domingo, julho 29, 2012

The Raven

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Noite longa. Dia pesado. Cardápio de palavras curto. Filme seca. Poe tinha guaxinim como animal de estimação. Alice Eve gira.

sábado, julho 28, 2012

Wild Bill

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Estar sentado à mesa com uma prostituta, uma mãe adolescente, um rapaz adolescente que trabalha nas obras e um rapaz pré-adolescente que não vai à escola para poder traficar droga, poderá assustar maior parte das pessoas. Já ao Bill não. Esse está nas sete quintas, depois de ter feito uns quantos anos na prisão. Uma coisa é certa, Bill não quer voltar para lá. Os seus planos passavam por ir para norte, trabalhar nas plataformas petrolíferas. O problema é que quando chegou a casa deparou-se com os dois filhos que mal conhece, que não o conhecem a ele, a viverem sozinhos. A mãe foi para Espanha com o namorado. Os planos alteram-se ligeiramente. Bill vê-se forçado a ter que tomar conta dos filhos (ao que este mundo chega), mas acaba por gostar... mesmo tendo que arriar porrada sozinho num gangue local, para safar o mais novo. Compreendo a posição. Acaba por ser melhor que andar cheio de medo de ser violado na prisão. Mas só um bocadinho melhor.

sexta-feira, julho 27, 2012

Happy Accidents

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Assim se explica este estranho apelo que às vezes o Vincent D'Onofrio aparenta ter. É que a primeira vez que o vi foi no Men in Black. Desde então vi coisas anteriores onde interpretava um interesse romântico, ou simplesmente se safava com uma miúda claramente mais gira que ele. Como até é o caso neste Happy Accidents. Qual é a razão deste apelo? Qual é o seu «gancho»? Vem do futuro. Faz sentido. Ele é meio maluquinho. Vir duma realidade diferente, do futuro, explica essa maluquice. E tem um certo encanto, tenho que admitir. Para além deste encanto, Marisa Tomei gosta ainda de gente desiquilibrada, por homens com problemas que possa tentar ajudar a resolver... até que se farta e manda-os bugiar. D'Onofrio é mais um, embora este tenha um problema original. Ela fica dividida entre acreditar e não acreditar nele. E o espectador também, já que a história está bem construída, com pormenores a fazerem-nos crer ambas as possibilidades. Em vários momentos é só maluco. Em muitos outros vem do futuro. Essa parte foi gira, ficar na dúvida mesmo até ao final.

quarta-feira, julho 25, 2012

Big Trouble in Little China

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It's all on the reflexes.

Seguindo o registo fixe do final de dia, decidi ver um clássico da minha infância. E não há que enganar. Jack Burton nas Garras do Mandarim tem tudo o que uma criança (e um adulto com uma criança muito influente dentro de si) pode querer. Acção, aventura, comédia, montros totós, magia, maus (óptimos) efeitos especiais, mulheres com olhos verdes... e bocas. Ainda para mais, bocas vindas do ponto máximo que é a masculinidade nesta década de 80, o incomparável Kurt Russell. Não sou, nem de perto nem de longe, fã de Carpenter, mas JBnGdM é um dos meus filmes preferidos de sempre. Mesmo hoje em dia.

Que coisa maravilhosa.

terça-feira, julho 24, 2012

Bullitt

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Que raio de pessoa seria eu... Aliás, que raio de pessoa que vê filmes seria eu, se não visse um filme com o Steve McQueen? Percebo e não percebo a mística deste personagem. Para já, ele só tem uma expressão. Por isso, chamar-lhe actor estará no limite do razoável. Contudo, o Clint fez isto durante todo o seu tempo enquanto «actor», por isso dou-lhe o desconto. É magro como tudo. Tem um ar sério, mas não diria durão. Dou-lhe um ponto forte a favor enquanto «herói de acção»: parece ser ele a fazer maior parte das cenas, mesmo as mais perigosas. É algo que já quase não se vê.

