domingo, maio 10, 2009

X-Men Origins: Wolverine

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Há certas alturas em que detesto ter sempre razão.
Comecei a saber coisas do filme e apercebi-me logo que só podia ser uma valente me$#@! Depois veio o trailer... e o trailer é realmente muito bom.
Já não sei se era este:


Acho que já não consigo distanciar-me do que acabei de ver. O que é certo é que isto mostra muitas coisas de acção e sim, fico em pontas com estas coisas. Fiquei com uma tremenda vontade de ver o bicho, ignorando aquilo que os meus instintos tinham dito logo à partida.
Erro. Claro erro.

O filme é mau. A única grande diferença entre este e outros da Marvel, como o Man-Thing ou o Punisher, é que tem um orçamento significativamente maior, o que permite ao Wolverine fazer um chicken falhado com um helicóptero... o que é sempre fixe.

Sou o primeiro a admitir que tentar adaptar a história deste excessivamente popular herói não é nada fácil. A sua «origem», passado, presente e mesmo futuro, sempre foi uma confusão dos diabos. Toda a gente quer escrever histórias dele e depois o canadiano acaba por fazer tudo ao mesmo tempo, gerando muuuuuuita confusão. Mas o que é certo é que nos últimos anos até se tem limpo muito a confusão. Deram-lhe uma data (mais ou menos) de nascença. Limparam a conversa (que já começava a irritar) da perda de memórias. E deram uma linhas mais consistentes do percurso. Porque é que decidiram NÃO aproveitar isso?! Ainda por cima, também ignoraram o universo que a Marvel está agora a tentar criar! O filme é, supostamente, uma prequela aos filmes dos X-Men, mas a nível de continuidade não tem nada a ver!!
Faz-me alguma confusão como é que é possível estragar algo tão simples.

Cenas que irritaram mais neste filme [NOTA: Aqui poderão haver spoilers]:
- A «origem» do Wolverine foi muito mal aproveitada. Deu-se demasiado rapidamente e com pouco ênfase. Pareceu-me que a revelação teve pouco impacto e pouca relevância para aquilo que é o Wolverine. Estragaram todo o propósito da «origem», só para chegarem rapidamente à introdução com as cenas das batalhas.
- Com tantos personagens da Weapon X, a história desta equipa acaba por quase não ser usada. Pensei que fossem fazer mais a onda das missões e como é que tudo tinha corrido mal e o Wolverine tinha ficado com o Adamantium e porque é que tinha abandonada o equipa... nada disso! Ficámo-nos por poucos minutos dessa parte.
- Dentro desta linha de raciocínio, alguém consegue explicar-me porque é que o Ryan Reynolds só manda duas bocas, logo no início do filme, como Wade Wilson/Deadpool, e depois desaparece, só para aparecer em tronco nu - mas calado! - mais à frente?!?! Eu achei esse casting perfeito, porque se havia alguém para mandar as bocas do «merc with a mouth», seria o Ryan... mas não!... Fiquei muito triste com essa.
- Se houver respostas para a anterior, há respostas para o facto do Cyclops e do Gambit terem aparecido?! O Gambit ainda percebo que tenha sido a pedido, agora o Cyclops!?!? Mataram-nos de forma estúpida no X3, só para o trazerem de volta assim?! Muito estranho.
- Em relação ao Gambit, PORQUE É QUE NÃO TINHA SOTAQUE!?!?!?!? Tudo bem, é difícil ser completamente fiél à BD, por falta de recursos, ou porque não encontraram ninguém parecido na vida real, ou por qualquer outra limitação desse calibre, mas é assim tão complicado arranjar alguém para fazer um sotaque francês?!?!? Epá, atirem um «mon ami» de vez em quando e pessoal já faz a festa!

Houve mais. Houve muitas mais.
O que me parece, e acho que esse é o erro principal, é que metem pessoas que não percebem muito bem a mística da BD, a fazer estes filmes. Ou metem gajos que não ligam aos detalhes, ou metem pessoal demasiado histérico em relação à coisa. Porque o que vi neste filme foram exageros desnecessários. Tudo bem que são pessoas com poderes e é suposto ser exagerado, mas não é preciso meterem os personagens a fazer coisas que nem na BD conseguem fazer, só pelo efeito da coisa. Eles já têm poderes, não é preciso darem-lhes MAIS habilidades!!!

Contudo, recomendo este filme a gaijas e outros «fãs» do Hugh Jackman. Até comigo já estava a mexer o facto do homem passar metade do filme semi ou completamente nu!

Foi uma confirmação do que temia e uma desilusão do que esperava.

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