quinta-feira, maio 31, 2012

Safe

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Como centro da história temos uma miúda chinesa que tem mais em comum com Jason Statham do que apenas a incapacidade de representar ou ter mais que uma expressão facial. Ok, em defesa da miúda chinesa, ela ainda é nova e talvez possa vir a aprender a representar ou a mexer os músculos da cara de forma diferente. A chinesinha e Statham conseguiram irritar não só a máfia russa e chinesa, como ainda maior parte dos polícias, assim como membros da câmara de Nova Iorque, nomeadamente o mayor e o seu staff. Novamente, aqui o crédito maior vai para a chinesinha, que conseguiu-o numa idade bem mais tenra. Statham só começou a irritar pessoas há pouco tempo. Com tanta coisa em comum, nada como unirem-se, protegerem-se e tentarem apenas irritar um ao outro. Ao menos só se estraga uma casa, não? Em causa está dinheiro, muito dinheiro, e um qualquer disco que tem informação pertinente. E atenção que quando digo disco, não me refiro a um álbum, seja em formato CD ou vinil. (Esta foi uma piadinha para a geração de 70, porque eu sou muito moderno.)  Falo sim de um disco de dados (parece ser um DVD) que contém uma cena qualquer que interessa a uma data de gente, quase tanto como os milhões que também andam à baila nesta chuva de chumbo de hora e meia. Safe é giro em termos de acção. O enredo está todo preso por fios.

Jûsan-nin No Shikaku

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Sem exagero, estarei a ver este filme há uns bons seis meses. Cinco minutos aqui. Meia horita acolá. Não é por falta de interesse ou falta de qualidade do filme. Nem é sequer pelo filme ser assim tão longo. Duas horas e minutos. Nada de mais. Aconteceu, sem planos para tal.

Neste tempo feudal do Japão (Será feudal? Não sei, apeteceu-me atirar uma palavra que não usava há algum tempo para o ar.) os samurais são uma coisa antiquada. Aos últimos que restam é-lhes atribuída a missão de matar um lorde que anda a abusar do seu poder. Pelo caminho vão angariando guerreiros, perfazendo treze no total. A prepararem-se para uma batalha final do mais sanguinário que tenho visto, embora a cena toda de «honra» dos japoneses perturba-me. Em mais que uma ocasião vemos japoneses mauzarocos à espera nas costas dum dos guerreiros, esperando que este despache primeiro um dos seus colegas, antes de o atacar. Incomodou mas, em boa verdade, foi uma falha diluída pelos touros com uma data de troncos em chamas no lombo, a abalroar pessoas a metro. Uma espécie de churrasco com largada à mistura. Para que se fique com uma ideia adequada do que acontece, dou os números: cerca de 200 vs. 13. Equilibrado, portanto.

segunda-feira, maio 28, 2012

Safe House

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Há uma data de gente a tentar matar o Denzel Washington. Uma data de gente, mesmo. Compreendo que assim seja. Compreendo que sejam muitos. Compreendo que o queiram matar. Procurando protecção, Denzel entrega-se e é levado para uma «casa segura» da CIA, algures na Cidade do Cabo, na África do Sul. Ryan Reynolds é o agente destacado à casa. Uma espécie de dona de casa, vá. Pouco depois receber a «visita», uns quantos meliantes, pertencentes ao grupo «data de gente» referido antes, batem à porta da «casa segura», que é como quem diz desatam aos tiros a tudo e a todos. Tudo para poder matar Denzel. Mais uma vez, compreendo isto. Denzel e Ryan não têm assim outra solução, se querem sobreviver, senão matar uma data de gente, em vários locais da Cidade do Cabo e arredores.

Também me pareceu a solução mais lógica.

domingo, maio 27, 2012

Toki o Kakeru Shôjo


A história tem um potencial enorme. Um miúda que atrasa-se, distrai-se facilmente, procura escapar quando fica envergonhada e começa a perder um pouco o controlo da sua vida, às tantas descobre que consegue saltar no tempo. Andar para trás e para a frente, muito à base do salto e consequente queda. E quando fala com a tia sobre o assunto, afinal é uma coisa simples e banal de acontecer. Montes de miúdas saltam por aí a toda a hora. A protagonista aproveita assim o novo poder para organizar a sua vida. Evita morrer num acidente (parece-me importante). Arranja uma namorada a um dos amigos (quase  tão importante). E evita o outro amigo, porque tem um fraquinho por ela (menos importante... ridículo mesmo).

E aqui a coisa perdeu-se. A sensação que tenho é que até aqui o guião esteve parado durante uns meses, ou mesmo anos. Alguém pegou nele depois deste tempo todo e decidiu ir numa direcção completamente diferente. Confesso que não gostei da nova direcção.

sábado, maio 26, 2012

Time After Time

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H.G. Wells inventou uma máquina de viajar no tempo. Para além de ser um cavalheiro criativo, era amigo do Jack, o Estripador. Em sua defesa, não o sabia. O «amigo» vê-se quase a ser preso, certa noite. Mete-se na máquina e viaja até à «utopia» do maravilhoso ano de 1979. A sério? Não podiam ter escolhido outro qualquer? Entre a década de 70 estar a acabar e a de 80 prestes a começar, haverá ano mais deprimente? A única coisa boa de 79 é que foi o ano em que fui produzido. Tirando isso, nada. Jack é quem se dá melhor no período, continuando a ser um sucesso com as «meninas». H.G. consegue segui-lo e a inépcia de Jack em ir para qualquer outro sítio que não São Francisco facilita a perseguição. Como H.G. é um rapaz com uma tremenda capacidade de desenrasque, pelo meio da perseguição ainda consegue arranjar uma namorada e safar-se da polícia não uma, mas duas vezes, sem ter qualquer tipo de identificação ou registo de ter entrado no país legalmente. Vamos não esquecer que H.G. é inglês mas, pelos vistos, os americanos só se preocupavam com os mexicanos, nesta altura.

