segunda-feira, julho 29, 2019

Long Shot


Acabo o mês de Julho muito bem, largando a coisa de ver cronologicamente por ano de lançamento e vendo o melhor que há por aí. Vejo o que me dá na telha. Que é como quem diz «vejo o que a minha senhora deixar ver».

Tenho alguma sorte, pois a minha senhora tem algum bom gosto. Não a consigo convencer a ver ficção científica ou maior parte das coisas de fantasia que gosto, mas comédias/comédias românticas é só elas virem e nós viramo-las.

Convenhamos que não é preciso grande esforço para convencer alguém a ver Long Shot. O trailer prometia bastante. Tem o Rogen, que é um gajo com piada. E tem a Charlize, que faz tudo bem, incluindo comédia. O absurdo do filme é a elevadíssima improbabilidade destes dois alguma vez virem a ser um casal. Rogen já nos habituou a uma grande dose de fantasia com o Knocked Up. Este é fantasia+ficção científica, elevado ao cubo. Não é só a relação. O desenrolar de história consegue facilmente levar-nos a revirar os olhos... não fosse o filme genuinamente divertido.

Porque é mesmo muito divertido. Não há defraudar de expectativas ganhas pelo trailer. Ou talvez seja o facto de ter visto o filme de directa, a fazer tempo para apanhar um voo às sete da manhã...

Não. Não. O filme é fixe. A sério. Vão ver, à confiança.

domingo, julho 28, 2019

Pokémon Detective Pikachu


É-me fácil ver este tipo de adaptações. Não tenho qualquer ligação com o material de origem. Estou só «aqui» para ver os bonecos, que são giritos. E, para mais, há o grande gancho: Ryan Reynolds.

É por ele que vejo o filme. Muita gente estará no mesmo barco. Foi um casting de génio, pois estou plenamente convencido que o filme seria um fracasso, não fosse ele. Convenhamos que talvez se pagasse sempre com dinheiro de fora. Pokémon tem seguidores, acima de tudo, na Ásia. Talvez Europa também. Foi aí que se pagou. O público norte-americano pagou quase a totalidade do filme, mas não chegou lá. Só com a bilheteira internacional. Mas, repito, não fosse Reynolds e nos EUA tinham visto... seis pessoas? Talvez sete ou oito, vá.

O filme em si é divertido, porque Reynolds tem sempre piada. Porque tem bons efeitos. Essa parte está óptima. Se se é fã, provavelmente ficar-se-á com alguma azia por decisões tomadas, por liberdades criativas com o material de origem. Não é o meu caso. Eu também reparo nos buracos de história (nenhum deles faz qualquer tipo de trabalho de detective, ambos tropeçam no desenrolar de história, por exemplo) mas, mais uma vez... eu só vim para ver bonecos.

quarta-feira, julho 10, 2019

Blue Jay


O Mark Duplass farta-se de chorar e faz uma mega birra. Percebe-se porque a Sarah Paulson acabou a relação no secundário, embora ainda consideram ser a relação das suas vidas.

O filme é muito simples. Dois ex encontram-se por acaso, muitos anos depois. Põem a conversa em dia e vivem novamente memórias e momentos perdidos, que ambos guardam com muito carinho. Especialmente porque passam por fases da vida muito pesadas.

Não é mesmo nada de mais, mas está bem contado e bem encenado. É uma daquelas histórias de romances que tinham de acabar, mas que podiam não ter acabado.

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Despacho os filmes de 2016 e passo os 157 filmes vistos, número estabelecido no ano de 2015, com este Blue Jay. E se esta frase não foi confusa o suficiente, o próximo objectivo é chegar aos números vistos em 2016. Sim, sim. É nestas alturas em que gostava de ter estudado melhor Matemática E Português.

terça-feira, julho 09, 2019

Other People


Não foi fácil ver este filme. Bateu em algumas teclas particularmente sensíveis. Porque, no fundo, eu sou estas «outras pessoas».

O filho mais velho volta a casa. A mãe está a morrer com cancro e este volta para estar com ela, para ajudar no que puder. Não deixa assim tanto para trás. A carreira não corre nada por aí além, e a relação com o namorado terminou. Não que possa revelar algo disto à família. Não quer acrescentar aos problemas e não é como se os pais estejam muito confortáveis com a sua homossexualidade.

O título vem duma premissa que fala ao amigo. A de que este tipo de coisas, a doença na família, era apenas algo que «acontecia às outras pessoas». Percebo de onde vem o sentimento. Assim como compreendo quase tudo o que se passou no filme.

Estive longe de manter este tipo de calma que todos demonstraram. O processo esteve longe de ser tão «aceite» por todos. Para mim essa é a parte de ficção, embora espere que seja para maior parte das pessoas como foi para esta família. Infelizmente acho improvável.

Other People está bem feito. Digno e muito pesado. Pelo menos para mim.

