segunda-feira, março 27, 2023

80 For Brady


O filme tem demasiados momentos parvos, daqueles completamente descabidos. Não indo muito longe - porque há exemplos bem piores - elas às tantas conseguem entrar no estádio onde decorre a Super Bowl. Sem bilhetes. Assim que entram encontram quatro(!) lugares vazios, todos juntos. Num estádio cheio para a Super Bowl? Certo.

A minha questão é que não era preciso. Como não eram precisas maior parte das cenas exageradas e nada credíveis. O filme podia ter sido um pouco mais «realista». Entraram pela porta do cavalo. Tudo bem! Depois é encontrar o amigo da Jane Fonda e irem para uma skybox. Como, aliás, acabou por acontecer. Não era preciso o teatro dos lugares livres.

Sem estes exageros o filme seria francamente melhor. Até à roçar o aceitável. Assim, foi apenas um filme que vi por desespero, porque não há mais nada.

terça-feira, março 21, 2023

Wunderschön


Continuo a gostar deste tipo de exercício. O de colar histórias pequenas, todas com um tema comum. Estão ligadas entre elas por relações mais ou menos óbvias entre as personagens.

Neste caso é sobre um conjunto de mulheres, com idades diferente, nos vários pontos da vida. Lidam com trabalho, relações, maternidade, frustrações, sonhos, reforma, ambições e, acima de tudo, com a constante pressão de terem de ter determinado aspecto. Algo imposto pela sociedade, pelos mais próximos e por elas próprias.

Eu gosto das ligações entre as histórias. Faz parecer uma coisa mais próxima e caseira. Neste filme gostei ainda de cada uma estar num momento chave na vida duma mulher. E é um filme alemão, o que dá-me um ar de que sou conhecedor e todo erudito. Que não vejo só americanices É um ar falso, sem dúvida. Mas, por um ligeiro momento, parece.

segunda-feira, março 20, 2023

Aftersun


É um filme sobre as férias dum pai com a filha. Tem, literalmente, filmagens de férias, à anos 90, com uma camcorder. Não é mais que isso, sendo muito mais que isso. Foi um período de transição para ambos. Ela tinha 11 anos. Ele 30, acabados de fazer.

E mais não digo. Estou com uma depressão gigante. Apesar de ter ficado muito contente, porque reconheci todas as músicas da banda sonora. Que belos foram os anos 90. Que murro no estômago que é este filme.

domingo, março 19, 2023

I'm Totally Fine


Natalie Morales é a rainha dos «filmes COVID». Talvez este filme não seja. Convenhamos que o COVID foi há algum tempo. Mas parece. Ora analisemos a história.

Jillian Bell numa casa no meio de lado nenhum. A melhor amiga e parceira de negócio morreu, muito pouco antes deste fim-de-semana. Festejariam um grande negócio concretizado. Atingem o sucesso professional e a moça morre. Logo, a festa foi cancelada. Mais ou menos. Jillian decide passar o fim-de-semana sozinha nesta casa, como forma de luto, de despedida.

Ou seja: «meio de lado nenhum», elenco super reduzido e poucas interacções entre estes, apenas as duas principais têm contacto maior. Se não é um «filme COVID», engana bem.

White Men Can't Jump


Formas modernas de ver, ou escolher, que filme ver. Em especial os antigos.

Andava a ver a segunda temporada duma série, que saiu o ano passado. Não vale a pena referir o nome, dado que apenas a primeira temporada vale a pena. Nesta série aparece a Rosie Perez. Devo ter pesquisado o perfil dela, para ver que mais tem feito. Pimba! Apanharam-me.

Nos dias seguintes aparece-me um artigo no Facebook sobre este filme. Uma lista de factos curiosos. Lá veio a nostalgia e, com ela, vontade de rever. Pesquiso onde posso fazê-lo. Está na Disney+. Adiciono à watchlist. Passa a ser apenas uma questão de tempo até ter uma tarde molenga de domingo. Não que vá ter muitas mais tão cedo, se alguma. Foi aproveitar e ver já, enquanto é tempo.

