quinta-feira, abril 30, 2020

Guns Akimbo


Em situação normal veria este filme, se não tivesse Radcliffe. Tive de o ver precisamente por ter Radcliffe, porque a minha senhora é fã do Harry Potter. Não sei se já tinha dito isto antes (claro que sei que farto-me de o dizer).

O filme é o que é. Um tipo é forçado a participar no jogo doentio até à morte. Aparafusam-lhe pistolas às mãos. Há uma tipa que precisa de o matar para sair do jogo. O palerma tem de a matar se quer continuar vivo.

É muito estúpido, sim. E maior parte do filme não faz qualquer sentido. Mas tem um par de momentos engraçados e tiros, muitos tiros.

Anna


A história não está mal conseguida, mas a tecnologia vs. a altura em que tudo se passa... Nokias 3310 em 1993? Pois que não. Há portáteis decentes, pen drives, telemóveis e outras coisas. O que vale é que também há tiros para distrair.

Em boa verdade estava com receio de não acabar o filme. Pensei que ia revirar os olhos até à morte, sendo que morto dificilmente continuaria a ver. Tenho muitas dificuldades em aguentar esta fixação do Besson em meter modelos «a aviar» tipos com o quádruplo do peso. Contudo, ao chegar à cena no café, fiquei convencido. É uma boa cena.

quarta-feira, abril 29, 2020

Into the Woods


Há uns meses apercebi-me da existência deste filme. Como era possível não ter visto algo de 2014, com tão bom elenco? «Que parvoíce», pensei eu.

Pouca fé tive no meu «eu» do passado. Acho sempre que a juventude é ingénua ou menos esperta. Deveria ter confiado. Pois este raio de filme é... um musical!

baaaaaaaaaaahhhhhhhhh

Aguentei a péssima surpresa porque gostei da dinâmica criada, ao misturar umas tantas histórias conhecidas. Temos o Capuchinho Vermelho, a Rapunzel, a Cinderela, entre outras. Tudo ao mesmo tempo, culminando num óptimo clímax... a meio do filme. Pois, não sei porquê não acabaram o raio do filme.

A meia hora seguinte foi sofrível, fez muito menos sentido, e acho que nunca perceberei o porquê da sua existência. Por incrível que possa parecer, a má nota no IMDb (5.9) não se deverá apenas às cantorias. É mesmo por ter um péssimo final.

terça-feira, abril 28, 2020

The Addams Family


A animação continua. Entenda-se: continuo a ver filmes de animação.

A grande curiosidade é que a actriz da série dos anos 60 faria anos hoje. Não foi planeado. Foi absoluta coincidência. Posto isto, não há assim tanto mais a dizer. Agora que penso no assunto, acho que foi o primeiro filme que fui ver ao cinema, ao bonito Rosa Damasceno, com amigos. Comprámos rebuçados e pagámos mais para ficar no primeiro (e único) balcão. Mais alto que todos os outros miúdos naquela matiné.

Desenvolvi uma paixoneta pela Christina Ricci (que tive o prazer de ver ao vivo este ano e não, já não foi a mesma coisa). Era uma paixoneta generalizada da minha geração, parece-me. E claro que adorei ver Raul Julia. Saudades deste maravilhoso cavalheiro. Poderia ter feito muitas mais boas coisas (refiro-me a sequelas múltiplas do Street Fighter, obviamente). Mas nunca tive particular apreço por este universo. Nunca me disse grande coisa. Era contraditório. Sempre foi a impressão com que fiquei. Queriam tudo «mal». A própria Morticia dizia tudo ao contrário. Mau era bom. Terrível era óptimo. Mas era apenas quando fosse conveniente para a história. Se fosse confuso para o público já não era assim. Queriam matar toda a gente, mas depois tinham amigos entre os humanos «normais».

Sei que era só suposto ser ridículo, mas sempre irritou-me um pouco.

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72 filmes visto em 2020! Woohoo!! Tooomaaaaaaaa, 2017!

segunda-feira, abril 27, 2020

Superman: Red Son


Houve aqui uma clara falta de esforço dos ilustradores. Mudaram o Superhomem de país, mas depois tudo continua a parecer Americano. O ambiente, o penteado, os cenários... Acima de tudo os cenários. Qualquer cena na rua. Mais facilmente poderia ser uma rua Americana do que uma rua Russa. E não era preciso muito. Era só dar alguma arquitectura específica a um par de edifícios.

