terça-feira, fevereiro 28, 2023

Knock at the Cabin


Surpreende-me a baixa cotação deste filme no IMDb. Está com 6.2. Não é assim tão mediano. Não digo que mereça 8 ou assim. Mas faria mais sentido estar na casa dos 7, diria.

Há partes parvas. Como é que um canal noticioso teve acesso a filmagens na praia, feitas com um telemóvel qualquer, minutos depois dum tsunami? É apenas um exemplo de algo que pensei durante o filme. Estou certo que, se parar para pensar mais no assunto, lembrar-me-ei de mais. A questão é que não pensei muito durante o filme. Estava focado na história, no que estava a acontecer. Foi envolvente e deixou-me curioso sobre o que ia acontecer. Este Cabin fez o que pretendia fazer, parece-me.

Logo, porquê uma nota tão baixa?

segunda-feira, fevereiro 27, 2023

Strange World


A Disney tem andado a dar alguns tiros no pé. Se bem que estes não são por inépcia ou incompetência. É mais por estarem a tentar trilhar caminhos desconhecidos, tomando as naturais más decisões, volta e meia.

Strange World é um belíssimo filme de animação. Dos melhores dos últimos tempos. Tem coração, muita aventura, uma boa história e óptimo desenrolar desta. Não foi louvado o suficiente. Não é conhecido o suficiente. Porque não foi para cinema. Não por muito tempo, pelo menos. Acho. Não tenho a certeza se foi ou não, mas é a ideia que tenho. O certo é que não houve pompa nem circunstância. A Disney decidiu lançar rapidamente o filme na sua muito bem sucedida plataforma de streaming. Sem grandes alaridos ou publicidade. Sem o marketing que seria necessário para um lançamento cinematográfico, para um sucesso cinematográfico. Confiaram que seria suficiente. Ainda não estamos lá. Ainda não é perfeita a forma como consumimos, como vemos, como reagimos ao streaming.

Ou então é ainda pior. Talvez sejamos um público demasiado habituado a franchises, sequelas e reboots do que conhecemos. Sim, queixamo-nos que não há nada original, mas quando queremos conforto refugiamo-nos no que conhecemos. Strange World é demasiado original para isso. Embora eu tenha reconhecido algumas coisas no filme, a parecerem séries que vi em miúdo. As Era uma Vez... Mas eu sou velho e começo a não contar como público alvo. Ou seja, para quem conta, o filme foi muito original. Talvez demasiado.

sábado, fevereiro 25, 2023

Maybe I Do


Com um elenco que sobressai em qualquer lado (os mais velhos, atenção; os mais novos não me impressionam), Maybe I Do tinha bastante potencial. Comprovou-se até certo ponto, mas não no todo.

Falas elaboradas mas a soar a falso em demasiados momentos. Falas que funcionam melhor em teatro ou outra envolvência. Mesmo assim o elenco senior conseguiu entregá-las bem, maior parte das vezes. Acima de tudo a premissa, para mim, era óptima. Dois casais de compadres conhecem-se pela primeira vez, embora já se conheçam dantes, pois são os respectivos adúlteros amantes. Não sabiam. Os momentos em que se apercebem disto são absolutamente hilariantes. Esses e mais um par deles, dada a qualidade dos intérpretes, são por demais divertidos.

Tudo o resto... Meh!

sexta-feira, fevereiro 24, 2023

The New Romantic


Mais um filme que vi numa qualquer lista. Ou melhor... Por acaso esta sei qual era. Entrei numa espiral no Facebook. Cliquei num artigo de listas e o raio da droga social começou a propor lista atrás de lista. New Romantic estava numa de «filmes românticos subvalorizados».

Verei mais algum dos filmes da lista? Talvez, mas não sinto necessidade. Porque vi todos os outros. Este era o único que não tinha visto. Não o conhecia, sequer. O que é estranho, porque tem uma data de gente que conheço. Embora se calhar não os conhecesse em 2018, quando o filme saiu.

Ah, e para que fique claro, senti orgulho quando escrevi que vi todos os filmes da lista. Sei bem que não é motivo algum de orgulho. Só que enquanto pessoas normais ficam de peito cheio quando são promovidas, por exemplo, eu sinto isso em relação a listas de filmes que vi. Bem sei, é parvo. Mas é quem sou. Parece-me tarde para tentar fazer alguma coisa em relação a isso.

At Midnight


Vi o trailer - porque há algum tempo que a minha vida é isto, de ver trailers de qualquer filme - e fiquei com impressão que seria um belo «acidente de comboio». Pareceu-me ser um daqueles filmes horríveis que dão a volta, de tão maus que são. Há muito que não vejo um desses. Às vezes fazem falta. Às vezes são melhores experiências que bons filmes.

