terça-feira, fevereiro 28, 2012

Junkhearts

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Alguma decadência misturada com boa interpretação. Eddie Marsan não espera nada da vida. É um ex-militar de baixa psicológica, por ter morto uma mulher acidentalmente, quando tinha o seu bebé nos braços. Entre outras coisas, imagino. Antes disso, ou talvez durante, foi um pai desnaturado, tendo abandonado a filha. Esta parte passa-se antes do filme. Acaba por adoptar uma miúda de rua. Ou pelo menos pensava ele. Afinal foi adoptado pela miúda e pelo namorado meliante. Mudam-se lá para casa. Fazem festas quando não está. Comem e usam tudo ao belo prazer. Mantêm-no acordado com umas marretadas rítmicas da cama contra a parede. Até aqui nada de mais. Comportamento normal de adolescentes, se bem que não fiz nada destas coisas com esta idade. O problema começa quando o meliante começa a vender droga a partir de casa dele. O problema é quando o meliante compra uma arma de fogo. O problema é quando Marsan leva porrada e é obrigado a sair de casa. O problema é quando a miúda começa a levar também e a ficar viciada em crack.

Uma história simpática de gente toda f0d#d@.

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

The Artist

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Faltava-me este cromo, dos nomeados de hoje para melhor filme. Antes duma análise provavelmente nada correcta e muito pouco séria, posso adiantar que os meus preferidos, de entre os nove nomeados, são o The Help e o Midnight in Paris, com o The Descendants logo a seguir. Tudo o resto merece pouca ou nenhuma atenção, já para não falar que alguns constarem de qualquer lista de finalistas, seja do que for, é ridículo. Mesmo para os Razzies eram péssimas escolhas. Do War Horse, por exemplo, nem considero que o(s) cavalo(s) seja(m) mau(s) actor(es).

Já o The Artist... não sei muito bem que dizer. É mais uma daquelas situações ridículas. Um típico exemplo em que o trailer conta o filme todo. As pessoas com quem falei, que viram o filme, disseram mal. E o conceito, para mim, é mau. Quer dizer, achar original fazer um filme como se fazia antigamente é patético. Destacar uma obra por usar técnicas desactualizadas e não trazer nada de novo ao mundo parece-me estranho. O que é certo é que custou-me menos ver do que pensava. Ajuda sempre estar a fazer outras coisas ao mesmo tempo. Ajuda ainda mais que seja curto. Mas até acho piada a coisas que sejam excessivamente expressivas. E o cão é um óptimo actor. Tenhamos também isso em atenção, por favor. À margem de tudo isto, pensando apenas na história, lembrou-me sempre demasido o Singin' in the Rain, e ainda mais algumas coisas de outros filmes antigos, tendo ou não muito a ver. Terá sido de propósito, mas não abonou de todo a favor.

Terminando, porque também não estou para perder muito mais tempo com um filme que cedo vou esquecer, mesmo que não tenha sido tão mau como esperava, apercebi-me esta semana que os Óscares deste ano são fracos. Muitos filmes diferentes. Poucas coisas dignas de destaque. E mesmo dentro dessas, não há nada que seja um verdadeiro assombro, correndo o risco de ficar na memória. Valerá talvez pelo regresso do grande Billy. Por isso até veria a cerimónia, se não me estivesse a marimbar para os Óscares e não tivesse nada melhor para fazer como, sei lá, dormir, por exemplo.

