sexta-feira, setembro 30, 2011

Kynodontas

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Kynodontas terá, muito possivelmente, das cenas mais esquisitas de sexo que já vi em filme. E já vi muita cena esquisita. Já vi filmes franceses marados. Aquelas cenas alemãs peculiares. Uma freakaria nórdica bem gira. Contudo, o bolo vai para os gregos. Confesso que não o esperava. Se tivesse que meter dinheiro, nunca apostaria em gregos.

Três miúdos já não tão miúdos vivem completamente afastados do resto do mundo. Desde pequenos que os pais deram ordens para não saírem do terreno à volta da casa, senão seriam mortos por gatos. Sim, gatos. A reclusão é tal que o pai retira os rótulos das garrafas de água, antes de as levar para casa. A vida é uma seca e os putos vão crescendo burros que nem portas. Um dos poucos contactos com o exterior é do filho com uma moça que o pai leva lá a casa, de vez em quando. Talvez uma vez por semana, vá. Sim, para... Os pais ensinam palavras mal. Vão mentindo consoante as necessidades. Os miúdos jogam sempre os mesmos jogos e vão aprendendo coisas que nunca lhes serão úteis. O pai aldraba a letra do Fly Me to the Moon, dizendo que é sobre amar a família e nunca sair de casa. Não vêem outras pessoas, tirando a moçoila das visitas românticas. Não trabalham. Não saiem. Não têm que fazer grande coisa.

Posto isto...
...onde é que eu assino?

quinta-feira, setembro 29, 2011

12 Angry Men

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Uma maneira de fazer algo de forma simples. Juntam-se doze homens relativamente inteligentes e metem-nos à conversa. Uma conversa nem sempre moderada, é certo. Não deixa de ser uma boa conversa. Articulada. Coerente. Cada um dos homens dá a opinião. Ao início, onze tentam convencer o outro que está errado. Acaba por ser ao contrário. Doze homens numa sala a decidir o destino dum rapaz de 18 anos, acusado de matar o pai. Todas as provas apontam para que seja culpado. Todos acreditam que é culpado... menos um. E eu podia jurar que vi versões deste filme. Bem que já procurei, mas não encontrei nada. Não quer dizer grande coisa. Ou não encontrei as adaptações/versões, ou então lembro-me é de ver este filme. Possível. Bem possível. Houve um período em que até havia destes filmes lá em casa. O mano mais velho fazia questão de os gravar. Não era costume eu vê-los. Acabava por ver sempre os mesmos, vezes e vezes sem conta. Mas poderá ter havido uma tarde de experiências. Poderá, sim.

Flypaper

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Este filme lembrou-me o Clue. O que é positivo. Gosto muito do Clue. Mistura diversão com bocas rápidas, associado a uma história confusa que pode dar múltiplos resultados.

Patrick Dempsey é um rapaz atraente mas um pouco estranho, com sintomas de obsessivo-compulsivo, que afinal é algo ainda mais sério. Repara em tudo e é danado para o pormenor. No final do dia de expediente, entra num banco onde ocorre não um nem dois, mas três assaltos. Todos ao mesmo tempo. Todos por pessoas diferentes. Alguns mais às claras que outros. E todos de formas diferentes. Juntam-se assaltantes, reféns empregados e clientes, e algumas pessoas bem engraçadas (beleza incrível de Ashley Judd à parte), e temos aqui a fórmula para um final de ruim dia agradável.

quarta-feira, setembro 28, 2011

Weekender

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Uma par de caras conhecidas (um pouco) entram em Weekender, um filme sobre o início do movimento rave na Europa, na década de 90. Muitas drogas e música meio fajuta, que fez a alegria dos jovens da altura.

Um grupo de tontinhos da zona de Manchester decide organizar umas festas. A procura é muita e a ilegalidade da coisa só a torna mais popular. Um óptimo aproveitamento de sítios abandonados, com meia dúzia de colunas e um DJ peculiar, fazem dum par de meliantes rapazitos ter mais dinheiro que juízo. Claro que nem tudo pode ser só alegria e aparece logo um gandulo a querer aproveitar-se e a cortar a broa a toda a gente.

