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sexta-feira, setembro 09, 2022

Madres Paralelas


Dose dupla de Almodóvar. Não é fácil, porque o homem já não faz coisas com um mínimo de humor. É tudo a dar-lhe mais para o pesado. Dei por mim a ter saudades de ver a mãe dele nos filmes. A senhora tinha piada. Mesmo nos dramas.

Cruz tem um caso com um tipo casado, de quem gosta. Engravida e decide ter a criança, por muito que ele tenha procurado «convencê-la da alternativa». Partilha quarto no hospital com outra grávida e ambas dão à luz no mesmo dia. Tudo vai correndo bem, mas a criança tem traços sul-americanos. O pai, ao conhecer a bebé, rejeita-a, pois não acredita ser sua. Cruz faz um teste genético e percebe o que era bastante óbvio, a partir do momento que conheceu e deu-se bem com a outra grávida no hospital. Levanta-se assim um dilema interessante e muito complicado. Até porque entretanto descobre, através da outra grávida, que a «sua» bebé faleceu.

Bastaria esta história para se fazer um filme, certo? Errado. Almodóvar não se fica por menos e junta-lhe a tragédia duma aldeia que teve quase todos os homens a «desaparecer», levados pelas «autoridades», há décadas. As mulheres suspeitam onde poderão estar os corpos, mas não têm como o confirmar.

Que novela, Pedro. Que novela.

sexta-feira, maio 13, 2022

The Power of the Dog


Haja santa paciência!

Vi por respeito ao Cumberbatch e à Dunst (que já faz de mãe, pelos vistos), mas... Sou só eu a achar o filme um pouco enfadonho? Sei que é mais artístico ou o raio, que será uma melhor história quando se diz menos, para tentar mostrar mais. Mesmo assim, não dava para dizer um pouco mais? Só assim mais umas frases. Algumas poucas que ajudassem a justificar qualquer acção tomada durante este filme. Duas ou três, vá. Não peço mais.

sexta-feira, abril 08, 2022

Licorice Pizza


A selecção dos Óscares deste ano... Chiça, que tragédia. De ano para ano penso que não dá para piorar, mas depois é isto.

Este filme é sobre pedofilia. Não que seja abordada, mas é sobre um adolescente e os seus esquemas. Nada de ir à escola, mas sim tentar ser actor, vendedor de water beds e dono duma arcade. Para além da relação profundamente disfuncional que tem com uma miúda de 25 anos. Diz ela. O mais provável é ser perto dos 30. A «actriz» tem 30 e poucos. O «actor», filho de Philip Seymour Hoffman e a fazer a sua estreia na representação aqui, teria menos de 18 na altura das filmagens.

Não fazem muito. Só um beijinho no final. Mas qual é o interesse de ver esta relação? Tenho pena, mas cheira-me que será o último filme de PTA que verei. Não só por ser sobre uma relação tóxica, em mais que um sentido. É muito por ser simplesmente mau, começando na falta de representação de qualidade e terminando numa história fraquíssima.

quinta-feira, março 31, 2022

Nightmare Alley


Este filme é uma seca. É previsível. Não acrescenta nada ao mundo. Tem duas horas e meia, que mais parecem cinco. É bonito, sem dúvida, mas não sei como o acabei. Ou melhor, até sei. A meio desliguei, meti-me no telemóvel e vi pelo canto do olho. Se lhe tenho dado mais atenção, não teria terminado.

quinta-feira, janeiro 20, 2022

Verdens Verste Menneske


O título international é A Pior Pessoa do Mundo. O que na minha opinião, é publicidade enganosa. Ela não comete genocídios. Não bate em criancinhas ou focas bebé. Não discrimina, ofende, agride, rouba, mata, esfola... OK, às vezes falha na reciclagem e mete papel no lixo normal. Quem nunca?

Alguns países de língua francófona apostaram em Julie (Em 12 Capítulos). O que faz mais sentido, pois o filme e parte da vida da personagem «Julie» passa-se em 12 ditos.

No fundo, o filme é sobre as relações normais duma criatura de cerca de 30 anos, com todas as vantagens e defeitos que alguém com essa idade tem. Muito «direito próprio», mas também muita coragem para tentar ou desistir de algo. Mais ímpeto, menos receio do que possa correr mal.

