terça-feira, março 31, 2009

Futurama: Into the Wild Green Yonder

IMDb

Ainda não é oficial, mas cheira-me que já podemos ignorar aquela ordem de filmes que estava a tentar seguir.

É incrível a forma como as piadas são sempre as mesmas e, mesmo assim, ainda me rio. A série anda sempre à volta de piadas machistas, trocadilhos reles, idiotices de certos personagens e do Nixon... ou da cabeça dele, pelo menos! Isto não diz coisas boas acerca do meu sentido de humor.
Não me podia estar mais a marimbar!

Zapp Brannigan
We made it through, Kif. How many men did we lose?

Kif
All of them.

Zapp Brannigan
Well, at least they won't have to mourn each other.

terça-feira, março 24, 2009

Marley & Me

IMDb | Sítio Oficial

Estou a desviar-me um pouco do meu caminho, é verdade.
Tento meter-me um pouco do outro lado da questão, agora. Como será ser confrontado com um post para este filme? Uma pessoa abre o browser. Consulta as suas páginas do costume. Escreve o link, numa de hábito, não esperando encontrar nada - tendo em conta a minha frequência nos últimos meses - e depara-se com este título. Este filme. Não será fácil. Alguns ficarão revoltados. Outros surpreendidos. Alguns indiferentes. Serão estas as diferentes reacções dos meus três (estarei a ser ambicioso, mais uma vez?) leitores.
Coitados.

Fui levado. Fui convidado. Se te dizem para ir, sendo que já não vês algumas pessoas há algum tempo, vais. Não reclamas nem dizes nada. Vais. Claro que é um pouco ridículo esta questão do cinema. Já não é de agora que o acho. Vais ao cinema com pessoal numa de socializar e, em boa verdade, ir ao cinema é tudo menos social! Estás no escuro durante cerca de duas horas. Trocas umas bocas, talvez até incomodando os vizinhos, mas não conversas. Tens os minutos antes, meio a correr, a ir para a sala. Tens um pouquinho depois, enquando cada um vai para o seu carro. Eu ainda tenho a viagem para casa, que tenho sempre que cravar a alguém. Mas estás mesmo com as pessoas?
É curioso.

Voltando ao filme.
Achei piada. Claro que achei piada. Gosto de coisas simples. Gosto de piadas fáceis. Gosto de histórias básicas e lamechas. E nunca ninguém ouviu-me dizer mal deste, ou de qualquer irmão Wilson. Ok, talvez do terceiro, do qual ninguém sabe o nome mas que às vezes aparece lá atrás. Acima de tudo gosto de filmes de cães. Este é especialmente bom porque, para todos os efeitos, é o cão que devia ter o nome acima do título. O cartaz devia ser:

CÃO
staring in
Marley & Me
with Owen Wilson and Jennifer Aniston

Não há muito mais para dizer, tirando o facto de que até supreende, de certa forma. Se vires o trailer vês aí TODAS as cenas engraçadas. (Ainda fico surpreendido por haver pessoas que se desmancham a rir com cenas do trailer. Sei que não é obrigatório ver o dito antes de ver o filme mas... mesmo assim!) O que não vês no trailer são as cenas mais fortes, mais pesadas. Cenas que são previsíveis mas que mesmo assim têm algum efeito. Surpreendeu-me haver algum peso, algum sumo, alguns detalhes que te fazem inclinar a cabeça com um ar intrigado.
E não, não estou a falar do facto da Aniston passar o filme «com frio»! É que mesmo no calor infernal de Miami a mulher estava, em qualquer altura, pronta a vazar um olho a alguém. No caso, ao Wilson. Ou ao cão. Que até merecia que lhe vazassem um olho. Acho que fizeram de propósito. Havia sempre um gajo com cubos de gelo, para que a Aniston se pudesse «preparar» para a cena. Era para desviar a atenção do quão plástica a mulher anda. A sério! Às tantas não sabia quem é que tinha o nariz mais estranho, se ela ou o Wilson!

É um filme engraçadito. Daqueles que se vê. Daqueles que até deixa uma lagrimazita no olho, se fores amante de cães (não literalmente!).

segunda-feira, março 09, 2009

Watchmen

IMDb | Sítio Oficial

Devia ter ido cagar antes de ver o filme.

Peço desculpa, mas tinha prometido que começava o post desta forma.

Uma refeição que levou o meu estômago aos limites do possível e imaginário.
Dois dedos de boa conversa.
Um filme longo, mas que não se dá por isso.
A companhia ideal do costume.
O cinema de eleição (talvez não a sala, mas o cinema sim).
O acto acima descrito.
E uma cerveja fresca enquanto pondero sobre o que vou falar.
Life doesn't get any better than this.
Quer dizer... por acaso consigo pensar numa data de maneiras como a vida podia ser melhor. Aliás, bastava-me uma! Mas estou a tentar não ser tão pessimista, hoje em dia. Vou tentar não ser tão negativo.

Podia elencar uns quantos detalhes ridículos, como costumo fazer. Isso implicaria que não gostei do filme? Claro que não! Só que aqui o meu problema é não querer entrar muito dentro do filme. Já estraguei um pouco a 2.ª série do Californication a duas pessoas, hoje. Vamos tentar manter o nível de spoiler ao mínimo possível.