Há sempre um deste, man. Que cena.

terça-feira, setembro 27, 2011

The Apartment

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Some people take, some people get took. And they know they're gettin' took and there's nothin' they can do about it.

Começo a gostar de ver clássicos. Tinham algumas vantagens. A que mais impressionou aqui foram as falas. Não no geral, embora no geral também tenham piada. São duas ou três frases. O actor ou a actriz disparam uma ou outra no meio duma data delas, e são como um murro seco no estômago, que te deixa abananado, meio perdido sem saber o que está a acontecer. E passado um bocado continuam a moer-te. A fazerem odiares-te. Porque te fazem pensar. Porque te abrem os olhos. Porque nunca disseste ou vais dizer algo com tanto significado. Nem sequer te vais lembrar de alguma vez dizer algo perto de impressionar desta maneira.

Da história temos Lemmon que é um rapaz muito simpático (vulgo totó), que aluga o apartamento aos chefes que levam lá uma data de moçoilas pouco ambiciosas. Conjunto em que se inclui também a Shirley MacClaine - muito gira, diga-se de passagem -, cuja personagem lá acordou para a vida no final. Algo que só sucede em filmes.

Termino com uma boa frase, que até já tinha partilhado noutras paragens: «Ya know, I used to live like Robinson Crusoe; I mean, shipwrecked among 8 million people. And then one day I saw a footprint in the sand, and there you were.» E isto o rapaz ainda nem sequer estava a declarar as suas intenções. Estava mesmo só a ser simpático.

segunda-feira, setembro 26, 2011

Bunraku

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Cowboy in a world without guns and a samurai with no sword team up to defeat a common evil.

É difícil ir contra a natureza humana. Essa é a premissa inicial. O ser humano destrói-se em batalhas e lutas por terreno. O mundo consome-se e sobra apenas um troço de terra no oriente. As armas são banidas mas, mesmo assim, o homem continua a lutar. Com paus, com espadas, com pedras... com os punhos. O homem continua a conquistar e a dominar à força. Um líder tirano chefeia um conjunto de dez assassinos. O caubói e o samurai chegam à cidade com o mesmo objectivo, sem o saberem. Aliados, arreiam porrada em toda a gente.

Bunraku tem um estilo próprio, na medida em que homenageia uma data de outros. É um chorrilho de influências e referências. Tudo boas, ainda por cima. A primeira semelhança que se lhe aponta é aos Sin Citys e afins. Muito terá sido filmado em pouco tempo e em ecrã azul/verde. A seguir parece-se muito com teatro, dados os cenários. Misturado, dá um belo filme de acção que mistura alguma fantasia, todo ele muito bonito e bem realizado. A história é comum, mas bem contada, contornando clichés com humor e classe.

Gostei e até recomendo... a determinado público.

domingo, setembro 25, 2011

Horrible Bosses

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Estava a começar a irritar-me o tempo que demorava a ver este filme. Tem uma data de gente engraçada e uma premissa que, embora já tenha sido usada algumas vezes, ainda não chegou ao ponto de cansar. Até porque não é a base para a trama. A troca de vítimas é explorada durante muito pouco tempo, talvez em duas cenas. O principal é a idiotice. O que é certo é que é um filme feito à minha medida. É uma comédia sobre três idiotas que complicaram um pouco a coisa, acabando por ter muita sorte no final. Os três idiotas são todos actores muito engraçados. Os patrões safam-se bem no papel de maus da fita. Podiam ter usado e abusado ainda mais da empatia dos três personagens principais, asim como de três bons actores fazerem de completos f#lh0s da P$t@, mas nem fico muito incomodado com isso. O filme acabou por surpreender-me porque conseguiu fazer algo pouco comum: fez-me rir mais a partir de meio do que no início. Por norma, estas comédias são hilariantes na parte de descrever a premissa, mas depois, quando começam a resolver o enredo vão perdendo fulgor cómico. Não foi o caso. Dei por mim a rir no início, a rir muito a meio, e a rir ainda um bocadinho no final. Foi bom.