The Mod Squad

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Este filme foi um pouco queimado sem grande justificação. The Mod Squad é uma das primeiras adaptações/versões de séries de sucesso dos anos 70. E não era uma má versão. Só que os anos 70 ainda não estavam na berra outra vez. No final dos anos 90 gozava-se dum período que era cool só por si, não precisando de influências ou referências de outras décadas. Sendo uma versão demasiado próxima do original, talvez não tenha pegado precisamente por causa disso. Não ajudará que o final seja algo confuso e resolvido à papo seco. Fica a nota duma banda sonora bem fixe e duma Claire Danes entre o gira que já foi e o gira que já não é hoje em dia.

sexta-feira, maio 25, 2012

Mirror Mirror

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Mirror mirror on the wall, who's the fairest of them all?

Bem, comecemos por dizer que a Julia Roberts não é de certeza. E a unabrow...! Epá, também não. Claramente não. É girinha e tal, mas a unabrow... Não!

Tarsem Singh falha mais uma vez. Filme muito bonito, como é seu hábito, mas sempre com uma história miserável. Perdi a conta à quantidade de pormenores de história que não faziam sentido nenhum ou que não foram sequer explicados. Safa-se terem contratado todos os anões de Hollywood, menos o mais famoso deles todos. Esse está envolvido numa história de fantasia como deve ser. Segundo consta, será como deve ser, pois não li uma frase dos livros, nem vi um segundo da série... ainda. Talvez o gémeo irritante seja o fairest of the land. Tenho um ar «delicodoce» o suficiente.

quinta-feira, maio 24, 2012

Calendar Girls

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Outro dos que decidi rever. Só que enquanto em relação ao outro apetece-me dar um parte de estalos ao meu eu do passado, por ter-lhe achado tanta piada, neste caso a impressão que tinha é a real. Continuo a achar o mesmo de Calendar Girls que achei quando o vi, perto da altura em que saiu. Não tinha ideia da existência do filme e da sua história. Nem sem muito bem como descobri o filme. Sei que o achei divertido e bem contruído. Sim, bate nas teclas que funcionam, em termos de narrativa, mas a história é engraçada. E mulheres que se despem por uma boa causa... bem, não só deve contar-se sempre a sua história, como deve-se ainda tecer loas. Ainda hoje procuro sempre tecer uma loazita, logo pela manhã, a todas que fizeram o favor de despir-se à minha frente. É o mínimo que se pode fazer por tamanha caridade.

terça-feira, maio 22, 2012

Act of Valor

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Enquanto os companheiros cá de casa viam o Ídolos (Querido poço, pensava eu que já te conhecia o fundo.), decidi ver um filme que tem um pouco de tudo.

Act of Valor é um filme de acção, com cenas militares de guerra a roçar a perfeição, ou pelo menos o que conheço de guerra, que é no fundo ter jogado meia dúzia de jogos de tirinhos. Mas tem mais. Essa parte geek de tecnologia usada, e cenas do ponto de vista do combatente (POV - técnica também muito usada noutro tipo de filmes bem adultos). A parte de enredo, com uma conspiração que envolve russos, muçulmanos, povos centro e sul americanos vários, e ainda uma invasão dos EUA à antiga, por baixo, como mandam as regras. Sim, falo do México. Sítio aliás onde há um senhor tiroteio. Ao longo do filme há vários, mas este é mais climático. Não descurando o lado feminino, há comoção, sentimentalismo qb, amizade, dedicação, patriotismos e mais algumas dessas lérias. Tentando não esquecer também as minorias, Act of Valor tem ainda uma forte componente homo-erótica, comum em películas que envolvem militares (especialmente «focas», porque andam muito tempo molhadas), em grande enfoque nos momentos de «descanso» dos soldados.

Bem vistas as coisas, podia ter visto o Ídolos. Ia dar ao mesmo.

segunda-feira, maio 21, 2012

Time Bandits

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Há uns tempos apanhei um artigo no io9 onde falavam dos melhores filmes sobre viagens no tempo. Este era um deles. Fez-me alguma confusão como é que poderia haver um filme do Terry Gillian que ainda não tivesse visto. Ainda por cima tinha nomes no elenco que ainda hoje em dia são famosos. Não o miúdo ou os anões, atenção. Nunca ninguém se lembra de miúdos ou dos anões. Bastou dois segundos de filme e lembrava-me bem de Time Bandits. Foi um daqueles que veio rotulado de filme para miúdos que não se pode dizer que seja apropriado para menores de... vá, 14 anos. Não que seja chocante (embora haja cenas que assustaram-me um pouco, na altura), mas porque há demasiadas coisas que passam ao lado de maior parte dos miúdos. Temos o registo de Gillian que, por muito que goste dele, não sei até que ponto meteria crianças sob a minha guarda a ver. Ou vão dizer-me que o Twelve Monkeys é para pré-adolescentes? E depois há toda a questão de anões estarem equiparáveis a crianças. Sim, vamos dar companhia aos devaneios criativos dum miúdo. Com quem vamos emparelhá-lo? Com anões. Hey, se funcionou com a Branca de Neve...