Bullitt teve alguém sobre a sua protecção ser assassinado. Este polícia de San-Fran, que terá mais poder nesta cidade que o presidente em todo o país, não se deixa ficar e não vai desistir até apanhar o culpado. Segue-se uma perseguição automóvel em muito bom registo, com aquele toque especial dos saltinhos nas várias «lombas» da cidade. Depois ainda persegue uma pessoa num aeroporto durante algum tempo. Isto tudo para dizer que o homem é incansável e não desiste. Ajuda ter poucas falas, que assim sempre poupa no fôlego, não é?

segunda-feira, julho 23, 2012

Ted

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Ted não é o que esperava. Eu, como toda a gente que conhece o resto do «trabalho» de Seth MacFarlane, esperava a coisa mais brejeira possível... com um ursinho de peluche. Não é? Estou enganado? Porque também é o que nos vendem. Vemos o urso num urinol. Vemo-lo a beber cerveja. Este póster a anunciar que vai chegar e partir tudo (segunda parte sub-entendida, entenda-se). E isto são só as imagens. Mesmo os trailers é o que vendem. É o que se espera de MacFarlane. Para isso criou e desenvolveu a sua carreira. Para poder dizer f0d@-s€ sempre que quiser. (Note-se muito rancor invejoso nesta última frase.) E atenção que não é uma crítica. De todo. É só que o filme é muito mais fantasia que brejeirice. A discussão entre a minha excursão que pagou para ver o MacFarlane dizer f0d@-s€, no final do filme, era que qualquer miúdo podia ver isto. Até se calhar faz mais sentido um miúdo miúdo ver Ted, do que os miúdos graúdos que se partem a rir com uma família que tem um bebé muito confuso e confundido sexualmente. E não me venham com as lérias de miúdos não terem idade para ver estas coisas. Eu via com 14 anos. Mesmo com 7 ou 8 via na boa. Tem umas mamas e umas asneiras. Por favor. Não saí traumatizado por ter visto mamas e asneiras algures na infância e boa parte da adolescência. Aliás, trauma sim foi ter visto tão poucas mamas na realidade, algures na infância e em boa parte da adolescência... e nos restantes anos... até hoje. A minha teoria é que MacFarlane decidiu cumprir alguns sonhos de miúdo. Pôde brincar com coisas da sua infância. E pôde conhecer um ícon da seu (nosso) imaginário e brincar com isso. (E aqui, correndo o risco de repetir-me, deve notar-me novamente muito rancor invejoso.) No final do filme, mais do que querer relembrar as cenas que mais nos fizeram rir, queremos é trazer um Ted só nosso para casa.

Queria ainda mencionar mais uma coisa, embora pretendesse ter acabado o post na frase anterior. A cena fixe de ver este tipo de filmes feitos por geeks, para geeks, é que eles tratam logo das questões que acabamos sempre por levantar durante um filme... porque somos geeks. Durante Ted é muito engraçado ter MacFarlane a chamar a atenção para aqueles pormenores de m€rd@ em que eu, enquanto geek, reparo. Estava eu a pensar como é que o urso consegue ter sexo e ele manda uma boca em relação a isso. Estou eu a achar a voz do urso demasiado parecida ao Peter Griffin, ou ao Brian, ou ao Stewie/Roger/etc., e ele goza com essa porcaria. Acima de tudo está a antecipar as críticas e a tirar poder aos idiotas que não têm mais nada para fazer na vida do que mandar vir na Internet, claro. Só que não consegui deixar de sentir alguma empatia para com ele, para com este tipo de equipa de produção. Também muito porque sou rancoroso e invejoso em relação a estas pessoas, óbvio.

domingo, julho 22, 2012

American Reunion

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Finch's mom!

Passaram treze anos desde que vi o trailer do primeiro no cinema? A sério? Pelo meio fizeram ainda uns quantos, mas treze anos? Lamento muito para as pessoas que ficam tristes com isto, mas o que é certo é que o primeiro marca uma época e uma geração. Mais que não seja, deram-nos o maravilhoso termo MILF, que facilita a vida a muita gente nas pesquisas de Internet. Ainda por cima fez uma data de gente da minha idade (mais ou menos) ricos, na altura. O American Pie foi o nosso Porky's (acho que já disse isto bem mais que uma vez). É verdade que estão a esticar o franchise, mas esta sequela ainda teve momentos que deixaram-me quase no chão a rir. Este pessoal é divertido. E não tenho vergonha nenhuma em assumi-lo, se bem que o Stifler ser bué amiguinho faz-me alguma espécie.

The Lorax

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Acho que já não tenho idade para este tipo de lições de moral. São boas para os miúdos, tudo bem, só que... Não sei, já levei com demasiadas, suponho. Aqui o Lorax é um bicho protector da floresta, dos seus animaizinhos e das árvores que parecem algodão doce. De quem protege a floresta? Dum rapazito inocente que só quer fazer a sua marca neste mundo, tentando vender a próxima grande cena, nem que implique deitar as árvores todas abaixo. Cá está, é uma moral contra o capitalismos e consumo em massa, bla bla bla. Pior do que tudo é o facto de que fartam-se de cantar e rimar. Não, nem lições de moral, nem rimas. Como dizia o outro: já não há cu.

