quarta-feira, novembro 30, 2022

The Noel Diary


Não era suposto ser este o filme com que fechava o mês. Eu tinha outros em mente. A minha senhora queria ver um específico. Só que tivemos problemas técnicos e acabámos por «aterrar» neste Diário. O meu objectivo maior era atingir os 20 filmes este mês. Acelerei no final. Os últimos dias foram mais carregados para chegar a este mínimo aceitável. Queria acabar em grande, mas este filme... Faz sentido, agora que penso no assunto. Foi um mês muito fraquinho em termos de filmes. Tinha de acabar com um filme fraquíssimo.

Hoje mesmo apareceu-me um artigo qualquer no feed a dizer que este seria o filme de Natal mais natalício até agora. A expectativa subiu. A impressão que tinha é que seria mais um destes filmes românticos da moda, disfarçado com umas árvores de Natal. Assim, com um artigo a louvar tanto, achei que teria mais sumo.

Eeeeerraaaaaaaaado!

Noel Diary tem tantas incongruências que podia estar aqui duas horas e não conseguiria listar todas. Aliás, falar das incongruências duraria mais tempo do que o filme! É mau que dói. Tem um pouquinho mais de «magia de Natal», a que outros filmes da época/género nos habituaram, mas é por demais uma coisa tão ridiculamente mal cosida. É o pior «filme de Natal» que vi este ano. E já vimos umas coisas bem ridículas.

Clara


Dylan! A sério?! Que raios estavam a tentar comprovar com Bob Dylan?

Bem, escolhas musicais à parte, Clara tem muito de interessante. Quer dizer, quando falamos da procura de vida no universo - para além da nossa, claro -, é sempre interessante, certo? Ou sou só eu?

Um professor universitário procura algo no espaço, por forma a colmatar um vazio na sua própria vida. Antes que o consiga fazer encontra sim uma moça peculiar como assistente. É com a sua ajuda que descobrirão algo.

Foi uma ajuda científica? Nooooooooope! Longe disso. E essa foi a parte que deixou-me de pé atrás. Porque pendeu rapidamente da «ficção científica» para a fantasia. De qualquer modo, apesar disto e de Dylan, foi agradável de se ver.

Vesper


Curioso como um filme pós-apocalíptico consegue ser uma representação quase exacta da minha vida. É Belga, só falam inglês, e a personagem principal, quando sai de casa, tenta evitar pessoas.

Estes filmes pós-apocalípticos tendem a ter sempre uma mesma base. Um adulto a tomar conta duma criança, protegendo e procurando que evite fazer algo diferente e perigoso. A criança a querer sempre fazer mais, procurando melhorar a situação de ambos. A criança quer sempre mais e melhor, enquanto que o adulto só quer preservar o status quo.

De certeza que haverá um estudo qualquer, mas tenho ideia que as crianças contentam-se com o que têm. Mais que não seja porque não conhecem nada diferente. Em adolescente OK, vem aquela sensação nefasta de nunca estarmos bem onde estamos, para depois mais tarde passar ao medo da mudança. Mas crianças, epá, essas só querem é brincadeira. Poderei estar enganado.

Vesper segue esta base, incluindo ainda o surgimento dum elemento/pessoa, vindo do nada, que destrói ilusões de mundos melhores e o próprio status quo, tudo ao mesmo tempo. É muito clichê, mas ali pelo meio acrescenta umas coisas assim a modos que originais. Valeu por isso.

terça-feira, novembro 29, 2022

Oslo, 31. August


Isto é mesmo estar a gozar com um gajo.

Tomemos apenas o início do filme como exemplo. Não creio que vá spoilar alguma coisa. O filme tem dez anos. Imagino que toda a gente já o tenha visto. Portanto, a coisa começa com o nosso protagonista num quarto de motel à beira da autoestrada, com uma Sueca despida na cama. Sai e vai em direcção ao mato, a caminho dum lago ou dum rio. Não percebi exactamente o quê. É um corpo de água grande onde tenta suicidar-se. Ou então estava a treinar mergulho. Uma das duas. O certo é que, depois de vir à tona, regressa à clínica de desintoxicação, onde vive momentaneamente. Tem ordem de soltura. Foi a primeira noite que pôde passar fora da clínica. Tem agora um dia inteiro para passar em Oslo. Vai aproveitar para ver família e amigos mas, acima de tudo, tem uma entrevista de emprego.

Até o raio dos janados...

Reprise


Olha para mim todo armado em pseudo-intelectual, a ver filmes Noruegueses. Em boa verdade, já o estou para ver há algum tempo. Este e o próximo. Desde que vi o terceiro da «trilogia Oslo» deste Trier, filme considerado como «um dos do ano», do ano passado.