domingo, maio 20, 2012

388 Arletta Avenue

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Nick Stahl e Mia Kirshner são um casal normal. Têm uma casa. Trabalham. Correm de manhã, de vez em quando. Têm as suas brigas e problemas, como qualquer casal. Nada de muito diferente do resto das pessoas. Apenas um detalhe um pouco diferente. Talvez seja algo que muita gente tenha, não sei. Talvez até eu tenha um. Se for bom, a ideia é mesmo não saber da sua existência. Nick e Mia têm um stalker. São assim, malucos. Não seguem modas, criam-nas, alguns poderão dizer. O stalker ao início era mesmo só daqueles que vivia escondido, a observar. Ninguém dava por ele e todos seguiam a sua vidinha calmamente. Só que começou a ficar entediado. Compreendo. Ninguém gosta de rotinas. Às vezes é preciso apimentar um pouco as coisas. Que decide o criativo stalker fazer? Raptar a Mia, pois claro. Aproveita que ela e o Nick brigaram. Assim dá o ar que foi-se embora chateada. Só que passado uns dias (talvez uma semana e tal), Nick fica impaciente e quer a esposa de volta. E começa à procura dela. E começa a descobrir que tem um amiguinho muito especial.

Será que esta morada existe mesmo?

John Carter

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Mais de meia hora depois de ter acabado de ver e ainda não sei muito bem que dizer. (E odeio rimar sem querer.)

Vamos tentar uma pequena comparação. O filme será como a beleza de Lynn Collins. Olhas para a moça de frente e aqueles olhos destróiem-te. São um assombro de azul (ou verde, não tenho bem a certeza) que fazem-te crer que estás na presença da mulher mais bonita que alguma vez viste. Só que depois vez a moça de lado e... meh. De lado já não é assim tão gira. À primeira vista, John Carter tem tudo para ser um bom filme de aventura e ficção científica. É um humano dos tempos da Guerra Civil americana que é transportado para Marte, sítio que não só tem vida, como onde ainda por cima um humano tem quase superpoderes. À conta da gravidade, John Carter salta mais alto que outros e é mais forte que muitos. Um filme da Disney passado em Marte tem tudo para meter a criança dentro de mim aos pulos, a gritar «bora ver» repetidamente. Só que depois olhamos para o filme de lado e... Ele salta? Um homem vai para Marte e torna-se num coelho, é isso?

Se conseguirem desligar completamente o cérebro ao ver este filme, então é muito divertido e é um óptimo visionamento. Se pensarem um segundo que seja no que se está a passar, perde toda a piada.

sábado, maio 19, 2012

A Guy Thing

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A lista dos filmes que tenho para ver, dos que não vi, começa a ficar reduzida. Logo, tenho que rever algumas coisas que já não me lembro bem e perceber porque é que gostei quando os vi. Neste caso, a resposta não é assim tão fácil. Ou estava apaixonado pela Julia Stiles... ou pelo Jason Lee. Só uma paixão assolapada justifica ter o filme em tão boa consideração. Não que seja mau. Para o que pretende ser (uma comédiazita «romântica») funciona bastante bem. Mas eu tinha mesmo achado muito piada nos idos anos 2000 e pouco. E é giro, mas não é assim tão giro.

Para quem nunca apanhou isto numa SIC no domingo à tarde, ou no Hollywood a repetir ad nauseum durante um mês, para depois nunca mais dar, Jason Lee vai casar com a sempre enfadonha Selma Blair, só que dorme (literalmente e apenas) com Julia Stiles, sem saber que esta é prima da noiva. Para além de a ver nos procedimentos matrimoniosos, vê-a um pouco por todo o lado. E, como é natural, porque Stiles é gira, começa a apaixonar-se. Seguem-se uns quantos episódios que pretendem ser hilariantes e tontos, mas são mais da segunda categoria do que da primeira. A premissa, de que trair a namorada/noiva é uma «cena de gajo» e, como tal, merecedora da empatia de outros gajos, é pouco explorada, apesar de ser uma boa e muito estereotipada negativamente premissa. Para além de confirmar directamente que gosto de inverter a ordem de onde um adjectivo deve estar numa frase, não há muito mais para dizer.

quinta-feira, maio 17, 2012

Os Mutantes

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Epá, e arranjar um póster decente deste filme? Nada fácil.

Então o alarido todo era este. Quase duas horas a seguir putos estúpidos, com uma interpretação da miúda que, na altura, foi considerado qualquer coisa de incrível. Ela a dizer asneiras então... ui, parece que nasceu para aquilo. Se pareço frio é porque tenho pouca tolerância para gente estúpida. E quanto mais novos, pior, porque esses são os que precisam mais. Se lhes é oferecida ajuda e não querem... temos pena. Tenho pena da criança que nasceu numa casa-de-banho pública e poderá nunca saber porque nasceu numa casa-de-banho pública. Pena dos idiotas que fogem dos sítios que tomam conta deles? Não, desses não tenho. Lamento se faz de mim má pessoa.

