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sábado, fevereiro 05, 2022

Book of Love


Confere. Está tudo aqui. Se dúvidas houver, por aí, de como funciona o mundo literário, está tudo neste filme.

Sam Claflin escreve um livro que, em seis meses, é metido em promoção de «compre 1, leve 3», porque só vendeu dois(!) exemplares. Isto em Inglaterra, porque entretanto foi traduzido e publicado no México, onde está a ser um grande sucesso. Faça-se notar que o autor não sabia que o livro tinha sido lá publicado e é a editora britânica que o manda para o México, em tour de promoção. A que propósito uma editora compra direitos dum flop estrangeiro não é revelado.

Chegando ao México e ainda bastante surpreendido com tudo o que se passa, Claflin sai directamente do aeroporto para a primeira sessão. Não é como se tivesse acabado de fazer um voo intercontinental, convenhamos. É a tradutora - mais a restante família, de avô e filho - que transporta o autor no seu carro velho. Incluindo uma viagem de dez horas, por estradas de terra. Depois da primeira sessão, o editor junta-se ao grupo. Carro velho cheio e viagens longas. Sonho. Mas voltando à primeira sessão, Claflin descobre que a tradutora fez um pouco mais do que traduzir. Reescreveu o livro todo. Meteu-lhe sexo em todas as páginas, tornado o livro numa telenovela.

A editora britânica, durante esta tour de três dias, procurando ganhar com a popularidade da «edição estrangeira», traduziu o livro de Espanhol para Inglês novamente e «reeditou» esta versão. Numa semana. Ao fim da qual o livro estava a ser um enorme sucesso em Inglaterra. Reforço: sim, é exactamente assim que tudo isto funciona.

Graças ao sucesso em ambos os países, a editora encomenda um segundo livro, desta feita escrito pelos dois. Trabalhando juntos todos os dias acabam por apaixonar-se. Eu sei. Chocante. Mas, mais uma vez, muito real. Praticamente todas as colaborações literárias levaram a isto. E não acho que esteja a spoilar nada de mais, porque o melhor vem no final, com a apresentação do novo livro no México.

Muitas vezes perguntaram-me que fazia no trabalho. Vejam este filme. Está tudo aqui.

terça-feira, julho 09, 2019

Mr. Pig


Diego Luna, orgulhoso do seu país, México, decidiu realizar um filme em que um americano passeia por todo o lado com o seu porco. O do americano, não de Luna, entenda-se. Quer dizer, se calhar na realidade o porco até é de Luna. Na história é do estimado Danny Glover. Se bem que tenta vendê-lo a quem pagar uma bela maquia e possa fornecer um agradável lar ao porco.

Parece confuso. Não é.

Glover é um especialista. Precisa de dinheiro e já não vai para novo. Leva um dos seus porcos, à partida o último que criou, para vender a uns velhos parceiros no México. Atravessa parte do país, o que só agrava a doença que tem. Pelo meio aparece Maya Rudolph, filha negligenciada pelo pai toda a vida. Parece que Glover curte mais porcos que crianças. Acontecem cenas e eventualmente vão parar a uma praia paradisíaca.

O que falta perceber... O que eu não consegui perceber é: será que Glover curte leitões?

sábado, fevereiro 09, 2019

Roma


O plano da poia a ser esmagada pelo pneu do carro.

Há algum tempo fui jantar com uns amigos. Um deles já tinha visto Roma e falou sobre o filme. Muito disse. Terá feito um discurso desenvolvido. O certo é que lembro-me perfeitamente dele ter brincado com este plano específico. Claro que ao ver o filme não tive como não esboçar um sorriso quando deu essa cena.

Roma é muito bonito. Ajuda ser todo a preto e branco. Ajuda muito. Pois tudo a preto e branco fica sempre melhor. Mas nem é essa a arma mais forte do filme. O realizador usa e abusa dos planos corridos. São maravilhosos. E ter toda aquela acção a decorrer, à medida que a câmara vai acompanhando alguns dos personagens, é estonteante. É um trabalho notável de ter tanto a acontecer em meros segundos. É de louvar. Mesmo. Só que...

Há sempre um «só que».

