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sexta-feira, maio 15, 2020

Love Happy


Que final trágico.

Groucho aparece apenas num par de cenas, que pouco sentido fazem para a trama. Ainda por cima tem um bigode verdadeiro! De resto fez apenas de narrador, numa mudança de papel que não lembra ao diabo. As contas do resto do filme ficam a cargo dos meus irmãos menos favoritos e duma mui nova Marilyn Monroe num papel secundário irrelevante. Nada disto ajuda a despedir-me condignamente desta fase muito particular de Hollywood.

Foi bom ver estes filmes, atenção. Os últimos tenho-me queixado um bocado, mas é apenas pela saturação. Estou cada vez mais convencido que binging não é a forma de ver o que seja. Nem séries, nem filmes. Mas claro que também convém ter noção que neste período específico de Hollywwod a ideia era cuspir rapidamente tudo o que pudesse ser um sucesso. Se um gato a espirrar metia gente nas salas de cinema, então é fazer filmes de todos os ângulos, com todas as raças, de todos os gatos possíveis a espirrar.

Não é em nada diferente do Hollywood de agora. Eu sei. Acontece que na altura o mercado reagia de forma mais lenta. Só ao décimo gato a espirrar é que o público desistia. Porque filmes divertidos eram novidade e não havia assim tantos para ver. Por isso, se um filme Marx era divertido e chamava a atenção do público, só ao 13.º é que deu para perceber que não tem assim taaaaanta piada vê-los a fazer sempre a mesma coisa.

quinta-feira, maio 14, 2020

A Night in Casablanca


Estou a chegar ao fim da epopeia Marx. Ainda bem. Já não há muita vontade de ver muitos mais. Até porque há outros factores a incomodar.

Comecemos com um comentário injusto, mas muito adequado aos nossos tempos correntes: num filme a preto e branco, passado em Casablanca, é curioso que acabem por usar apenas uma cor. Entenda-se: há uma data de branquelas a fazer de Marroquinos. Certo e sabido que havia uma presença maior britânica (e outros) nesta altura, não deixa de ser uma interpretação errada. Era o que havia. Não sabiam, nem conseguiam mais.

E qual é a melhor forma de impedir um nazi de fugir com um tesouro para a América do Sul?  Atrasá-lo a fazer as malas, pois claro. Há toda uma cena absurda em que os Irmãos, para atrasar o dito nazi, escondem-se no seu quarto e vão tirando roupa e afins das malas, ao mesmo tempo que o palerma as coloca.

É o que vai ficar do filme. Assim ao menos parece divertido.

quarta-feira, maio 13, 2020

The Big Store


Um dia numa loja grande.

O estúdio de Hollywood - os patrões, entenda-se -, deu aos meninos um cenário gigante para poderem brincar à vontade. O problema é que tiveram de encher a filme, por falta de história. É tudo bastante básico e visto, pelo menos neste e nos dois filmes anteriores.

Há um casal que quer fazer algo, mas existem uns maus da fita que querem o oposto e estão dispostos a tudo para o ter. Chico e Harpo são amigos do casal. Groucho é um marialva cheio de esquemas, mas que ao conhecer o casal, deixa de lado as suas intenções egoístas e junta-se à causa. Também há a senhora rica que Groucho assedia, vários momentos musicais a despropósito e uma grande cena de acção com tropelias cómicas.

Como já fizeram tudo isto várias vezes, faltava material para «encher o chouriço». Houve toda uma grande cena parva com camas futuristas e rapto de crianças à mistura. Soa pior do que foi, embora não tenha sido muito melhor. Claro que, para mim, o pior mesmo foram os demasiado momentos musicais, sempre com Chico a disparar nas teclas de piano mais à direita, entre outros vários clichês Marx.

The Big Store não é dos melhores, sendo que não sei se haverá ainda bons depois disto. Consta que houve uma mudança de donos no estúdio, sendo que os novos não tinham bem noção do que devia ser a comédia dos irmãos Marx. Parece que os filmes seguintes foram de menor qualidade, menos sucesso e, tecnicamente, o fim da carreira cinematográfica dos manos.

Terá começado aqui esse fim?

terça-feira, maio 12, 2020

Go West


Outro dos meus «clássicos». Vi Go West muitas vezes. E lembrava-me perfeitamente da cena na estação de comboios, a caminho do Oeste. A entrega da nota de dez dólares, a troco de nove notas de um dólar. Lembro-me - e vejo isto como grande diferença face aos outros filmes - do momento em que os três aldrabões são aldrabados, e como o facto deles serem mais fracos e sucumbirem à força/pistolas dos maus da fita implicou que os verdadeiros bons da fita saíram prejudicados.

Porque os irmãos estavam sempre neste meio. Entre uns e outros. Começavam do lado dos «maus» (embora mais marialvas do que maléficos) para depois, graças à influência dum casal apaixonado (regra geral) passarem para o lado dos bons. Aqui tentam ser malandros, mas rapidamente são postos no lugar pelos verdadeiros maus da fita. E então, não só por influência mas também por sentimento de dever (e alguma vergonha à mistura), fazem das tripas coração para poder «salvar» quem lhes deu a mão e ia sofrendo com isso.