sábado, setembro 24, 2011

Terri

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Começo a pensar que há demasiados realizadores a querer contar as suas histórias de secundário. Não é que Terri seja mau, nada disso, mas é um misto de «estes adolescentes estão a morrer e não me recordo de adolescentes serem assim, pelo menos os que vejo na rua estão sempre histéricos e cheios de energia, não que passe a vida a olhar para adolescentes na rua, isso seria horripilante», com «a minha adolescência não foi assim tão traumática e/ou interessante, eu não tive uma moçoila atraente a despir-se à minha frente só porque fui simpático para ela, mesmo sendo o gajo mais gordo da escola, que não fui, atenção, estava só a fazer um paralelismo se é essa a figura de estilo que estou a usar, porque o miúdo protagonista deste filme era realmente o gajo mais gordo da escola». Ainda para mais, eu sei que é impossível alguém ir de pijama para a escola. É o que Terri faz e se ele tentasse fazê-lo no meu secundário, era comido vivo. A coisa não ia correr bem. E quem é que quer andar de pijama o tempo todo?! Especialmente rapazes adolescentes. Nós (todos, sim todos) andávamos 24h por dia com uma erecção. Como é que se esconde uma erecção de pijama?

Esta gente é doida, é só o que estou a tentar dizer.

sexta-feira, setembro 23, 2011

Setup

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Que casting tão assustador. Todos estão errados para os respectivos papéis. O Bruce Willis é um mob boss sádico. O 50 Cent tem que mostrar uma gama diversificada de emoções. O Ryan Phillippe é um durão do bairro, com família na prisão e poucos escrúpulos. Mas anda tudo doido!? Isto ficou tudo de pernas para o ar, agora? Como raios é que se arranja o Bruce Willis para fazer um filme onde o personagem principal é interpretado pelo 50 Cent? A quem é que se vende a alma para isto acontecer? A sério que gostava de saber.

quinta-feira, setembro 22, 2011

See You in September

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Estelle Warren, uma miúda com alguma piada mas nada mais que uma versão pobre da Katherine Heigl, tem o namorado perfeito. Rico, atencioso, criativo, romântico e, segundo consta porque custa-me acreditar nesta parte, um dínamo na cama. Então porque é Warren acaba com ele quando lhe pede em casamento? Medo de compromisso. Warren tem alguns problemas e, como tal, recorre a terapia. Tudo corria bem até que descobre que não há terapeutas, psiquiatras e afins em Nova Iorque durante o mês de Agosto. Vão todos de férias. Com sentimento de abandono, Warren cria o seu grupo de terapia, juntando uns quantos personagens que respondem ao anúncio na Internet. Logo no primeiro encontro são todos assaltados. Nos seguintes ajudam um dos participantes a purgar a presença da ex-mulher no apartamento. A seguir vão todos a um primeiro encontro com uma moçoila. Existem alguns momentos engraçados nesta convivência em teoria forçada pela desculpa de ser terapia. Ultrapassa-me aqui o conceito porque, para todos os efeitos, isto é só um grupo de amigos que partilha os seus problemas, mas ok. Esta comédia não é nada brilhante, mas até tinha alguns momentos engraçados, dizia eu. O problema é que claramente acabou-se o orçamento a certa altura. Um ou dois casais enrolam-se e os restantes participantes desaparecem por completo. Quase que ficamos sem saber que aconteceu com os seus problemas. Tudo acaba por ser mais ou menos explicado no genérico final. É bastante ridículo e tive um pouco de pena que terminasse assim.

domingo, setembro 18, 2011

The Odd Couple

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Ainda dizem que o humor hoje em dia é negro. O filme começa com o Jack Lemmon a tentar suicidar-se porque a mulher expulsou-o de casa.