domingo, fevereiro 26, 2012

Hugo

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Fui só eu a odiar este filme?
A única justificação para estar tão bem cotado é por ser realizado por Scorcese, o realizador que não faz nada mal... segundo as pessoas que avaliam filmes. Acedo de caras que o homem tem talento e que já fez coisas muito boas. Acedo que volte a fazer outras. E até acedo que será um pouco imbirração minha. Mas vamos não fazer dele o Manoel de Oliveira de Hollywood, em que só porque em tempos foi bom, é de continuar a deixá-lo criar balela atrás de balela. Não, não acho que Hugo seja minimamente bom. Dou um exemplo simples que será sintomático para todo o filme: o papel Sacha Baron Cohen. É o mau da fita. Pega em miúdos que andam pela estação e manda-os para o orfanato, com um pontapé no rabo e completo desdém. No entanto, o personagem encontra amor na personagem de Emily Mortimer. Porquê? Não, o momento no final não é de redenção. Não acontece nada que justifica que ela goste dele. E é assim com maior parte dos pormenores da história. Faz todo o sentido no papel, mas quando vemos o desenrolar, acaba por ser demasiado... raios, falta-me a melhor expressão. Será um misto de imperfeito, fugaz e frágil. Paper thin seria a melhor expressão em inglês. Mesmo muito fraco, este Hugo, e se ganhar alguma coisa hoje, só confirmará a percepção que tenho da Academia desde há muito tempo.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Reuniting the Rubins

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Tudo o que o homem queria era ir num cruzeiro. Só que a mãe, que sobreviveu ao Holocausto, não consegue sobreviver a uma viagenzita. Obriga-o a juntar a família toda lá para a Páscoa dos judeus. Isto poderá ser fácil, mas não é, tendo em conta o conjunto de filhos deste homem. A filha anda pelo meio do Congo, a ajudar o povo. Um dos rapazes é milionário magnata de tecnologia. Outro é rabino. E o último é um monge budista. Como é que alguém tem filhos tão diferentes uns dos outros, mas todos bem sucedidos, parece-me para além de ficção.

Reuniting the Rubins não é bem comédia, mas também não é bem um drama. O problema maior ainda é a história estar toda colada a cuspo, tanto na parte da viagem de cruzeiro (o sonho abandonado em prol da família que não suporta), como toda a questão da velha, que tanto está muito bem, como no dia a seguir morre e tem um funeral pouco depois... nesse mesmo dia. Só para confundir, ainda há uma terceira história pelo meio, em que o magnata e a irmã estão numa batalha pelos recursos do Congo.

Tudo muito a correr com pouco nexo, num enredo mais a virar para o sério do que para o ridículo.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Tyrannosaur

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Well, aren't you a right c#nt.

Isto das mulheres tem que se lhe diga. E dos homens também, claro. Mas enquanto os homens tendem a preferir mulheres inantingíveis, já a mulheres tendem a preferir idiotas. Tomemos como exemplo a moça protagonista deste filme. É casada com um idiota que a maltrata. Antagonizia-a. Bate-lhe. Viola-a. E até faz pior pior. Um idiota dos grandes, sim. De quem decide então aproximar-se? De outro idiota. Não tão idiota, mas também um idiota bastante violento. Que bebe demasiado. Que se mete em zaragatas. Que oferece porrada a miúdos em bares. Que dá porrada a miúdos em bares. Suponho que seja uma tentativa de subir um pouco na escala de idiotas. Se encontrar um mais bruto, o anterior terá que conter-se. Verdade seja dita, a moça não precisa de idiotas que a protejam, como se comprovou no final. E o idiota principal conseguiu assim crescer um pouco como ser humano e canalizar a sua raiva para quem a merece, tornando-se num verdadeiro super-herói. Tyrannosaur é uma espécie de romance, nada bonito, mas se calhar bem mais real que os outros.

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

Jack and Jill

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É nestas alturas que sei que sou demasiado teimoso. Ainda há dias falava sobre como este filme deveria ser mau, como é o fim da carreira de um cómico quando começa a vestir-se de mulher. Convencido disto, não é que vejo o filme mesmo assim. Porquê? Qual será a justificação para tal acto vil e descabido do meu cérebro? Porque haveria ele de odiar-me tanto? Tenho andado a matá-lo pouco com álcool e drogas, é certo. Longe vai o tempo em que o desligava graças a estes estupefacientes. Aliás, hoje em dia ele é quem trabalha mais. Não é como se passasse o dia a carregar fardos de palha ou pacotes de cimento, de um lado para o outro. Muito agradece o meu corpo, que (quase) nunca me deixa mal. Já o meu cérebro... Eu compreendo. Não gostaria de estar no lugar dele. E se me obrigassem a fazer as coisas que tenho obrigado o meu cérebro a fazer o dia todo, também eu recorreria a estas torturas. Também eu vingar-me-ia.