To Kill a Mockingbird

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Ah, então é assim que se mata um pássaro que... errrr... goza com... cenas.

O registo de filmes antigos é sempre diferente. Confesso que não tenho percepção se funciona melhor que na actualidade. Admito que senti falta dum gancho usado seeeeeempre. O personagem principal tinha que ter um interesse romântico. Interessava para a história? Nada. Mas se fosse feito hoje em dia, uma vizinha ou mesmo a empregada teriam que marchar. Um advogado popular e correcto, viúvo ainda por cima, sem uma donzela que cortejar? Que ultraje. A acção principal é o tribunal. E essa cena está qualquer coisa de intenso. Tudo o resto foi um pouco paralelo demais para o meu gosto, culminando no choque que foi reconhecer o Robert Duvall muito novo, sem ter sequer uma fala digna de registo. Será que esta gente não sabe quem é?

sábado, julho 21, 2012

The Revenant

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Um bom rapaz tenta fazer o correcto no meio do Afganistão. Resultado prático: é morto. Em casa choram a perda. A namorada só chora. O melhor amigo está desconsolado. A família não sabe o que fazer. Entre o corpo chegar ao país e ser quase enterrado, passam-se três semanas. É o tempo suficiente para o rapaz voltar à vida... ou uma espécie dela. Não é um vampiro, embora tenha que beber sangue e durma durante o dia. Não é um zombie, pois consegue pensar e tem controlo sobre as suas acções, para além de que não come carne humana ou cérebros. É um revenant. E agora, em parceria com o seu amigo, anda por LA a acabar com o crime, também para manter-se «vivo».

Exotica

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Há muito tempo atrás... Há umas quantas vidas atrás, talvez seja mais correcto. Um caro amigo trouxe-me uma cassete (sim, formato VHS) dum filme que não se encontrava em Portugal. Para quem não se lembra, as cassetes oficiais tinham trailers no início, muito como as que se alugavam. Acredito que aconteça o mesmo com os DVD que se alugam, hoje em dia. Não sei, já não o faço há algum tempo. Nessa dita cassete vinha um trailer do Exotica. Como era miúdo a crescer, a tornar-me gente, tinha aquele desejo de ser rapidamente adulto. Logo, tinha a mania de ver qualquer filme com um ar mais maduro, por mais pretensioso que pudesse parecer. Em boa verdade, ter moças a fazer «danças exóticas» ajudou. O que é certo é que Exotica ficou-me na cabeça durante bastante tempo, apesar de não o ter visto na altura. Tinha-o para ver há muito. Essa coisa de querer ser adulto já passou. Agora o desejo será mais tentar manter-me miúdo. Daí que imaginava já não ter idade para devaneios de Atom Egoyan. Daí as reservas. Ao início parecia-me que os receios eram substanciados. A coisa parecia não querer levar a lado nenhum. Mas o final. Os últimos 20 minutos. Muito bom. Excelente desenlace para todas as pontas soltas e um óptimo arrumar da casa. Afinal eu não era um miúdo assim tão estúpido.

2 Days in New York

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Julie Delpy revisita o universo criado em 2 Days in Paris, que afinal é mais próximo da realidade do que pensava, já que o actor que faz de pai da personagem é o pai de Delpy. Regressa toda a gente para esta «sequela». E por «toda a gente» quero dizer a irmã e o pai. Apenas a mãe não aparece, muito pelo facto de estar morta neste ponto da narrativa. Delpy está numa etapa mais à frente na sua vida, agora a viver com Chris Rock (combinação estranha) e com os seus dois filhos de casamentos anteriores. Ele tem uma miúda, ela tem um miúdo. Os franceses invadem Nova Iorque muito ao estilo do Jean Reno naquele filme em que viaja no tempo, voltando tudo a bater naquelas teclas estranhas de como este povo é visto pelos americanos. Estranhos, efusivos e que tentam trazer enchidos para dentro do país à socapa. Acho que gosto mais destes dois dias, também muito porque não me irrita tanto o Rock como às vezes irrita-me o Goldberg. O que é certo é que nenhum dos dois fala francês, o que parece ser uma constante da personagem de Delpy em relacionamentos. Ou será só mais um clichê de que os americanos não sabem falar francês?