Não sinto saudades de nada disso. Só de ter mais tempo. Apenas essa parte.

terça-feira, janeiro 11, 2022

Don't Look Up


A temática é o Apocalipse e como os Norte-Americanos lidariam com esta hipotética possibilidade. Há um cometa a caminho da Terra, ao nível do que terá extinguido os dinossauros. Que farão os Norte-Americanos e demais cidadãos da Terra?

O filme é apresentado com um tom humorístico. Algo a que McKay, o realizador, habituou-nos em filmes mais antigos. O que é verdadeiramente ridículo é que há muitas parvoíces que provavelmente aconteceriam. Aliás, aconteceram recentemente. Começaram a aparecer casos de COVID, havia provas concretas do risco de pandemia e, mesmo assim, havia pessoas que não acreditavam. Acharam que era tudo fake news. Ainda hoje em dia há quem não acredite na gravidade da pandemia. Logo, é demasiado verosímil que, se alguém for à televisão anunciar o fim do mundo, muita gente reagirá com memes.

Agora, um cometa em colisão com a Terra não é um problema para os Estados Unidos resolverem. É um problema mundial, em que todas as nações teriam de tentar resolver. Logo, em teoria, haveria menos espaço para idiotices egoístas. Se bem que... Isto do COVID não está propriamente a ser tratado a nível mundial, ?

Yup, estamos f0d|d0s!

sexta-feira, dezembro 24, 2021

Encanto


Que família tão disfuncional. Só porque uma das netas é a única que não tem poderes... Se num reino exilam para um sítio frio a filha com poderes, aqui a filha sem poderes nem tem direito ao seu próprio quarto. Uma vergonha.

Mirabel adora a sua família. A sua família também gosta dela, embora haja uma certa dose de pena à mistura. Porque Mirabel não tem poderes especiais e, como tal, não é tão importante. Os outros são perfeitos, ela nem por isso.

Raio de mensagem. E raio de matriarca, que na busca pela perfeição torna toda a gente infeliz. Aposto que a velha nem o Natal celebra.

quarta-feira, dezembro 22, 2021

Being the Ricardos


Quem quer ver um filme sobre uma das maiores referências cómicas da televisão, mas em formato drama? Hein?! Assim uma coisa bem séria. Quem quer? Ninguém!? Como assim ninguém quer ver uma coisa pesada sobre uma cómica? Então e se for escrito é realizado pelo Sorkin?

eeeeeeeerrrrrrr

OK, vamos tentar doutra forma. Tem dois actores habituados a ganhar prémios, a fazer de Lucille Ball e Desi Arnaz. Sim, o Bardem faz o papel do Cubano mais conhecido do mundo (não é dizer grande coisa) e a Kidman, reconhecida (por ninguém) pelos seus dotes cómicos, faz de ruiva tonta, que só se mete em encrencas, sempre de forma hilariante.

Não sei quem se lembrou de fazer este projecto, mas sim, também me parece óbvio que filmes biográficos é a forma de ganhar Óscares, hoje em dia.

sábado, dezembro 18, 2021

Spider-Man: No Way Home


Cá está ele! Não foi nas condições ideais, mas lá consegui ir ver a coisa. Quer dizer, não foi em más condições. Não tive de rastejar por um esgoto, para entrar num cinema sem pagar, só para ver o filme de esguelha, sentado nas escadas, a fugir de funcionários. Vi numa sala que não era espectacular, demasiado próximo da luz de projecção, som fatela e com uns miúdos que guincharam em vários momentos. Mais no gozo, pareceu-me. Mesmo assim. Mas foi OK. Eu queria ver o filme para não ser mais spoilado, principalmente. Se bem que...

Há todo uma campanha para não spoilar, por aí. Apanhei o cartaz na net em vários sítios, e os próprios actores filmarem uma coisita curta, que passou antes do filme, a apelar ao «não-spoiler». Só que... Há alguma coisa para spoilar? Fui ver o filme sabendo perfeitamente ao que ia. Houve surpresas? Claro que sim. Como qualquer outro filme. Houve surpresas como as que foram sendo spoiladas ao longo dos meses? Não. Mas acedo que quem não anda tão atento como eu, possa não saber. E sim, para essas pessoas há surpresas fixes... que não vão durar para sempre... porque vai sempre haver alguém a spoilar.