Vá, cérebro. Não sejas assim para mim. Não me obrigues a ver estas coisas. Prometo anestesiar-te com coisas legais e até com algumas ilegais. Meto-te a ver mais pornografia e futebol. Pelo menos o primeiro sei que o corpo também vai apreciar. Podemos continuar amigos?

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

The Three Musketeers

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Já tinha ouvido por aí da fraca qualidade deste versão. O que não esperava é que fosse uma cópia chapada da de 1993, mas com piores escolhas de actores e aquele toque de quase steampunk que funciona bem no «novo» Sherlock Holmes. Aqui não funciona, já agora. Muita acção e bons efeitos, é certo. É bom ver a mulher perfeita ou o magnífico Punisher, mas este D'Artagnan é horrível e o Athos então... que pavor! Se quereis ver um filme de acção/aventura dos personagens de Dumas, então é mesmo preferível rever a versão de 93... mesmo que para tal seja preciso gramar com a música do Brian Adams e companhia.

domingo, fevereiro 19, 2012

The Iron Lady

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O assunto não me é particularmente querido. Não gosto de biografias e gosto cada vez menos de política, em especial britânica. Não morro de amores pela Thatcher. Acho que ninguém morre. O que é certo é que The Iron Lady está bem construído. Enaltece e manda abaixo a mulher, sem ser demasiado intrusivo. Se bem que imagino que tenham sido tomadas algumas liberdades com o presente da narrativa, acredito que esteja fiel à realidade. E Streep está genial. É um hábito, é certo, mas não deixo de sentir necessidade de o referir. Posto isto, é um filme que se vê, mas que não acrescenta nada à sociedade.

Fifty Dead Men Walking

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Poderá parecer, dada a hora a que isto é publicado, que acordei às 7 da manhã e pus-me a ver Fifty Dead Men Walking. Infelizmente não acordei a essa hora. Bem me dava jeito, dada a quantidade de coisas que gostava de conseguir fazer hoje. Comecei a ver há 24 horas, mas duas oportunas interrupções fizeram com que só desse para terminar agora este filme com uma produção canadiana esquisitíssima.

Jim Sturgess interpreta um personagem que terá existido na realidade. Alguém que era um chibo e tentou ter o melhor de dois mundos, na altura que terá sido a pior na história na Irlanda do Norte. Não sei. Corrija-me alguém que conheça bem a história do país. O que é certo é que ter o melhor dos dois mundo não é fácil, mais que não seja porque há sempre uma pessoa, pelo menos, que não é suposto saber. Só que o mundo é pequeno e, maior parte das vezes, tudo vem ao de cima. O personagem de Sturgess terá salvo 50 homens de serem mortos, segundo consta. E daí o nome. A ser verdade, não é um mau motivo para «trair« o próprio país.

sábado, fevereiro 18, 2012

Extremely Loud and Incredibly Close

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Na companhia dos meus gremlins vi Extremely Loud and Incredibly Close. Um filme que incomodou-me sobremaneira, como acho que todos os filmes que tenham a ver com o 11 de Setembro irão incomodar. Não porque fique horrorizado com a memória daquele dia, mas mais porque parecer-me-á sempre que alguém está a ganhar com a exploração do acontecimento. E tudo vai sempre parecer mais dramático do que é. Em boa verdade, o pai de família podia ter morrido de qualquer outra forma. Perder-se-iam alguns pormenores desta história, mas não acho que o enredo necessitasse de ser diferente. Continuaria a ser sobre um rapazito que perdeu o pai e vai numa «aventura» todos os sábados, à procura de algo que o traga de volta, ou pelo menos uma parte dele. Ter o 11 de Setembro ao barulho serve apenas para tornar mais dramático algo que não precisa de mais drama. O início do filme até tem um toque de fantasia. A procura da fechadura onde entrará a chave que o miúdo descobre por acidente. (E não, isto não é uma analogia à entrada na puberdade. É mesmo só uma chave que o miúdo encontra.) E eu estava a gostar da fantasia, conseguindo ignorar toda a questão do 11 de Setembro. Só que o miúdo é mesmo muito irritante. Não só o personagem. O actor. A criança... lamento, mas quis estrangulá-la o tempo todo. E isso foi... chato.

sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Transit

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Qualquer filme que nos primeiros cinco minutos tem planos do generoso decote da Diora Baird, enquanto esta está debruçada, só pode ser um bom filme. Para além destes dois pormenores maravilhosos, há ainda que ter em conta uma data de outros bastante ridículos de história. A título de exemplo, o pai de família insistir a que todos continuem a viagem a caminho das férias, momentos depois da mulher quase ter sido morta por meliantes que procuravam o dinheiro que roubaram dum banco. Em defesa desta família estúpida, é bem verdade que não sabiam que tinham o dinheiro dos meliantes, mas mesmo assim. Ou então, bom exemplo da qualidade deste filme é a própria Baird que, depois de ter caído dum carro em andamento e ter ficado com um um osso a sair-lhe pelo joelho, ainda teve uns momentos a andar dum lado para o outro, descontraidamente. Transit é, como dizia o outro, a powerful piece of cinema.

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

The Hunter

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O personagem de Willem Dafoe é um pouco estranho. Metódico e «limpinho», sim. Só que por outro lado um caçador a contrato, que anda pelo meio do mato dias a fio. Alguém (nunca revelado) requer os seus serviços para encontrar um espécie que se pensava estar extinta. Um «tigre da tasmânia». Supostamente, uma última criatura da raça foi vista na floresta, algures na Austrália. Dafoe aluga um quarto em casa duma família que espera o retorno do pai. Julga-se que terá sido morto nessa mesma floresta, mas não existem pistas nem a favor, nem em contrário. Dafoe, frio e calculista, acaba por criar laços com as crianças, em especial o miúdo calado, que o ajude a encontrar a criatura misteriosa. Pelo meio, uns nativos maltratam pessoas de fora, não querendo que venham para ali atrapalhar o seu meio de vida: deitar árvores abaixo. Para além de Dafoe, uns hippies andam a tentar salvar a flora local. O caçador acaba por revelar ter um coração, algo muito pouco a propósito, dado o tipo de trabalho que exerce.

terça-feira, fevereiro 14, 2012

The Decoy Bride

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Vamos lá ver se consigo explicar tudo. Esta gente tentou enfiar demasiada informação num filme com cerca de 80 minutos. Parece eu quando quero dizer tudo numa só frase e às tantas dou por mim com um parágrafo com várias linhas.

A Kelly Macdonald nasceu e cresceu numa pequena ilha ao largo da Escócia. Desdenhou a sua terra natal e, antes que enlouquecesse e/ou matasse alguém, decidiu fazer-se à estrada... que é como quem diz: ao mar. Volta agora com o rabinho entre as pernas, porque foi deixada, mais uma vez, por um marialva que achou que seria só uma canção e não um álbum inteiro. Um palerma, no fundo. Do outro lado da equação temos David Tennant, um escritor com um livro publicado sobre a mesma pequena ilha ao largo da Escócia. O curioso é que nunca lá pôs os pés. Mais curioso ainda é que está noivo de Alice Eve, actriz mega estrela de Hollywood, que apaixonou-se por ele precisamente por causa do «romance» passado na ilha que tem uma casa-de-banho assombrada pelo fantasma duma vaca.

Eve e Tennant tentam casar longe das atenções dos jornalistas, sem sucesso. Decidem então fugir para a ilha onde ninguém os vai encontrar. Graças a uns episódios estranhos e a ideias e planos ainda mais peculiares, Macdonald e Tennant acabam por casar inadvertidamente, sendo a moça a tal «decoy bride». Não contente com o fraco desenrolar de acontecimentos, os escritores desta obra cinematográfica tentam ainda convencer-nos que os encantos de Macdonald (conhecidos já dos tempos do Trainspotting) são maiores que os de Eve. O que até poderia ser legítimo se Eve fosse uma c@br@, coisa que não é. Até é bastante doce e simpática.