Soube-me pela vida. Ainda é um belo exemplar cinematográfico, dessa década maravilhosa que foram os anos 90.

sábado, março 18, 2023

Missing


Não é a primeira vez que vejo fazerem algo deste género. Terá começado antes, por certo, mas a primeira grande experiência com sucesso terá sido o Cloverfield onde, supostamente, toda a acção era filmada de forma amadora. Câmaras pessoais, telemóveis, câmaras de segurança, etc. A ideia é ser possível recriar uma qualquer situação, tendo apenas por base filmagens soltas de aparelhos vários, espalhados por vários sítios. Ao mesmo tempo, ou algum depois, surgiu o Chronicle. E há ainda um episódio de Modern Family. Bem fixe, por sinal. Claire está no aeroporto e vai falando com a família pelo Mac, seja com Facetime ou outro. Por fim e mais recente, há ainda outro filme de pessoas desaparecidas, o Searching, em que um pai procura a filha desaparecida. Missing é a mesma coisa deste último. Uma mãe procura a filha desaparecida. Acompanhamos a história através do ecrã do seu computador. Tudo o que faz, tudo onde clica, seguimos assim a sua investigação, o desenrolar e toda a acção e as surpresas.

Agora, sendo giro e interessante, o que não percebo é porque Searching teve menos atenção que Missing. São exactamente o mesmo filme, por muito que com personagens e intervenientes diferentes. Ambos são emocionantes, no sentido em que ficamos agarrados facilmente. Queremos saber o que se passa e como vai acabar. Isso é bom. Se pararmos para pensar, há milhentos buracos. E não é preciso ir longe. A miúda usa o computador pessoal para entrar na conta Google da mãe. É impossível entrar num novo dispositivo sem dupla validação no telemóvel. Logo aí cai tudo por terra. Mas não é essa parte que interessa. O filme é giro e cumpre a sua missão. Não precisa de mais nada. Traz mais à cena do que Searching? Não sei. É ver qualquer um dos dois, que a essência do processo está lá.

quinta-feira, março 16, 2023

Shazam!


Agora que a sequela já por aí anda, é tempo de rever o original. Assim posso ir ver o novo ao cinema. Mas... será que vou?

Shazam! deixa-me dividido. Tem partes tão divertidas, tendo também algumas bem parvas. O elenco é porreiro. Gosto do Levi. Já desde o Chuck. Só que os vilões da DC são tão reles. E a verdade é essa. É um filme DC, com tudo o de mau que isso tem.

De qualquer modo, continuou a ser divertido de se ver, mesmo que continue sem encher as medidas. E gosto até bastante do desenrolar final. Já se vou ver a sequela ao cinema ou não, não sei. Não sei mesmo.

terça-feira, março 14, 2023

Empire of Light


Que raios! Habitua-se um gajo a ver os filmes do Bond de Sam Mendes e, de repente, tem de levar com uma coisa melodramática. Quer dizer, quando decidi ver Emprire of Light não estava à espera de ver Olivia Colman aos tiros, em cima dum comboio, mas... Espera lá. Porque não?

Era gajo para ver Colman a despachar uns martinis, enquanto aposta os destinos do mundo num jogo de cartas. Se há moça que consegue fazer todos os registos é Colman. Basta ter este exemplo de Empire of Light. Ela vai de depressiva para jovial, bem humorada para fúria agressiva, brincalhona para ciumenta, tudo no espaço de segundos, de cena para cena. Porque não considerá-la para Bond?

domingo, março 12, 2023

We Have a Ghost


Este filme é miserável.

Agora que temos isto estabelecido, em situação normal explicava porquê. Não o vou fazer na totalidade. Não quero perder mais tempo com este filme do que já perdi. Muito genericamente, promete ser uma coisa divertida, com um fantasma, miúdos e hijinks. E é tudo isso. Até meio. Depois torna-se num filme de intriga, por um qualquer motivo. Pior, é super previsível.

Ou seja, falhou em ser o que prometia e falha em ser o que depois tenta. É um falhanço completo.

sábado, março 11, 2023

Operation Fortune: Ruse de Guerre


Este filme esteve para sair o ano passado. Havia expectativa. O mesmo elenco de buddies do Ritchie (mais ou menos), acrescentando talento americano. Ainda para mais, Ritchie vinha de dois filmes bem sucedidos depois de alguns flops, provando que estava outra vez no topo. Tinha tudo para correr bem. Então porque foi adiado? E, pior, porque sai no início deste ano, para uma altura em que os estúdios não estão a lançar os seus melhores filmes?