sexta-feira, julho 20, 2012

Why Stop Now

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A caminho dum ensaio de piano que permitirá a Jesse Eisenberg entrar numa prestigiada academia de música... acontecem algumas coisas. Eisenberg tem que arrumar um pouco a casa, digamos assim. Tem que tomar conta da irmã, ou arranjar alguém que tome conta dela. Tem que dizer o que sente à amiga gira com quem tem demasiadas conversas totós, só para estarem mais um bocado. Tem de festejar e tentar ser um adolescente normal. E tem que meter a mãe numa clínica de reabilitação. Só que a mãe já não consome há algum tempo e só a aceitam se tiver drogas na urina. Ok, vamos lá acrescentar mais umas tarefas à lista. Tem que comprar droga para a mãe, só que o dealer não tem droga. Tem que servir de tradutor para o dealer comprar a um dealer maior. Tem que deixar o dealer maior dançar com a mãe. E tem que andar pela cidade numa carripana que custa a arrancar.

Também já tive dias destes.

terça-feira, julho 17, 2012

Lockout

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Quem me conhece saberá do meu ódio de estimação pelo Guy Pearce. Porque vejo então filmes com ele? Porque vejo eu filmes com palermas de quem não gosto? Porque estes palermas enganaram muito boa gente para chegar onde chegaram. E às custas disso acabam por trabalhar com outras pessoas de quem já gosto. Neste caso é Luc Besson, que já não realiza quase nada, hoje em dia, mas que continua com uma produtora completamente virada para filmes de acção, alguns bandeirosos. E isso agrada-me.

Lockout é passado numa prisão. Por acidente e idiotice humana (o costume), uma data de meliantes conseguem «libertar-se das amarras» no exacto momento em que a filha do presidente dos EUA está de visita. Os prisioneiros até podem não saber que é ela, mas não deixa de ser uma miúda gira numa prisão. Pearce está preso também, embora não ali. Graças a alguns (muitos, entenda-se) interesses, Pearce é o escolhido para resgatar a moça antes que a matem, antes que matem os reféns todos (se for conveniente, já que não é uma prioridade), antes que a prisão se despenhe na costa este americana.

Ah sim, esquecia-me de referir. A prisão é no espaço.

domingo, julho 15, 2012

Naked Gun 33 1/3: The Final Insult

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Chegamos ao fim desta maravilhosa saga com um feliz reencontro com Anna Nicole Smith, antes dela ter ficado louca e horrível... e morta. Fica apenas a noita que o Leslie Nielsen era incrível neste tipo de comédia, mesmo que tenha feito umas coisas horríveis (e semelhantes) nos seus últimos anos de carreira e mesmo que não conheça praticamente mais nada do que tenha feito antes. E estes filmes são giros. Ontem, hoje e acredito que amanhã. Contudo, tenho dúvidas se será assim com gerações futuras. Serão estes os filmes que os nossos filhos (vossos, entenda-se) vão achar ridículos, apesar de nós adorarmos. É uma questão geracional. Em certo ponto das nossas vidas, todos nós odiámos algo que os nossos pais adoram. Todos nós tivemos que passar por esse rito de passagem. Gostaria de acreditar que as gerações futuras vão ter nojo dos reality shows. Gostaria mesmo muito de acreditar nisto... apesar de saber a verdade: o mais provável é acharem os Naked Gun maus.

não é suposto ficar deprimido depois de ver comédias

The Naked Gun 2½: The Smell of Fear

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Não consigo deixar de sentir-me privilegiado por poder ver não só um nem dois, mas três filmes com o O.J. Simpson e a Priscilla Presley. Sabendo o que sabemos hoje, alguma vez conseguiríamos achar tal possível?

Mas ainda falta um!

The Naked Gun: From the Files of Police Squad!

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Logo após ter (re)visto o Police Squad!, há pouco mais de um ano, fiquei logo com o bichinho de ver os Naked Gun. Cheira-me que vai ser um domingo bem agradável.

sábado, julho 14, 2012

Being Flynn

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Robert De Niro é um grande escritor. Só é pena conduzir um táxi, ter estado na prisão, ser racista, xenófobo e ter abandonado a mulher e um filho pequeno há anos. Paul Dano é um grande escritor. Só é pena ter sido abandonado pelo pai quando era pequeno, a mãe ter-se suicidado depois de ler algo que o filho escreveu, não ter emprego e ter acabado uma relação há pouco tempo.

