sábado, maio 30, 2020

The Willoughbys


The Willoughbys é colorido, imaginativo, cheio de fantasia. A questão com que me prendo é: será um filme para miúdos?

Não que seja necessário ser, atenção. Nunca tive essa coisa de animação ser para mais novos. Sempre vi, sempre verei, animação. Há histórias incríveis feitas neste formato. Histórias que nunca poderiam ou deveriam ser contadas doutra forma. Em boa verdade, se calhar há muitos filmes que seriam melhores em formato animação.

A questão é que Willoughbys tem algumas mensagens fixes para miúdos. A noção que família não é necessariamente só por relação de sangue. Que podem ser independentes às vezes, mas procurando sempre ajuda dum adulto quando necessário. Que adultos podem ser uma ajuda... ou não. Mas Willoughbys também é uma história de pais muito, mas muito negligentes, cujos filhos mandam para umas férias... para não voltarem.

Que seja claro: os miúdos mandam os pais para destinos perigosos, onde à partida morrerão.

É um pouco negro demais? Ou estou só a ficar velho?

quinta-feira, maio 28, 2020

All the Bright Places


Romance. Tragédia. Draaaaaaaaama. Adolescente...
Redundância.

Nestas idades é tudo muito intenso. Sempre foi e sempre será. Em especial com primeiros amores. Mais ainda se falamos de miúdos artistas, como é o caso. É tudo tão final, sério, definitivo, maior e mais que tudo o resto.

A única diferença deste filme para a realidade que (superficialmente) conheço, é que os personagens são demasiado charmosos para gente tão nova. Falam com adultos com um à vontade que não reconheço em adolescentes, geralmente soturnos e distantes... E rabugentos... Macanbúzios... Lembro-me muito mais de grunhir coisas a adultos, do que efectivamente falar com eles.

Terei sido um miúdo estranho? Será uma coisa territorial? Terei uma ideia errada da adolescência no seu geral?

quarta-feira, maio 27, 2020

Coffee & Kareem


Ainda é possível fazer buddy cop movies, afinal. Basta misturar enteados... menores... com um vocabulário que chocaria muitos marinheiros.

Fórmulas de Hollywood existem por um motivo: funcionam. Uma coisa é géneros, que têm as suas fases e funcionarão melhor numa altura ou outra. Westerns estão meio moribundos, mas estou certo que alguém os conseguirá trazer de volta, eventualmente. Mas uma história de parceiros, como Butch e o Sundance, isso é coisa para existir para sempre. É uma mecânica identificável para o comum mortal.

Pensando bem, andar atrás de índios já não é algo que possamos ter os miúdos a imitar nas suas brincadeiras. Talvez trazer de volta Westerns será mais difícil do que dizia.

Já ter miúdos a praguejar, conduzir ou mesmo usar uma arma ilegalmente, isso tem piada. Mesmo nos tempos «pc» em que vivemos.

terça-feira, maio 26, 2020

The Lovebirds


Qual a melhor maneira de salvar uma relação? Atropelar um tipo de bicicleta.

Desengane-se quem possa achar que isto é uma história fofinha de romance e amor. Isto é uma buddy comedy tola, em que por acaso a dupla em questão é um casal. É um caos a começar no momento em que atropelam o tal tipo, e o próprio espectador é também atropelado com o constante back and forth de Issa e Kumail até ao fim.

Serei suspeito, pois gosto de ambos, mas desenganem-se uma segunda vez em relação à avaliação do IMDb. O filme não é a melhor coisa do mundo, claro que não, mas vale bem mais que 6.0. E vale muito, isso sim, como um pedaço de tempo bem passado.

domingo, maio 24, 2020

Logan


Não foi grande ideia meter o adamantium no corpo da miúda. E nem o digo porque a cachopa aviou uma data de mauzarocos com as ditas garras pejadas do metal. É porque ela assim não tem como crescer. Os ossos estão presos dentro do casulo metálico. A miúda não vai durar assim tanto tempo.

Claro que digo uma parvoíce para aliviar a coisa. Porque Logan é pesadíssimo. É sério. É bruto. É violento. E não fosse a questão mutantes, futuro, poderes, etc., e até se podia dizer que é real. Sofremos a bom sofrer com cada corte, com cada pancada, que o pobre velhote leva. Seja pancada física ou mental, pois também há uns quantas destas últimas bem duras para suportar. O homem arrastou-se e levou-nos a arrastarmo-nos com ele.

Achei que faria sentido mostrar este à senhora. Ela viu o péssimo exemplo que foi o primeiro Wolverine e sabia que não queria ver o segundo. Logan não é a mesma coisa. É algo bastante diferente e vá, bom.

Naturalmente que gostou. A moça tem olhos na cara.

Dark Phoenix


Se a Jean Grey acedeu aos poderes da Phoenix quando derrotou o Apocalypse, qual a necessidade da cena inicial? Ela já era a Phoenix ou não?