De que posso falar, então? OK. Acho que há dois pontos que não serão conflituosos.

Primeiro, os cabelos. Seja quem for que tenha trabalhado esta parte, não me leve a mal, mas o hair department deste filme já terá feito melhor. O do Strange é claramente falso. Acedo que não seja fácil. De todo. O personagem tem um cabelo muito particular na BD. Talvez seja então de alguém dar-lhe um twist mais realista, mesmo que fuja da BD. Não tem mal. O Cumberbatch foi um casting genial. Ele é perfeito no papel. Não precisa do cabelo. Sobre o do Parker, não é que esteja mal ou pareça falso, mas variou demasiado consoante as cenas. Ora estava desgrenhado, ora arranjadinho. Mesmo depois de usar a máscara. E para alguém como eu, que tem problemas sérios de bed hair, foi particularmente insultuoso. Não, o cabelo não sai perfeito depois de usar uma máscara e andar à porrada / a suar por todo o lado. Não que saiba por experiência. É uma dedução lógica. Ah, o Ned claramente tinha um capachinho e não vou falar do da Zendaya. Não que estivesse mal. Ela está sempre bem. É precisamente por isso que nem vale a pena falar.

Segundo, no meio de tanta gente, a MJ foi a mais engraçada. O que surpreendeu... por... motivos... que não poderei mencionar nesta fase.

O filme é divertido. Acção, humor, tudo. O principal a referir é isso. E é de ver quando possível, independentemente de todo o ruído que por aí anda.

quinta-feira, novembro 25, 2021

King Richard


Quando vi o trailer fiquei ofendido. E nem é a minha briga. Eu não sabia sobre o que era. No início pensei ser apenas a história dum pai que puxou pelas filhas, para que fossem as melhores. Depois lá percebo. É sobre... Não é sobre as irmãs Williams. Não. É um filme sobre o pai delas.

Não estou a dizer que elas merecem mais destaque porque estavam no campo. Claro que não fizeram tudo sozinhas. Foi preciso apoio, carinho, treino, camaradagem, amizade, amor, tudo e mais um par de botas. E sim, o homem tem uma grande quota parte de responsabilidade na carreira de duas desportistas que mudaram muita coisa no ténis. Mas não está sozinho. Foi um feito de toda a família. O próprio filme acaba por contar isso mesmo. A mãe treinou-as também. As irmãs estavam no campo de ténis quase sempre, a apoiar e a ajudar. O treinador principal deu-lhes todas as condições. Não só a elas. À família. E todos fizeram um trabalho notável.

Então porquê este nome dado ao filme? Porque a actriz que faz de mãe tem um papel secundário? Porque tem Will Smith quase todo o tempo de cena?

O filme não é mau. É uma história inspiradora de dedicação e esforço, de sucesso. Mas estragaram tudo a dar o destaque todo, num filme sobre duas tenistas profissionais - das melhores de sempre -, ao homem. Fica sempre esta mancha sobre todo o projecto.

sexta-feira, novembro 19, 2021

tick, tick...BOOM!


Isto... Eu já nem sei... Isto está a passar os limites. Já os passou, em boa verdade.

Não chega andar a ver musicais por causa do Miranda, agora vejo filmes que ele realiza, que são musicais também, baseados num musical sobre a vida dum escritor de musicais.

Sim, é versão Inception de Broadway e Off-Broadway.

sábado, novembro 13, 2021

The Eyes of Tammy Faye


Este filme não só é uma biografia, como é sobre televangelistas. São duas características bastante negativas. Uma só basta para eliminar uma data de filmes da minha lista. Estranhamente, estava bastante curioso para ver os famigerados olhos da moça.

O filme não traz grandes surpresas. Basta ver o trailer para saber a história toda. Ou então ler umas páginas de Wikipédia, mais uns artigos, e saber assim a história original. O que não está no trailer é fácil de adivinhar: o marido envolveu-se sexualmente com mulheres e homens, fora do matrimónio. Duh! Não é spoiler. A série que é por demais óbvio.