Para além disto, o primeiro terço do filme foi inventado de propósito. Não existiu nada daquilo na BD. Depois tomaram mais umas quantas liberdades com o resto, começando pela origem (ou falta dela) do Batman ou do Green Lantern. O Batman é um personagem muito mais importante na BD. Aqui aparece, não se percebe porque é «mau» e depois desaparece.

Porque não seguiram simplesmente a BD? A história estava toda feita.

sexta-feira, abril 24, 2020

Mortal Kombat Presents: Scorpion's Revenge


A minha memória nunca foi boa. Com o passar dos dias fica cada vez pior.

Tenho uma história sobre o Mortal Kombat, filme que eu e os meus amigos adorámos, na altura. Já não me recordo se se passou quando fui ver o filme ao cinema, ou se quando fui ver A Máscara, e deu um trailer do Mortal Kombat antes. Ou até se fui ver o Mortal Kombat e foi durante o trailer d'A Máscara. O certo é que fui ao épico Rosa Damasceno (cinema na minha terrinha, O meu cinema de sempre) e, graças à influência do famigerado filme de combate (ou não), um grupo de jovens meliantes, meras filas à minha frente, começou à porrada. Na minha cabeça, foi quando o filme começava. A antecipação e excitação era tal que as hormonas estavam todas aos saltos, naquela maravilhosa sala. Tudo parou. Desligou-se a máquina de projecção. Ligaram-se as luzes. E lá vieram um par de funcionários do cinema, coitaditos, tentar parar a coisa. Eram franzinos e pouco podiam fazer com os meliantes conhecidos de então. Claro que ninguém foi expulso da sala. Lá resolveram as coisas entre eles e voltaram a sentar-se.

Isto para dizer que Mortal Kombat é algo que me é querido. Mais que não seja porque também fartei-me de jogar o jogo. E, curiosamente, Scorpion era dos meus favoritos, sem dúvida.

Este filme de animação é um recontar da história original deste universo, com especial destaque ao Scorpion e a todas as coisas grotescas que consegue fazer em combate. Tire-se a ideia de mostrar este filme de animação aos mais novos. Não é para eles. De todo. Se bem que o meu «eu» adolescente teria adorado.

Get over here!

quinta-feira, abril 23, 2020

Sonic the Hedgehog


A grande história deste filme é a reviravolta gráfica, logo após o primeiro trailer ter saído. Convenhamos que não se pode esperar grande coisa dum filme baseado num jogo, por isso temos de concentrar-nos no que aconteceu à volta.

O primeiro trailer sai e houve uma explosão de fúria na Internet. O aspecto do personagem foi completamente rejeitado pelo público, pelos fãs. A resposta foi de tal forma negativa, que imediatamente um executivo veio dizer que iam refazer o filme todo. Na altura achei que foi uma atitute de total desconsideração pelo pessoal que trabalha. Imaginei logo uma data de programadores a chamar todos os nomes ao executivo, pois regra geral os palermas das altas instâncias não fazem qualquer ideia do que custa fazer este tipo de trabalho. Acham que é só clicar num menu de cores e está tudo feito. Como faltava pouco tempo para o filme sair, na minha cabeça esta mudança implicaria muitas horas extraordinárias, muito esforço e, claro, muito dinheiro. Se havia um risco do filme ser um fracasso, esta mudança poderia ser o último prego no caixão.

Eu estava errado. O filme/personagem efectivamente ficou com melhor aspecto e, tanto quanto sei, o filme não foi um fracasso de bilheteira. Parece que se pagou, pelo menos. O que é qualquer coisa, tendo em conta que este género tende a arruinar carreiras.

E o filme não é mau, diga-se de passagem. Vê-se bem e é divertido.

The Gentlemen


Seja muito bem vindo de volta, sr. Ritchie.

O nosso realizador britânico que esteve casado com a Madonna favorito voltou ao registo que o tornou famoso. E ainda bem, porque as paragens que andou a fazer no entretanto não valeram assim tanto a pena. Dois dos três últimos filmes foram buracos financeiros. O que vale é que os americanos são fãs de beisebol e das três hipóteses, já que o terceiro foi uma fonte de rendimento absurda.

