Eu não sei porque é que aquele ar de colegial da saia e meias e gravata mal atada e casaco descuidadamente caído ao nível dos ombros funciona tão bem. Eu até pensava que a coisa não funcionava comigo até ver uma moçoila na rua com esse mesmo ar. Ela não era adolescente, calma. Devia ter mais ou menos a minha idade (idade universitária, entenda-se) e o intuito era ter aquele ar Manga/Animé, a imitar nipónicas com os totós sempre com aqueles riso envergonhado; não era uma coisa forçada pelas normas do sítio onde estudava. O que é certo é que assim que a vi... não preciso de dizer mais nada, pois não? Basta frisar que anos depois aqui estou eu a falar deste episódio!
Este colégio, no entanto, estava longe da imagem que temos destes sítios. É certo que havia estas «experiências» entre as estudantes e estas comportavam-se mal, desafiando a autoridade através de cigarros, álcool, conversas demasiado descritivas de encontros com rapazes em público, desacatos e insultos, entre outras coisas, mas neste colégio elas praticamente não eram castigadas!! Elas podiam fazer o que queriam. Onde estavam os açoites, os estalos, as noites passadas na torre a pão e água??!?! A Piper, a personagem, quase que batia nas professoras e estas ficavam a olhar, com pena. Muito estranho.

Angústia Adolescente - É daquelas coisas para a qual tenho muito pouca tolerância hoje em dia. Não só para adolescentes cara-a-cara (não que conheça muitos hoje em dia, mas contam-me histórias de alguns), mesmo em filmes não consigo deixar de revirar os olhos sempre que começam com as suas lamúrias de como as coisas não lhes correm bem e é como se as suas vidas já tivessem acabado. Não há paciência!

História de Amor e Final - Embora a narrativa emperre um pouco ali a meio, quando o amor não é retribuído, devo confessar que até certo ponto a coisa até é bonita, mesmo que estejamos a falar de puppy love e o final acaba por ser surpreendente na medida em que conseguem (Susan Swan, Judith Thompson e Léa Pool, entenda-se) lidar bem com uma situação algo lamechas que poderia acabar por estragar o filme no seu todo.
Isto só visto, claro. Naturalmente não me vou pôr a falar extensamente sobre um final de um filme.

Actrizes - Não é uma questão de individualidades ou qualquer actuação especial. Fiquei surpreendido pelo casting feito na altura. O filme já tem alguns anos e aqui aparecem algumas jovens actrizes que acabaram por aparecer entretanto, numa ou outra coisa que tenho visto nos últimos meses. Para além da Piper temos: Mischa Barton (The O.C.); Emily VanCamp (Everwood); Caroline Dhavernas (These Girls, filme que vi há pouco tempo e que era mau, mas independentemente disso cheira-me que vamos ver esta moça mais vezes). Estranho mesmo é a Jessica Paré que é uma das personagens principais, até faz um bom papel e que nunca mais fez nada de especial.

Concluindo: Do pouco que sabia do filme esperava um pouco mais. Vendo-o pelo que realmente é, até que não está mauzito de todo.

Employee Of The Month

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Chegamos a uma certa altura, enquanto estamos a ver um filme, em que ponderamos se continuamos ou não a vê-lo. Eu costumo aguentar até cerca dos 45m, em média (isto para um filme com mais ou menos 1h30), até começar a ponderar se acabo o bicho ou poupo-me algum trabalho e paro a coisa. Regra geral acabo sempre por ver o filme todo, mais que não seja porque fico demasiado curioso para saber o final.
O pior que pode acontecer é meter a janela com o filme no canto superior direito do monitor e no inferior esquerdo pôr-me a jogar Spider Solitaire.
No caso deste filme não cheguei a tanto, quando cheguei ao ponto de decisão decidi aguentar até ao final. O meu pensamento foi que o filme não podia piorar. Naturalmente estava enganado!

Eu sou tão apologista de twists no final dos filmes como qualquer outro apreciador da 7.ª arte, mas este filme usa e abusa disso. Peço imensa desculpa por estar a estragar o filme a alguém mas a questão é que eu não recomendaria este filme a pessoas em coma. Isto foi pior do que todos os twists que decidiram enfiar na segunda metade do Wild Things porque foi em menos tempo, eles até conseguiram enfiar twists nos créditos finais!!!!

Vi o filme porque tenho algum respeito pelo Matt Dillon e isto até já vinha antes do Crash, mas este não é o seu melhor papel; o Steve Zahn é um gajo que facilmente me faz rir, mas o ponto alto deste gajo no filme foi quando estava dentro de uma carrinha a vasculhar os bolsos de cadáveres, pouco depois de um acidente automobilístico(!); e a minha paixão pela Christina Applegate já vem dos tempos em que ela tinha uma sitcom ranhosa onde era mãe de um puto para além de ter que tomar conta do resto da família, mas desde então que esta moça não arranja um papel engraçado.