Quer dizer, se calhar até nem é bem pena. São tragédias da vida, é um facto, mas são óptimas experiênccias na qual basear a escrita. A questão é que o primeiro não tem talento e o segundo sim. O problema é que o primeiro continua a escrever e o segundo não. Até que o primeiro perde tudo e começa a viver na rua, e o segundo começa a trabalhar com os sem abrigo. Dano não conhecia o pai que esteve ausente durante 18 anos, até que este aparece-lhe à frente à procura dum sítio para dormir.

sexta-feira, julho 13, 2012

Hunky Dory

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No final parece que insinuam que é um filme baseado em factos verídicos... o que não seria bom, já que ia gozar precisamente com a surrealidade do desenrolar da narrativa. Fizeram aquela coisa de «onde é que eles estão agora», o que baralhou-me. Aquela cena quando o filme é no passado e então nos créditos metem uma musiqueta, uma foto de cada personagem e contam o seu percurso até ao «presente». Já não via isto há algum tempo. Daí ficar com a impressão da veracidade desta história.

É que... Bem, comecemos no início (faz sentido). Uma jovem revolucionária (vulgo «hippie») volta à terrinha para ser coordenadora do espectáculo de fim de ano do secundário local. Naquele ano, no seu primeiro, decide fazer uma versão de Shakespeare com as músicas da berra da altura. Bowies e afins. Um projecto simples, vá. Tudo e todos estão contra ela. Não numa onda Footloose, implicando que a música é um instrumento do démo, não. Mais porque os miúdos são uns malandros e porque nada do que ela está a tentar fazer e ensinar faz sentido, muito porque simplesmente ameaça o estilo de ensino formatado no (pequeno) cérebro daquela gente. Contra várias adversidades comuns na realidade de secundário (actor e actriz principal namoram, mas depois chateiam-se / um dos miúdos é punk e os outros metem-se com ele / a banda da música de apoio prefere ensaiar para os seus próprios espectáculos, para além de que um deles anda enrolado com a irmã de outro, sem ninguém saber / o reitor tem que ser subornado com um papel na peça / etc / etc / etc), a peça parece que vai avançar. Até que alguém queima a escola. E aí, sem preparação nenhuma, sem tempo para ensaiar, a peça é trasladada para o exterior, onde tudo corre às mil maravilhas e nenhum miúdo duma pequena povoação algures no interior de Inglaterra desafina. Perfeito, como só uma versão cinematográfica britânica do Glee poderia ser.

quarta-feira, julho 11, 2012

Margaret

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«It's basically, like, the world's greatest activity, but it's not actually worth getting nervous about.», diz o jovem adolescente sobre sexo, pouco antes de tirar a virgindade a Anna Paquin, algo que a moça ligou a pedir para ele fazer. Refira-se ainda que a «actividade» durou cerca de 30 segundos... como é normal em jovens nestas situações.

Ao início é esse o pensamento: «adolescente irritante». É o que penso da personagem de Paquin, uma miúda pedante e riquinha de Nova-Iorque, cuja principal preocupação é comprar um chapéu de caubói para usar quando for cavalgar com o pai, durante o Verão. Enquanto as idiotices inerentes a uma adolescente irritante decorriam, vi-me na necessidade de confirmar a idade de Paquin. Porque embora O Piano já lhe tenha valido um Óscar há cerca de 20 anos (número aleatório gerado pelo meu cérebro, mas que não estará longe da verdade), o que é certo é que a miúda continua a fazer papéis de adolescente. Nasceu em 82. Consideremo-la apenas pós-adolescente, vá. O pensamento seguinte foi de desistir do filme, porque tenho pouca tolerância para adolescentes irritantes, como aliás terei pouca tolerância para levar murros no estômago, por exemplo. Continuando a pesquisa, descubro que Margaret é realizado por um gajo que fez um filme que gostei muito. Uma nova hipótese é ganha que, minutos depois, torna-se merecida. Paquin revela compaixão que não esperava numa adolescente irritante. Por culpa dela e dum palerma condutor de autocarro, uma mulher é atropelada. Paquin corre para a vítima e tenta confortá-la e até mesmo salvá-la, com o devido desconto que não tem qualquer tipo de habilitações para o fazer. Segura-lhe na mão, fala com ela, não se deixa assustar pelo sangue que a vítima já espalhou pela sua roupa, pela sua cara, por todo o lado. Fez bem mais do que esperaria vindo duma adolescente irritante numa situação destas. E depois passa o resto do filme (que ainda é longo, atenção), a ser só irritante.