Termina-se a saga X-Men com talvez o pior deles todos. Talvez seja mesmo pior que o outro, que farto-me de mencionar. Não pensava rever isto tão cedo. O certo é que custou-me menos do que esperaria porque só esperava o pior. É ridículo que a Fox tenha escolhido esta criatura. É absolutamente ridícula a forma atroz como geriram o franchise. Nem presto tanta atenção aos problemas que o filme tem, tendo em conta estes erros de base. Era difícil terem feito melhor, se não há talento para fazer melhor.

Vem aí a Disney. Vem aí o Feige. Não o acho o salvador de tudo, mas sei que o rapaz sabe o que tem de fazer. Vão aplicar a fórmula e fazer algo «comestível», algo vendável. Continuará a não ser uma obra prima. Continuará a não agradar a toda a gente. Até porque depois de tanta trampa, essa missão será verdadeiramente impossível. Mas não é sequer o que tentarão fazer. Respeitarão minimamente as histórias e os personagens e farão algo que dará dinheiro. Não lhe pedirei mais. Não serei desiludido, por certo.

Uma última nota de mérito para estes filmes, que não se poupavam a usar outras línguas sempre que necessário. Russos falavam russo. Franceses francês. Etc. Longe vão os tempos em que tudo era em inglês. Ou em inglês com sotaque. E ainda bem. 

X-Men: Apocalypse


Singer era dono e senhor do franchise X-Men, depois do sucesso de Days of Future Past. Parecia impossível a Disney recuperar estes valiosos pertences, que a Marvel vendeu em desespero à Fox, na década de 90. Mas é aqui, em Apocalypse, que começa o novo fim deste universo X-Men.

Singer esteve sempre presente, mas no reboot a Fox foi buscar sangue novo. À partida estaria construída uma equipa de sucesso. Singer e os seus compinchas com a experiência e ligações ao passado. Vaughn com malta nova e ideias inovadoras, prontos para sair do buraco. A coisa funcionou em First Class, para benefício do passado em detrimento do presente/possibilidade de futuro. Singer pega nas rédeas e oficializa o reboot completo do universo. Pode fazer o que quiser. Pode fazer o que queria ter feito antes: venha de lá o Apocalypse.

Singer traz o vilão que tentou, anos antes. E consegue fazer algo que ninguém imaginaria que demorasse seis filmes: destruiu a X-Mansion. Ainda para mais com mais uma cena genial com o Quicksilver (embora a sua velocidade aqui esteja demasiado exagerada). A destruição deste edifício é uma tradição nas histórias dos X-Men. Tudo o que é escritor e o seu respectivo vilão mandaram abaixo as paredes e, quase, a esperança das várias equipas de mutantes que por lá habitavam. Às vezes com consequências nefastas, mas maior parte das vezes culminando apenas num livro em que a pandilha vai-se divertindo a reconstruir o edifício.

Apocalypse até tem um pormenor giro, que já não me lembrava. Neste universo é Jean a libertar Wolverine da instalação que o tornou Weapon X, explicando um pouco a ligação entre os dois. Claro que depois pensamos no primeiro encontro dos personagens, no primeiro filme, em que ela não se lembra dele, e tudo passa a ser só estúpido.

O problema é que o vilão foi mal desenhado. A trama não foi bem explicada. E os Cavaleiros... Quais foram os papéis dos outros Cavaleiros, exactamente? Quem era o Pestilência? Ou o Guerra? Que vantagens houve para ambas as partes? Para o Magneto ainda foram a Auschwitz e o tio Nur deu-lhe um capacete. Também deu umas asas ao Angel (que mal as usou) e pintou o cabelo de branco à Storm. À Psylocke nem deu nada. Coitada. Tirando o Magneto, nenhum dos outros três teve particular relevância nos planos. Foi tudo um desperdício.

Uma coisa tenho a dizer, no entanto. A equipa Apocalypse era mais diversificada que a dos X-Men. «Team X» era só pessoal a precisar de muito protector solar, para andar pelo Egipto.

sábado, maio 23, 2020

X-Men: Days of Future Past


IMDb

Anos depois posso dizer que gosto do filme. Está bem feito, tem uma data de mística/história da BD. E cumpre na totalidade o seu (verdadeiro) objectivo.

Days of Future Past é exímio não só a apagar a parvoíce que foi Last Stand, como parte do que foi feito em First Class. Ainda nem meia hora havia decorrido e já tinham despachado maior parte dos personagens de First Class. Só porque sim. Singer voltou a toda a força e mandou fora tudo o que Vaughn introduziu no universo. Manteve o núcleo das grandes estrelas (provavelmente porque tinham contrato para vários filmes) e pouco mais. Terra queimada!