Lonesome Jim

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Quando vi a cena inicial do Desperado em que o Steve Buscemi conta uma história extremamente exagerada sobre um Mariachi, pensei cá para mim «Ora aqui está um belo contador de histórias!». E não estava enganado. A única diferença é o contraste de ritmos das histórias. Ok, não é a única diferença, mas é a principal. Enquanto que na do Mariachi o Steve contava a história sobre um pistoleiro que anda pelo México a tomar de assalto qualquer bar infestado de foras-da-lei, em Lonesome Jim, Buscemi, desta vez na pele de realizador, conta a história do regresso a casa de Casey Affleck. Um regresso em vergonha já que não conseguiu ter sucesso como escritor, em Nova Iorque.

Eu gosto de histórias simples, histórias que giram à volta de relacionamentos de pessoas reais com problemas reais e esta é uma história dessas. Não está nada de extraordinário. Tem andado a ser feito bastantes vezes, com melhores ou piores resultados, nos últimos anos. Esta nem vale tanto pelos personagens principais (também o que é que estavam à espera quando o actor principal é o irmão mais novo do Ben?!), mas mais pelo tio Stacy, AKA Evil. Ora aqui está um belo personagem, que prefere incriminar a pobre da irmã - um doce de pessoa, atenção - do que entregar-se à polícia.
Confesso que este ordinário me fez rir algumas vezes durante o filme, sempre pelos motivos errados, claro.

Para além disso não há muito mais de relevância no filme. Existe, no entanto, uma coisa que muitas vezes me incomoda em filmes, as moças com quem os «heróis» se envolvem. Neste caso, de um lado temos Casey Affleck, o menos conhecido dos irmãos, escazelado com um cabelo oleoso penteado ridiculamente para um dos lados, um perdedor nato que voltou para casa com o rabinho entre as pernas e que se vê obrigado ainda a roubar dinheiro da carteira da mãe para ir beber uns copos; do outro lado temos a Liv Tyler, enfermeira, não muito inteligente mas que compensa claramente em simpatia. Eu não sou grande fã da Liv Tyler como mulher, é atraente mas não é uma dEUSA, mas sinceramente, nestas circunstâncias, QUALQUER mulher é boa demais para um personagem como o do Casey!!!!!

Parece-me ser uma situação a rever por parte de Hollywood.

The Chumscrubber

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«Suburbia» é o novo paraíso na Terra, desta vez criado pelo ser humano. É lá que uma família pode ter a sua casa de sonho, com um jardim onde as crianças podem brincar livremente longe de todo o mal da cidade. O ar é puro, não há assaltos, toda a gente se conhece apesar de saberem pouco mais uns dos outros para além do que fazem profissionalmente.

Mas se tivermos em conta séries como Desperate Housewives ou Weeds, nem tudo é perfeito no paraíso. As pessoas aqui já apresentam defeitos como inveja, ódio ou luxúria, a história das pessoas se conhecerem umas às outras só leva ao risco de se meterem nas vidas umas das outras e as crianças, apesar de afastadas de todo mal, não deixam de mostrar sinais deste.

Um passo ainda mais à frente é ver este novo Éden através de filmes. Aqui, «Suburbia» foi criada sob influência directa do dIABO! Não existe uma boa pessoa aqui, nenhum casal está junto por amor - todos têm mesmo algum tipo de perversidade sexual preferida - TODOS os adolescentes consomem um qualquer tipo de droga mesma que seja receitada, os irmãos/irmãs mais novos/novas são sempre irritantes, ninguém é verdadeiramente amigo do seu amigo, qualquer figura de autoridade é corrupta e, apesar de todas as drogas que consomem, os adolescentes são infinitamente mais inteligentes que os adultos (claro que isto não é dizer muito) embora sejam traumatizados por viverem em condições tão idílicas. Toda a gente sabe que não há nada mais traumático do que viver num sítio onde se pode ir a pé para a escola, onde não é obrigatório trancar a porta ou onde está bom tempo maior parte das vezes e quase toda a gente tem um quintal com piscina. Coitados!...

E é neste contexto que se passa este filme. Um jovem descobre o seu melhor/único amigo enforcado, e depois passa o resto do filme a tentar evitar lidar com isto. Claro que o problema é que o amigo que se matou arranjava drogas para os «rufias» lá do sítio e estes não estão nada felizes com a perda do seu acesso a narcóticos. Logo, estes decidem, graças àquela inteligência que estamos habituados a ver na adolescência americana, raptar o irmão do nosso «herói». Naturalmente que raptam o puto errado e nenhum adulto poderá ajudar neste pecúlio porque todos estão muito mais preocupados com os seus problemas ou as suas profissões ou as suas ambições.