Convenhamos que, apesar de não ser muito original, o enredo de Decoy Bride nem é assim tão mau. Foi é desenvolvido à pressa, não ajudando à credibilidade da história que Eve seja preterida por Macdonald e, pior que tudo, que ambas estejam interessadas no doutor quem, pessoa com quem ninguém no mundo alguma vez teve química.

segunda-feira, fevereiro 13, 2012

Tower Heist

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Tudo bonito no papel. Ter uma data de gente engraçada e famosa a tentar um assalto à Ocean's qualquer número. Porque é que não funcionou? Bem, não vou dizer que é por causa do Stiller senão tenho toda a gente (talvez uma pessoa, entenda-se) com a conversa do costume: «Porque é que não gostas do Stiller?»; «Qual é o teu problema com o Stiller?»; «Porque é que passas a vida com a mão dentro das calças?»; etc. Não vou dizer que é por causa dele... embora ache que sim. Mais que não seja, química entre ele e Murphy não só não existiu, como a sua inexistência terá funcionado como uma espécie de buraco negro de química, puxando qualquer que existisse num raio de quilómetros para si, tornando-a... bem, não sei. Acho que ninguém sabe muito bem o que acontece quando se é puxado para um buraco negro, certo? A teoria é que se deixa de existir, pelo menos da mesma forma. Se pensarmos como qualquer série de ficção científica, seria transportada para um universo paralelo. Olha, se calhar seríamos transportados para um universo paralelo onde o Ben Stiller tem piada.

Nah, nem em ficção científica consigo acreditar que é possível ele ter piada.

domingo, fevereiro 12, 2012

The Comebacks

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Andei mesmo a dormir aí durante uns anos. Como é que há comédias estúpidas que não só não vi, como nem sabia da existência? Vi há dias umas cenas deste na TV. Achei por bem fazer uma pausa das depressões dos filmes que tenho visto, para ver um coisas com piadas ordinárias, idiotas, infantis, sexuais, sem jeito nenhum e básicas. E foi óptimo, devo dizer.

sábado, fevereiro 11, 2012

Jane Eyre

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Este tipo de filmes fazem-me odiar mulheres. Esta fantasia e ideia do que é o amor. Esta miúda, se queria estar com o palerma, tinha ficado com o palerma. Não ficava à espera que a esposa (que ainda por cima era insana) fosse desta para pior e que o palerma fosse atrás dela, «resgatá-la do frio da noite». Que idiotice. Tem que se fazer pela vida. Filha, se esperas, o mais provável é que a coisa que se perca. Porque existem um milhão de distrações no mundo. E não é só agora. O protagonista aqui andou pela Jamaica na má vida. Nem sequer chegou lá virgem, com certeza. Que dizer dos tempos de hoje?

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

We Need to Talk About Kevin

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O filme começa com várias pessoas a tratarem mal a Tilda Swinton. Gostei especialmente da velha que lhe mandou uma pêra. E eu compreendo isto. Swinton assusta-me. Como tal, acho natural que tratem mal algo que é diferente e assusta. No entanto, ao que parece, há motivos para um certo grupo de pessoas estar chateado com ela. O petiz da... «mulher» é um rapaz dado a grandes judiarias. Desde que nasceu que o palerma odeia a mãe. E desde muito cedo que engendrava planos só para a tramar. Não, Swinton não era a melhor mãe do mundo. Chiça, estava mesmo longe de ser uma pessoa decente, sequer. Mas o miúdo... bem, o miúdo é um passo largo à frente na piscina genealógica desta família.

Ah, e o pai é John C. Reilly, que também entrou no filme de ontem. São duas noites seguidas na boa companhia de C. Reilly. My man!