Não sendo desprovido de interesse - de longe -, não consigo distanciar-se do que estes caramelos fazem profissionalmente. São idiotas pretenciosos, que têm demasiado tempo livre nas mãos, logo passam-no a ler, a ouvir música, stalking autores conhecidos e em festas. É uma boa vida quando se é estudante universitário. Sem dúvida. Mas eles já passaram essa fase. É depois disso. Não têm de trabalhar porque têm famílias ricas. Não precisam. Como tal podem dar-se ao luxo de ir um ano para não sei onde, só para escrever um livro.

«Belas vidas», já dizia o outro.

segunda-feira, novembro 28, 2022

The People We Hate at the Wedding


Nao sabendo muito do filme, apenas do elenco e que ia haver um casamento, achei que iam passar o tempo todo a mandar vir com as pessoas irritantes na cerimónia. Tipo eu. Eu costumo ser a pessoa irritante em casamentos, sempre deprimido ou farto de ali estar, incapaz de divertir-me ou a divertir-me demasiado (entenda-se: bêbado chato e/ou que parte cenas).

Afinal eles eram essas pessoas. Não necessariamente o meu tipo de «pessoa irritante», mas mais do género embaraçoso e quase a arruinar o casamento. Foi confuso. Divertido, mas confuso.

Mas este elenco...! Caramba, é preciso algo mais para fazer um filme? Sim, neste caso, sim. Porque foram todos para Londres e não quero imaginar o que se estoirou em produção, mais os cachês dos artistas. Deve ter sido uma bela nota. Portanto sim, é preciso elenco e orçamento. Aprendemos todos algo, hoje.

Operation Christmas Drop


Depois da conversa no post do Holiday Calendar, fui confirmar o que a moça já tinha feito. Ela afinal não tem dois filmes na Netflix. Tem três! Não sabia deste. Claro que, sabendo, não havia como não ver. Apesar de ser mais um «filme de Natal» no calor.

Uma burocrata de Washington é enviada para uma base militar americana na Micronésia. A ideia é investigar e encontrar falhas suficientes para justificar o fecho da base. Parece que os malandros dos militares têm a mania de usar recursos para distribuir bens de primeira necessidade pelas ilhas.

O desplante destes bandidos! Não é para isso que servem as forças militares. É para pew pew e bang bang, não para acções que enriquecem as vidas dos mais necessitados. Devia ir tudo dentro, para a prisão militar onde ainda deve estar o personagem do Nicholson. Ou Guantanamo. Um desses sítios. É o mínimo.

domingo, novembro 27, 2022

Black Adam


Segundo blockbuster do ano, visto hoje, com Viola Davis. Não é muito relevante. Era só uma curiosidade. O papel dela é inconsequente e, em boa verdade, devia não existir, porque nunca serviu bem o propósito.

Black Adam procurou fazer tudo o que a Marvel fez de forma bem sucedida. Só que com anos de atraso. Pelo menos dez. Desde os personagens obscuros que não são explicados, ao raio que vai até ao céu e abre um portal, às ligações de universo feitas com a personagem da Viola. Nada disto tem qualquer interesse hoje em dia. Foi fixe, mas já vimos tudo antes.

Black Adam é banal, mesmo sendo o maior desafio de representação do Rock. Estou a gozar, claro. Há uma cena em que o Rock olha para uma estátua gigante dele e eu, por um segundo, perdi noção do que era a rock e o que era o Rock. Foi um filme divertido, mas por ser mauzito. Creio que não seria o objectivo. Pelo menos não imagino que o Rock tenha trabalhado neste filme durante mais duma década para atingir apenas esse «objectivo».

The Woman King


Se vou conseguir voltar a números decentes, ainda este mês, preciso de blockbusters. Isto tem andado fraco por estas bandas. Não tem havido vontade de ver grande coisa. Também houve visitas e há muita bola como concorrência. Mas antevia-se que este mês viesse a acontecer. Não me refiro ao mês em si. Novembro virá sempre por altura de Novembro. Antevia-se que chegasse um período em que a réstia de vontade esvanecesse. Se vou conseguir contrariar isso é com blockbusters, parece-me.

Para que não haja dúvidas, Woman King é um blockbuster. Tem muito do que preciso. Acção, emoção, uma data de clichês e malta talentosa. Infelizmente não chegou para reencher o copo vazio. Poderá ser preocupante. Deixa ver.

sábado, novembro 26, 2022

The Holiday Calendar


Um avô dá um calendário de advento à neta crescida. Era da avó, entretanto falecida. No primeiro dia a portinhola do dia 1 abre-se. Lá dentro estavam uns sapatos pretos pequeninos. É uma estatueta miniatura, a lembrar as coisas que costumavam estar nos bolos rei. Nesse mesmo dia o melhor amigo dá-lhe uns sapatos que comprou em Itália. Iguais.