O Abrams devia ter pedido umas dicas ao Singer, antes de fazer o último Star Wars.

X-Men: First Class


Como é que saíram de Cuba?

Já fiz uma primeira análise ao filme há anos, da primeira vez que o vi. Curiosamente agora ignorei maior parte das coisas com que embirrei na altura. Simplesmente apreciei o filme só por si. E consegui mesmo ficar a gostar ainda mais desta nobre tentativa de fazer algo melhor pelo franchise. Só que, mais do que geekices se um personagem está bem representado ou não, fiquei foi baralhado com o final que não vimos do filme. O avião estava destruído. Xavier precisava desesperadamente de cuidados médicos. Estavam feridos, cansados e rodeados por duas forças militares. Como é que a seguir estão na mansão?

Ao contrário dos três primeiros filmes, em First Class havia uma direcção. Mais que não seja, havia isso. Sim, os fatos era um bocado kitschy, mas tenho muita pena que não tenhamos visto o universo X-Men pela mão do Matthew Vaughn. Não sei porque saiu do projecto. Ou melhor, imagino que tenha sido mais uma questão do Singer querer voltar e tê-lo empurrado a ele e a todos os personagens que colocou em First Class para fora do barco. Conhecendo o que se conhece do Singer, hoje em dia, o sacana é capaz disso e de muito mais. Não sei se foi o que aconteceu ou não. Felizmente Vaughn foi fazer os maravilhosos Kingsman. Singer ficou para fazer mais um bom X-Men, mas acabou a lixar tudo o resto.

Como nota pitoresca sobre um dos bons filmes, em First Class rapidamente expulsaram, duma forma ou doutra, a pouca «cor» que a equipa tinha. Ficaram com o totalmente «branco», qual roupa lavado com OMO. Às vezes tinham dois azuis, vá. Mesmo assim.

Tsc tsc, Matthew. Tsc tsc!

X-Men: The Last Stand


Chegamos então ao que considerei, até há pouco tempo, como o pior filme X-Men de todos. Para além de ser um mau filme, convém perceber que é um crime, pois atenta a terminar o franchise. Claro que não havia como prever o sucesso que comic book movies viriam a ter. Mesmo assim continua a ser uma completa e total falta de visão. Os responsáveis não deveriam poder continuar a trabalhar no meio depois disto. Mas a Fox, à sua bela maneira, não só não fez por isso, como ainda os vai meter na contenda outra vez, mais à frente.

O que incomodou na primeira vez que vi este filme, e voltou a incomodar novamente, é o desrespeito por certos personagens. Começando pelo Cyclops, que é dos poucos que nunca morre na BD. Há ainda a inutilidade que foi ter Angel ou Beast neste filme. São dois dos X-Men originais e vê-los aqui foi pior que não os ver antes. Ajudando à «festa», desperdiçaram bons castings em papéis reles, pois ambos teriam sido excelentes opções para interpretar condignamente estes papéis.

Há mais. Madrox nunca foi vilão na BD. A Psylocke aparece no meio duma multidão sem relevância para a cena, e outra vez mais tarde, noutro momento em que demonstra um poder errado. A Callisto tem um poder a mais, que é absolutamente desnecessário. Mystique perde os seus poderes! Mesmo do lado dos humanos temos o Trask a aparecer e a não ter um décimo da importância que tem na BD. E o Wolverine líder... Ugh!

Sei que na BD eventualmente Wolverine ganhou esse estatuto, mas é como director da escola. Essa parte não me faz tanta confusão. Porque foi mentor de vários jovens mutantes. Professor Wolverine faz mais sentido que General Wolverine. É só o que estou a dizer.

Mesmo que ignorássemos todas as afrontas a personagens mais velhos do que os criadores desta sequela, mesmo que avaliássemos apenas o filme pelo filme, temos sempre a cena da ponte. Para quê um troço gigante da ponte para transportar um grupo que cabia num autocarro? Não dava para fazer um pouco de bem ao meio ambiente e usar material inútil e reciclar uma ponte de raiz? A intenção deste grupo de mutantes não é suposto ser «salvar o planeta»?

Sigamos em frente, vá. Não há mais estômago para este «episódio». Até porque fui ver todos os meus outros posts sobre filmes X-Men até agora, e em todos refiro que este é o pior. Confere. Não gosto mesmo nada de Last Stand.

X2


Ah, o Singer e as suas fórmulas. Dá para ver o padrão melhor agora, uns anos mais tarde. No fundo, ele tem de ter uma cena incrível. Mais à frente, nas sequelas/prequelas, são as cenas com o Quicksilver. Originalmente, em X2, temos o Nightcrawler a dar cabo duma Casa Branca cheia de seguranças. Parece que o Singer concentra-se na cena onde mete a carne toda no assador. Tudo o resto, todo o remanescente do filme - entenda-se os pormenores da BD - «cai no esquecimento». O certo é que a cena é espectacular. E sim, elas fazem um bocado o filme.