Margaret tem bons momentos. E por muito irritante que seja, Paquin faz um papel (demasiado) verdadeiro. Há muitas e boas discussões, embora algumas demasiado ponderadas para serem credíveis. Que se consiga argumentar tudo bem, mas que se mantenha a calma em alguns momentos apresentados já acharei exagero. Existirão pessoas assim no mundo, disso não tenho dúvidos. Não têm é a minha confiança, pois acho-as estranhas, a roçar o autómato.

segunda-feira, julho 09, 2012

The Amazing Spider-Man

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Focar-me-ei no positivo. Tentarei, pelo menos.

O Lizard está tremendo. Está muito fiel ao que conheço da BD. Vê-se que, enquanto humano, é bom. Tenta ser bom. As drogas é que dão cabo dele. Criam-lhe uma nova persona. Fazem-no mais obcecado, mais frio. Gostei do actor, do personagem enquanto homem e ainda do monstro... embora passasse bem sem que falasse.

(Positivo. Concentrar-me no positivo.)

A Gwen Stacy está fixe. Não estará igual ao que era originalmente, antes de morrer na BD. Também não está igual a versões mais recentes, mais modernas. Tem um pouco de todas, vá. E ajuda muito ter a Emma Stone como intérprete. Embora aqui a minha opinião seja tendenciosa, já que sou loucamente apaixonado pela Emma Stone. Não está muito «donzela em perigo», o que irritar-me-ia.

O tenente Stacy está bem contruído. O desenrolar do personagem e da sua relação com o Parker/Spider-Man é apressado mas compreende-se, dadas as limitações de tempo de um filme. O Denis Leary está perfeito no papel e é sempre um prazer vê-lo em cena... embora esteja cada vez mais plástico.

(Raios, lá voltei a coisas negativas. Ah não, espera, esta pode ser. Não tem nada a ver com o filme.)

Em relação à versão mais recente do Spider-Man, melhoraram vários aspectos. Os personagens não são tão irritantes. Os diálogos não dão a volta ao estômago. Não apetece espancar o Peter Parker até à morte. Os actores neste estão a léguas de distância de melhor. Bocas são mandadas (não muitas, mas algumas). A acção está simpática. Os efeitos especiais não ficam nada a dever. O fato está melhor (na minha opinião). As teias fazem mais sentido. Mas...

Há sempre um «mas». Não quero nem vou focar-me no «mas». Basta saber que existe. The Amazing Spider-Man é divertido de se ver e poderá trazer melhores histórias que a triologia de Raimi. Se bem que não sabia que isto não era da Marvel Studios, o que faz com que não haja sentido na existência deste remake (para todos os efeitos, acho que podemos considerar um remake). Essa terá sido a parte que mais surpreendeu. Bem mais que aquele pedacito de história no meio dos créditos finais.

(Lá estou eu outra vez. Não quero acabar numa nota negativa. Só que é tarde e já não tenho vontade de tentar lembrar-me de mais um pormenor bom. Que direi então? Ah, já sei.)

A Emma Stone é gira.

domingo, julho 08, 2012

The Three Stooges

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Continuando na comédia, saltando para algo mais moderno... apesar de ser baseado em material antigo. Não sou nem nunca fui fã dos Estarolas. Acho que nunca vi o suficiente para ser sequer conhecedor. Sei que é um fenómeno americano. Imagino que muitos actores quisessem participar no filme. Até acho estranho que o maluquinho do Gibson não ande por aqui.

Achei muita piada ver o Larry David vestido de freira. Achei ainda mais piada ver a Kate Upton com um biquíni de freira. Quase que achei piada a ver a Sofia Vergara toda molhada, mas cortaram antes de aparecer. Os actores estarão bem escolhidos e farão justiça aos originais. O filme tem piada? Um bocado. Mas parece-me que este tipo de humor não funcionará hoje em dia. Acredito que por isso esta nova versão não terá feito o sucesso que se esperava.

Hot Shots! Part Deux

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- For a moment there, I thought you were...
- Gabriella Sabatini? I get that all the time. It must be the nose. Ironically, I haven't picked up a racket in years.