Hick

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Não sei até que ponto já disse isto, mas durante demasiado tempo confundi esta miúda com a Abigail Breslin. Cheguei mesmo a cometer o erro de dizer que a segunda é que tinha feito o Kick Ass. Algo que ninguém corrigiu, já agora, o que só prova que tenho apenas um leitor que, ainda por cima, só lê por pena. Não sei de onde veio a confusão. São parecidas, ou pelo menos eram há uns anos atrás, quando primeiro surgiram em telas grandes. O que é certo é que a primeira tem uma atitude muito mais maria rapaz do que a segunda. A Abigail caminha para um registo de princezinha a precisar de ser salva... apesar de ter aparecido no Zombieland. Bem, lá me apercebi do erro. E crédito onde crédito é merecido. A Abigail tem feito filmes giros. A Chloë tem feito filmes castiços. Não é bem o caso deste, mas já lá vamos. Tem até aparecido no 30 Rock, como arqui-inimiga de Alec Baldwin (que também aqui aparece), apesar de na série interpretar apenas uma adolescente. E que divertido é o duelo.

Em relação ao filme em si, Chloë é recém adolescente e tem uns pais que são uns idiotas labregos. Hicks, lá está. Faz-se à estrada em direcção a Las Vegas. Não chega muito longe até conhecer um novo hick e uma meia-irmã, figura maternal. A relação delas é a mais peculiar e menos consistente. Para todos os efeitos estão juntas apenas 15 minutos, mas a certa altura é como se fossem melhores amigas, ou mesmo família. Confesso que estava à espera duma coisa mais Thelma & Louise, mas nada tem a ver. Elas estão juntas apenas uma vez e a arma (prenda de 13.º aniversário, já agora) mal é usada. Passa-se tudo muito mais à volta do desenrolar demente da personagem do palerma. Teve pouca acção, vá. Acho que foi esse o problema.

quarta-feira, maio 16, 2012

The Tesseract

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Andamos uns anos mais para a frente, mas não muito.

Lembro-me de onde acabei de ler o livro. Foi no sítio mais perfeito do mundo. E no sítio mais perfeito do mundo acabei de ler um livro que adorei. A história faz mais sentido em formato livro. Adequa-se muito melhor. A conjugação duma data de histórias de personagens que pouco têm a ver uns com os outros. Só mesmo no final é que percebemos que está tudo ligado. No filme há ligações que são demasiado ténues. E tudo está bastante interligado logo ao início. No início ainda tentam passar um pouco do registo do livro no filme, com um andar para trás e para a frente. Mas é pouco. Era impossível replicar.

Não conto reler a obra. Acho que vai desiludir. Corre demasiado o risco de ser aquelas coisas que só têm piada porque surgiram numa altura muito específica. Ter acabado no sítio mais perfeito do mundo terá ajudado. E o estado de espírito, o tempo, a maneira de ser... nada disso é possível replicar.

terça-feira, maio 15, 2012

Swimming with Sharks

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Depois duma data de coisas recentes, voltamos um pouco atrás no tempo e vemos Kevin Spacey a fazer... o papel do costume. É chato. É irritante. Fala demasiado. Tem a mania que é uma dádiva para a humanidade no geral e para as mulheres em particular. Acha-se mais inteligente que todos. E é um s@c@n@ do pior. O homem viveu a vida toda num escritório (nos seus filmes, entenda-se), com a gravata e suspensórios, enfiado num cubículo, a mandar vir com tudo e todos. Só quando decidiu tirar a gravata é que pode dizer-se que fez um papel verdadeiramente notável. Ok, não. Isto não é verdade. Estava a esquecer-me do Usual Suspects.

Spacey é um produtor de cinema que trata os assistentes abaixo de cão. Não se deixem enganar pelo póster e pelo IMDb ter rotulado isto de comédia. É decadente e degradante ver a maneira como Spacey trata o assistente, aqui interpretedo por um gajo que viveu (pouco) e morreu logo após, tudo durante a década de 90. Ele chega a aparecer no Pulp Fiction, acho, ou estarei enganado? (Não estou enganado. Fui ver.) Entre as cenas em que vemos o assistente a ser maltratado pelo idiota, vemos cenas do presente, com o assistente a combater a tortura psicológica com física. O assistente amarra Spacey a uma cadeira, espanca-o e tortura-o a seu belo prazer. Poderíamos ficar por aí, apenas pela questão do trabalho mas, como é hábito nestas andanças, há uma mulher metida ao barulho. E sim, claro que é ela que «provoca» tudo.

O final surpreendeu-me. Até lá apenas odiava os dois personagens de morte.

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Ah, e isto é o post 1500 do blogue. Não lhe dou assim tanta importância. Como já referi demasiadas vezes, o número de posts não é igual ao número de filmes vistos. Existe uma diferença de cerca de cinco filme a menos. É o que dá falar demasiado. Em todo o caso, 1500 posts. Mais um claro sinal de inexistência de vida.

segunda-feira, maio 14, 2012

Another Earth

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Estive o filme todo com a sensação que conhecia a protagonista. Antes que acabasse, não resisti e lá confirmei que é a outra «lésbica» que se come com a Britta no Community. Já o protagonista é impossível não me lembrar de onde o conheço.