É curioso como não me lembrava que o Cyclops mal aparece no filme. Talvez seja por isso que gostei tanto desta sequela. X2 não é consensual entre os fãs, convenhamos. Outra nova positiva do filme é que, às tantas, ainda há 50 minutos até terminar, mas a história parece estar bem perto da conclusão. São 50 minutos de acção pura, com um par de twists absurdos pelo meio.

Para mim está óptimo. Não preciso de mais nada.

sexta-feira, maio 22, 2020

X-Men


Que comece o embaço!

A minha senhora ameaçou querer ver os X-Men há pouco tempo. Acho estranho. Não faço ideia porquê. Até porque já sugeri inúmeras vezes ver outros conjuntos de comic book movies que ela ainda não viu. Em especial trilogias inteiras dos filmes MCU. No entanto, preferiu ver estes. Não questiono. Apesar de saber que há alguns dissabores pelo caminho, custa-me zero voltar a ver estes velhos mutantes.

Do primeiro posso dizer que continua a ver-se bem. Tem um bom pacing. Também tem uma data de idiotices. Maior parte delas gozadas até à quinta casa na Internet. Mas. Continuo a ter respeito e consideração por este filme, que muita coisa começou. Posso mesmo dizer que continua a ser um dos meus favoritos. Foi uma emoção ver estes personagens na tela grande, na altura que saiu. Ainda senti um pouco dessa emoção agora. O que existe hoje começou com X-Men.

E Blade, mas foquemo-nos em mutantes e ignoremos vampiros, por ora.

Faço ainda notar que houve um momento em que o Patrick Stewart me fez lembrar o James McAvoy. O que só serve para enaltecer o bom trabalho do último em encarnar um papel interpretado magistralmente pelo primeiro.

quinta-feira, maio 21, 2020

The Half of It


Maior parte dos filmes que tenho para ver são Netflix. Tenho alguns na HBO. De resto apenas um recente. É por causa do momento em que vivemos, claro. Por enquanto todos os estúdios estão a guardar as suas armas para quando abrirem os cinemas. Para já. Quando a torneira abrir vai ser uma enchente. Contentemo-nos com Netflix. E posso dizer que não estamos mal. Alguns dos últimos são bastante agradáveis de se ver.

A começar por este Half of It. É a história do Cyrano de Bergerac. Confere. A malta jovem (e maior parte das pessoas, em boa verdade) não saberá, claro. Só que para alguém como eu, que já viu demasiado, é difícil ver uma história que não seja variante de alguma coisa. Mas Half tem momentos doces e originais. Passando ao lado da base já conhecida, tem mais sumo para dar. Os personagens são interessantes e genuínos. E a cena na igreja é genial.

Gasp!

terça-feira, maio 19, 2020

Justice League Dark: Apokolips War


Houve um determinado momento, nas últimas semanas, em que este filme de animação foi falado em todo o lado. Claro que o comum mortal não viu nada disso. Mesmo se estivessemos a viver num período em que só agora se começa a falar de algo mais que não tenha a ver com o vírus, não será comum falar-se dum filme destes nas grandes plataformas. 

Nas gerais, entenda-se. Porque nas grandes plataformas destes géneros (ficção, BD, fantasia, etc.) - as minhas favoritas - o filme realmente apareceu em todo o lado. Entrevistas ao actor que faz de Constantine. Referências a uma boa história. Elogios em barda. Tudo bastante justificável, mesmo que surpreendente.

A continuidade com o filme anterior, assim como a destruição que vemos nas várias cenas de acção, está tudo muito bem feito. Termina com o clássico final de «baralha e volta a dar», o que permitiu ser muito mais caótico e «definitivo». Não deixou de ser uma história bem engraçada de se ver.

Os meus parabéns, uma vez mais, para o departamento de animação da DC. Estão a fazer um excelente trabalho. Já no lado da DC que deveria estar bem e a dar dinheiro a sério, andam por aí a falar de reedições de filmes fracassados. Que ridículo.

segunda-feira, maio 18, 2020

Omaret Yakobean


You're like an open TV, with a disturbing series.

Esta foi assim a diferença cultural que saltou à vista, no imediato. Alguém diz isto e só pensava «este pessoal é mesmo mais de TV, não tanto de livros». O que é irónico, porque o filme é baseado num livro. E nota-se. Pois apesar de ser um filme longo, é notório que havia mais história por contar. Há alguns saltos narrativos, onde personagens decidem-se por coisas, só porque sim. Imagino que o livro teria pelo menos um parágrafo a justificar.

Omaret Yakobean será - imagino que para sempre - o último exemplo de DVD que me ofereceram, que demorei horrores a ver. Gostaria que fosse o último de sempre porque aprendi com a minha lição e deixarei de ser um idiota. Mas todos sabemos que apenas será o último porque ninguém oferece DVD hoje em dia.