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Carnage

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Quatro pessoas metidas num apartamento. Dois casais a discutir a agressão física de o filho de uns ao filho dos outros. Dois miúdos de onze anos andam à porrada e um deles tira dois dentes ao outro com um pau. Por causa disso, os ditos dois casais passam hora e tal em casa dum deles. Primeiro a tentar resolver as coisas a bem, depois a discutir (claro) e, finalmente... bem, deixemos esta parte para quem ainda quer ver o filme. É só isto, mesmo. Uma situação desconfortável. Uma solução muito pouco consensual. Uma hora e tal de adultos a tentaram não dizer e a fazer o que pensam, até ao momento em que dizem o que pensam e fazem o que lhes apetece. Tudo sem ninguém gostar de ninguém, mesmo os respectivos uns dos outros.

Boas representações e uma óptima adapatação de algo que é claramente uma peça de teatro, mais que um filme.

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Take Shelter

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F0d@-s€, que final de m€rd@!

Michael Shannon tem um historial de doenças mentais na família. Quando começa a ter visões e sonhos estranhos, naturalmente pensa que será disso. Só que as visões começam a piorar e o sentimento de que vem aí uma tempestade «daquelas» fica cada vez mais forte. Shannon contrói um abrigo no quintal. Melhora o que já tinha, aliás. Isto implica «pedir emprestada» maquinaria do local de trabalho e pedir um empréstimo chorudo ao banco. Tudo coisas que deixam a esposa chateada mas que, mesmo assim, não a faz deixá-lo. Vá lá, menos mal. Felizmente ainda existem moças burras e cegas nesta terra. Para piorar a questão, a filha de ambos é surda e a mãe quer fazer um tratamento caro para a ajudar. Com o estoirar de dinheiro que Shannon anda a fazer, será complicado de acontecer.

Take Shelter é uma espécie de «if you build it, he will come» misturado com Signs... e um final miserável.

terça-feira, fevereiro 07, 2012

Chronicle

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Dá dEUS nozes...

Três miúdos americanos vêem-se com poderes. Telecinesia, para ser mais específico... se é que é essa a palavra em português. Não interessa em nada o porquê, nem o como. E essa parte é bem fixe. Têm poderes e acabou. São três miúdos que nem eram grandes amigos, mas que acabam por unir-se graças a esta característica muito específica em comum. Para além desta «simples» história, a piada de Chronicle é que é (quase) sempre filmada pelos personagens do filme. «Câmara ao ombro», vá. Câmaras de personagens, telemóveis, câmaras de segurança de estações de serviço ou bancos. Se não estiver a ser filmado dentro do filme, não é visto. E depois é a evolução dos poderes, misturado com o que cada um tenta fazer, sendo o céu um verdadeiro limite.

Chronicle está muito bem contruído, sendo simples e elaborado, ao mesmo tempo. A ideia de como é filmado dá-lhe alguma «originalidade». (Vamos ignorar que existe o Cloverfield ou o Blair Witch Project.) E está bem feito. Todas as cenas não reais estão bem conseguidas. No entanto, a grande mais valia, a grande piada de Chronicle é que meteu três adultos a serem crianças e a sonhar um pouco com o que fariam se tivessem poderes, outra vez.

domingo, fevereiro 05, 2012

The Muppets

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Qualquer dia será sempre perfeito se envolver algo com os Marretas. Acho que toda a gente se lembrará do anúncio da NBA, por exemplo. Mesmo que estivesses a ver a tua equipa a perder, ficavas contente na mesma.

Os Marretas é aquele franchise que terá apenas uma justificação para ter ficado tanto tempo no esquecimento: a morte de Jim Henson. Chegou agora Jason Segel (abençoado sejas) para tentar reanimar os bonecos mais simples e ao mesmo tempo mais divertidos de toda a história. Vê-los na grande tela trouxe ao de cima aquilo que acho que trouxe para toda a gente: a criança que temos dentro de nós que adorava estes bonecos, mesmo que não percebesse maior parte das piadas (havia muitos trocadilhos de inglês, convenhamos). E foi maravilhoso. Aquele esbracejar de braços (mesmo vindo dum personagem que, para mim, está longe de ser o meu preferido, mas do qual também gosto, claro) quase que levou-me à loucura. Tivesse visto em casa (e acredito que ainda o venha a fazer) e acho que tinha-me mandado ao chão em lágrimas, deliciado com a simplicidade dum momento perfeito de humor físico. As placagens da Miss Piggy. As secas do Fozzie. O falar estranho do Chef (finalmente percebi algo que disse!). Tudo tão bom.