Uma pequena introdução.
Para quem não sabe, este é O livro de BD, dos livros de BD. É o livro que define os «livros» de banda desenhada, em vez de serem apenas revistinhas com bonecos. Foi o que definiu o Graphic Novel. Terá mesmo sido o primeiro do género. Será o maior do género. Enquanto dantes a BD remetia-se a um formato mensal que ia narrando uma história contínua, uma grande novela, com o GN aparece uma história compacta, com princípio, meio e fim e muito, mas muito mais sumo. É o livro de referência e dele surgiu muita coisa e muitos detalhes que influenciaram muitas histórias nas últimas décadas. É também O filme que se está à espera para fazer, praí desde... sempre!
Estava em pontas? Nem por isso.
Li o livro tarde demais. É dos anos... 70? 80? Li-o há uns anos atrás, depois de quilómetros de folhas de BDs e meses de filmes e séries de enfiada. Tudo tem o seu tempo. Digamos que, antes de ler o livro que deu origem a uma data de outros livros, li precisamente todos os outros livros. Ainda para mais, a história do Watchmen é muito «datada». Acredito que esta foi precisamente uma dos questões que levou à tão tardia produção da versão cinematográfica.
Não estava em pontas, mas muito boa gente estava, certamente.

Desde que me lembro, que há rumores deste filme ser feito. Mesmo antes do filme de BD se tornar uma cena corriqueira. Que posso então dizer sobre um dos filmes mais falados de sempre, mesmo antes da sua verdadeira concepção? Vou debruçar-me sobre três pontos, paralelos ao filme, digamos assim, tentando evitar entrar muito dentro do mesmo.

1.
A minha histérica companhia apontou uma questão que é pertinente e difícil de ajuizar para ambos. Nós lemos o livro. Embora não tenha os detalhes perfeitamente em mente, estou num estado perfeito para ver o filme e fui-me lembrando de maior parte das coisas, à medida que ia vendo o dito. Digo «estado perfeito» porque tenho ideia suficiente da história para não ficar baralhado, mas não me me lembro dos detalhes para ficar irritado com a falta de algo.
A questão que se põe aqui é: será que é um filme fácil de ser visto por quem nunca leu o livro? A minha companhia acha que não. Eu não tenho a certeza. Lá está, é difícil de ajuizar, porque já lemos o livro. É pertinente, porque a premissa de qualquer filme baseado em alguma coisa é não deixar ninguém de fora. Isto poderá ser um grande defeito. Claro que é de fácil resolução, tendo em conta que facilmente se arranja a obra, mas mesmo assim!...

2.
A banda sonora.
Sendo que em termos visuais o filme está MUITO fiel ao livro (a cena inicial do Comedian deu-me arrepios!), o som é algo que poderá ser interpretado de formas diferentes, por pessoas diferentes. O elenco e as vozes estarão muito perto do original. A banda sonora... Epá!... O começo, a introdução, o resumo da história daquele universo de super-heróis, acompanhado do The Times They Are A-Changin, essa parte está absolutamente genial. Já a utilização do Unforgetable numa cena de porrada foi puxada. O Hallelujah numa cena de cangote foi meio absurda. E o 99 Luftballons... well that was just wrong!
Houve momentos onde a música estava perfeita, outros onde estragou um pouco a coisa. Não é grave, mas dei por mim a pensar nisso. «Eu a pensar» = não bom!

3.
O elenco.
O Comedian é igual ao Javier Bardem. Arriscaria mesmo a dizer que o espanhol terá sido uma das primeira opções para o papel.
O pénis do Crudup é dum azul encantador, mas irritou-me a cara dele ser tão CGI.
A Carla Gugino é fabulosa e entra, de caras, no meu Top 10. Destronando, infelizmente, a Katharine McPhee.
O Ozimandias é irritante, mas é suposto ser e está muito bem.
O Rorschach é excelente!
O Nite Owl II é demasiado plástico. Já o era no Little Children. Aliás, há uma cena em que tem um «bronzeado de lata» perfeitamente absurdo. (Odeio Hollywood e as suas ridículas noções de beleza!)
A Silk Spectre II... até ver agora o elenco no IMDB, estava convencido que era a Kate Bosworth! E eu até conheço esta miúda doutras coisas! Terá sido a testa gigante que confundiu!?
Tenho muita pena que a Silhouette não tenha aparecido MUITO mais!!
E raios partam o Nixon, que mesmo morto ainda aparece em tudo o que é filme, hoje em dia!
Em resumo, o elenco, cheio de segundas escolhas, está muito bem e completa o filme perfeitamente. Foi possível encontrar razoáveis bons actores para darem vida a personagens há muito conhecidos. Kudos ao director(a) de casting.

No geral e para efeitos de conclusão, que isto já está a ficar tarde e o vitinho já deu há bué:
Está muito bom. Digo isto não sendo um fã absoluto do comic. Para um reles apreciador de BD e cinema, gostei bastante e acho que está uma adaptação muito bem conseguida do original. Muitos dos fãs reclamarão com a ausência de alguns mostros «marinhos», mas não me parece que estrague a coisa, de todo. Era impossível meter tudo de bom (e mesmo de mau) do comic e acho que qualquer pessoa com dois dedos de testa conseguirá ver isso.