É nos filmes de criminosos com pinta que Ritchie vinga. A fórmula é sempre a mesma, mas funciona. Nada a fazer. Ainda para mais porque Ritchie consegue arranjar actores para papéis fora da caixa. Gentlemen é bem fixe, cheio de cenas com enorme charme, boa pinta e uma história muito bem trabalhada, de princípio ao fim.

Sim, é verdade, é um filme cheio de testosterona e demasiados cavalheiros «pálidos».

É só isso. Não há «mas». É o que é. E, como é óbvio, para mim está tudo bem.

quarta-feira, abril 22, 2020

The Way Back


Quando o filme atinge a marca de uma hora e dezoito minutos o espectador assiste ao momento do «grande jogo», da «vitória na última jogada», celebração em câmara lenta, abraços e felicitações, etc. Devia ter terminado aí. Costuma terminar aí. Os 30 minutos seguintes foram algo inúteis, culminando com um plano largo do sítio mais idílico para jogar basquetebol, só com Affleck a «pegar na bola pela primeira vez desde os tempos áureos». Uma cena particularmente desncessária, diga-se de passagem.

Revirei tanto os olhos que doeu um bocado.

terça-feira, abril 21, 2020

Just Mercy


A história é notável. Esta gente merece que se fale deles a toda a hora. Merecem livros, um filme. Toda a distinção. Começaram um trabalho extraordinário de defesa de pessoas que não tinham qualquer ajuda. É efectivamente algo digno de registo.

Já falando apenas sobre o filme... O casting é esquisito. Parece quase tudo mal escolhido. E será a primeira má interpretação que vi de Michael B. Jordan. Para não falar dum Jaime Foxx demasiado estranho. Desinteressante, mesmo. Em boa verdade, o papel principal faria mais sentido para alguém como Foxx, embora perceba que será demasiado velho. Não sei. Poderá ter sido apenas uma questão de direcção de actores, mas senti mesmo que eram «peixes fora de água».

segunda-feira, abril 20, 2020

Bloodshot


Houve aqui um esforço para tentar contar uma história original.

Tudo começa com os clichês do costume. Um militar é ressuscitado graças a um projecto ultra-secreto, que o torna uma máquina quiçá invencível/imortal. O militar acorda sem memória de quem era, mas cedo começa a lembrar-se de como alguém matou-o a ele e à esposa, que amava muito, mas mesmo muito. Tanto, aliás, que o militar usa as novas abilidades para caçar e matar o assassino.

Até aqui tudo relativamente banal. Entra então a «novidade»: é tudo mentira. O militar tem efectivamente novas habilidades, mas a história de como morreu, como ele e a mulher foram mortos, é tudo treta. O cientista usa-o como o seu assassino profissional, para despachar os seus inimigos e do projecto.

Repetindo-me: até aqui... OK, aceitável. Só que... Para engendrar o homicídio destes inimigos, o cientista e demais equipa têm de apagar as memórias do militar após cada homicídio. Depois têm de fazer sempre o mesmo cenário, dizendo as mesmas coisas, só para que o militar se convença a fazer o que o cientista quer que faça.

É estúpido. Muito estúpido. É o que estou a tentar transmitir... e a falhar miseravelmente. Tanto quanto as pessoas que tentaram contar esta história mal parida.

sexta-feira, abril 17, 2020

My Spy


Continuando com as surpresas, My Spy foi extranhamente divertido.

Soube do filme há uns meses. Acrescentei às minhas listas. Mais tarde vi o trailer. Com base nesses parcos minutos quis desistir imediatamente. E se tivesse visto o filme logo após, certamente abandonaria no início. Agora suponho que ande um pouco mais tolerante, mais calmo. Tem de ser. É a única forma de ficar são no meio da insanidade à nossa volta.

Continuo sem perceber como é que Dave Bautista chegou aonde chegou. Acho mesmo que é a pior coisa nos «Guardians», e que está mesmo a impedir os filmes de atingirem patamares mais elevados. Não tenho paciência para a sua «improvisação», que não tem assim tanta piada, malta! Posto isto, não sei como, mas tolerei-o em My Spy. Ajudará que a miúda até fez-me rir numa cena onde goza e bem com o palerma, e que a parceira de Bautista é efectivamente uma pessoa que sabe improvisar e tem humor.

Quanto tempo mais durará esta «carreira» de Bautista como protagonista de acção/comédia?