Antes de ver o filme, foi a discussão sobre o nome, se seria ou não em francês. Depois de ver o filme, foi toda a gente junta à porta do cinema, tudo a rir e a relembrar as melhores cenas. Traz-me belas recordações, esta sequela. Ainda há coisa que cito, de tempos a tempos. Será que ninguém convence o Sheen a fazer um terceiro?

Hot Shots!

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O cão. dEUS do céu... o cão! Sempre que alguém se sentava, lá aparecia o cão. E a certa altura esquecias-te. Com tanta coisa a acontecer, esquecias-te do cão. Até que alguém se sentava. E o cão voltava. Tão bom.

Não se pode dizer que tenha visto alguma coisa de novo. Vi este filme tanta vez e discuti este filme tanta vez, que era difícil ter-me escapado alguma coisa. O que reparei foi na quantidade de pessoas com quem o Charlie Sheen veio a trabalhar depois. Para além do palerma que fazia parelha com ele no Two and a Half Men, ainda aparece outro gajo com um papel pequeno na série. E depois temos a Kristy Swanson, com quem faz o The Chase, uns anos mais tarde. Nenhuma destas pessoas viria a ter grande sucesso, tirando estes papéis, mas por muito que se fale mal de Sheen, o que é certo é que levou muita gente ao colo, durante anos.

sábado, julho 07, 2012

Hemingway & Gellhorn

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Adoro viver numa sociedade machista. A personagem principal aqui é Gellhorn, interpretada por Kidman. Contudo, que nome aparece primeiro no título? Pois claro. O enredo é à volta da relação dos dois, mas o que é certo é que assim que se separam, ele morre, para todos os efeitos. É ela quem é entrevistada e quem narra o filme... numa voz muito pouco interessante, já agora, Nicole. Tinha que se meter o Ernesto ao barulho, não era? Não fosse ele o nome mais conhecido. Não fosse ele o homem que viveu todos os meus sonhos. (Passo bem sem as guerras, os safáris e os livros, mas poder comprar uma casita e viver na Cuba de outrora... meu dEUS!) Para além desta testosterona toda mundial, gostei de terem enxovalhado o John Dos Passos e de perceber que se a Nicole começar aos berros e perder as estribeiras, o sotaque australiano vem ao de cima. E qual foi a cena de aparecer o gajo dos Metallica e a Parker Posey na contenda? Que casting tão esquisito. Mais - e terminando porque tenho fome -, quem quiser ver o rabiosque ao Clive Owen e os seios (um de cada vez e de lado) da Nicole, é aqui. Façam favor de entrar.

Salmon Fishing in the Yemen

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Por incrível que possa parecer, não tenho qualquer problema com a história dum sheik querer levar uma porrada de salmão para o Yémen. A parte inverosímel não é o salmão no meio do deserto, é mesmo um sheik ter este tipo de interesses. Sim, poderá querer pescar. Sim, poderá ser como todos eles, que quando provam das coisas boas do ocidente, querem levá-las para o médio oriente. Só que isto nem é um interesse pessoal. É uma coisa altruísta. E isso sim, para mim, é a mais pura das ficções. Em todo o caso, como dizia, nem é esta parte que incomoda. Incomoda-me muito mais o romance. A parte romântica que tinha que aparecer na história, só para dar aquele enredo usual e banal de qualquer filme. Porquê? Eles nem fazem sentido juntos. A única coisa em comum é o projecto. Desde quando é suficiente?

Questão de embirrações à parte, Salmon Fishing in the Yemen é giro, apesar do nome estúpido. Ajuda ter actores e personagens simpáticos.

Casa de mi Padre

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Ok, este é um pouco mais fácil. Não muito, que o meu castelhano está enferrujado, mas tentarei o meu melhor. Will Ferrell é totó e gosta de tratar das coisas da quinta. O irmão, Diego Luna, é um pintas, esperto e o preferido. Todos vivem na casa do pai. Quer dizer, o Luna ao início não, mas muda-se para lá com uma noiva popozuda. Só que afinal o filho querido é traficante e quer tomar conta do pedaço, até ali explorado por Gael García Bernal. O traficante no activo mata a família de Ferrell, matando-o a ele também... ou assim se pensava, porque um tigre branco qualquer curte bués do Ferrell e salva-lhe a vida, para que possa matar toda a gente e ficar com a popozuda.