Recebi o filme e o livro há mais de dez anos, por um amigo vindo de ex-relações que, na altura, trabalhava no Egipto. Houve mesmo uma altura em que conheci gente a trabalhar e viver em quase todos os Continentes. Não será impressionante para ninguém, nos tempos que correm, mas é um dado que continua a fascinar-me. Não me esqueço de onde vim, de como era e sou. Nunca pensei conhecer gente tão dispersa por um mundo que, por muito que pareça cada vez menos, é bastante grande. Um pequeno grande penico, vá.

O filme não é mau, já agora. Só um pouco despachado.

sexta-feira, maio 15, 2020

Love Happy


Que final trágico.

Groucho aparece apenas num par de cenas, que pouco sentido fazem para a trama. Ainda por cima tem um bigode verdadeiro! De resto fez apenas de narrador, numa mudança de papel que não lembra ao diabo. As contas do resto do filme ficam a cargo dos meus irmãos menos favoritos e duma mui nova Marilyn Monroe num papel secundário irrelevante. Nada disto ajuda a despedir-me condignamente desta fase muito particular de Hollywood.

Foi bom ver estes filmes, atenção. Os últimos tenho-me queixado um bocado, mas é apenas pela saturação. Estou cada vez mais convencido que binging não é a forma de ver o que seja. Nem séries, nem filmes. Mas claro que também convém ter noção que neste período específico de Hollywwod a ideia era cuspir rapidamente tudo o que pudesse ser um sucesso. Se um gato a espirrar metia gente nas salas de cinema, então é fazer filmes de todos os ângulos, com todas as raças, de todos os gatos possíveis a espirrar.

Não é em nada diferente do Hollywood de agora. Eu sei. Acontece que na altura o mercado reagia de forma mais lenta. Só ao décimo gato a espirrar é que o público desistia. Porque filmes divertidos eram novidade e não havia assim tantos para ver. Por isso, se um filme Marx era divertido e chamava a atenção do público, só ao 13.º é que deu para perceber que não tem assim taaaaanta piada vê-los a fazer sempre a mesma coisa.

quinta-feira, maio 14, 2020

A Night in Casablanca


Estou a chegar ao fim da epopeia Marx. Ainda bem. Já não há muita vontade de ver muitos mais. Até porque há outros factores a incomodar.

Comecemos com um comentário injusto, mas muito adequado aos nossos tempos correntes: num filme a preto e branco, passado em Casablanca, é curioso que acabem por usar apenas uma cor. Entenda-se: há uma data de branquelas a fazer de Marroquinos. Certo e sabido que havia uma presença maior britânica (e outros) nesta altura, não deixa de ser uma interpretação errada. Era o que havia. Não sabiam, nem conseguiam mais.

E qual é a melhor forma de impedir um nazi de fugir com um tesouro para a América do Sul?  Atrasá-lo a fazer as malas, pois claro. Há toda uma cena absurda em que os Irmãos, para atrasar o dito nazi, escondem-se no seu quarto e vão tirando roupa e afins das malas, ao mesmo tempo que o palerma as coloca.

É o que vai ficar do filme. Assim ao menos parece divertido.

quarta-feira, maio 13, 2020

The Big Store


Um dia numa loja grande.

O estúdio de Hollywood - os patrões, entenda-se -, deu aos meninos um cenário gigante para poderem brincar à vontade. O problema é que tiveram de encher a filme, por falta de história. É tudo bastante básico e visto, pelo menos neste e nos dois filmes anteriores.

Há um casal que quer fazer algo, mas existem uns maus da fita que querem o oposto e estão dispostos a tudo para o ter. Chico e Harpo são amigos do casal. Groucho é um marialva cheio de esquemas, mas que ao conhecer o casal, deixa de lado as suas intenções egoístas e junta-se à causa. Também há a senhora rica que Groucho assedia, vários momentos musicais a despropósito e uma grande cena de acção com tropelias cómicas.

Como já fizeram tudo isto várias vezes, faltava material para «encher o chouriço». Houve toda uma grande cena parva com camas futuristas e rapto de crianças à mistura. Soa pior do que foi, embora não tenha sido muito melhor. Claro que, para mim, o pior mesmo foram os demasiado momentos musicais, sempre com Chico a disparar nas teclas de piano mais à direita, entre outros vários clichês Marx.

The Big Store não é dos melhores, sendo que não sei se haverá ainda bons depois disto. Consta que houve uma mudança de donos no estúdio, sendo que os novos não tinham bem noção do que devia ser a comédia dos irmãos Marx. Parece que os filmes seguintes foram de menor qualidade, menos sucesso e, tecnicamente, o fim da carreira cinematográfica dos manos.

