sexta-feira, maio 31, 2019

Ocean's Eight


Certo dia disse à minha senhora que pretendia ver o filme. Fez-me guardá-lo para ver com ela, seja lá por que motivo for. Cá estamos nós a ver... e pouco aprendemos.

Tenho grande apreço por maior parte das actrizes deste filme. Tenho gosto em ver algo em que estejam juntas. Preferia que fosse algo original, e não uma espécie de cópia do Ocean's original. Este Oito não trouxe rigorosamente nada de novo. Os truques ou eram simples, ou eram mais do mesmo, de tudo o que já vimos antes. Simplesmente o assalto não é espectacular, algo que dá jeito acontecer neste franchise.

Muito se guinchou que as mulheres não teriam estaleca suficiente para carregar um filme destes, como os homens fizeram. Não tem nada a ver com isso. Ocean's Eight não deslumbra porque o guião não está à altura. Ponto final, parágrafo.

Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald


Nova pausa nos filmes de 2017. Estou noutro país e acompanhado. As regras mudam.

Podia mentir e dizer que fui forçado a ver a sequela, já que a minha senhora é fã do palerma das cicatriz na testa e dos seus amiguinhos. A verdade é que gostei do primeiro e até fui eu a fazer alguma pressão para ver o filme. Problema é que estão a tentar fazer um franchise de raiz. Estas histórias não existem e a premissa geral para a sequência de acontecimentos está colada a cuspo. Se no primeiro fazia sentido ter no personagem principal um tipo peculiar, que gosta e protege criaturas que todos temiam, para a sequela a questão dos animais não tem nada a ver. Simplesmente estamos a descobrir como aconteceram algumas coisas mencionadas nos livros originais, nomeadamente estes crimes e algumas das aventuras que tornaram Dumbledore famoso. Embora aqui ele mal apareça. Se era para isto chamam aos filmes «Histórias sem o Potter» e depois davam os subtítulos de Beasts ou Grindelwald.

Depois... o personagem principal não quer saber nada disto de salvar o mundo. Sim, está a ser forçado pelo Dumbledore, mas esse gancho é tão ténue. Ele quer saber dos animais e da outra aurora pelo qual desenvolveu uma panca. Não é um mágico por aí além. Não é auror. Simplesmente gosta de animais. Estão a tentar tornar um tipo que trabalha no zoo num agente especial. Se era para isso iam buscar o Matt Damon das compras absurdas.

Divertido, cheio de fantasia, mas com uma história muito frágil. Mais ainda, agora que daria jeito substituir Depp, que anda envolto em demasiadas polémicas e nada de bom fará pelo filme.

terça-feira, maio 28, 2019

Columbus


Columbus parece ser uma terra que tem muito de qualidade arquitectónica e meth. Se isto não é suficiente para fazer um filme, não sei o que seja.

Cho viaja para a dita terra porque o pai teve de ser levado para o hospital, de emergência. O pai visitava Columbus para dar uma palestra, na condição de especialista em arquitectura. Infelizmente não é sobre meth, não. Cho conhece Richardson, que mostra-lhe os encantos de Columbus. Mais uma vez, apenas 50% do que tem interesse na terra. Apenas a metade legal.

Columbus tem alguns planos particularmente bonitos, embora tenha sido perigoso ver o filme num avião. A certa altura houve todo um plano do traseiro do homem, que descontraidamente tomava um duche. Caso tenha sido a única vez que os meus companheiros de viagem tenham olhado para o meu ecrã... Bem, por momentos terei sido uma pessoa bem mais interessante do que sou, em boa verdade.

O filme tem ainda uns bons diálogos, dos quais destaco um tido entre Richardson e um dos muitos irmãos Culkin, sobre deficiência de atenção/interesse sobre certos assuntos.

Valeu pelo diálogo e o rabiosque do Harold.

segunda-feira, maio 27, 2019

Person to Person


Ora cá está um filme necessário, pois creio que todos queríamos ver a possibilidade duma relação entre Michael Cera e Abbi Jacobson.