Enquanto que o personagem de Garfield é caracterizado como o vilão, a de Chastain até nem fica muito mal na fotografia. Sim, claro, foi ele quem orquestrou os esquemas todos. Era ele que lidava com o dinheiro. Mas não sejamos ingénios. Ela sabia. Ambos gastavam o dinheiro dos «parceiros» telespectadores em coisas pessoais. Gastavam muito dinheiro. Mas - e aqui está a diferença - ela ajudou com boas causas. Causas até controversas para a altura, e para a igreja sempre. Durante, e mesmo depois de perder quase tudo, ela procurou ajudar. Se o que aparece no filme não é inteiramente ficcionado, não era má pessoa na totalidade.

E era uma entertainer do caraças, pelos vistos. Ninguém saca assim tanto dinheiro às pessoas sem ter algum talento. Ajuda ser uma coisa de igreja, claro, onde esmifrar dinheiro das pessoas é uma coisa enraízada, mas mesmo assim. O que poderia ter alcançado Tammy Faye, num contexto diferente? Ela e os seus olhos.

terça-feira, novembro 09, 2021

No Time to Die


Bond:
Afinal havia ooooooutro!

No post de Spectre disse o que achava, que seria o último de Craig. Era a informação que tinha. Achava eu que não havia contrato com o actor para mais um filme. Se calhar não havia e entretanto negociaram. Spectre não teve bons resultados. Achava eu e toda a gente, na altura, que a dinastia de Craig tinha terminado. Prova de que não foi um «parto fácil» é o intervalo entre filmes. Spectre saiu em 2015. OK, No Time to Die era para ter saído o ano passado (mais um dos adiados pela pandemia), mas mesmo assim são cinco anos entre filmes. É demasiado.

Moral da história é que tivemos de levar com o canastrão mais uma vez. Espero que tenha sido a última. Se bem que... Custa-me, mas tenho de admitir. Ele aqui foi um bocadinho mais Bond.

Chiça, foi mais doloroso dizê-lo do que imaginava e do que vocês (tu?) possam pensar.

Sinopse:
Depois de três filmes a chamar outra coisa que não SPECTRE à SPECTRE, e dum quarto com SPECTRE no título, afinal SPECTRE não é «a cena». Afinal havia também outr... a organização malévola, com os seus próprios planos nefastos.

Uma figura do passado da moça de Bond ressurge. Mais que o próprio «irmão» de Bond, esta figura tem muito em comum com o espião britânico. Também ele odeia a Spectre e, ao contrário de Bond, a figura consegue efectivamente destruí-la. Claro que acharmos que é bom tipo é ridículo e o caramelo tem os seus próprios planos loucos de genocídio, controlo do mundo, riquezas muitas, yadda yadda yadda...

Vilão/Capangas:
Um tipo de mota com um olho mecânico/câmara não é mau. Continuo a preferir dentes metálicos, um chapéu de coco ou mesmo uns diamantes metidos na cara. Mas não está mau, não. E um vilão «fantasma da ópera», com um sotaque esquisito, isso então é ouro sobre azul. Ao início achei a máscara meio tola, pois gajos aterrorizadores com máscaras há muitos, mas quando deram-lhe o toque trágico, de ficar meio partida, conquistaram-me.

Bond Girls:
Ana de Armas é qualquer coisa saída dum sonho latino. Em 15 ou 20 minutos «roubou a cena» toda. Merece um filme só dela, neste ou noutro universo. Pena que não possa ser ela a nova Bond. À Lashana deram mais brinquedos que ao seu predecessor. Não desgostei, mas também não fiquei convencido que possa ser a próxima 007. Apenas e só porque mataram a personagem no final, com uma decisão que, para mim, não faz sentido. E depois há a pobre Seydoux. Merecia mais que ser apenas damsel in distress. Mas não muito mais. Calma. Para além da M e da Monneypenny, não há moça que deva aparecer mais que dois filmes. A não ser que decidam-se por uma «moça Bond» a ser a próxima Bond, algo que acharia genial.