The Muppets é o único filme em que tolero músicas e danças em coreografia (quão bom foi a parte da música dos Nirvana?). E quero ver pelo menos dois filmes por ano, um pelo Natal (seria um sonho), por favor. Não há para aí tanta gente desempregada? Metam-nos todos a trabalhar para isto. Eu ajudo. E contribuirei sempre monetariamente para esta maravilhosa e importante causa.

Adoro os Marretas e o único defeito que poder-se-á apontar a um filme deles é que não é possível dar atenção a todos os personagens incríveis criados por Henson e companhia. Porque todos mereciam ter um filme só para eles.

The Iron Giant

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Um gigante metálico cai do espaço, perto duma povoação americana. Alguns acham que o viram. Muitos tiveram perteces seus metálicos meio comidos (carros e afins). Mas apenas um miúdo consegue encontrá-lo. E tornar-se seu amigo.

É bonita a forma como estes filmes de animação vêem estas situações hipotéticas. Neste caso, toda a povoação acaba por confiar e até mesmo honrar a memória do ser diferente que os podia ter morto a todos. Apenas um homem queria destruí-lo. Na minha cabeça (a realidade, entenda-se) via mais a coisa ao contrário: toda a povoação a querer destruí-lo e apenas uma pessoa (um maluquinho qualquer) a achar que o «montro» era bonzinho.

Agora estou triste de ter-me tornado neste adulto.

Friends with Kids

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Não percebo a carreira da Jennifer Westfeldt. Ok, parece ser uma moça muito simpática e com um bom sentido de humor. Rodeia-se de pessoas de talento, o que é sempre uma mais valia. Só que não representa nada para além do papel usual de moça querida, meio totó, com pouca sorte nas relações mas que, no fundo, é a namorada perfeita: um misto de bonita, com volátil em termos sexuais, ou seja, não assusta na cama, mas também não se acanha. E depois, a beleza dela desaparece um pouco quando se olha para ela de frente. Vão lá ver fotos dela. Eu espero. (...) Viram? De lado ela é uma mulher bonita e até se vê a ascendência de nobreza sueca (a sério, está na bio dela). De frente o nariz desaparece e as bochechas ganham uma dimensão enorme. É muito esquisita.

Friends with Kids tem um elenco muito bom. Algumas óptimas figuras da comédia marcam presença. É uma tentativa de dar a volta à já muito batida história de amor, com um misto de humor. (Porque toda a gente sabe que o que se procura na outra pessoa é sentido de humor.) Em Friends with Kids, os personagens principais são melhores amigos e, em vez de tentarem ter uma relação, têm antes um filho primeiro. Não querem ser como os casais amigos que se afastaram assim que tiveram as respectivas crianças., porque as coisas tornaram-se difíceis e as relações não eram só sobre sexo. Assim, a relação deles é só de amizade e não há problema nenhum em quererem ir para a cama com outras pessoas, tendo pelo meio uma criança para criar.

Só que afinal gostam um do outro e isso estraga tudo.

sábado, fevereiro 04, 2012

The Rum Diary

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Li o livro na faculdade, há já... sei lá, uma década atrás, talvez. Já não me lembro de maior parte da história, infelizmente. Não se pode dizer que tenha marcado muito. Ajudou no fascínio que tenho pelo período - muito romantizado, eu sei - e pelo local. Ah, as caraíbas. Se há sítio para onde me mudava era para as caraíbas. Viver à base de rum parece-me algo muito próximo do céu. E dessas partes lembro-me. De ele andar de motoreta de um lado para o outro, de bar nojento em espelunca selvagem. Sempre a beber rum, com um misto de mulheres e drogas leves e pesadas, tudo acamado a cerveja. O filme é fraco. Vê-se um vislumbre de Hunter S. Thompson lá quando experimentam ácidos, mas tudo o resto é bastante pacato. The Rum Diary versão cinematográfica fez-me apenas ter vontade de voltar às ilhas... e talvez ficar por lá.