Terá começado aqui esse fim?

terça-feira, maio 12, 2020

Go West


Outro dos meus «clássicos». Vi Go West muitas vezes. E lembrava-me perfeitamente da cena na estação de comboios, a caminho do Oeste. A entrega da nota de dez dólares, a troco de nove notas de um dólar. Lembro-me - e vejo isto como grande diferença face aos outros filmes - do momento em que os três aldrabões são aldrabados, e como o facto deles serem mais fracos e sucumbirem à força/pistolas dos maus da fita implicou que os verdadeiros bons da fita saíram prejudicados.

Porque os irmãos estavam sempre neste meio. Entre uns e outros. Começavam do lado dos «maus» (embora mais marialvas do que maléficos) para depois, graças à influência dum casal apaixonado (regra geral) passarem para o lado dos bons. Aqui tentam ser malandros, mas rapidamente são postos no lugar pelos verdadeiros maus da fita. E então, não só por influência mas também por sentimento de dever (e alguma vergonha à mistura), fazem das tripas coração para poder «salvar» quem lhes deu a mão e ia sofrendo com isso.

Há várias possíveis citações neste filme, mas do que me lembro sempre é dos brindes às respectivas terras natal. Pouco sentido fará para quem ler, mas na minha cabeça ouço-os perfeitamente, a repetirem isto até à exaustão, cada vez mais inebriados.

South Carolina!
Mississippi!
Louiiiisiana!

segunda-feira, maio 11, 2020

At the Circus


I bet your father spent the first year of your life throwing rocks at the stork.

Não há grande coisa a destacar neste filme. Convenhamos que quando se cospe um filme por ano, para já nem todos podem ser pérolas e, depois, ainda por cima tão cedo na história do cinema americano, na altura os estúdios refugiavam-se até mais que agora nas fórmulas. Se determinado filme, actores ou narrativa, tinham sucesso, então era repetir até mais não. «Ah eles gostam de cor-de-rosa? Então agora vai ser tudo a cor-de-rosa! Desde os pneus até às cuecas.»

Aproveito para enaltecer o trabalho da actriz que fazia sempre de senhora rica, alvo de assédio e muito disparate do nosso «herói» fã de charutos. A brincar a brincar, ela aparece em quase todos os filmes, muitos mais que o próprio Zeppo. Faz sempre a mesma coisa, mas fá-lo muito bem. Acima de tudo tem estômago para dar destaque à estrela. Não é de menosprezar estes papéis ou actores. Reza a história que a senhora nem se chateava por aí além - o que é de estranhar, porque o homem não a largava boa parte dos filmes -, muito porque não percebia maior parte das balelas que saíam por debaixo do bigode pintado. O diálogo era tão rápido e era tanta alarvidade, que a pobre senhora nem se dava ao trabalho de verdadeiramente ouvir maior parte delas.

Para mim, é um pormenor delicioso.

sexta-feira, maio 08, 2020

The Lion King


Faltava um dos filmes dos Óscares deste ano. Se é que se pode considerar que o filme pertenceu ao grupo. Porque é curioso como o original teve tanto sucesso e impacto, quando saiu, e este... Este foi maioritariamente ignorado. Qual a lógica?

OK, não é uma história original. De todo. Mas o primeiro era animação, algo ignorado pela academia até aos dias de hoje. Faria sentido que uma versão mais «realista» apelasse a mais gente. Porque sempre se disse que a história era boa. E era... Se bem que eu nunca fui grande fã.

É verdade. Arrisco-me a que as pessoas me vejam ainda mais como um ser desprovido de sentimentos, mas a verdade é que não chorei ou sequer tive qualquer emoção forte ao ver o Rei Leão. E até vi no cinema. Não sei porquê. Não acho a história nada de especial. Não fiquei todos excitado nem quando o bebé aparece, nem quando o paizinho morre (maioritariamente por culpa do pirralho, vamos não esquecer), ou quando todas as músicas melosas são cantadas. Aliás, para as músicas então tenho zero paciência. Só vi o filme porque a minha moça queria ver. Se não fosse ela...

Moral da história: para mim é lógico que tenha sido um flop. Para o mundo poderá ter feito alguma confusão. Já a Disney está a marimbar-se para o que todos acham ou deixam de achar e vão continuar com esta cena do live action. Vá-se lá entender porquê.

Dolittle


Façamos uma pausa nos Marx. Porque é fim-de-semana e a minha senhora quer ver cenas.

Nomeadamente o Doolitle, esse traste que, mal saiu, entrou de caras nas listas de fracassos do ano/década. Não foi a melhor escolha para RDJ continuar a carreira, convenhamos.