Não sendo tão bom como se queria, Casa de mi Padre não deixa de ter uma data de parvoíces bem giras, em especial as montagens e mais algumas gozações com filmes mal feitos deste estilo. A cena de sexo então é qualquer coisa de incrívelmente erótico. E sim, o filme é mesmo todo em castelhano.

sexta-feira, julho 06, 2012

Cleanskin

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Porque é que coloco-me nesta situação? O filme... epá... estou muita cansado. Vê-se bem. É interessante... mas complexo demais para uma sexta à tarde. Envolve terroristas e cenas desse género. O Sean Bean é rijo como tudo. Imagine-se uma espécie de Jack Bauer britânico, vá. Os muçulmanos terroristas são uns idiotas, é o que posso dizer. Porque um tem uma miúda britânica que é doida por ele e é gira que s'a farta. E que faz ele? Tenta rebentar com cenas e com ele próprio. Como é que se passa duma vida de comer coisas boas, beber copos e pinocar miúdas giras, para querer rebentar cenas? Se bem que não sei quem é mais idiota. Estes palermas ou eu, que meto-me a ver estas coisas e, pior, tento falar sobre elas. Ninguém aprende nada por aqui. Pronto. É isso.

quinta-feira, julho 05, 2012

Bindlestiffs

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Três miúdos idiotas (virgens) são suspensos da escola e decidem ir para a cidade grande fazer das suas. Pode dizer-se que concretizaram os seus objectivos. Um apaixonou-se por uma prostituta, até ter sexo com ela. Outro teve sexo bêbado com uma mendiga. O terceiro fez sexo oral a outro homem em troca de crack. Gostava de poder dizer que houve muito mais que isto. Houve algumas cenas a mais, sim. Houve um ou outro momento digno de registo, só que acho que o meu cérebro começou a bloquear as memórias. Não que o filme seja horrível. Não que o filme seja bom. Vê-se. É um exercício de miúdos com câmaras digitais. Há mérito na realização do feito. Quiseram fazer um filme estúpido. Fizeram um filme estúpido. Parabéns para eles. Acho que o meu cérebro só não quer guardar estas memórias para ter espaço para algo mais substancial. Algo como a nova temporada do Ídolos, não sei.

terça-feira, julho 03, 2012

Somewhere in Time

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Tinha eu acabado de nascer e já andava o Superhomem a fazer das suas, a importunar a Doctor Quinn - Medicine Woman, em mais do que um espaço temporal. É que o Superhomem apaixonou-se pela doutora quando viu uma fotografia sua do início do século, mal sabendo ele que era a mesma mulher que anos antes tinha-lhe entregue um relógio de bolso. Na estreia duma das suas peças, a velha para além de entregar-lhe o relógio, fez-lhe ainda um pedido estranho para que o Superhomem regressasse a ela. E talvez tenha sido aqui que foram buscar o enredo esquisito de viagens no tempo do primeiro filme em que vestiu a capa vermelha. Neste universo, para viajar-se no tempo, só é preciso desejá-lo muito. Mas tem que ser mesmo muito. A ideia é adormecer a desejar nada mais que estar em determinada data. E graças a essa tremenda força de vontade, a pessoa acorda lá. Eu sei. É ridículo. Que querem? Não se pode exigir muito dum filme de 80. Apesar deste miserável pormenor de «ficção científica» tudo o resto acaba por ser um romance a roçar o obsceno, já que prova-se o que se diz das actrizes, ou não tivesse a doutora dormido com o Superhomem um ou dois dias depois de o conhecer. Em defesa da virtude da mulher, ele é o Superhomem. Que mulher consegue resistir ao Superhomem?

domingo, julho 01, 2012

The Princess Bride

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Hello. My name is Inigo Montoya. You killed my father. Prepare to die.

Durante anos esta frase residiu no meu subconsciente. De tempos a tempos lá vinha ao de cima e eu repetia-a, quase vendo a cena, quase conseguindo descortinar de onde a sabia. Tinha-me esquecido de The Princess Bride. E esta será a grande vantagem da era digital. A possibilidade de pesquisar e/ou encontrar velhas relíquias da infância. The Princess Bride é um delicioso filme que mistura um pouco de tudo: fantasia, humor, aventura e romance. Ainda para mais, um bom conjunto de actores e referências desta altura ajudam a construir uma obra que foi pouco mais que um filme, mas que tornou-se numa instância de culto e o início de carreiras para alguns dos envolvidos. Foi um dos meus filmes de miúdo. Esqueci-me completamente dele, apenas para voltar a vê-lo anos depois... e lembrar-me de praticamente tudo.