O mundo muda quando se descobre que existe outro planeta habitável no sistema solar. Para mais, descobre-se que é uma cópia exacta da Terra: a Terra 2. Isto tem um efeito ainda maior na vida da protagonista, pois na noite da descoberta, na noite em que descobre que entrou no MIT, tem um acidente de carro, matando a esposa e o filho do protagonista. Passa quatro anos na prisão. Conduzia enebriada, Não só já não entra na faculdade, como acaba a limpar o seu velho liceu. Procura o protagonista, que esteve num coma durante o processo de tribunal. Nunca a viu. Não sabe quem é. Nem mesmo o seu nome. Nesse tempo, a Terra 1 consegue comunicar com a Terra 2. Não só é um planeta cópia, como é em tudo igual, mesmo em termos de habitantes. Na Terra 2 vivem exactamente as mesmas pessoas que na Terra 1. As mesmas pessoas. Mesmos nomes. Mesmas idades. Mesmos passados. Até ao dia em que sabem da existência uns dos outros. A partir daí, a partir do momento que têm esse conhecimento, talvez tomem outras decisões.

O filme foca-se mais no drama da vida dos protagonistas. Não sei até que ponto consideraria um filme de ficção científica. Não fosse a existências de outros nós noutro planeta completamente diferente. Também se compreende. Enquanto que a possibilidade de haver outro planeta habitável no sistema solar, a possibilidade de haver vida noutro planeta, é excitante, já o facto de serem em tudo igual a nós não é. Qual é a piada de conhecer um outro eu, se é em tudo igual a mim?

domingo, maio 13, 2012

Shame

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Existe algum motivo especial para ter visto o Michael Fassbender a urinar? Já nem vou ao facto de lhe ter visto o pénis 70 vezes, maior parte sem necessidade nenhuma. Vê-lo urinar serviu que propósito? Era só uma questão de ver se conseguia? Cada vez fico mais contente de o ter visto levar uma tareia no Haywire. Por outro lado, e dando numa de Mr. Skin, é neste filme que se vê a Carey Mulligan nua. Menos mal. Numa nota nem positiva, nem negativa, já vi porno que tem menos sexo que aqueles quinze minutos de devaneio do Fassbender. O rapaz conheceria todos os sítios especiais onde ter sexo em Nova Iorque, ou aquilo foi só jeitinho e um pouco de sorte de sábado à noite?

Percebo porque é que tanta gente gostou de Shame. Não percebo o objectivo de decadência só por si. Não que ache ter pornografia espalhada pela casa decadente, mas ok. Já o drama... talvez tivesse mais impacto numa sala de cinema, não sei.

My Week with Marilyn

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Não gosto de idolatrações. Acho que somos todos humanos, por muito que sejamos bons a fazer alguma coisa. No caso de Marilyn faz-me especial confusão. Não conheço assim tão bem o seu trabalho e confesso que não a conheci. Andávamos em círculos diferentes. É natural. O que é certo é que a impressão que tenho (com a devida ressalva que já fiz) é que era uma mulher muito bonita. Ponto. E valia e vivia disso. Especialmente numa época em que as mulheres pouco mais eram do que uma carinha laroca, muito em especial as actrizes, que faziam dinheiro a velhos gordos (uma espécie de tradução de fat cats). Ainda hoje o fazem, em boa verdade. E por muito que cante ou que faça uma boa interpretação, a impressão que tenho sempre é que era um belo pedaço de mulher. Poderei estar errado, mas não será por este filme que ficarei com outra. Aqui, Marilyn comporta-se como uma miúda mimada, diva, que ainda por cima tem algumas dificuldades de interpretação. Sim, era traumatizada e explorada e todos a viam como um bocado de carne. E então? Isto em nada tem a ver com a qualidade do filme. É simplesmente a minha interpretação de um dos ícones do cinema. Em defesa da falecida, acho que ninguém alguma vez conseguirá interpretar ou reproduzir aquilo que foi. Nem Michelle consegue, por muito que respeite a miúda... se bem que há momentos em que está muito bem.

Une Vie de Chat

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Isto não deveria chamar-se algo como A Dupla Vida do Gato? Porque é essa a história. Ou melhor, é esse o mote para a história. Um gato que passa os dias com uma miúda que não fala, cuja mãe é polícia e cujo pai foi morto por um gangster. E que passa as noites com um gatuno, a «passear» pelos telhados, à procura de casas com as janelas abertas e bons dotes. A meio do filme os dois mundos cruzam-se e até conjugam, mas mesmo assim são duas vidas, não? Une Vie de Chat é delicioso em alguns momentos, com desenhos perfeitos para retratar a vida parisiense, para além dos maneirismos dum gato marialva.

Get the Gringo

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Lá está. Não há como não gostar do Mel. Eu sei de tudo o que fez. Sei de tudo o que é. Sei que é um idiota com a mania que é mais que os outros. Sei que é um antissemita. Sei isso tudo e sei que odeio-me por gostar do gajo. Com o Mel, sou como uma moça idiota que apaixona-se pelo palerma que a tratar pior. O Mel é um palerma e tratar-me-ia mal se me conhecesse. Mesmo assim conseguiria tudo de mim. Porque o s@c@n@ tem pinta. Porque é castiço. Porque continua a fazer papéis porreiros onde é o herói e lixa os vilões, mesmo que ele próprio não seja muito boa pessoa. Em Get the Gringo (Mel é o gringo), Mel é ex-sniper do exército norte americano. Longe vai a carreira de militar e começamos o filme com uma perseguição perto da fronteira dos EUA com o México, que culmina com Mel a mandar-se a si, ao carro e ao companheiro de crime que sangra para cima do dinheiro que acabaram de roubar, contra a barreira entre países. Caindo no lado mexicano, os polícias locais têm jurisdição sobre os ladrões... e sobre o dinheiro. Mel é preso no pior centro comercial do mundo (palavras dele para descrever a prisão) com uma data de mexicanos, um miúdo de dez anos que tem um fígado especial, a jeitosa da mãe do miúdo e uma data de meliantes que querem matá-lo, roubá-lo, entre outras coisas. Mesmo com os seus anitos valentes, este homem continua a saber divertir-se.

sábado, maio 12, 2012

Wallace & Gromit in The Curse of the Were-Rabbit

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Quem não adorar o cão não tem sentimentos. É inteligente, capaz, dedicado, preocupado, tudo e mais um par de botas. Sim, se não tivessemos o complemento de Wallace ser taranta e dado a engenhocas, não teríamos séries e filmes, mas o cão é o maior e quero saber onde posso arranjar um igual. Que ande nas patas traseiras e que me faça o pequeno-almoço. Não me fico por menos.