Talvez sejam demasiados. Talvez. A certa altura tornamo-nos insensíveis. É como comer nada senão bifanas durante uma semana. Para o fim já não ligamos ao maravilhoso que é a simples sandes. O mesmo se passa em Roma. Dei por mim a revirar os olhos com o raio do último plano corrido na praia. E a cena em si era suposto ter um peso tremendo na história. Distraiu-me. E fez-me desligar da cena, do filme, da angústia da personagem.

Posto isto... Sim, o filme é maravilhosamente bonito, mas é só isso. A história não é incrível. As representações estão ao nível do que nos habituou o cinema europeu durante anos. Ou seja, expressões faciais desprovidas de emoção, à boa moda do teatro ou de casos em que o realizador gostava da face de alguém que não era actor/actriz. Lamento, mas não acho a obra prima que se anda por aí a pintar e que, ou muito me engano, enaltecer-se-á ainda mais na cerimónia dos Óscares.

Cuarón e a sua equipa merecerão estatuetas. Só não tentem convencer-me que é um grande filme. É um videoclip muito longo. É uma pintura que vemos na parede dum museu. Nada mais.

E porque raio chama-se Roma?!

quinta-feira, maio 01, 2014

No se Aceptan Devoluciones

IMDb

Tenta ser uma comédia com interesse humano. A escolha de actor principal coloca muitas dúvidas sobre a intenção. Parece ser um palhacito de comédia. Será muito famoso no México e terá viabilizado o projecto, mas não deixa de tirar alguma credibilidade. Não ajudará ainda os toques pirosos mexicanos. Por muito que tentem fazer algo hollywoodesco, há sempre ali aquele «pormenor de poncho» a lembrar as origens. 

A história é simpática e teve um desenrolar simples e eficaz. No final saltam alguns passos, mas não incomoda muito. É um filme que se vê bem, mas não percebo o alarido que levou-me a vê-lo. Foi-me vendido como um grande filme mexicano. Meh!

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Rudo y Cursi

IMDb | Sítio Oficial

Depois de mais um belo serão futebolístico, chego a casa e meto-me a ver um filme sobre... futebol.

Rudo y Cursi volta a reunir a dupla Diego Luna e Gael García Bernal, depois de Y Tu Mamá También. Aqui são irmãos, ao invés de melhores amigos. Ambos jogam futebol na equipa local. Um é guarda-redes e o outro ponta-de-lança. Vivem na parvónia e só por sorte são descobertos por um agente meio salafrário (sim, reduntante). Chegam à ribalta, um mais depressa que o outro. Seja por causa duma mulher, ou por causa do jogo, acabam por perder a oportunidade que lhes foi dada por serem idiotas. Não sem antes terem um duelo directo. Um penálti do tudo ou nada. Apenas um pode ganhar. Ambos bem que precisam. E não é que perdem os dois?

É graças a estes filmes sul-americanos que percebo que nada sei de espanhol. Pinché perro, guéy.

segunda-feira, julho 09, 2007

O Crime do... vs El Crimen del... - Padre Amaro

IMDb | Sítio Oficial O Crime do Padre Amaro
IMDb | Sítio Oficial El Crimen del Padre Amaro

>>Adaptação<< Crime -X- Crimen
É incrível a maneira como dois filmes baseados na mesma obra conseguem ser tão distintos. A temática da corrupção da igreja está, obviamente, nos dois filmes e o facto do Amaro ser um idiota também, mas enquanto no tuga o Amaro, por exemplo, é um padrezeco que acaba por ganhar alguma notariedade pelo trabalho que faz na sua pequena comunidade, na versão mexicana é mais conhecido porque é um protegido do bispo. Se tivermos em conta a Amélia, então aí não tem nada a ver.

>>Padre Amaro<< Crime X-- Crimen
Difícil análise entre os dois. O Gael é, invariavelmente, melhor actor, mas também tem a vantagem de não falar na minha língua materna, língua essa que por muito que me esforce, continua sempre a soar-me mal em filmes. No entanto, o personagem da versão portuguesa é mais interessante. Mais que não seja porque apresenta indícios da sua verdadeira natureza logo à partida. Não gostei da maneira como fizeram no Crimen, onde no final vemos que o gajo é um idiota e pronto. Aquele tipo de ruindade não é uma coisa que se consiga disfarçar assim tão bem, mesmo sendo padre. Gosto muito do Gael e o rapazito português não fez nada de extraordinário mas no geral tenho que pender mais para o lado do tuga.