O calendário prevê o futuro e a cada dia vai apresentar uma estatueta a representar o momento emblemático que terá nesse dia.

Engraçado, certo? Um ideia pitoresca e mágica para um filme de Natal. O problema é que, a partir de aí, eram só estatuetas com coisas alusivas ao Natal. O filme passa-se nesse período. O raio do calendário não está a prever nada. Saiu uma árvore de Natal. E então? Há mil árvores de Natal espalhadas pela cidade!

Ser no Natal e ter ou não o calendário, é tudo irrelevante. A história poderia ter acontecido em qualquer outro período do ano, de tão básica que é. O filme só oferece de bom a actriz principal, que tem algum talento e piada. Auguro-lhe um futuro incrível a aparecer em filmes lamechas românticos da Netflix. Já vi dois. Mal posso esperar pelos próximos.

segunda-feira, novembro 21, 2022

Disenchanted


A sequela tem mais músicas. Muitas mais músicas. Parecendo que não, faz a diferença. Não para bom.

Fora isso, gostei da história. Acho que está original e é uma boa continuação do universo. Aldrabaram umas partes do primeiro, para que a sequela funcionasse. Não é dramático. O chato é que houve algo que não funcionou. Não sei bem o quê. Algumas pontas que terão ficado soltas. Talvez. Não quer dizer que o filme seja mau. Só não consegue «dar o salto».

Ou talvez seja mesmo das músicas a mais. É só uma ideia.

Enchanted


Pensava que tinha de rever Enchanted para poder ver o novo. Porque não me lembrava de nada do original. Afinal precisava de ver Enchanted, antes da sequela, porque nunca o tinha visto.

Não sei bem que se passou. Não é só a possibilidade bem real de ter decidido não ver um filme com músicas e de ser claramente para miúdas pequenas. Isso nunca foi impedimento, em boa verdade, mas há 15 anos andava numa fase mais criteriosa. Surpreende-me, acima de tudo, porque não me lembro sequer do filme ter saído então. Foi aos Óscares. Tem gente bem conhecida. Elevado nível de produção. Dada a altura em que foi, faz sentido que não tenha visto, mas não saber que existe... Como foi possível ter-me passado ao lado?

domingo, novembro 20, 2022

Christmas With You


Após uma curta interrupção na «programação» usual deste humilde blogue - devido a uma visita familiar -, voltamos com um... eeerrr... «filme» de Natal.

Eu sei o que disse. Continua a ser demasiado cedo para filmes do género e, em boa verdade, devia guardar alguns para mais perto da data. Eu nem sequer tinha este filme na minha lista. Mas deu aquele preview na app da Netflix, enquanto «folheava» o catálogo, e neste a personagem sai dum carro com sacos de plástico à volta dos sapatos, porque havia neve e não os queria estragar. Foi tão ridículo. E sim, o filme é tudo o que promete. Incluindo ser uma versão mais barata do Marry Me. Mas eu não tenho anticorpos a cenas destas, no momento.

Christmas With You é, contudo, o local onde Prinze Jr. decidiu voltar aos live action, passado demasiado tempo. O que, infelizmente, nota-se. O rapaz tem todo o meu respeito pelo que fez no entretanto (foi voz dum personagem incrível de Star Wars). Porque decidiu voltar para este filme é complicado de entender. Mas ele lá sabe de si.

terça-feira, novembro 15, 2022

Raymond & Ray


Um velhote tem como último desejo que os filhos cavem a sua sepultura. Dois deles com o mesmo nome, de mães diferentes, que educou. Mal. Foi um péssimo pai. Teve ainda outros dois duma mulher com quem esteve pouco tempo. Não os educou. Não esteve sequer presente para isso. Foi um pai ausente. E teve ainda um último filho, já com sessenta anos. Não foi mau pai para este, embora o tenha sido pouco tempo. Talvez haja mais filhos. É possível que alguns tenham ignorado o pedido.

Era uma besta. Se não fui claro antes, friso-o agora. Os filhos têm bastante problemas. Os principais. Os que educou mais tempo. Os outros não foram traumatizados por ele. Mesmo assim marcaram presença e fizeram-lhe a vontade. Não sei se o teria feito.