Wallace & Gromit in The Curse of the Were-Rabbit é uma extensão da série, com um orçamento um pouco maior. É divertido, emocionante e sempre meio tonto. Claro que depois começo a pensar em como é feito este tipo de animação, a mexer em plasticina de segundo a segundo, e a minha cabeça quase que explode. Meu dEUS, como é que esta gente tem paciência?

sexta-feira, maio 11, 2012

W.E.


aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhh

Acabei de ver um filme realizado pela Madonna! Como é que isto aconteceu? Juro que não sabia. Só descobri no final, quando apareceu «Directed by Madonna». Aliás, já acabei de ver o filme há um bocado, mas tive que ir apanhar ar e falar com amigos que acalmaram-me. Disseram-me que a culpa não era minha. Que não tinha feito nada de errado. São meus amigos. Querem o melhor para mim. Como saberei que não estão a mentir-me, a dizer-me o que quero ouvir, porque sabem que é grave. Será que continuarão a ser meus amigos? Pus tudo em causa ao ver este filme. Porquê? Porque é que não veio com um aviso? A lei não deveria proteger-nos destas coisas. Em vez do W.E. gigante a explicar porque é que se chama W.E. (Nome estúpido, já agora. A primeira vez que ouvi falar nisto pensei que fosse ficção científica.), devia estar o nome da Madonna em letras garrafais. WARNING ou algo do género. BEWARE talvez fosse melhor. Maldita hora em que isto foi aos Óscares. Se não tem ido, não teria arruinado assim a minha vida.

O filme em si nem é muito mau. Vê-se. Acima de tudo a Abbie Cornish está para lá de gira e é sempre um prazer ver o Jeff, mesmo como vilão.

quinta-feira, maio 10, 2012

Hirokin

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De tempos a tempos surge um filme tão, mas tão mau, que dá a volta e torna-se bom.

Hirokin é o personagem principal, interpretado por Wes Bentley. O «bairro» de Bentley é um sítio lixado, com uma data de gente a viver no deserto (quase tudo a dar para o pálido, atenção), divididos em duas raças. Os tiranos humanos e o povo do deserto, os árabes... perdão, os áridos. Os últimos são subjugados pelos primeiros, apenas porque têm uma qualquer ligação à terra e umas veias demasido notórias nas palmas das mãos (é o que dá viver no deserto e não ter televisão). Bentley está no meio deste conflito entre as duas raças. É humano, ou passa por humano, e arraçado de árabe... arábico... árido! Sendo «café com leite» (mais leite, atenção), tem o melhor dos dois mundos e é o habitual predestinado deste tipo de coisas. Com treino consegue ver tudo o que vai acontecer nos segundos seguintes. Não, não percebi a ligação da terra com prever o futuro. Mas tem uma espada com elástico que domina muito bem, qual bumerangue afiado e brilhante. E isso faz toda a diferenção... não fosse todos também terem espadas, algumas elasticadas, havendo até outros que têm duas. A acção decorrer no deserto permite ter luminosidade suficiente para às vezes perceber que Bentley tem uma cabeleira postiça. E que a direcção de actores terá feito greve mesmo antes do início de rodagens. Ok, admito que o deserto não tem influência nesta segunda parte, mas ter falas a olhar para o infinito funciona muito melhor no deserto. Se falas com alguém e queres dar um toque dramático, nada como fazer uma pausa a meio da frase, desviar o olhar, e dizer o resto da fala enquanto olhas para aquele calhau tão bonito lá ao fundo. Como consolidação de todo este maravilhoso mundo cinematograficamente criado, temos ainda momentos de acção miseráveis, de tão falsos e mal encenados que são. Para além da tradicional cena em câmara lenta duma qualquer figurante a tomar banho (sem se ver grande coisa, calma), muito comum neste tipo de banhadas... quero eu dizer, filmes.

Hirokin tem todo o potencial para ser um excelente mau filme.. Com muita pena minha, nunca chega a ser, porque implica que estive só a perder demasiado tempo a vê-lo.

quarta-feira, maio 09, 2012

Le Nom des Gens

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Dois mui convencionais franceses têm ascendência e religiões de outros sítios. Ele judeu e ela africana. São, até nisso, muito franceses. As origens influenciam-nos mais que serem franceses, apesar de passarem bem por franceses. Ele é quase igual ao Sarkozi. Ela é a francesa tonta que faz o que lhe apetece, sendo que o que lhe apetece mais é usar o corpo e o sexo para converter pessoas de direita à esquerda. Um plano tão bom como qualquer outro, em boa verdade. Ele quer manter-se no seu mundo sossegado, longe de olhares que o persigam e ostracisem por ser quem é. Até a conhecer, claro. Não sendo nada de direita, nada fascista, apesar do aspecto, a francesinha interessa-se por ele. E ele interessa-se por ela. Apesar do presente diferente, o passado e os traumas de infância em comum unem-nos. E nós que em tudo somos iguais a eles, apesar de não falarmos francês (felizmente) e não comermos baguetes (pelo menos não numa sandes feita em casa), e em tudo somos diferentes, apesar de termos os nossos traumas também, levamos com um filme bem divertido e bem contado. Pitoresco sem ser pretencioso. E romântico sem ser lamechas. Gostei de Le Nom des Gens.