A resposta a ambas as perguntas é fácil: o filme é uma m€rd@.

Não sei que aconteceu, que anda Ritchie a fumar (ou a não fumar), mas não há nada que se aproveite deste desastre. A história não faz sentido algum. Os personagens são desinteressantes, assim como a acção. Plaza e Hartnett são erros de casting embora, em defesa destes, não há química alguma entre qualquer um dos actores neste filme. A começar no nome e a acabar... em tudo, este filme é simplesmente de evitar.

Call Jane


Um regresso aos assuntos sérios e às mulheres que muito fizeram, em prol dos direitos e do bem estar do seu género.

Não faço ideia quanto do filme é ficção e quanto aconteceu mesmo. Hollywood tende a embelezar tudo. No filme, uma dona de casa desesperada (sem relação à série) procura uma forma de abortar. Tem um problema médico. Se continuar a gravidez, se tentar dar à luz, pode morrer. Em família decidem salvar a mãe, mas nem o Estado e nem o Hospital, cuja direcção poderia abrir uma excepção, o permitem. Daí que tenha de recorrer a serviços ilícitos.

Conhece assim um grupo de mulheres a ajudar outras mulheres. A fazerem o possível. E não consegue não fazer parte. Elas ajudaram até não ser necessário mais. Nesta parte, pelo menos.

sexta-feira, março 10, 2023

My Father’s Dragon


Este filme deixa-me algo confuso.

Por um lado é uma história simples e até algo enfadonha. Ou seja, mais adequada a crianças que adultos, como é suposto ser maior parte da animação. Por outro lado é muito pesado, com uma data de coisas más a aconteceram, ao mesmo tempo que os objectivos do protagonista são tudo menos nobres.

Justifica-se com o facto de ser um remake que, ainda por cima, é baseado num livro antigo. Ou seja, outras formas de contar histórias para miúdos, ainda antes duma data de pesquisa feita de psicologia infantil, yadda yadda... E a verdade é essa. As histórias para miúdos, hoje em dia, são super básicas, sem consequências de maior. Eu cresci com histórias bem pesadas. Sou melhor pessoa por isso? Claro que não. Mas é diferente, de facto.

quarta-feira, março 08, 2023

She Said


Entrei, sem querer, numa sequência de filmes com temáticas muito difíceis, mas que precisam ser abordadas. Depressão, violação, abuso físico e/ou mental. Quanto mais se fale, mais informação existe, mais exemplos e casos, para fazer ver a quem precisa que não estão sozinhos(as).

Estas jornalistas, esta equipa, fizeram um trabalho notável a trazer a público os actos repugnantes de um homem no poder. Como ele houve muitos. Como ele há muitos por aí. Espera-se... Melhor: deseja-se que graças a este tipo de trabalho cada vez haja menos casos desses. É o que se quer.

Se me é permitido, gostava de deixar uma palavra de apreço pelas representações que Carey Mulligan tem feito. Está numa fase incrível da sua carreira e sinto que não está a ser-lhe dado o devido crédito. Não percebo porquê e parece-me parvo.

The Whale


Esta história assusta-me.

Não é um filme de terror. Nada disso. É apenas a história dum tipo que perdeu o amor da vida dele e, com isso, perdeu também a vontade de viver. Tem os seus prazeres, é certo. Mas vive tudo de forma simples, sempre em casa, sem fazer nada que não trabalhar online, ler e ver um pouco de TV. Guarda todo o dinheiro para a filha que abandonou no passado, em favor desse tal grande amor. Desistiu de fudo, menos de comer. Está decidido a comer até morrer. Uma espécie de Leaving Las Vegas com comida, em vez de álcool.

Assusta-me porque com umas pequenas nuances, se têm acontecido certas coisas, eu podia ser este tipo. Facilmente.

terça-feira, março 07, 2023

Chemical Hearts


Eu gosto de drama adolescente tanto como qualquer adulto que não quer ser adulto e vive através destes personagens. Só que Chemical Hearts tem algum drama a mais.

A moça viveu uma experiência demasiado traumática para qualquer ser humano, quanto mais uma adolescente. Sem dúvida. Isso justifica muitas das atitudes, mas como é que o rapaz se apaixonou por uma moça tão complicada só porque é gira e é com quem tem sexo pela primeira vez...