Foi uma desilusão, no fim. Cera pareceu-me nervoso e a tentar demasiado. Embora seja importante partilhar interesses com um(a) parceiro(a), meter heavy metal no carro, logo no início, talvez não seja a melhor opção. Ainda para mais tão alto (embora seja música que está sempre demasiado alta) e com a desculpa que «gosto de ouvir no carro porque mete-me no estado emocional certo». Cera, isso é suficiente para meter uma moça logo a fugir! Não que a Abbi se tenha portado muito melhor. A sua dificuldade em dedicar-se ao trabalho, à missão, provou que talvez não tenha ainda a maturidade necessária para entrar numa relação tão profunda como seria a com Cera. Como sempre, creio que é uma questão de timing. Ainda não estavam prontos um para o outro. Ainda não estavam prontos para dar o salto.

Person to Person não é só sobre estes dois e não é sobre uma suposta relação. Achei piada vê-los juntos. PtP é um conjunto de histórias de pessoas diferentes, tendo como ponto comum Nova Iorque. Cidade essa que, para muita gente, é um filme só por si, aparentemente.

Landline


Ah, voltar aos inocentes anos 90. Uma altura em que não passávamos o tempo todo a olhar para ecrãs, em que Nova Iorque ainda não era o sonho de toda a gente e que seria possível andar na rua numa noite de Halloween. Que período romântico.

Landline é sobre uma família nova iorquina. O pai é um tipo simples e que tenta ser divertido, o bom da fita para as suas duas filhas. A mãe tenta ser mãe e mulher com carreira, ao mesmo tempo. A filha mais velha está noiva e tem dúvidas sobre se quer ou não casar com o totó, o que faz com que vá para a cama com uma antiga paixoneta da universidade. A filha mais nova experimenta heroína, diz asneiras a torto e a direito, bebe e fuma, e descobre que o pai está a trair a mãe. Mas é boa rapariga, atenção. Tudo enredos simples e bem dispostos, numa altura em que não era possível saber onde toda a gente estava a toda a hora e em que pessoas ligavam de telefones públicos para ouvir as mensagens em atendedores de chamada.

Quão inocente sou eu? Sou inocente ao ponto de ter vivido os anos 90 e, mesmo assim, achar que o pai não estava a trair a mãe. A filha mais nova descobre umas cartas de amor numa diskette, por acidente. E eu pensava que era tudo para o passatempo dele, que andava a escrever (mal) uma peça de teatro. Nunca vimos o homem a fazer nada de mais, e eu convencido que as filhas (a mais nova diz à mais velha) estavam só a confundir tudo. Claro que Landline tinha de ser uma história pessoal de divórcio nos anos 90, aquele período onde tal coisa ainda era pesada e difícil de lidar. Hoje em dia parece tão banal e comum quanto encomendar comida em casa.

Por falar nisso, talvez use o telefone fixo para encomendar umas pizas hoje. Nah! Nem sei se esse velho bicho ainda está ligado. Vamos lá mas é usar o belo do Uber Eats.

domingo, maio 26, 2019

Free Fire


Comecei a ver há algum tempo, numa daquelas fases em que não apetecia ver nada. Fechei a janela antes de chegar ao ponto em que tinha de tomar uma decisão. Ficou como último dos de 2016, o que implicava que era agora ou nunca. Acabei por achar divertido, mas apenas porque é completamente desprovido de sentido.

Duas facções encontram-se num armazém abandonado, para fazer um negócio de armas. A coisa corre mal e começam aos tiros. Dura hora e meia. Idiotas aos tiros uns aos outros. Não contínuo. Há pausas. Eventualmente alguns acertam noutros e começam a ser menos. Pessoas e tiros. A coisas desenvolve ao ponto de haver ressentimentos pessoais. Acontecem duelos absurdos. Malta já sem discernimento a achar que se matar um gajo específico, pode ser que se safe. Ou então é mesmo só uma última missão.

Há algum entretenimento no meio de tanta parvoíce, tenho de admitir. Ajuda que haja gente conhecida, com algum talento. Mas, no fundo, é mesmo só muito tolo.