The Odd Couple é baseado numa peça de teatro e originou uma série americana e uma versão portuguesa. Pelo menos que eu saiba. Se calhar há versões diferentes pelo mundo fora. Não me admirava. Mais que tudo isto, Odd Couple foi um dos que tornou famosa a maravilhosa dupla de Lemmon e Matthau, que veio a repetir-se demasiadas vezes mas que, mesmo assim, entreteve.

Page Eight

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Gosto da maneira idílica como os britânicos vêem os seus espiões. Gosto especialmente da forma como vêem Bill Nighy a interpretar um espião. Garanhão. Todas as mulheres vacilam perante os seus encantos. Ouve jazz. Gosta de pintura, tendo uma colecção não pelo seu valor monetário. Abandonou a mulher quando esta estava grávida, mas isso é esquecido tendo em conta as suas outras características.

O melhor amigo e patrão de Nighy morre, deixando-lhe a missão de revelar alguns segredos menos bons do governo britânico. Pelo meio tem Rachel Weisz como nova vizinha. Apaixona-se, embora não acreditasse que tal ainda fosse possível. Weisz é uma activista que investiga como é que o seu irmão morreu, algo que também envolve o governo britânico.

É a página número oito que revela o grande segredo que poderá arruinar a carreira de Nighy... senão pior. Mas, se não o revelar, como poderá viver o resto da sua vida de consciência tranquila?

domingo, setembro 11, 2011

Shanghai

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John Cusack é um espião norte-americano. Vai parar a Xangai pouco antes do ataque japonês a Pearl Harbor. Embora sob ordens, vai investigar a morte dum amigo, acabando por envolver-se com a esposa de alguém bastante importante. Que me terá levado a pensar que um filme com Cusack como espião poderia ser interessante, será algo que atormentar-me-á até ao fim dos meus dias.

Breakfast at Tiffany's

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Acordei nesta bela manhã de domingo e apeteceu-me o pequeno-almoço mais famoso do mundo. Foi uma alegre surpresa encontrar o líder da A-Team, mas a constante utilização de Moon River quase que levava-me à loucura.

Animal House

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Ainda agora há dias referi que sentia falta de comédias. Como não tem saído grande coisa (excepção feita aos dois outros filmes vistos hoje), tive que arranjar uns clássicos. Animal House é um dos clássicos da comédia e da pandilha National Lampoon's. Foi um dos filmes que lançou o talentoso irmão Belushi e por onde passaram actores como Kevin Bacon ou Donald Sutherland. Com Animal House nasceu todo um rol de filmes passados em universidades e foi também graças a este e outros que se generalizou a ideia que frequentar a universidade é ter acesso a sexo, drogas e toda uma decadência que envolve «partidas» que colocam a vida de muita gente em risco, mas das quais não costuma haver repercussões. Começaram a mostrar a realidade, portanto. Resta então apenas dizer:

toga
toga
TOGA
TOGA

sábado, setembro 10, 2011

Bridesmaids

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Estava muito em pontas em relação a Bridesmaids. Acho que tem um óptimo elenco. É escrito e produzido por gente talentosa. Tiveram umas quantas decisões arriscadas, mas de louvar. Quer dizer, quem se lembraria do Roy do IT Crowd como love interest?! Andava agastado (sim, «agastado», não acho que seja um exagero) por não ter ido ver o filme há mais tempo e, assim que se tornou disponível, fiquei histérico.

Comecemos pelo mau. (Com tanta expectativa, claro que tinha que ter mau.)
A premissa é enganadora. Os vestidos que elas têm no póster nem sequer é o que usam no casamento. O filme não é sobre o grupo, é sobre a melhor amiga e madrinha de casamento. Como é uma loser e como nada na vida dela corre bem, inteiramente por culpa própria. Aparece uma nova melhor amiga da noiva, que tenta roubar-lhe o lugar. Tem um palerma que só a usa para sexo. Tentou o sonho de ter uma pastelaria e não correu bem. Não tem dinheiro. yadda yadda yadda Julguei que fosse mais sobre um grupo de amigas. Não tem problema, mas sinto-me um pouco enganado. Mais que não seja porque uma ou duas das do grupo acabaram por desaparecer no último terço do filme. E é pena, porque têm piada.