Yeah, I don't buy it!

O filme está giro apesar de tudo e o elenco é bastante bom. Aliás, cada vez estou mais convencido que a Glenn Close faz aquele papel de gaja psicótica como ninguém e começo a apreciar as capacidades de representação da Carrie-Ann Moss. O Ralph Fiennes já tem o meu respeito há algum tempo e a mulher do Tom Hanks (não sei o nome dela nem tenciono descobrir) até que nem precisa de viver à sombra do marido.
Isto do elenco claro que só tem a ver com os adultos, os adolescente limitam-se a mostrar as suas carinhas larocas e aquela angústia típica da idade. No futuro, se os voltar a ver em novos filmes a fazer alguma coisa com jeito, dar-lhes-ei o devido crédito.

PS - Afinal quantos Culkins é que aquela família decidiu parir para o cinema?! Neste filme aperece praí o quinto. Já são mais que os Baldwin, quase!!

Cloud 9

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Filme com o Burt Reynolds onde este agarra em quatro strippers e treina-as para jogarem voleibol de praia. Aparecem alguns cómicos e/ou actores a fazerem cameos como o Gary Busey (debaixo de que pedra é que o foram desencantar?) ou o Tom Arnold.

Tinha potencial para ser pelo menos engraçadito, certo? Foi o que eu pensei.
O problema é que nem isso conseguiu ser. Ai Burt, onde é que te foste meter?

quinta-feira, outubro 12, 2006

A Good Woman

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Deparei-me com este filme um pouco às escuras e a principal ilação que tirei daqui foi que Helen Hunt já passou a ser a outra. A principal neste caso foi a actriz que já leva, pelos visto, Hollywood às costas: Scarlett Johansson. Não me chocou mas fez-me um pouco de espécie. Nem vou entrar pelo lado da senhorita Scarlett, longe de mim dizer algo negativo em relação a esta moçoila, é mais pelo respeito pela presença e imagem que tenho de Helen Hunt.

Como toda a gente, acho eu, Helen apareceu-me em casa de uma maneira jovial, enquanto partilhava um matrimónio com Paul Reiser, depois disso vi-a no Twister e mais tarde no bom filme As Good As It Gets. Se bem me recordo ganhou um Oscar à custa disto e embora cada vez dê menos crédito à Academia, ela certamente merece prémios por esta interpretação.
Posto isto, não a revejo neste papel em A Good Woman: a outra, a adúltera, a sedutora, the mistress. Não que esteja a acusá-la de falta de sexualidade, lembro-me perfeitamente dum episódio onde ela pinta o cabelo e Paul é surpreendido com isto ao chegar a casa, nunca tinha percebido tão bem qual a «motivation» para um actor representar como naquela cena na cozinha. Como se isso não bastasse, mais tarde no episódio podemos ver o exacto momento em que Hank Azaria se apaixona por ela. (Isto na vida real, embora estivessem ambos a representar. Deu para ver no olhos dele aquilo que todos os homens estavam a pensar em casa.)
A questão é: vejo-a como mulher forte? Capaz de sedução? Sim, tudo isto e mais. Mas com motivos escondidos? Como maneira de sobreviver? Não. Vejo-a como uma mulher de meter todas as cartas na mesa, não de esconder algumas na manga. Talvez ela não fosse perfeita para o papel e isso tenha estragado um pouco a coisa para mim.
Compreendo, claro! Se tivesse a oportunidade de ter Helen Hunt no meu filme aceitaria nem que ela tivesse que fazer de africano raptado no seu país natal para trabalhar em plantações de algodão nos Estados Unidos!

Há ainda que ter em conta algumas questões de história, alguns twists a mais e algumas personagens pouco consistentes. Para mais ainda há toda a questão de americanos e britânicos de alta sociedade a viverem à grande, de férias em Itália, que faz com que pouca empatia seja criada com os personagens.

Eu nunca seria apanhado de férias em Itália, prefiro a Côte d'Azure.

Breakfast on Pluto

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Não li o livro, se me vier parar às mãos não hesitarei em fazê-lo. Já o filme...

Complicado, houve coisas boas, mas eu consigo encontrar sempre alguma coisa positiva num filme. Neste caso gostei do contexto social e temporal, as pessoas e coisas estavam bem caracterizadas para a época o que também não é dizer muito já que os anos 70 são provavelmente os mais fáceis de caracterizar. Não sei quanto às interpretações, isso dependeria de como via as personagens ao ler o livro mas arriscaria a dizer que o actor principal não estará muito longe. Existe ainda Liam Neeson que não me leva a ver tudo o que faça mas por quem tenho bastante consideração. Houve ainda mais alguma cena emocional ou engraçada, mas no seu todo o filme não fez muito por mim.