Adeus 2016. Espero que 2017 seja um pouco mais frutífero.

domingo, maio 19, 2019

Collateral Beauty


Estava mentalizado que o filme não poderia durar mais de vinte minutos. Passado esse tempo estaria farto e seria mais um na pilha de «desistências», porque o tempo é curto para se estar a ver determinadas coisas.

Só que foi aparecendo um bom actor. E depois outro. E mais um. Aparecem outros que não que se conhece, mas aos quais reconhece-se talento. Lá fui ficando mais uns minutos. Até chegar ao ponto em que, já agora, chega-se ao fim. Queria ver o desenrolar, embora tenha sido bastante óbvio, a partir de certa altura.

Acima de tudo estava a gostar da premissa. Esta acabou por ser adulterada, mas gostei mesmo da ideia dum grupo de amigos, para além de parceiros de negócio, contratarem actores para ajudar um amigo/parceiro a lidar com a morte da sua criança. Era um gesto perigoso, mas bem intencionado, como se provou mais à frente. Por muito que o motivo inicial tenha sido tudo menos altruísta.

Ajudou ter um bom elenco, naturalmente.

Tirando a Keira, entenda-se.

sábado, maio 18, 2019

Live by Night


Antes de ver Live by Night ainda tentei ver o I, Daniel Blake, que entra muita lista de melhores filmes de 2016. Não consegui terminar. Não está a ser-me fácil fechar o ano, aliás.

Live by Night terminei-o por teimosia. Por respeito ao Affleck (enquanto realizador, mais que tudo, entenda-se). Para tentar perceber onde queria ir parar com isto. Porque não é fácil perceber. Por um lado temos no início uma perseguição de carros - carros dos anos 20, entenda-se - com mecânicas de filmagem à la «Fast & Furious». A sério, houve planos fechados à maneta das mudanças. Depois temos o Affleck talvez demasiado inchado, por causa do trabalho físico que fez para o Batman, a vestir os fatos mais pavorosos de sempre, muito largos. Se há coisa «fixe» da mística dos gangsters dos anos 20, é que eles tinham pinta. Affleck está tão longe de ter pinta, como a Terra está da Lua. Foi no departamento de indumentária que o estúdio poupou dinheiro?

Live by Night é o filme mau de Affleck, enquanto realizador. Vamos não falar da lista enquanto actor. Vá, ninguém tem tempo para isso. E mais do que ser o seu pior filme realizado, é ainda um senhor buraco financeiro. Está na ordem de só ter rendido pouco mais de 10% do orçamento, que não foi pequenito.

Melhores dias virão, Ben. Não desistas, homem. 

terça-feira, maio 14, 2019

A Monster Calls


Estive um tempinho para voltar aqui. Semanas ocupadas. E voltar hoje também não foi fácil. Meti na cabeça que tenho de ver os filmes consoante o ano de lançamento. É tão boa forma de escolher o que ver como qualquer outra. Agora estou em 2016. Já estou há alguns filmes, em boa verdade (tirando os Avengers).

Hoje comecei quatro filmes desse ano. Não tive vontade de os continuar. Se estavam aqui desde essa altura, por algum motivo (entre outros menos controláveis) era.

A Monster Calls é bonito e inteligente. Peca apenas pelo casting. Weaver faz um belo papel, muito emocional, mas se há coisa que a mulher não é é inglesa ou uma avó com uma casa cheia de bibelôs. Não foi fácil venderem essa parte. Basta conhecer minimamente a carreira da mulher. Também não consegui apreciar as capacidades representativas do rapazito. Já pelo que estava a passar...

Connor refugia-se num mundo de fantasia para poder lidar com ver a mãe morrer. Claro que afectou-me e ligou-me mais à história. Não interagi com árvores gigantes, mas percebo a raiva, a frustração e mais uma data de emoções pelo qual passou o rapaz. Ele e a avó. Embora seja o primeiro a admitir que estive longe de conseguir lidar tão bem como eles, não parti nenhuma mobília de sala. Mas vontade não faltou.