A verdade é que não é assim tão mau. É um filme para miúdos, de aventura, com uma história linear, animais falantes e muitos saltos e sustos. Não é fórmula que vá falhar. Agora, esperar-se que algo assim tão caro se pague nas salas de cinema... Tinha de ter muito mais piada do que sequer tenta ter. Era preciso que RDJ fosse hilariante e que todos os animais mandassem piadas a torto e a direito. Talvez assim se conseguisse enfiar malta nas salas de cinema. Mas, se vão escolher Cena para ser um dos personagens engraçados, não esperem milagres.

Não percebo esta nova fixação com pessoas do wrestling só fazerem comédia e serem gajos super engraçados. Vão lá mandar tiros e fingir que são o Arnaldo dos anos 90, caramba! É assim tão complicado perceber o vosso lugar na hierarquia?

Concluindo, se tiverem filhos e apanharem o filme na TV, ou se tiverem Disney+ (quando o raio do serviço decidir ficar disponível!), não hesitem. Os miúdos vão adorar. Já pagar para ver esta coisa... Não iria tão longe.

Room Service


Este é o mais fraco até agora. Incluo os primeiros, que não eram ainda «nem carne nem peixe».

O tipo que faz de novo gestor do hotel é demasiado agressivo. Não tem nada da piada dos anteriores, que ficavam fulos mas sem saber que fazer para se defenderem das tontices dos Marx. Este ameaça bater-lhes e é bastante credível que o tenha chegado a fazer em alguns takes. Os irmãos calavam-se, a certa altura, porque não dava para puxar mais para a brincadeira. É constrangedor e chega mesmo a ser deprimente, com conversas de morte e suicídio. 

O curioso é que este filme até tem gente que será famosa. Tem a Lucille Ball, por exemplo! Ou seja, houve algumas escolhas brilhantes de talentos futuros, só que tiveram menor preponderância do que o palerma mau feitio. Assim sendo, o casting acabou por ser algo miserável e o filme muito chato.

A Day at the Races


O primeiro de que me lembro. E bem. Vi este filme variadíssimas vezes. Já não me recordava de tudo, naturalmente, embora tenha estranhado não ter pronunciado qualquer fala, ao mesmo tempo que os actores. Hoje em dia a minha memória é péssima. 

Recordo que este blogue foi criado para que tivesse um registo do que via, pois já me esquecia de tudo.

Mas continuo a guardar memórias de muitas falas dos meus «clássicos», dos filmes que vi até à morte, quando era miúdo (porque não tinha vida e porque não tinha assim tanta coisa para ver).

É um dos que via, dos quais achei muita piada. E posso dizer que sobrevive ao teste do tempo. Continuam a ser engraçadas as tropelias dos manos, sempre a safarem-se com esquemas absurdos.

Come get your ice-cream! Come get your tootsie-frootsie ice cream!

quinta-feira, maio 07, 2020

A Night at the Opera


Chegamos a um plateau (oh pra mim tão fino) de criatividade dos Irmãos Marx.

Em Night at the Opera temos muitos dos mesmos artifícios para fazer a história rolar, mas esta é mais completa. Tem um princípio, meio e fim. E, mais que isso, um objectivo nobre: a relação amorosa de dois personagens amigos dos marialvas. Boa gente, atenção.

Temos ainda os clássicos papéis irmãos Marx. Groucho com os esquemas. Chico e Harpo a elaborarem um plano e a executá-lo de forma tresloucada, mas sempre com confiança. E Zeppo a não aparecer.

Zeppo é óptimo neste papel. Fá-lo magistralmente.

quarta-feira, maio 06, 2020

Duck Soup


Este Duck Soup, apesar de não fazer qualquer sentido no nome (não tem nada a ver com a história), tem grande investimento. Cenários gigantes. Uma data de extras em coreografias. Ena ena. O estúdio investia à grande nos manos. Suponho que algures aqui tenha sido o auge da troupe e justificaria, pois imagino que levassem muita gente ao cinema.

A história é absurda, com Groucho líder dum país inventado, que anda à bulha com outro país vizinho inventado. Quase que o primeiro país inventado é dizimado, só para ganharem a guerra à última, por causa dum pormenor ridículo.

O destaque é para Harpo, que juntou aqui a famigerada tesoura ao seu arsenal de adereços do costume.

Horse Feathers


Uma «rapidinha universitária».

Numa hora e pouco os manos contam uma «história» num campus universitário. Faz sentido, já que os rapazes deveriam ser populares com esta malta, na altura.

Groucho torna-se reitor da escola (porque não há mais opções no mundo, suponho). Precisa arranjar dois bons jogadores para a equipa de futebol americano universitário. Porque dá jeito. Não há assim grande explicação para o facto. Por engano leva os manos, que aqui não têm qualquer relação.

A partir daí é a confusão que se espera.

terça-feira, maio 05, 2020

Monkey Business


Os anos 30 eram tempos diferente. A certa altura uma moça entra no camarote do pai e comenta «Oh, daddy. You're not even dressed yet.» O cavalheiro tinha calças vestidas, sapatos calçados, camisa e gravata. Só que tinha um roupão por cima de tudo. Era um roupão todo fino, mas um roupão mesmo assim.