Le Premier Jour Du Reste De Ta Vie

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Chiça! Finalmente um filme não em inglês que não é uma depressão tão grande que merece ter o próprio código postal. Quer dizer, o final é um pouco deprimente, mas é aquela lágrima que se forma, associada a um sorriso.

Acompanhamos momentos de todos os membros duma família. Andamos para a frente e para trás, entre 1988 e 2000, sensivelmente. Temos o pai, taxista inteligente e interessante. Cultura geral e popular. Algo que o faz ganhar e perder pontos com os filhos. Só perder com o próprio pai. O filho mais velho, o primeiro a sair de casa, o que mais tenta ter o seu papel individual. No dia em que sai de casa conhece a futura mulher. Tem a mania que sabe tudo... até que apercebe-se que pouco sabe. A mais nova. A rebelde. A esquecida, coitadita. A caçula que todos vêem sempre como se ainda tivesse 11 anos. O do meio. Um desorientadeco que vive na sombra da inteligência do irmão mais velho, médico cirurgião plástico. O sonhador. O romântico. O que tem talentos escondidos. E a mãe, desesperada por não envelhecer. Que considera que a família começou a desmoronar-se no dia em que o mais velho saiu de casa. Algo que a destruiu a ela e que fez com que nada nunca mais fosse o mesmo.

Dramas simples e complicados, duma daquelas famílias que gosto de pensar que só existe em filmes.

sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Red

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Curioso como Brian Cox entrou em dois filmes chamados Red. Não têm nada a ver um com o outro e nada têm a ver com o francês, da trilogia. Não deixa de ser curioso.

Cox é um velho que vive perto duma pequena povoação. Vai pescar, certo dia, com o seu fiel cão. Três miúdos irritantes aparecem e matam o bicho. Cox, a partir daí, não vai desistir até ter algum tipo de resolução. Vai à polícia. Vai falar com os pais dos miúdos. Antagoniza os próprios miúdos. De tudo um pouco. Só que dois deles são filhos de pais ricos, que arranjam maneira dos miúdos safarem-se. Cox não desiste, mesmo assim. Continua a empurrar o calhau colina acima. Até que o pior acontece e dois morrem. Não acho que esteja a estragar grande coisa aqui. Duvido que alguém vá ver isto. Aliás, porque é que eu vi isto?

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

The Descendants

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Paradise can go fuck itself.

Ora aí está um bom começo para qualquer história: um gajo a mandar vir porque vive no paraíso. Lamento, bonzão, não tens qualquer tipo de pena da minha parte. Viver no Havai, para mim, sempre foi como um sonho. Não faço ideia porquê. Devo ter visto um qualquer filme ou série no Havai, em miúdo, e apaixonei-me. Viver numa ilha, rodeado de mar azul bonito, praias brutais, poder usar camisas havaianas o tempo todo, gente gordalhufa e bem disposta, com um sotaque peculiar e uma segunda língua. Sim, um paraíso, sem dúvida.

Clooney tem razões para mandar vir, no entanto. A mulher está em coma e ele não faz ideia de como lidar com as duas filhas, uma delas em plena adolescência. Para mais, o palerma é rico. Herdeiro de fortunas e terrenos outrora posse de reis. Tudo repartido, mais ou menos, por uma data de primos e afins. Há muito por dividir. Não será por aí.

Não posso nem quero comentar muito mais. Acho até que já disse demasiado. Queria mandar uma boca ao Cereal Killer, mas não o vou fazer. O que é certo é que estava com bastante vontade de ver The Descendants. É a minha praia. Ainda para mais, Clooney conjuga demasiado bem duas das suas melhores (únicas?) facetas. O toque de queriducho de quem temos pena, com o insano ridículo. Estava em pontas. Até que disseram-me que não era nada de especial. Foi o melhor que me podiam ter feito. Acabei a gostar. Passava bem sem o final, é um facto. Ou melhor, passava bem sem parte do final. Gostei do filme. E acho até que vou gostar mais com o digerir da coisa, nos próximos dias.

Mahalo.