Gadgets:
Ah, agora já pode ter o Aston Martin blindado e todo artilhado? Não era sem tempo. Ou melhor, fazendo jus ao título, será melhor dizer «já vem tarde» ou «antes tarde que nunca»?

Como disse acima, deram à Lashana brinquedos mais fixes, nos quais inclui-se uma arma para disparar cabos e permitir uma espécie de fuga rappel paralelo ao chão entre prédios. Sei que não parece grande coisa assim descrito, mas no filme foi fixe. Já usado pelo Bond temos um relógio com um EMP muito direccionado, que foi bastante fixe, mas no qual não posso pensar muito. Porque foi forte o suficiente para destruir alguns aparelhos, mas não lixou o comunicador no ouvido do Bond... Ou nanobots no geral!

A sério. Não posso mesmo pensar nisto. Começo logo a sentir palpitações.

Cena Bond:
O problema de terem estragado o universo Bond com estes filmes do Craig, é que há demasiados filmes que não sei o que é verdadeiramente uma «cena Bond».

Ia o filme com duas horas e achava eu que teria apenas, para referir aqui, uma cena no início. É uma ponte antiga. Há um carro dum lado, uma mota do outro. Tudo com capangas armados. Bond no meio. Solução: pegar num daqueles cabos metálicos que percorrem pontes antigas (conveniente) e mandar-se «borda» fora, para evitar toda a gente. Giro, sim. Mas não épico. Felizmente não se ficaram por aí.

Existe uma ilha, quartel general do vilão, cheia de minions, onde estão a preparar uma arma de destruição massiva e onde estão prestes a receber uma data de meliantes que querem comprar a dita. Foi... É a cena Bond for the win.

Notas finais:
Fiz toda uma preparação antes de ver No Time to Die. Fui ver um vídeo de recap dos quatro filmes Craig, no YouTube. Já que por lá andava, revi os Pitch Meetings destes quatro. Reli os meus posts aqui no blogue. Trinta por uma linha. Reparei num padrão logo no filme do recap. Qual foi a cena de tentarem que o Bond se retirasse com uma moça, em quase todos os filmes? Sim, o homem apaixona-se, mas nem no famigerado filme em que casou (em Portugal, é sempre importante referir) pensou em retirar-se, certo?

E depois há ainda uma questão que atormenta-me. Porque deram-se ao trabalho de começar o Bond de novo, desde que tornou-se 00 pela primeira vez, só para levá-lo ao fim de carreira depois de 5(!) histórias? Qual foi a necessidade do ciclo fechado, tendo sido dado tanto ênfase à origem do Bond, que é a parte que menos interessa?

suspiro

Não foi mau. Este quinto capítulo, do pior Bond deles todos, foi o mais «Bond» dos cinco. Foi giro de se ver. Indo ao detalhe não faz sentido, mas essa regra aplica-se a todos. Foram filmes entretidos. Não concordo com muito do que fizeram - e não sei se é claro, mas não concordo com a escolha de actor. Mas diverti-me em quase todos (o Casino, que estranhamente é o melhor cotado, para mim foi mauzito). Porque Bond é sempre excitante. Porque tudo pode acontecer. E isso mexe com o miúdo dentro (e fora) de mim, que sempre curtiu estas aventuras. Porque é o que são, e são suposto ser: aventuras repletas de fantasia e disparates incríveis.

Venha daí o novo ciclo. Espero que não demore muito. Já sinto falta dos clichês todos.

sexta-feira, outubro 08, 2021

Dune


Que filme tão repleto de drama. Dentro e fora de cena. Em cena é muito teatral, com tudo a ter uma empolgância extrema. Tanto visual como musicalmente. Ele é conversas intensas à distância (uns bons quatro ou cinco metros e sem grito, vozes normais e calmas), é planos abertos de vistas bonitas, planos contínuos da cidade e partes de deserto, tudo sempre com sons graves por detrás. Não é um comentário negativo, atenção. É o que é. Fora de cena foi uma choraminguice que durou quase um ano.