Mr. Pig


Diego Luna, orgulhoso do seu país, México, decidiu realizar um filme em que um americano passeia por todo o lado com o seu porco. O do americano, não de Luna, entenda-se. Quer dizer, se calhar na realidade o porco até é de Luna. Na história é do estimado Danny Glover. Se bem que tenta vendê-lo a quem pagar uma bela maquia e possa fornecer um agradável lar ao porco.

Parece confuso. Não é.

Glover é um especialista. Precisa de dinheiro e já não vai para novo. Leva um dos seus porcos, à partida o último que criou, para vender a uns velhos parceiros no México. Atravessa parte do país, o que só agrava a doença que tem. Pelo meio aparece Maya Rudolph, filha negligenciada pelo pai toda a vida. Parece que Glover curte mais porcos que crianças. Acontecem cenas e eventualmente vão parar a uma praia paradisíaca.

O que falta perceber... O que eu não consegui perceber é: será que Glover curte leitões?

segunda-feira, julho 08, 2019

XOXO


Mais um daqueles filmes em que uma data de personagens se cruzam, uns com mais influência que outros, tendo por base algo em comum a todos. Vocês sabem de que filmes estou a falar. Ou é «amor» o ponto comum, ou o dia dos namorados, das mães, tias, afilhados ou gatos. No caso de XOXO o ponto comum a todos é que vão a uma rave. Não é uma rave qualquer. É um daqueles festivais rave, tipo Boom.

É por causa de filmes como estes, Netflix, que o mundo acha que não sabes, ou mesmo que não deverias estar a fazer filmes.

Pois.

The Late Bloomer


A certa altura no Mundo, em algum momento na História, houve um tipo na casa dos seus 30 anos que não tinha ainda passado pela puberdade. Porque sim, este filme é baseado numa história verídica.

Um tipo teve um tumor no cérebro, a fazer pressão em determinada zona. Impediu-o de ser como os outros rapazinhos. Até aqui parece não ser nada de especial, até listarmos o que a puberdade implica:
- acne;
- mudança na voz;
- pelos púbicos;
- testosterona;
- mudanças de humor;
- testículos mirrados;
- erecções!

Até ao último ponto, confesso, não achava mesmo nada dramático. Tinha passado bem sem maior parte destas coisas na minha vida. E sim, tive a minha dose de erecções desconfortáveis/embaraçosas. Mesmo assim não as dispensava.

Assim que os médicos diagnosticaram a maleita no rapaz, prontamente removeram o tumor. E ele pôde assim passar por uma data de coisas que maior parte dos adultos tem gosto em ter já esquecido. E não, não foi mais fácil por ser em adulto, tirando a parte em que sexo acabou por ser algo de mais fácil acesso. Ou não existissem apps maravilhosas hoje em dia. Fora isso o filme não é nada de especial, já que os actores são fraquitos e a história é o que é.

domingo, julho 07, 2019

Spider-Man: Far From Home


E se eu convenci a minha senhora a ir ver Booksmart, ela convenceu-me a ir ver o Spider-Man. A moça tem uma panca pelo miúdo Holland. Era arriscado, porque ela não viu muitos dos filmes, em especial os últimos dois Avengers. Tive medo dos spoilers para ela. E quis eu evitar ser spoilado pelas coisas que apareciam na net em catadupa. Fizemos uma sessão double feature. O surreal é que este era o candidato a favorito, sendo que não o foi.

Tenho problemas sérios com esta sequela. Realço primeiro que continuo a achar esta a melhor versão cinematográfica do personagem. De longe. O filme é super divertido e está bem feito. As cenas de acção, embora todas feitas a computador, estão geniais. Foi extremamente entretido. Talvez o meu problema seja porque não vejo como, nem o porquê, deste ser o último filme da Fase 3. Quer dizer, cronologicamente é o que faz sentido. Mas depois de Endgame, isto pareceu tão frouxo.

OK, sim. Este é o meu maior problema com o filme. Acrescentou praticamente zero ao universo. Não dá quase pistas nenhumas do que vem aí, o que só me deixa preocupado. Honestamente, parece que não há qualquer plano. A Marvel sabe que vai fazer «cenas», mas é notório que já não há planos de maior. Admito que o problema seja todo meu. Estou habituado a revelações de Avengers e Thanos. De sagas que conheço tão bem e de personagens a fazerem coisas que li em miúdo e em graúdo. Agora não há nada. Há uma promessa de sequelas. De mais histórias soltas. De mais espaço e dos personagens que não estavam na ribalta, mas que merecem estar. Estou claramente muito mal habituado.

Far From Home teve pouco de spoilers para a minha senhora. Para mim não evitou spoilers nenhuns da história ou do que aí vem. Acho mesmo que podia ter lido todos os artigos antes de ver o filme e nada teria sido spoilado. É um bom filme pipoca. Não fiquei com vontade de rever já, mas sei que acontecerá no futuro. E... que raio foi aquela relação com a MJ? Saiu disparado do nada! Embirrei com esta parte. Achei muito mal desenvolvida.