O bom.
O filme é muito engraçado. Houve mais que um momento em que «gargalhei». Há cenas nojentas de absurdo e de nojento. E é um humor que não estava à espera. Não esperava que uma delas se borrasse no meio da rua, por exemplo. Há todo um efeito choque/hilariante que foi uma surpresa maravilhosa. E depois foi bom ver um filme onde se é honesto e faz-se tudo completamente à volta da noiva. Ou seja, assume-se que quem é importante num casamento é ela e não ele. A título de exemplo, no «jantar de ensaio», só houve discurso do lado dela. Dois discursos, aliás, desconfortavelmente longos. Foi engraçado, mas o noivo estava lá só mesmo para estrangeiro ver. (É assim a expressão? Estou na dúvida.)

Apesar do lado mau, o balanço é mais que positivo e Bridesmaids é recomendável para toda a gente que queira rir.

A Little Bit of Heaven

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Did you hear about the medical student who interrupted the proctologist during a lecture? He said: "Excuse me, sir, um, uh-- is that a rectal thermometer behind your ear?" The proctologist touched behind his ear and said: "Oh, shit! Some asshole stole my pen."

O Gael García Bernal examina rectalmente a Kate «Viúva Negra» Hudson (duma forma nada romântica) e descobre que esta vai morrer de cancro. No momento, Hudson tem uma «experiência perto da morte» e pede três desejos a uma entidade tipo dEUS, personificada por Whoopi Goldberg. Ou melhor, pede dois. O terceiro fica por decidir. Quando volta a si, Hudson tem que lidar com o facto de que vai desta para melhor, apoiando-se nos amigos e nos pais divorciados que sempre culpou por tudo.

Ia chorando. Quase. Aqui estava eu esperançoso por uma comédia romântica (que é também) e levo com um dramalhufo do pior. O facto de ser em New Orleans e dela ter um cão fixe ajudou um bocadinho.

Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro

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É curioso como um filme aborda tanta podridão humana e, mesmo assim, consegue ser tão idílico. É que aparece muita decadência, corrupção, abuso, ganância... todo um rol das piores qualidades e atitutes humanas mas, à boa ficção, no final os bons safam-se ou têm a sua vingança, e os maus têm o castigo que merecem. Tudo muito preto e branco. Algo que sabemos não ser bem assim.

O 2 tem menos acção e mais intriga. Não me parece nada mau. O «herói» joga o jogo e pensa que está a ganhar, tudo para descobrir que afinal é capaz de ter feito pior. Cortou uma data de membros e o monstro parece que tornou-se mais forte. Nas lendas, o truque é sempre cortar a cabeça. O problema é quando são muitas cabeças e, pior, é complicado chegar ao topo.

A minha esperança é que os criadores de «Tropa de Elite» estejam a seguir a letra duma célebre música do Gabriel, o Pensador. Estão a escolher os FdP e a f0#€-l0s, filme a filme. Isto era positivo. Uma trilogia (ou mais) de TdE vs. FdP. Vamos a isso.

quarta-feira, setembro 07, 2011

Simple Men

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What do we know about another person anyway? They have their own needs and wants. Their own passionate and perverse dreams. Falling in love is like sticking an ice pick in your forehead, but we keep doing it.

Simples é a palavra de ordem aqui. Hal Hartley pega nos seus (ainda não) actores do costume e conta uma história... bem...

Dois irmãos vão à procura do pai em Long Island. Olham para o infinito enquanto dialogam com os nativos. Tinham 20 dólares no bolso e isso serve-lhes para lá chegar. Comida, bebida e cigarros entram noutras contas. Para além de que têm sempre um ar muito limpinho, apesar de dormirem em lojas abandonadas com cabines telefónicas das antigas lá dentro. O pai fugiu da prisão. Era procurado há muito tempo. Tinham-no apanhado, finalmente. Não foi por muito tempo. Em tempos era uma estrela de baseball. Dos melhores. É um visionário ou insano. Tudo depende do ponto de vista. Terá colocado uma bomba no Pentágono. Será um profeta? Falas rápidas, secas e, lá está...