Esta coisa da ligação de sangue é muito esquisita.

segunda-feira, novembro 14, 2022

Falling For Christmas


As hostilidades começaram com o filme anterior. Estão abertas aos portas aos filmes da época. Não interessa se estamos a mais dum mês do Natal. Até porque, convenhamos, quem é que pode resistir à Lindsay Lohan? É um regresso a... uma «ribalta», em... grande? Podemos dizer que um filme de Natal da Netflix é o «topo», nesta fase da carreira? Faz sentido? O filme vai ter mais visualizações do que o Pinocchio da Disney+. Não tenho qualquer dúvida. Claro que também não estou a dizer assim tanto.

Já sobre o filme... É um filme de Natal com Lohan, passado numa estância de ski. Se não bastar saber estes detalhes é porque não há qualquer vontade de ver o filme. E é pena. Porque é... um filme.

sexta-feira, novembro 11, 2022

Bar Fight!


Isto é um filme de Natal?! M€rd@!! É demasiado cedo para filmes de Natal. Não sabia. Ou não me lembrava. Vi o trailer há algum tempo. Se bem que... É em LA. Sol, calor, pouca roupa. É mesmo Natal? Não é, certo?

O que é sim, é um filme divertido. Nada de mais. Não inventa a roda. Tem personagens simpáticos e algumas cenas engraçadas no bar. Os jogos que fizeram eram bastante interessantes. E sim, era um bar perfeito, com tudo o que imaginamos o melhor bar do mundo a ser, embora completamente irreal.

Venha mais uma rodada e o próximo jogo tolo!

segunda-feira, novembro 07, 2022

Operation Mincemeat


Raio de nome. Tanto para o filme, como para a operação secreta que decorreu durante a Segunda Grande Guerra. Para a operação funcionou. Os alemães não suspeitaram do nome. Para o filme não terá funcionado tão bem. O nome terá afugentado alguns espectadores ocasionais, diria eu, que não vi ainda nada de resultados.

«Será um filme sobre talhantes?»
«Será sobre distribuição de carne pelas tropas? Será um problema logístico?»

Não interessa se foi uma operação que salvou inúmeras vidas e ajudou na luta contra as forças do Eixo. Julgando pela «capa», este «livro» não poderá ter grande interesse. Já eu tive pouco interesse pela triângulo amoroso desenxaibido, metido às três pancadas no filme, só para ter algum apelo para as grandes massas. Mas isto são outros trezentos. O resto teve a sua relevância.

sábado, novembro 05, 2022

Enola Holmes 2


Não desgosto desta criação metida a ferros no universo Sherlock. Acho divertido, interessante e bastante inteligente em vários momentos. Não sempre, mas vários. O problema é que fizeram a coisa só até meio.

Sim, os filmes chamam-se «Enola Holmes», mas depois temos origens de coisas do Sherlock. Porque é que o filme precisava duma origem do Moriarty? É a enésima vez que somos apresentados a Moriarty. E sim, eu sei, estão a apresentar o personagem ao público jovem, que está a ver isto apenas e só por causa da Ms. Brown. Público esse que nunca viu nada do Mr. Holmes. Mesmo assim. É tirar foco ao personagem principal e, pior, é dar a impressão que Enola, por si só, não é suficiente para fazer um filme.

De qualquer modo, é apenas uma embirração pessoal, despropositada e irrelevante. O filme em si não é afectado por isto. Já os dotes representativos de Ms. Brown... Esteve melhor no primeiro, parece-me.

sexta-feira, novembro 04, 2022

Weird: The Al Yankovic Story


Vi alguns biopics este ano. Maior parte a seguir o mesmo formato. Não há como inventar neste género, ? Achava o mesmo... Até ver este relato, verdadeiro e preciso, da extraordinária carreira de Weird Al Yankovic. Não fazia ideia que tinha tido andado com a Madonna, morto o Pablo Escobar ou comprado o seu primeiro acordeão em tenra idade.

Muito aprendi com este filme (documentário?) e todos os próximos biopics deveriam seguir este exemplo / modelo.

terça-feira, novembro 01, 2022

The Good House


Estar à espera duma coisa dum filme e, no final, ser outra, regra geral não é bom. Nem bom sinal sobre o filme e como foi divulgado, nem bom visionamento, porque não há como não sentir que fomos enganados. Nem sempre. É verdade. Às vezes, muito ocasionalmente, há boas surpresas. Mas é raro acontecer.

Este filme... Ainda não sei. Teve muito do que esperava. Talento no elenco, algumas piadas, sítios bonitos. Os últimos dez minutos vieram dum buraco escuro, da mente perversa de alguém que estará a meio dum trajecto de terapia. Foram esquisitos, a verdade é essa. Não sei se estragaram a coisa. Acho que não. Mas olha, fica aqui o aviso para outros. Assim sempre há menos surpresas para quem vier a seguir.