A meio da pandemia (se pudermos considerar que dura cerca de ano e meio e quiçá poderá «terminar» em breve) a Warner Brothers decidiu que todos os filmes em 2021 (incluíndo os últimos de 2020) teriam um lançamento misto entre HBO Max e os cinemas. Tomaram esta acção um pouco para remediar o buraco em que o estúdio estava metido, com um catálogo constantemente a ser adiado e a acumular para 2021 e 2022. Assim, ainda sem certezas quando os cinemas iam abrir e em que condições (ou sequer se as pessoas iam querer voltar às salas) ao menos havia a garantia absoluta que o filme saía em streaming.

Obviamente que este não é o objectivo principal. O que o estúdio fez (e por «estúdio» entenda-se os directores do conglomerado onde está incluído a Warner) foi tentar meter a HBO Max a concorrer com Netflix e Disney+, garantindo mais dinheiro directo de subscrições (da qual realizadores e actores não vêem um tostão) e, consequentemente, menos dinheiro de receitas de cinema para os artistas envolvidos. Isto levou Hollywood à loucura, com toda a gente a «passar-se da marmita» porque não iam ver o dinheiro prometido contractualmente. Mais consequências virão deste tipo de acções tomadas no último ano, como ainda agora o recente processo judicial da ScaJo, que processou a Disney por ter lançado o Widow em sistema misto. Faço a ressalva que o Disney+, ao contrário do HBO Max, cobra pelos filmes nos primeiros meses no sistema de streaming. Mesmo assim continua a ser dinheiro que não está incluído nos contratos com realizadores e actores.

Para além de Nolan, o realizador deste Dune foi quem vi mais queixar-se do que a Warner fez. Em todo o lado eram entrevistas e comentários que o seu filme merecia um lançamento digno nos cinemas, que foi feito para ser visto na tela grande e não na TV em casa. Que era uma afronta para a arte... yadda yadda yadda. Claro que começou a ver que ia perder dinheiro e chorou para toda a gente que aparecesse à frente.

Não critico ninguém neste processo. A Warner tem muita gente contratada e precisa pagar contas, como qualquer empresa. E os artistas merecem ser pagos pela sua arte. Concordo um pouco menos com os segundos, porque para os que se queixam mais é a diferença entre ganhar x milhões e y milhões, mas se algo foi negociado e contractualizado, então tem de ser respeitado.

Felizmente, para toda a gente, a pandemia está um pouco menos «pandémica», os cinemas estão abertos e sim, vi Dune numa sala quase cheia. Sim, continuam a haver lugares vazios entre grupos, para respeitar-se o distanciamento social, mas foi a sala mais bem composta até agora. Mais ou menos ao nível de Shang-Chi, é certo, mas este vi em data de estreia, enquanto que Dune estreou há três semanas aqui. E assim as demandas do realizador são respeitadas, e toda a gente pode ver os mamilos do Oscar Isaac numa tela gigante. E o mundo é um pouco melhor por isso.

Sobre o filme em si não queria - como nunca quero, acerca de estreias de blockbusters - adiantar muito. Procuro evitar spoilers. Gostei do filme. Mais do que gostei do original, se bem que não é dizer muito, porque quando o vi era demasiado novo (e não sou fã de Lynch). Fora de brincadeiras, é visualmente estonteante, a banda sonora é óptima, assim como os efeitos sonoros e o elenco é de luxo. Não estava à espera que fosse apenas uma primeira parte. Erro meu, claro. Previ sequelas, mas achei que a história seria mais fechada. Não sei assim tanto deste projecto, a verdade é essa. Nunca fui - nem serei a paritir de agora - fã do franchise. Mas verei a(s) próxima(s) parte(s) no cinema com gosto.

Não sei o suficiente do projecto. Não sei quantas mais partes haverá. Venham elas, de qualquer modo.

terça-feira, setembro 07, 2021

CODA


CODA é uma sigla para «criança de adultos surdos». Não literalmente. Estou a traduzir livremente, caramba. Em PT seria CDAS, o que parece ser um novo partido político qualquer.