Ah, e o Martin Donovan pontapeia o seu boné, que acabou de atirar ao chão, e grita «I can't stand the quiet!». Segue-se uma dança muito particular ao som do que me pareceu ser PJ Harvey.

Confesso que tinha algumas saudades deste Hal Hartley. Por onde andará agora?

segunda-feira, setembro 05, 2011

Rise of the Planet of the Apes

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Vamos lá falar de macacos que não são macacos. Bora.

É bom. É sim, senhor. Havia por aí uns rumores, umas teorias. Confirmam-se. Esta prequela é uma perfeita origem do universo criado em Planet of the Apes. Seria arriscado, mas não tanto assim. Havia a possibilidade de estragar-se um dos clássicos da ficção científica. Tanto tempo ter passado ajudou a reduzir o risco. Não é perfeito, atenção. Também nada é perfeito. Há muitos pequenos detalhes que incomodam. Não estragam o filme, mas é aquele ruído de fundo. Aquele silvar silêncioso. É um barulhinho do computador ou duma máquina a trabalhar. Não nos estraga a vida, mas sentimos sempre aquele arrepio na espinha, sabendo que algo está mal, mesmo sem ter noção do que é. Há muitos pequenos detalhes que criam estes arrepios, mas em nada estragam a experiência cinematográfica. Não era fã do original. Aliás, acho que só gosto mesmo do twist final, mas muito em pontas fiquei com este desenrolar da história. Dá vontade de que façam mais, embora não faça qualquer sentido. Tudo fica explicado e muito bem explicado. Não interessa como lá vamos parar, porque há coisas despropositadas, mas descalçaram muito bem a bota de como seria possível que símios destronassem o humano do topo da cadeia. Fiquei muito contente com esta parte. Com aquela sensação de satisfação que só uma história bem fechada dá.

Rise of the Planet of the Apes nunca se tornará um clássico como se tornou o primeiro, mas é sem dúvida uma das grande surpresas dos filmes de Verão.

PS - Esta vai para o meu leitor preferido da terra dos espectáculos de ténis de mesa. Gosto da ideia de ser lido quase do outro lado do mundo. ;)

Roger Dodger

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À custa deste filme, não consigo deixar de pensar no conceito de «gastar um ordenado na noite». Campbell Scott, um cavalheiro com uma carreira estranha de demasiados altos e baixos, trabalha em publicidade, em NY, e é um mulherengo. Pelo menos no papel. Jesse Heisenberg, aqui na sua estreia cinematográfica, é seu sobrinho e visita o tio à procura de conselhos que só interessam a miúdos de 16 anos, com hormonas a tomarem conta de todos os seus pensamentos. Como com a sua carreira, Scott alterna entre o perfeito wingman/mentor e o c0ckbl0cker. Scott efectivamente percebe de mulheres, mas nesta noite específica está demasiado em baixo porque, como todos os homens em algum ponto das suas vida, perdeu-se de ideias por uma mulher em particular. Pior, pela chefe. Em todo o caso, Scott tenta de tudo para que o sobrinho não só aprenda a teoria, como, se possível, a prática também.

Agora, de onde veio o conceito acima referido? Durante o filme, mais para o final, penso em como o personagem de Scott pagou tudo durante a noite. Copos, entradas aqui e ali, táxis e mais umas coisas da noite. Isto em NY, uma cidade não muito barata. E pus-me a pensar como estou a léguas de ser como esta pessoa, porque mandar assim para cima duma mesa 200 dólares não é para mim. O homem terá gasto, na boa, o meu ordenado numa noite. Pensei em como deve ser porreiro viver com essa liberdade e como eu e ele (o personagem, entenda-se) somos pessoas completamente diferentes, apesar de termos muitos pontos em comum: somos homens, seres humanos, morenos e ambos garanhões, claro. Mas eu não sei como é viver como ele e ele há muito esqueceu como é viver como eu. E, de repente, apercebi-me que já gastei ordenados de outras pessoas na noite. Até numa simples ida ao cinema já terei gasto o ordenado de alguém. Pensei no quão diferente sou eu dessa pessoa e assim nasce o conceito de «gastar um ordenado na noite».