terça-feira, maio 08, 2012

Intouchables

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Com que então toda a gente achou piada ao Driving Miss Daisy francês? Muito bem. Faz sentido. Intouchables é divertido, apesar de estarmos a falar duma história dum paraplégico mais o seu «assistente» vindo do bairro, filho «adoptado» cujos pais que ficaram em África nunca mais viu. Ok, não será bem bem o Driving Miss Daisy. O Miss Daisy aqui é bem mais simpático logo ao início. E dá uma senhora oportunidade a um jovem que foi bastante agressivo logo à cabeça. Aliás, nem há grande motivo para o Miss Daisy o contratar. Achou-lhe piada, é o que é. E o marialva tinha mesmo piada. «Onde é que se encontra um paraplégico? Onde se deixou.»

bruáááaaaahahaha

domingo, maio 06, 2012

This Means War

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É curioso. Estava nos planos ver este e o anterior hoje. E se tivesse que apostar no início do dia, diria que ia gostar muito mais deste. Não é que This Means War seja mau. Longe disso. É bem divertido. Tem actores com carisma. Tem momentos engraçados (embora estejam quase todos no trailer). É um twist engraçado à velha briga entre amigos por uma miúda, aqui muito mais literal. E tem um pouco de tudo: humor, acção e romance. Falso romance, entenda-se, mas romance mesmo assim. Tem tanto de tudo que nem sei muito bem como classificar o filme. A questão é que... Bem, voltaria à questão de expectativas, não quisesse eu evitar repetir-me em demasia (too late). Chris Pine e Tom Hardy são fixes, charmosos e bonitos. O primeiro mais clássico. O segundo mais rufia. Nenhum deles dá-me comichões nos boxers. Calma. Quem me mete os motores a trabalhar é Witherspoon (que claramente está num palanque neste póster). Sim, ainda. Pensei que já me tinha passado, mas afinal... Tem aquela categoria «Meg Ryan» de namoradinha perfeita. Daqui a uns anos todos nós vamos odiá-la de morte, porque com certeza vai perder-se, mas por ora continua a ser a miúda que queremos apresentar aos pais e aos amigos. This Means War é um filme perfeito de domingo à tarde. (Ignorem as horas a que isto foi publicado, por favor.)

21 Jump Street

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Quando ouvi que iam fazer um filme baseado na série, achei a ideia mais estúpida do mundo. Estamos na fase de recapar tudo o que vem dos anos 80 e 90, é certo. Só que quase tudo tem falhado. Porque há coisas que têm o seu tempo e lugar. Porque os projectos foram parar às mãos erradas. Porque o material original não tinha qualidade na altura e, como tal, não podia ter bom agora. Achei que fosse o caso de 21 Jump Street. Não achei piada à série na altura. Tirando as miúdas que eram doidas pelo Johnny Depp (e pelo mesmo motivo são doidas por ele hoje em dia), não sabia e não sei de mais alguém que achasse piada à série. A não ser que me estejam a enganar porque têm vergonha. Imaginei que o filme fosse mau porque a série era má. Quando descobri o elenco, então aí tinha a certeza absoluta que este filme só podia ser uma m€rd@. Até que vi o trailer. E percebi que não estavam a tentar fazer a coisa a sério. Percebi que é uma comédia. Mais ainda, percebi que deveria ter piada.

Agora que o vi, só tenho cinco coisas muito simples para dizer. Acho que descrevem o filme na perfeição.

Es.
Pec.
Ta.
Cu.
Lar.

Ali o «Cu» faz parte da palavra «espectacular». Não me estava a referir a traseiros. Embora o filme tenha alguns bem jeitosos.

As pessoas que pegaram no projecto cedo terão percebido que era impossível fazer alguma coisa séria com isto. Como tal, pegaram em dois gajos engraçados (parabéns ao Tatum, o s@c@n@ tem piada), juntaram-lhes cómicos muito talentosos, pegaram numa data de clichês deste tipo de filmes de acção, encheram a coisa com humor, misturaram tudo e fizeram uma coisa muito engraçada. Nunca pensei que fosse possível, mas se há coisa que sou é homenzinho para admitir quando estou errado. (Não sou homenzinho para mais nada. Acedo. Mas nisto sou. Por muito que seja teimoso, já aconteceu muita vez.) Estava muito errado em relação a 21 Jump Street. O filme, não a série, atenção. Este entra para a minha lista de «Favoritos» de caras. O facto de que esta lista é maioritariamente composta por «filmes de Verão» não abona muito a meu favor. Em boa verdade, estou-me a marimbar. Como já confirmámos aqui, eu sou muito pouco «homenzinho». Quase nada, mesmo.