The Invisible Man


Elizabeth Moss parece ter arranjado um registo porreiro de «vítima», para fazer carreira. É bom. Porque Moss tem bastante mais que isso. Passa facilmente de vítima para sanguinária, com um toque de psicótica. É assustador e fixe ao mesmo tempo.

Invisible Man foi uma alegre surpresa. Para mim e para muita gente. Foi mais um dos que sofreu com o fecho dos cinemas, mas até conseguiu atingir excelentes resultados até então. Com um orçamento pequeno, o filme preparava-se para atingir lucros invejáveis. Mais ainda. A mim surpreendeu-me porque conseguiu apresentar uma trama interessante, mais desenvolvida do que apenas o personagem principal. Convenhamos que ser invisível é uma ideia engraçada, mas não tem assim tanto para onde ir.

Esta versão é uma mistura das histórias que conhecemos do personagem, com o Sleeping with the Enemy. Funcionou bem. Teve algumas situações meio parvas, que seriam de esperar dado o ridículo do «monstro», e um final que eu não esperava de todo. Essa parte confesso que ainda não sei se gostei ou não.

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Está a ser um ano fraquito de números (para além de tudo o resto), mas com este filme passo o pior ano deste blogue. Já está óptimo. Pequenas vitórias. ;)

quinta-feira, abril 16, 2020

A Rainy Day in New York


Outro realizador caído em desgraça. Este por motivos sérios, ao contrário de Smith.

Custa ver Allen tão mal. Sei que é errado dizê-lo. Sei que entro no reino do politicamente incorrecto. Felizmente ninguém lê isto e não serei queimado por fazê-lo.

Claro que se se provar que fez o que é acusado de ter feito, merece isto e mais um par de botas. Para já só lhe estão a afectar o trabalho. A editora cancelou o lançamento do seu último livro, após protesto interno dos próprios funcionários da editora. E este filme teve muitas dificuldades em encontrar distribuição. Não sei se acabou por ser distribuído ou se foi só distribuído para poucos cinemas, mas o certo é que foi boicotado. Ainda por cima Rainy Day é um dos filmes porreiros de Allen. Não ao nível dos melhores, mas romântico e com algum sentimento. Se se provar em tribunal...

Não sei como vai ser o resto da carreira/vida deste homem. Para já ainda há muitos actores que querem trabalhar com ele. Basta olhar para as promessas e estrelas neste pequeno filme. Claro que se continuar sem distribuição fica sem dinheiro. Sem dinheiro não terá bons actores por certo. E aí chega ao fundo do poço.

A esperança poderia vir pela mão dum serviço de streaming. Mas será que existe algum a arriscar contratá-lo, com tanta polémica? É engraçado, na última participação nos Golden Globes, Gervais mandou uma boca mordaz (mais uma, de entre demasiadas) aos actores que não têm escrúpulos e trabalham para qualquer estúdio ou Apple TV, por muito que se saiba das falcatruas das respectivas empresas. Já o contrário é mais complicado.

Acompanharei os próximos capítulos da vida de Allen, mas confesso que estou pouco esperançoso por um final feliz.

quarta-feira, abril 15, 2020

Jay and Silent Bob Reboot


Dei a volta com este cavalheiro. É conhecido que sou fã do trabalho inicial, mas nos últimos anos tem-me irritado. Porque andou aí numa fase de desdenhar e maldizer. Parecia que só isso sabia fazer, para além de filmes que tinham pouco ou nenhum interesse. Entretanto já fiz as minhas pazes. Depois dum susto o homem começou a fazer coisa mais leves. É a cara do IMDb, hoje em dia (quem diria!). E realiza episódios de séries de que gosto.

Este filme... Estas parvoíces são as mesmas parvoíces que maior parte de nós faria. E que muitos fazem, aliás. É fazer filmes com e para os amigos/família. É passar uns tempos a juntar a malta toda e fazer coisas tolas. O próprio diz tudo, pela boca do (novamente) amigo de longa data, o Affleck. Parafraseando, houve um momento na vida que apresentou algumas agruras que o inspiraram a contar histórias específicas. Essas história pessoais falaram às pessoas. Entretanto a vida melhorou de tal forma que deixaram de existir agruras. Deixaram de existir histórias pessoais para contar. Smith dedicou-se à filha e tudo o resto acabou por desaparecer, da melhor forma possível.