Pareceu mais interessante na minha cabeça, confesso.

domingo, setembro 04, 2011

Cop Out

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Acabadinho de chegar cá a casa, saltou quase que imediatamente para o leitor. Pude disfrutar do sofá à vontade, algo que não é assim tão comum.

Eu sei, também estranhei e muito, quando soube do projecto. Parece que tudo foi mal escolhido, desde o realizador aos intérpretes. Não sei qual deles o mais esquisito, aliás. Se Bruce Willis safa-se a fazer de políca e... bem, a fazer dele mesmo. Já Tracy Morgan não. Definitivamente, não. Acho que só conheço pessoas que o odeiam. Não o odeio. Só não percebo é como atingiu o estrelato. Parece que está sempre bêbado. O que pode ser uma característica positiva para cómicos que queiram seguir nas passadas de Rodney Dangerfield, mas para fazer um filme de acção...? Não, não foi normal para mim saber que Kevin Smith iria realizar um buddy cop movie que, para mais, traria Morgan e o Stiffler, por exemplo. Safa-se a Ana de la Reguera e o latino que agora faz sempre o mesmo papel, apesar de ter começado com o Half Baked.

Foi giro de se ver porque gosto de algumas pessoas aqui envolvidas, especialmente, claro, o realizador. Mas Cop Out não é bom. Só a banda sonora... que coisa terrível. Nem Cypress Hill em espanhol safa a coisa. Confirma-se que foi um projecto peculiar no qual o meu gordo preferido de Hollywood se meteu, mesmo tendo a desculpa de não ter escrito.

DESAFIO DESTE FILME: Contar a quantidade de vezes que Willis esforça-se para não desmanchar-se a rir.

Attack the Block

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Voltando ao meu registo habitual, Attack the Block é sobre um grupo de jovens que vive num bairro do sul de Londres. Com pais ausentes, seja por opção ou por trabalho, estes adolescentes, como quaisquer adolescentes britânicos nas mesmas condições, estão a começar a virar-se para o crime. Logo no início do filme, assaltam uma pobre moçoila que mudou-se para o bairro há pouco tempo. Dos céus vem a solução que salvará (mais ou menos) as almas destas crianças. Não, não falo do reaparecimento do outro. Falo sim de alienígenas. Primeiro um pequeno, cinzento, que ataca os miúdos, sendo morto pelo líder deste gangue recente. O primeiro é fácil de matar. O problema são os amigos que surgem pouco depois. Bichos bem maiores, com dentes que brilham no escuro. Cabe a estes jovens desorientados salvar o planeta. Ou pelo menos o bairro.

sábado, setembro 03, 2011

Titanic

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É verdade. Uma década depois finalmente vejo o Titanic. Não houve esforço, simplesmente calhou nunca ver.

Não há nada que possa dizer sobre este filme que já não tenha sido dito. Acho um piadão que algo que os tornou mega estrelas de Hollywood, quase que arruinou a carreira de ambos os protagonistas. Ao menos deu foi para perceber de onde veio o estatuto de estrela de Billy Zane.

Como últimas notas, aproveito para dizer que a cena dos músicos é horrível e faz-me alguma confusão como é que já em 1997 uma miúda ainda deixa-se desenhar assim toda nua. Ela não sabe que estas coisas vão todas parar à Internet?

Estômago

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Cá fora é Nonato. Na prisão é Alecrim. Ele bem que queria uma alcunha, quando foi dentro.