Mesrine: L'Ennemi Public N.° 1

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Ok, agora sim, já percebo o encanto de Mesrine, que de Clyde não tem assim tanto Bonnie. Ele arranja maneira de escapar durante o próprio julgamento. Aliás, escapa da prisão mais uma ou duas vezes. Entra em esquadras mascarado, fingindo ser polícia. Dá entrevistas exclusivas. Tem bigode, barba, é careca, gordo ou magro, sem pêlos faciais... tudo mediante as necessidades. Não deixa de ser um gajo que rouba, mata e que, acima de tudo, habituou-se demasiado à atenção, mas percebo um pouco melhor o seu charme. Lá para o final mete-se com cenas de terrorismo e passa o limite da simpatia. Morre atempadamente de forma épica (não é spoiler, porque é a cena inicial da primeira parte), como aliás viveu.

Mesrine: L'Instinct de Mort

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Nos anos 60/70 houve uma espécie de Clyde francês, aqui interpretado por Vincent Cassel. E muito que as pessoas gostavam (gostam?) de endeusar vilões, nestas alturas. O cavalheiro teve os seus 15 minutos de fama, pois eram um gangster à antiga. Pois roubava bancos. Pois tinha actos insanos, como atacar uma prisão para poder pagar uma dívida. Associado a Clyde havia uma Bonnie, mas este lado feminino da moeda tem menos destaque na história. Até porque não é como se fosse a mulher da vida do personagem de Cassel. Ainda houve umas quantas. Os meliantes não se ficaram por França. O casal chegou a fugir e ainda andaram algum tempo pelo Canadá, sendo capturados mais tarde nos EUA. É duma prisão canadiana que se dá a fuga e posterior ataque. É no Canadá que termina a primeira parte desta «biografia».

Sim, primeira parte. Há uma segunda.

sábado, maio 05, 2012

Sangue do Meu Sangue

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E qual foi o objectivo?

Ficou-se a ver umas mamas. Soube-se que esta família não guarda segredos dentro de casa (e devia). E que guardam segredos para fora de casa (e não deviam). Sabes-se (já se sabia) que a Rita Blanco é chata que dói. Ou talvez seja o personagem. Não sei. Só sei que houve um momento em que o meu cérebro gritou «cala-te c@r@lh0, já se percebeu». Não tirei muito mais.

sexta-feira, maio 04, 2012

Les Petits Mouchoirs

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Jean Dujardin tem uma interpretação quiçá ao nível d'O Artista, aqui em Les Petits Mouchoirs. Na cena inicial sai da discoteca com os copos. Pega na mota e é abalroado por uma camioneta. Passa assim o resto do filme numa cama de hospital, numa espécie de coma, todo destruído, enquanto os melhores amigos vão de férias. Algo que faz todo o sentido, atenção. Eu se tivesse um amigo no Jean Dujardin, também c@g@v@ bem para ele.

Péssimos amigos à parte, Les Petits Mouchoirs tem bons momentos, é divertido, e tem uma banda sonora impecável. Gostei de ver a versão francesa do The Big Chill.

quinta-feira, maio 03, 2012

The Song of Lunch

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Mesmo sendo bem mais curto, merece na mesma referência.

Um almoço é marcado entre ex-amantes, quinze anos depois de se verem pela última vez. Ela casada. Ele ainda a pensar no que podia ter sido. So, the human paradox. The same and changed. All that he remembers, vivid in the differences. Desde Love Actually que queria ver os dois juntos outra vez. Para além de serem dois óptimos actores, acho que fazem um casal interessante, com uma forte empatia. Ajuda que saibam responder um ao outro. E aqui dá-se o mesmo. Conseguem fazer passar muito bem a cumplicidade e os truques de saber lidar um com o outro, mesmo depois de tanto tempo. Mais ela que ele, é certo. (Não é sempre assim?) Ajudará que ela tenha seguido em frente. Que tenha a sua vida resolvida. Que tenha o seu passado resolvido. Ela está ali para ver um velho amigo, que foi também seu amante. Ele está ali porque finalmente teve coragem para a convidar. Levou-a para um restaurante que frequentavam, na esperança que o local reavivasse velhos sentimentos. Os mesmos que ainda o perseguem. O restaurante falha. O álcool não ajuda, por muito que lhe dê alívio rápido e uma falsa sensação de coragem. Não ia correr como ele queria. Nunca poderia correr como ele queria. Tinha que tentar, mesmo assim. O que eu gostava era de saber o que ia na cabeça dela e não só na dele. Que ela também narasse o encontro. Talvez ajudasse a perceber as mulheres. O que vai na cabeça de um homem será sempre fácil de descortinar.

quarta-feira, maio 02, 2012

The Bonfire of the Vanities

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Já comecei a ver este filme tanta e tanta vez. Tanto do início como algures a meio. Só que nunca o vi do princípio ao fim. Queria pelo menos uma vez na vida fazê-lo, já que o apanhei tanta vez em vários canais televisivos.

Não há muito a registar. Em boa verdade já conhecia maior parte do filme. Faltavam-me segundos, talvez. De frisar daqui apenas que terá sido com este filme que a Melanie Griffith começou a irritar-me profundamente. Que acho ridículo a postura, para além do discurso final do Morgan Freeman, actor que aqui ainda não existia, para mim. Só passou a existir mais tarde, com a redenção. E que a gorda furada do The Practice, antes de ser a gorda furada do The Practice, era uma gorda não furada que mandou vir mais alto que as outras pessoas que mandavam vir na cena final, de «condenação» do personagem do Tom Hanks. Como é que a reconheci? Dá sempre para reconhecer uma gorda histérica a mandar vir, no meio da confusão.