Como ficar chateado com alguém que sempre foi honesto? J&SBR é uma porcaria, entenda-se. Tirando os amiguinhos e familiares do realizador, ninguém deve ver isto. Mas honestidade não lhe falta.

terça-feira, abril 14, 2020

Angel Has Fallen


Depois dos Russos e demais terroristas, quem estaria ao nível de conseguir fazer frente ao Butler? Extra-terrestres? Talvez. Mas não, tem de ser a maior potência no mundo: os EUA! São os únicos fortes o suficiente. Ou será que são?

Entre as gotas da chuva, pelo meio de MCUs ou DCEUs, mais o chorrilho de F&Fs, John Wicks, Takens e demais franchises que por aí andam, estes Fallen vão fazendo o seu caminho. E não é que sejam muito conceituados. Enquanto que os acima sempre vão recebendo prémios, quebram recordes de bilheteira, ou vão tendo boas notas nos sites de referência, não vejo assim tanta atenção a ser prestada aos Fallen. Mas há três deles. E eu vi os três. Parece que estas coisas continuam a dar dinheiro. Óptimo.

São bons filmes? Epá, cumprem os objectivos que pretendem cumprir. Não são mais nem menos do que querem ser. E são tiros a torto e direiro, com um tipo fixe. Interessa que não têm grande história ou que façam pouco sentido? É suposto? Desde que seja divertido, para mim está tudo bem.

O que é verdadeiramente espectacular é que este Fallen também teve apoio Português! Foi filmado em solo nacional? Claro que não. Há o ponto em comum da Bulgária. Tanto o último Rambo como este foram filmados lá. Temos alguma obrigação em dar dinheiro quando há filmagens na Bulgária? Espero que sim! Sempre é algo divertido a acontecer, de tão estúpido que é.

Às tantas estou a ser injusto e o dinheiro foi usado para levar Butler à Kikas. Porque, repito, ele é um tipo fixe, e quem dera a muitos estabelecimentos serem tão especiais como a Kikas.

domingo, abril 12, 2020

Like a Boss


O elenco é fixe mas o guião é muito básico. O filme não vale o 4.3 que aparece no IMDb, mas também não vale muito mais. É curto de tempo. Sente-se claramente que tinha um caminho e a certa altura aterra do nada no destino. Terá faltado orçamento? Imagino que o escritório e os dentes da Salma não tenham sido baratos. E quanto terá custado ter Kudrow só para um par de cenas reles, que poderiam ter sido feitas por qualquer um. Para não falar naquela cena final toda espalhafatosa, completamente despropositada.

Like a Boss foi um valente tiro ao lado.

sábado, abril 11, 2020

Bad Boys For Life


BBFL confundiu-me imenso.

Primeiro achei que era parvo fazer esta sequela.
Segundo vi umas boas críticas e passei a achar que estava a ser parvo.
Terceiro os meus amigos do maldizer... disseram mal do filme.

Não quis acreditar. Eles são muito negativos em relação a tudo. Não é crítica. Apenas facto. É por isso que gosto deles e damo-nos tão bem. Eu também gosto de dizer mal de tudo. Mas não quis acreditar. Mais que não seja porque gosto de dizer mal dos gostos deles. Só que desta vez não estavam a dizer só por dizer. O filme é muito fraquinho.

Martin Lawrence passa o tempo todo a chorar. Will Smith passa o tempo todo a fingir que não é velho. E os Belgas (dupla de realizadores) foram um bocado amadores. É tudo muito fraquinho, muito banal, às vezes com «demasiado azeite».

Devia ter-me ficado pelas primeiras impressões.

quinta-feira, abril 09, 2020

Rambo: Last Blood


Curioso. A certo momento pensava que ia ser um Taken e afinal foi um Sozinho em Casa. Percebo o porquê da transição. Os túneis sempre disfarçaram a velhice.

Contrariamente aos demais projectos do velho Stallone, em que toda a gente acha que ele devia estar quieto mas a coisa até corre bem, esta sequela não deveria ter sido feita. Porque não só não acrescenta nada à história do nosso Jonh de bandana favorito, como ainda por cima destrói um pouco a imagem do rapaz.