A jovem protagonista deste filme é uma CODA, não tendo ela qualquer debilidade física... se bem que padece de ter uma unibrow. Não se pode ter tudo, ? Para mais, Ruby tem uma paixão por música, sendo que canta a plenos pulmões no barco de pesca / negócio de família. Nem o pai, nem o irmão, ambos também pescadores, podem apreciar a (bastante banal e típica daquilo que os norte-americanos acham ser uma boa voz) voz da moçoila. Felizmente Ruby tem um fraquinho por um colega que entra no coro da escola, fazendo-a finalmente dar um passo em frente para uma carreira promissora de aparições no The Voice e demais programas do género. O professor de música, dum secundário qualquer duma pequena terra norte-americana, acredita nela. Por isso temos de acreditar também.

Piadas e estereótipos à parte, CODA é um filme muito doce, sobre uma moça que cresceu numa família carinhosa, forte e cheia de coragem. Tudo qualidades que Ruby herdou. E há um momento em que o pai mete as mãos à volta da garganta de Ruby, para poder sentir a filha cantar, depois do concerto que a família viu mas não conseguiu ouvir, numa altura em que Ruby tinha de abdicar da faculdade para ficar e ajudar a família. O pai só queria ter a certeza... só queria perceber e partilhar com a filha a sua paixão...

I'm not crying! YOU'RE CRYING!

sexta-feira, setembro 03, 2021

Cruella


Que filme elaborado, extravagante... E longo! Bem longo. Mas não é esse o meu problema.

Entendo que tenham decidido tornar a Cruella a personagem principal e, mais importante, que agora seja «boazinha», em vez da vilã. Conseguiram dar-lhe uma boa modernização, com uma história até bastante interessante. Para mais, tem a Emma Thompson absolutamente divinal como a verdadeira vilã. Por muito que seja uma espécie de Devil Wears Prada.

Não!

O meu problema é que, no meio destas trocas e baldrocas, bons a serem maus e vice-versa, meteram os dálmatas como vilões! Mas está tudo maluco?! Não são a minha raça favorita, mas dálmatas são uns doces. Isto de andaram a rosnar e ladrar às pessoas é uma afronta para toda a espécie. Para todos! Lá dão a volta eventualmente, durante o filme... Mesmo assim! Estou desiludido, Disney. Essa é a verdade.

quarta-feira, setembro 01, 2021

Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings


Ora aqui está uma maneira de começar o mês da melhor forma. Bam! Toma lá um novo filme da Marvel. O segundo de quatro do ano. Lamento, mas não vou contar com o Venom 2, porque não faço ideia o que vem dali.

Shang-Chi tem as suas ligações aos restantes filmes da Marvel, naturalmente, mas comparando com a média de todos os últimos, será um filme/episódio mais «individual». Como é sabido, agora é altura de apresentar novos personagens e novos enredos. Para mais, também é sabido que a Marvel quer ter vários níveis de acção. Há o nível no «Espaço», por assim dizer, com as histórias ainda mais fantásticas (Guardians, Thor, etc.), o nível «grande» na Terra (Avengers et al) e uma coisa mais ao nível da rua, como foram as séries do Netflix, ou poderá ser o Cap ou até um Ant-Man.

Não é ainda claro onde poderá encaixar este(s) novo(s) personagem(ns). Para já vejo a coisa um pouco entre os dois últimos níveis. Poderá evoluir para mais ou menos, claro. Tem alguma piada tentar adivinhar os próximos passos, mas o certo é que cada vez o MCU afasta-se mais da BD e, confesso, para mim agrada-me ser surpreendido. Gosto de ver as teorias, mas deixo o processo criativo a quem de direito. Cá fico (no sofá ou na sala de cinema), refastelado, a apreciar.

O certo é que Shang-Chi é um óptimo filme de acção, cheio de belíssimas cenas, seja em termos de movimentos ou de cenários (CGI, claro, mas mesmo assim). O elenco é bastante porreiro e há umas quantas influências notórias doutros géneros, doutras «escolas cinematográficas», que são muito bem vindas. Depois tem o toque Marvel, sempre com personagens doutros filmes a aparecer e, como se espera, bastante humor. Ah, e tipos em tronco nu, claro!

Ainda é arriscado, bem sei, pelo que compreendo perfeitamente a reticência em fazê-lo, mas este é um filme perfeito para ir ao cinema, com um balde de pipocas. Salgadas ou doces, é à vontade do freguês.