>>Amélia<< Crime X-- Crimen
Aqui não há grande dúvida. Não tenho nada contra a Ana Claudia Talancón mas a Soraia Chaves arrebenta com tudo. São papéis do mais discrepantes possíveis: uma é sonsinha mas perversa, com uma ilusão ridícula da sua relação com o padre; a Soraia é um descontrolo, a mulher é flagrantemente devassa e é de louvar. Aqui a grande cena e que eles apontam várias vezes, pelo menos na versão portuguesa, é que o Padre já teve milhentas oportunidades para fugir ao juramento de celibato que tinha com a igreja mas tinha sempre resistido à tentação. Se era para quebrar com as regras então era para ser à GRANDE! E aí nada melhor que o nosso fabuloso produto nacional. Do lado americano, temos só que ter em conta que a miúda é a única coisa que se aproveitava na aldeia. Ter sido ela foi meramente uma questão logísitica. Era porque estava ali. Sem demérito, atenção. A moçoila até apresentou bons argumentos e não se escapa a saber representar, só que contra a Soraia não havia a mais pequena chance.

>>Padres Corruptos<< Crime X-- Crimen
Confesso que tenho uma certa pancada pelo Nico. Então a vê-lo a fazer de mau da fita... acho o gajo bom, que se há-de fazer. A juntar a isto ainda metemos o Lagarto, por quem tenho até bastante consideração. Metam corrupção, porrada, álcool e mais uns devaneios à mistura no meio dos padres e estou encantado. No Crimen, tínhamos o padre principal, que era abusivamente corrupto mas supostamente com boas intenções, dois ou três irrelevantes e um outro que não se percebe muito bem o que andava ali a fazer. Era rebelde mas bondoso, ajudava a sua comunidade e era respeitado lá, por isso, mas era demasiado proactivo. Suponho que também seja algo injusto, o que é certo é que os padres mexicanos não tiveram direito a uma cena a andar pelo cemitério em câmara lenta à la Reservoir Dogs. Isso aí deixou-me logo convencido.

>>Meliantes<< Crime --X Crimen
Tentam sempre fazer estes gansterzecos/rappers de bairro degradado e falham sempre miseravelmente. Tentam sempre dar aquele ar de maus e fico sempre com a impressão que um grupo de colegiais davam-lhes um tareão de meia noite sem grande esforço.

Na versão mexicana não havia «Kimbés». Hats off to them.

>>Boxe Tailandês<< Crime X-- Crimen
Soraia Chaves toda nua, VÁRIAS VEZES, algumas em plena igreja. Novamente, sem demérito nem desrespeito pela Ana Claudia, mas é uma competição que nem existe. É como comparar o Coruchense com o Benfica. São ligas completamente distintas.

>>Banda Sonora<< Crime X-- Crimen
De um lado temos Da Weasel, Manuela Azevedo, The Gift e afins; do outro lado temos uma velha bexigosa a cantar uma música religiosa na igreja. Volta a não haver grande dúvida.


And the weiner is
... nenhum, mesmo. O meu conselho é lerem o livro que deverá ser minimamente interessante, ou não fariam dois filmes baseados nele. Já os filmes, tirando para verem a Soraia, não valem muito o esforço.

quarta-feira, julho 04, 2007

Crónicas

IMDb

Continuando na senda latina, seguimos com este Crónicas.

Para além da surpresa de alguém considerar o John Leguizamo como personagem principal dum filme (o Summer of Sam não conta) fica só a nota de ser um filme pesado com'ó raio que tem o dom de fazer com que odiêmos de morte todos os jornalistas.

O outro gajo, o contraponto do Leguizamo, o gajo tem um ar... que cena forte. Ou o gajo tem naturalmente aquele toque de alucinado ou estamos realmente perante um excelente actor.

De resto, o filme não tem assim grande coisa.