Pois, o que disse no parágrafo anterior não faz sentido algum.

segunda-feira, março 06, 2023

See How They Run


Há dois dias vi um filme policial. Um «whodunit», como lhe chamam neste filme. Ambos com um conjunto de personagens, todos com motivos para matar um deles. Um detective no meio, a recolher informação até encontrar o verdadeiro culpado.

Achei o de sábado uma patetice pegada. No entanto, teve uma data de atenção. See How They Run teve pouca, ou até nenhuma atenção. Contudo, dá 10-0 ao outro em termos de inteligência, narrativa, humor e interesse. Mesmo tendo um culpado algo banal.

Não há grande justiça no mundo. A verdade é essa.

sábado, março 04, 2023

Glass Onion: A Knives Out Mystery


Este filme é muito estúpido. Até para mim, que não sou muito esperto. Admito que tenho algum desdém pelo realizador - pelo que fez com um franchise que me é querido -, mas não consigo ver a genialidade que metem nestes seus filmes de suposto mistério.

Aliás, se há mistério verdadeiro não é o que está destro do enredo, mas sim o que existe na realidade. Por que carga d'água é que meio mundo de Hollywood quer aparecer nestes filmes? Alguém que me explique. Por favor.

sexta-feira, março 03, 2023

Living


Apesar de parecer um pouco enfadonho, tinha bastante interesse em ver este filme. Logo desde que soube da sua existência. E porquê? Porque tem Bill Nighy. E o Bill Nighy é o maior.

Confirma-se. O filme não prima pela exuberância. É sobre britânicos com chapéus de coco. Se isso não é sinal de tédio, não sei que possa ser. Mas o homem é incrível. Faz uma representação divinal, um misto de enfado com marialvismo, tendo toques de depressão e charme a um nível absurdo. Tudo ao mesmo tempo. E, enquanto está em cena, o filme consegue ter muito de interessante.

Ele é o filme, no fundo. Tudo o resto é paisagem.

quarta-feira, março 01, 2023

The Best Man Holiday


Estranhamente não vi este filme quando saiu. Ou então não é assim tão estranho. Porque 1) é demasiado longo e 2) não é grande coisa.

A sério. O filme tem duas horas. A última meia hora é completamente desnecessária, ou então podia ter substituído outras partes no meio. Porque foi um fim-de-semana gigante. A esposa rica convida os melhores amigos (entenda-se: personagens principais do primeiro filme) para um fim-de-semana em casa deles, que envolve refeições, viagens, um jogo marcante no final da carreira do marido e Natal. Sim, O Natal. Há jogos importantes de futebol americano nos dias de Natal? Pois.

Sendo que a duração já faz pouco sentido, há ainda o facto de que um tipo continua a pedir desculpas a outro tipo, que o tentou matar no primeiro filme só porque o primeiro teve relações com a noiva do segundo, mas muito antes dela ser noiva dele e numa altura em que ele «mijava fora do penico» constantemente.

Portanto, no primeiro era a relação tóxica dos rapazes com mulheres, e no segundo é a relação dependente de dois «melhores amigos». OK, agora que sei a temática estou ansioso por ver a mini-série.

The Best Man


Tinha este filme em melhor consideração. Espera. Será mais justo dizer que o filme não envelheceu nada bem. Está repleto de testosterona e atitudes muito incorrectas em relação a sexo e ao sexo oposto. Por exemplo, há esta fala: «there's nothing better than p#ssy, except new p#ssy». Se estivermos a falar de gatos, OK. Tirando isso, é só cringy. Aos olhos de hoje.

Pois aos olhos dos anos 90, Best Man foi um grande projecto. Dê por onde der, tem um excelente elenco, tratando ainda de temas universais como amor e amizade. O problema é a linguagem... E os homens serem todos engatatões e só quererem «comer g@j@s». Já lá vai o tempo. E depois há a questão do personagem principal ter escrito um livro onde revela que dormiu com a noiva do melhor amigo, de quem é padrinho de casamento. Não é muito esperto, certo?

Porque estou a rever este filme em particular? Porque lançaram uma mini-série há pouco tempo, que é uma espécie de terceiro filme. E tanto o primeiro como a mini-série estão na SkyShowtime. Mas não o segundo filme, vá-se lá saber porquê. Decidi rever, mais que não seja para testar o serviço.