Acompanhamos o percurso deste cearense dentro e fora. Em ambas as instâncias, Nonato vai conquistando quem o rodeia com os seus dotes culinários. Cá fora, adormece ao balcão dum tasco, sem dinheiro e tendo consumido. Acaba a trabalhar na cozinha, enchendo o tasco com clientes que vêm comer os seus salgados. O dono dum restaurante mais fino contrata-o e torna-se seu mentor. Na cadeia, Alecrim partilha a cela com mais uma data de marmanjos, liderados por um pulha maior, que dorme no beliche de cima. Alecrim começa por dormir no chão, mas vai subindo na hierarquia. Tudo à custa dos seus pratos.

Como é que uma situação levou à outra? O personagem conquistou o estômago, mas não o coração.

sexta-feira, setembro 02, 2011

[Rec] ²

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É verdade, hoje há dose dupla de terror. Não contente com ter visto o primeiro, vi também o segundo. É mais do mesmo, como seria de esperar. Nem tentaram inventar algo diferente. Voltamos ao mesmo prédio, segundos depois de ter acabado o primeiro. Não contentes com deixar toda a gente morrer de forma misteriosa, toca de mandar mais uma data de palermas lá para dentro. Agora militares que não têm melhor sorte. O prédio está em quarentena. Para as pessoas cá fora é um caso de contágio. Só que afinal sabe-se mais do que se indica.

Infelizmente sempre foram pela minha primeira suposição. Meteram religião ao barulho o que só estragou tudo. O primeiro é mais intenso e «agradável» de se ver. Este já irrita um pouco. É assustador, atenção. Vou ter uns belos sonhos, porque não aprendo que este tipo de filmes não podem ser vistos a estas horas. Mas não fiquei tão impressionado com o segundo.

quinta-feira, setembro 01, 2011

[Rec]

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Uma jornalista espanhola e o câmara filmam um programa secante para a televisão espanhola. Enquanto dormem. Assim se chama o programa. Este episódio específico é sobre os bombeiros. Depois dumas horas a apanhar uma seca no quartel, lá são chamados a um prédio onde uma senhora caiu e fez uns ruídos estranhos. É uma senhora de idade que os vizinhos mal conhecem. Está lá a polícia também. Arrombam a porta e entram dentro do andar. Pensei que teria algo a ver com demónios e pessoas possuídas. Afinal não... ou melhor, se calhar sim. Eles bem insinuam, mas não me pareceu nada disso.

Estava na moda esta coisa da câmara ao ombro, para aumentar a tensão e, acima de tudo, para dar a ideia de que o espectador está completamente envolvido na acção. Neste caso, a fugir escada acima, escada abaixo de...

11:14

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11:14 é a hora de convergência duma data de actores bem conhecidos hoje em dia. Na altura talvez não fossem tão conhecidos. Numa terriola cheia de meliantes, uma data deles juntam-se num cruzamento ou dois para cometer uns quantos crimes. Nada deliberado, entenda-se. Alguns dos intervenientes nem se conhecem. Uma miúda é atropelada e um palerma pensa que acabou de atropelar um rapazito. Atravessar uma passadeira a olhar para o telemóvel e conduzir bêbado dá nestas coisas. Parece que as ocorrências são independentes, mas como dizia o outro: está tudo interligado. Começamos com o ponto de vista do condutor bêbado. Passamos para o ponto de vista de miúdos a fazer judiarias. Saltamos para o rapaz aos tiros. Seguimos ainda pelo do pai a proteger o crime que pensa que a filha cometeu. Acabamos com um último ponto de vista, da Rachel Leigh Cook com mamas, algo que desconhecia. Andamos para trás no tempo sempre a chegar até às 11:14. O último ponto de vista liga tudo com tudo e esclarece algumas dúvidas que permaneciam. Foi curioso porque quando cheguei quase ao final tive que atender uma chamada intercontinental. Esta última frase serve para explicar que cortaram-me a broa toda e que sou uma pessoa muito importante porque recebo chamadas de outros continentes, pois claro.

São 0:43. Parece-me uma boa hora para converger com o final deste post.