Como disse um amigo meu, o personagem Rambo é simples. A guerra existe. Maus da fita existem. O Rambo não quer, mas é o melhor a matar uma data de gente. Não é preciso grande enredo. É dar uma razão decente e apontar o rapaz numa direção. Ele faz o resto sozinho. Em Last Blood decidiram dar uma família e mais coisas. Para quê?

O mais incrível, pelo menos para os Portugueses, é que este filme teve apoio do Turismo de Portugal. É verdade, sim senhor. Muito sou criticado por ver genéricos até ao fim, mas o certo é que às vezes há informação relevante (para além de pelo menos um nome Português na lista). No final apareceu o logótipo do Turismo de Portugal. Pensei cá para comigo: houve alguma coisa a ser filmada no país. Claro que não. Tudo filmado nas Canárias e na Bulgária. Fui confirmar e vi algures online que o filme foi efectivamente apoiado pelos impostos Portugueses. E parece que poderá não ter sido pouco.

Não dá logo um sentimento incrível de orgulho patriótico? É o que os filmes do Rambo sempre fizeram pelos Americanos.

terça-feira, abril 07, 2020

Onward


Onward foi uma das primeiras «vítimas» da Covid.

O filme ainda estava nos cinemas quando tudo parou e as salas fecharam. Convenhamos que não estava a ser muito bem sucedido, apesar do bom elenco e de algumas boas primeiras impressões. Terá sido um dos filmes Pixar com pior (ou mesmo o pior) resultado num primeiro fim-de-semana nas salas americanas. Após um par de semanas depois do fecho os estúdios começaram a libertar os filmes nas plataformas pagantes digitais, muito mais cedo do que foi a prática até agora. Alguns destes filmes tinham feito o seu ciclo nos cinemas. Mas em maior parte dos casos foi uma tentativa dos estúdios de reaver algum dinheiro.

Claro que a Disney não é parva nenhuma. Já andam nisto há algum tempo. Pouco depois de terem colocado o filme à venda, rapidamente decidiram colocá-lo disponível na nova plataforma de streaming: o famigerado Disney+. Consta que foi o melhor que podia ter acontecido ao filme. A Disney+, como fazia a Netflix ao início (e ainda faz), não revela números de visualizações, mas parece que Onward foi muito procurado online, logo após ficar disponível na Disney+, o que tende a ser sinal de «sucesso».

Ou seja, o filme foi um flop no cinema mas está a ser um sucesso em digital. Quer isto dizer que foi um sucesso ou não? Não dá para medir da mesma forma. E convenhamos que terá sido sempre um buraco financeiro. Teve um orçamento elevado e não se pagou directamente com bilheteira e vendas directas online. Terá trazido mais utilizadores à plataforma? É assim que a Netflix define se um conteúdo é um sucesso ou não. Será ainda demasiado cedo para perceber se ajudou com novos utilizadores.

O certo é que o status quo levou um senhor abanão com a crise. É óbvio que muitas mais pessoas vão virar-se para o digital e evitar salas de cinema. O conforto do lar é imbatível. Nos últimos tempos as salas de cinema têm sobrevivido graças aos blockbusters. Claro que Hollywood hesita em transitar cinemas apenas para blockbusters e streaming para tudo o resto. Mais, falta ainda definir o que é um «blockbuster» e o que é só um filme caro. Poderá ser que a crise empurre muita coisa para o digital. Porque um filme também se torna mais caro pela distribuição nas salas. Cortando um intermediário, a coisa fica mais barata e, se calhar, rende mais ser mandado logo para casa das pessoas.

Muito mudará. Ou talvez não. Ainda é cedo para tirar conclusões. O que posso adiantar, nesta fase, é que Onward é divertido. Vale a pena ver.

Hooking Up


Hooking Up tem uma premissa rocambulesca. Não sei se consigo explicar.

Brittany Snow escreve artigos sobre sexo para uma revista. Não são os artigos convencionais. São histórias de aventuras sexuais em sítios públicos, com malta casada, com mais que uma pessoa, etc. Porque não é uma moça com grande imaginação, Brittany tem de experimentar as coisas em pessoa. Isto leva-a a umas sessões obrigatórias de viciados em sexo, tipo alcoólicos anónimos. Do outro lado temos o inocente Sam Richardson (também conhecido como «POTUS» para alguns), que teve a infeliz notícia que o seu remanescente testículo teria de ser removido, por risco de cancro. O outro já tinha ido antes, pelos mesmos motivos. Para mais, a namorada de Sam desde o secundário acabou com ele. Não pelos motivos óbvios. Só porque ele era um pouco enfadonho. Ele procura apoio num encontro de vítimas de cancro. Brittany e Sam conhecem-se por acaso no local onde ambas as reuniões decorrem.