Já eu, nos tempos que correm, passo maior parte do dia com a mesma roupa que, regra geral, «transporta-se» quase que magicamente para o dia seguinte. Mudanças de indumentária são uma espécie de luxo, muito diferente dos luxos de então.

Monkey Business foi mais ambicioso que os anteriores. Nota-se que houve sucesso e, como consequência, mais orçamento. Como tal, o filme tenta ser de acção, comédia e romance, tudo ao mesmo tempo.

A «confusão Marx» começa a estar cada vez mais presente, mas eu sei que isto ainda vai melhorar.

Animal Crackers


You know, I'd buy you a parachute if I knew it wouldn't open.

Groucho para mim é o rei dos insultos. Não «foi». É! Neste filme chega mesmo a «quebrar a quarta parede», comentando para quem estava atrás das câmaras «Esta piada não foi muito boa. Nem todas podem ser incríveis.»

Numa conversa simples, de segundos, Groucho dispara um chorrilho de pequenas frases que destroiem o tipo mais seguro de si. E tenho de dar a mão à palmatória. Mesmo não apreciando a postura de Chico, o certo é que batalhava taco a taco com o irmão. Não mandava tantos insultos, acabava por desconversar ou passar por cima das bocas, mas fazia-o à mesma velocidade.

O final de Animal Crackers é um pouco tolo demais. Mesmo para este tipo de filmes. Não foi dos meus favoritos. Até porque não gosto de ver Groucho a não fazer parte dos esquemas. Neste filme tem dinheiro e tudo. Não me parece «normal».

segunda-feira, maio 04, 2020

The Cocoanuts


Sou fã. Não dos irmãos Marx, apercebo-me agora, mas definitivamente de Groucho. Os demais irmãos não são tão incríveis. Longe disso. Acontece que sempre disse que era fã dos filmes. Lembro-me de ver e rever alguns filmes deles, enquanto miúdo. O humor físico era engraçado, mas eu voltava pelas bocas a mil de Groucho.

Há muito tempo - talvez mesmo 15 anos -, a minha ex-senhora ofereceu-me uma box com alguns filmes. Acabei por nunca os ver. Porque sou um idiota, pois claro. Não terá ainda sido óbvio para os meus parcos leitores, pois só o menciono aqui e ali, mas demoro sempre horrores de tempo a ver DVD de oferta. Não foram muitos, é certo, mas aconteceu sempre.

Pois que passado tanto tempo decidi finalmente ver os filmes que tornaram este quarteto tão popular. Acontece também que, graças à existência que escolhi para mim neste último ano e trocos, tenho tido muito tempo para ver filmes. Juntando o facto de que estou mais velho e já não tenho paciência para ver muitas das coisa que via em novo, tenho agora muitos poucos filmes para ver, que quero mesmo ver. São treze «filmes Marx», no total. Entretanto arranjei os principais que fizeram. Não vai ser um visionamento fácil, mas quero tentar matar este borrego nas próximas semanas.

Em The Cocoanuts parece-me que os actores ainda não encontrarem a fórmula para como fazer tudo isto funcionar. Há trejeitos que não reconheço aos personagens e parecem ainda um pouco «presos de movimentos». Embora provavelmente estivessem fartos de fazer este tipo de coisas no Vaudeville, o cinema é outro bicho. E muito estaria em causa se o filme não fosse um sucesso.

Felizmente foi. E o resto é história. Os próximos «episódios» virão já a seguir, quase à velocidade que saíam na altura.

domingo, maio 03, 2020

Love Wedding Repeat


A minha senhora queria uma comédia romântica. Felizmente nisso a Netflix é uma grande vantagem. O serviço de streaming tem por hábito cuspir todo e qualquer tipo de coisas com bastante regularidade. Ao contrário da TV convencional, é difícil alguém conseguir dizer «não há nada de novo para ver». Agora, se é bom ou não, é outra questão.

Love Wedding Repeat tem por base algumas coisas simples. É um rapaz que conheceu e achou piada a uma rapariga, há uns anos. Por acasos do destino a relação não desenvolveu então. Até que voltam a encontrar-se no casamento da irmã do rapaz.

Então, temos um casal desencontrado, um casamento, amigos tontos, álcool, família e Italianos. Até aqui tudo bem. Só que, vá-se lá saber porquê, a meio do filme entra uma fórmula tipo Groundhog Day, ou tipo o episódio dos dados no Community, ou mesmo tipo final do Doctor Strange. Há uma incidência com várias possibilidades, que leva a resultados muito diferentes ao final do dia. Vemos vários na segunda metade do filme. Mas qual será o único que levará ao final feliz?

Agora que penso no assunto, se calhar isto é mais tipo Avengers: Endgame.