Mas vá, pipocas à bruta e siga para a fase 4!

Booksmart


Gostei muito de Booksmart. Já tinha visto boas críticas. Tive a sorte de apanhar o filme em cena enquanto estava por Bruxelas e lá convenci a minha senhora a ir ver. Em boa verdade, deveria ter sido ao contrário, dado o filme que é, mas ainda bem que ambos não nos regemos pela regra de só pagar para ver filmes grandes. Pois o filme merece o bilhete. Não, não é um blockbuster que precisa ser visto numa tela grande. Mas é um bom projecto, que decidiram fazer para cinema. Logo, se queremos continuar a ver bons filmes no cinema e não só no conforto do nosso lar (entenda-se Netflix), então temos de «meter o dinheiro onde temos a boca». Esta expressão não funciona mesmo nada bem em Português.

Booksmart é, como o próprio nome indica, inteligente. Tem malta talentosa e um bom desenrolar de história. Mesmo sendo apenas mais um momento de final de secundário, é uma versão moderna da coisa. Continua a fazer-me imensa confusão o facto dos miúdos serem super tolerantes uns com os outros. Não podia estar mais distante do que foi a minha realidade e do que os filmes contaram nas últimas décadas. Em boa verdade, é um filme bem mais «ficção científica» do que os do género, para mim. Mas foi super agradável de se ver e muito, mas muito divertido.

Sei que não tenho esse poder, pois não tenho um blogue popular ao ponto de chegar a muita gente. Confesso que gosto da ideia de conseguir convencer alguém a ir ver isto ao cinema. Estreia esta semana em Portugal!

quarta-feira, julho 03, 2019

The Girl with All the Gifts


Diga-se o que se disser do género zombies, é possível fazer coisas novas, giras e diferentes.

Ainda posso dizer que um filme de 2016 é «novo»? Bem, foi novo para mim. Quer dizer, já estava na lista há algum tempo, mas à minha boa maneira, se sabia algo do filme, prontamente decidi esquecê-lo. E ainda bem, porque foram boas surpresas atrás de boas surpresas.

Convenhamos que GwAtG é uma mistura de duas coisas: zombies e fim do mundo. Sim, eu sei, tudo o que é coisa de zombies costuma ser apocalíptico só por si, mas este fim é mais de ficção científica. Na verdade, GwAtG é o que os «Resident Evils» queriam ser, com um qualquer vírus a mudar completamente a sociedade.

Como nota de que continua a ser possível assustar um espectador habituado a filmes de zombies, GwAtG não só junta a Glenn Close, a mulher mais assustadora do mundo, desde o Atracção Fatal, como ainda envolve crianças que não se conseguem controlar e que, no fundo, só estão nesta terra para nos matar.

Era meter aqui um exame de escola e juntavam-se todos os meus pesadelos.

terça-feira, julho 02, 2019

Spectral


Esta coisa da ficção científica na Netflix cheira-me que será uma oportunidade desperdiçada. Porque são dois filmes seguidos que vejo, ambos de 2016, que foram bastante agradáveis de se ver. Spectral tem um nível de produção bastante superior. Entenda-se: orçamento. Mas ambos são coisas honestas, bem feitas, com uma cenografia própria.

Sim, há uns quantos pormenores de história que estão colados a cuspo. E o final clássico de fazer apenas uma coisa e cair todo um castelo de cartas até a mim irritou um pouco. Não interessa. No final fica um sabor agradável na boca, de se ter visto um projecto feito com dedicação, sem intenção de ser mais do que era.

Falta muito disso em Hollywood, hoje em dia.

segunda-feira, julho 01, 2019

ARQ


Isto faz muito sentido para mim. Não a história temporal de loops e afins. Ora aí está uma salgalhada que nunca faz sentido, por muito que esteja bem cosida. Faz sentido sim o tipo de projecto.

Uma coisa de baixa produção. Apenas um cenário, com um par de cenas de exterior e o um fundo claramente de computador (que incluiu um avião despenhado e zona residencial). Um elenco curto.

Sim, OK, acabei de descrever um «filme de TV», mas se a Netflix quer ter um catálogo vasto, dentro de vários géneros, esta é a forma de riscar da lista «filmes de ficção científica». Porque para fazer um filme filme do género são precisos muitos recursos. O que fica caro para um filme para um público reduzido. Daí que maior parte da ficção científica tenha sido feita para TV. Presumo eu... na minha ínfima sabedoria... de não ter pesquisado nada para afirmar tal coisa.

O certo é que o género sempre se deu bem em TV. Porque os nerds preferem ver coisas no conforto do lar (sim, foi também por isso que a pirataria evoluiu tão rapidamente). E por «lar» entenda-se a cave em casa da avó.

Logo, bora lá Netflix fazer mais coisinhas destas, que aqui o nerd quer ver coisas no conforto do sofá, em roupa por lavar há semanas, cheia de buracos e nódoas de comida que não estarei a comer no momento.