Ainda não acabou.

Brittany foi despedida por ter sexo onde não devia. phrasing Sam está prestes a perder uma parte importante na vida de qualquer homem. Ela tenta reaver o emprego, ao mesmo tempo que faz uma espécie de terapia dos viciados. A moça quer voltar a ter sexo em todos os sítios/cidades onde o fez antes. Pega num mapa e marca os locais. E pega no Sam e vai aos locais, já que ele precisa de «dar umas voltas» enquanto pode e precisa também duma espécie qualquer de terapia para esquecer a ex-namorada.

Não faz muito sentido, certo?

Pois. É o que existe de comédias românticas, nos tempos que correm.

Bangkok Dangerous


Bangkok. Its corrupt, dirty and dense.

Que bela comédia, com Cage a ser o mais canastrão que consegue ser. Obrigado pela oferta, estimados P. e R.

Passo a explicar.

Em tempos, quando o mundo era um pouco menos estúpido e bastante mais «amplo» do que é agora, tinha amigos a viver na Tailândia. «Que fixe!», pensam vocês. «E gostaste de visitar o país?» Sendo uma pergunta adequada, só a fará à minha pessoa quem não me conhece. Pois é notório que sou um molenga do caraças, que não aproveita este tipo de oportunidades. No fundo, sou um idiota.

Acontece que sempre tive amigos que não merecia, por serem bons de mais para mim. Estes amigos, para além de terem convidado várias vezes a visitá-los, trouxeram-me esta prendinha. Sabiam do meu apreço pela 7.ª arte. O P. chegou a ser uma das pobres pessoas que visitava este humilde estabelecimento, ao início.

Repetindo-me: como idiota que sou, demorei a ver o filme, não podendo assim devolver o gesto enquanto P. ainda tinha paciência para visitar o blogue.

Há quem diga «mais vale tarde do que nunca», mas isso é tão estúpido como maior parte das expressões faciais com que Cage nos presenteia neste Bangkok Dangerous.

segunda-feira, abril 06, 2020

One Cut of the Dead


Ora aqui temos um plano contínuo mais interessante que 1917. Tem quase tanta acção, misturando ainda fantasia, intriga, mistério e quase tanto sangue. Para além disso, é um filme dentro dum filme, dentro dum filme. Ou seja, é mais complexo que Inception.

Mas recebeu os mesmos louros e distinções que ambos estes filmes? Claro que não. Porque é um filme com zombies, feito em terras distantes, por gente «esquisita».

Uma vergonha, é o que é.

quinta-feira, abril 02, 2020

Loft


Já que estou no país há algum tempo, convém ver os clássicos locais, não?

Loft foi um grande sucesso. Bateu números de audiências nas salas de cinema. Não foi algo que me tenha chegado a Portugal, na altura. Pelo menos eu não soube da coisa. Suponho que em 2008 andasse distraído com outras coisas.

Percebo o apelo. É uma história envolvente logo desde início. Cinco «amigos» que partilham um apartamento encontram lá uma mulher morta. Entram em pânico e não ligam à polícia. Porque não é suposto as mulheres saberem do apartamento, pois é usado para «entreter» outras pessoas. A partir daí é a usual história de tentar perceber quem cometeu o crime e porquê. E essa parte está muito bem trabalhada, até certa altura.

Confesso que não gostei assim tanto do desenrolar final, que foi esticado e exagerado. Sem necessidade nenhuma, no meu entender. Não tira mérito ao filme no seu todo. Simplesmente ficou-me um amargo na boca.

O filme teve tanta atenção que levou a uma versão americana, que saiu seis anos depois. Esta versão não foi assim tão bem sucedido. Ainda não sei se vou ver. É possível, só para detectar as diferenças (embora seja do mesmo realizador e até tenha uma actor em comum a fazer o mesmo papel) e se mudaram o final. Convenhamos que ver o mesmo filme duas vezes, quando não se achou assim tanta piada da primeira vez, poderá ser um pouco tolo.