Oooooor... Também pode ser apreciado no conforto do lar, claro. Parece que demorará a sair no Disney+, mas não tardará assim tanto. Será verdadeiramente importante o balde. E boas legendas, para quem não fala Chinês. Tive de contar com a minha senhora para descodificar-me algumas partes. O meu Francês ou Neerlandês ainda estão algo perros e/ou limitados.

Bem-vindos ao universo, caríssimos. Façam bom proveito.

quarta-feira, agosto 18, 2021

Free Guy


Não deu para ver antes - estive ocupado com coisas boas nas últimas duas semanas - e houve parte que foi spoilada por artigos online com títulos demasiado reveladores. Se bem que estamos a falar dum dos grandes filmes que perdeu com a pandemia. Era suposto ter saído há mais dum ano e foi sendo adiado. Ou seja, até surpreende que mais sobre o filme não tenha saído cá para fora. Mesmo com estes ligeiros spoilers não deixou de ser divertido e com bastantes surpresas. Aliás, há algumas que não sei se não foram feitas entretanto, pois para além da pandemia isto é um filme Fox feito antes da compra pela Disney. E é sabido por aí que a Disney meteu o dedo em muitas das produções da Fox.

Reynolds ainda não esgotou o charme que tem. Pelo menos comigo. Este papel não é dos seus melhores, mas maior parte do seu «arsenal representativo» é aqui usado também. Em especial nos momentos de publicitar o filme, o homem continua inexcedível nos esforços de fazer mais e, quase sempre, divertidos vídeos e comentários online de promoção. Mas Free Guy não é só Deadpo... Reynolds! Junto aqui a minha voz às de todo o mundo para elogiar a maravilhosa Jodie Comer. Aqui o papel é mais básico, mas sim, ela está incrível em Killing Eve, ao lado da também popular Sandra Oh. A série é óptima. Altamente recomendável. Não é só hype.

Sei que poderá não fazer sentido falar duma série num post sobre um filme, mas o certo é que não há muito que possa dizer em concreto sobre o segundo. O trailer dá-nos tudo o que precisamos saber. Para além de que o trabalho de Reynolds é sobejamente conhecido. Parece-me impossível uma pessoa não saber ao que vai, se decidir-se a ver este filme.

A única nota que posso ainda dar é que foi mais uma ida ao cinema, que continuou a saber-me maravilhosamente bem... mesmo tendo que usar a máscara o tempo todo numa sala com demasiadas poucas pessoas.

sexta-feira, junho 18, 2021

Luca


É que nem os deixo pousar!

O pequeno sereio vive uma vida enfadonha. Percebo. Ser pastor de peixes não será a coisa mais estimulante de se fazer. Mesmo debaixo de água.

É verdade. Luca é um ser anfíbio, tornando-se humano quando seca. Ansioso por mais do que a vida deu-lhe até agora, Luca arrisca tudo e aventura-se fora de água. Mesmo indo contra as ordens veementes da mãe. Lá encontra Alberto - que por um qualquer motivo não entra também no título do filme - e os dois amigos vão dar cabo dos humanos.

No bom sentido! Ok, vá, vão dar cabo dos preconceitos. Melhor assim?

sexta-feira, junho 04, 2021

Raya and the Last Dragon


S@c@n@s dos dragões.

OK, são muito fofinhos e trouxeram uma data de coisas a esta terra fictícia de Kumandra, mas acontece que... Estes dragões não voam como os outros. O que fazem é consolidar um conjunto de gotas da chuva e saltar de conjunto em conjunto, pelos ares. Sempre aos saltos, a irem mais longe e mais rápido que os humanos. Só que isto quer dizer que, sempre que um dragão quiser ir dar uma volta... Pimba! Começa a chover.

Eu saltava-me a tampa. Já me chega não poder fiar-me no boletim meteorológico.

Raya é um mundo bem giro e criativo. Por muito que tenham roubado a premissa dos últimos Avengers (um blip ou tornarem-se estátuas durante seis anos vai dar ao mesmo), não deixa de ser uma aventura engraçada de se ver.