Há várias possíveis citações neste filme, mas do que me lembro sempre é dos brindes às respectivas terras natal. Pouco sentido fará para quem ler, mas na minha cabeça ouço-os perfeitamente, a repetirem isto até à exaustão, cada vez mais inebriados.

South Carolina!
Mississippi!
Louiiiisiana!

domingo, agosto 16, 2015

The Big Sleep


O Bogart seria uma estrela hoje em dia? É uma pergunta pertinente. Tinha o jeito da coisa, daquele tempo. Tinha um ar rude, que o ajudava a fazer os papéis de durão. Mas ladies man não conseguiria ser, nos tempos que correm, certo?

E onde houve tempo para os personagens principais apaixonarem-se? Estiveram juntos vinte minutos, das pouco menos de duas horas que tem o filme. Levar a irmã drogada para casa, logo após supostamente ela ter morto um tipo, não pode ser considerado um meet cute, lamento.

E as cenas de porrada. Céus, que coisa tão fraca.

Claro que isto é com um olhar moderno.

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Casablanca

IMDb

With the coming of the Second World War many eyes in imprisoned Europe turned hopefully, or desperately toward the freedom of the Americas. Lisbon became the great embarkation point. But not everybody could get to Lisbon directly. And so a torturous, roundabout refugee trail sprang up. Paris to Marseilles across the Mediterranean to Oran. Then, by train or auto or foot, across the rim of Africa to Casablanca in French Morocco. Here, the fortunate ones, through money or influence or luck might obtain exit visas and scurry to Lisbon. And from Lisbon to the New World. But the others wait in Casablanca. And wait and wait... and wait.

Numa noite maravilhosa para casais (não devia gozar, mas não resisto), decidi ver um filme romântico. Decidi ver O clássico dos clássico. Casablanca, como todos sabem, tem todas as «frases feitas», usadas em praticamente todos os filmes do mundo. É uma espécie de bíblia dos filmes. Tudo tem um bocadinho daqui.

Claro que exagero. O que é certo é que, a brincar a brincar, quase que vi todo o filme em encenações, ou mesmo em cenas de outros filmes. Acho que só não tinha visto cenas de Paris.

É um bom filme. Claro que é um bom filme. Tem tudo. Nazis. Romance. Intriga. Revolta. Corrupção. Amores proibidos. E a constante referência a Lisboa como ponto de passagem para a liberdade.

Valeu a pena.

sábado, dezembro 18, 2010

Arsenic and Old Lace

IMDb

Tudo começou com Runaways, uma banda desenhada da Marvel. No meio dum grupo de adolescentes que fugiram de casa (daí o nome), porque descobriram que os pais eram vilões, uma das moças decide ter o nome de guerra Arsenic, tendo o seu dinossauro de estimação como Old Lace. Era o filme preferido de Gertrude. Desde então, referências ao filme iam aparecendo aqui e ali, principalmente em séries. Acho que chegou a ser referenciado no Family Guy, mas não meto as mãos no fogo. Após pesquisa, descubro que Arsenic and Old Lace é um dos melhores 250 filmes do IMDb. Como ando numa de ver um clássico de vez em quando, porque não?

Como maior parte (todos?) dos filmes da época, tem uma narrativa muito teatral. Um cenário onde acontece tudo. Neste caso, é na casa da família Brewster, em Brooklyn. Vivem duas tias velhotas, com os seus três sobrinho. Um, o principal, é crítico de teatro e autor, sendo conhecido por gozar com a «instituição» que é o matrimónio. Outro é psicopata. E o terceiro pensa ser o Teddy Roosevelt. As velhotas são conhecidas por serem pessoas simpáticas e caridosas, até que o sobrinho são (único na família) descobre que matam viajantes que lhes vão bater à porta, respondendo ao anúncio de aluguer de quarto. A história começa com o sobrinho são a casar-se com uma moça por quem apaixonar-me-ia facilmente, não fosse o facto de já ter morrido há 15 anos. A partir daí gera-se o caos... ou mesmo a insanidade.

Tenho que ver mais clássicos. Isto é giro.

sábado, dezembro 23, 2006

Citizen Kane

IMDb

Não gosto de falar sobre clássicos. Que mais posso dizer que já não tenha sido dito por milhentas outras pessoas?

O filme é bom, disso não há dúvidas. E também compreendo a falta de sucesso que teve na altura, pois talvez tenha sido um pouco «à frente» demais para aquele público. Para além disso não há muito mais. Se bem que saber o que é que é o «Rosebud» tira um pouco a mística à coisa, mas não estraga o filme, que era uma coisa que tinha receio.

Aquilo que acho estranho é como é que o Orson conseguiu fazer uma carreira ao contrário daquilo que é normal. Começou em grande no teatro, rádio e cinema e acabou a fazer filmes em casa, sem meios, com os amigos (miúdos fãs e operadores de câmara, entenda-se) e a namorada a fazerem os outros personagens.