Tenha a dizer que...
não
me
enganei!

O filme é espectacular de mau. É cheesy e cringe ao mais alto nível. É «azeite» por todo o lado. É tudo tão mau, que é óptimo e hilariante. At Midnight foi uma óptima experiência.

quinta-feira, fevereiro 23, 2023

Mr. Mom


Há uns dias foi lançado um trailer do próximo filme do Flash, a sair algures este ano. Isto se o protagonista não se meter noutra encrenca entretanto. No dito trailer confirmam aquilo que maior parte das pessoas sabe há bastante tempo, que Michael Keaton volta a fazer de Batman no The Flash.

Para além de ter ficado «em pontas» - como maior parte dos fãs de Keaton e do seu Batman -, fiquei ainda com vontade de ver Mr. Mom. Este filme é uma referência não tanto pelo seu teor - embora tenha tentado ser bastante avançado para a altura, com o papel dum homem como «dono de casa» -, mas porque foi uma forma dos fãs de Batman terem atacado a escolha de Keaton para o papel. «Então o Mr. Mom vai fazer de Batman?! Que péssima escolha! Eu tenho quase 40 ano, vivo na cave da minha mãe e sou virgem. Sei bem do que falo.»

Foi a opinião dos nerds na altura. Da mesma forma como eu reclamei do Pattinson ter sido escolhido para o último Batman. Se bem que, quando saiu o anúncio, eu já não vivia na cave - que não era da minha mãe, já agora -, e eu já não era... Bem, a grande diferença é que eu tenho razão e estes nerds não. Porque Keaton é o Batman.

Também é o Mr. Mom, o Beetlejuice, o Vulture e várias outras coisas. O homem é bom no que faz.

quarta-feira, fevereiro 22, 2023

Hot Rod


Li algures, numa qualquer lista de filmes menosprezados, que este Hot Rod teria saído antes de tempo. Que o público ainda não estava preparado para o ver.

Decidi dar uma segunda hipótese. Na altura não tinha Andy Samberg em grande consideração. Achava-o um palhacito do SNL, clone de Adam Sandler. E não conhecia Lonely Island. Entretanto estas opiniões mudaram. Hoje em dia sou fã de Samberg e acho piada a Lonely Island, sendo grande apreciador dos outros filmes desta pandilha.

A minha opinião inicial mantém-se, contudo. Hot Rod é um filme para stoners. Nesta função deve ser espectacular. De resto, é um primeiro exercício de malta talentosa, mas ainda muito nova. É um projecto que herdaram da troupe do Will Ferrell, segundo li entretanto. Ainda nota-se a «juventude».

segunda-feira, fevereiro 20, 2023

Ant-Man and the Wasp: Quantumania


Filme complicado de falar. [ATENÇÃO: SPOILERS IMENSOS ABAIXO. Para este filme vai ser complicado evitar.]

Está a ser criticado negativamente, em especial nos sites da moda. De que valem estas críticas, na verdade? Quem é que está a dar más notas? São os über fãs da Marvel, que estão cansados de não ter mais um Infinity War? Ou são as pessoas que ocasionalmente vão ao cinema ver um filme da Marvel? São os fãs de Ant-Man e Wasp, desiludidos que este filme é diferente dos outros dois? Ou são pessoas como eu, fãs pacientes, que estão à espera para ver no que vai dar tudo o que tem saído recentemente, contentes de estarem a ver as histórias que leram em miúdos serem (mais ou menos) adaptadas em filmes e séries, mesmo não sendo os maiores fãs de Ant-Men e/ou da Wasp?

Sobre os primeiros: estou-me a c@g@r para a opinião de gente histérica. Mais, aqui inclui malta que faz review bombing, seja por que motivo for.

Sobre os segundos: sinto muito por estes. O Universo Marvel foi criado. O monstro está aí. Para acompanhar alguns personagens é preciso ver algumas coisas. Para acompanhar algumas narrativas será necessário seguir certos personagens e os seus respectivos filmes e/ou séries. Para acompanhar a história maior (dantes foi a colecção de pedras do rapazito com o queixo esquisito; agora é sobre passado/presente/futuro, tudo ao mesmo tempo, do Kang) poderá ser necessário ver tudo. E o tudo tem sido imenso. A Phase 4 teve mais horas de filmes e séries que todas as outras juntas (poderá ser exagero, não confirmei, mas é efectivamente a fase mais longa). Eu sou um tipo sem vida, posso e quero ver tudo. Até me meto a ver vídeos de easter eggs e teorias no YouTube. Com gosto. A malta normal, com família, trabalho e amigos (ou seja, vida social), não consegue ver nem perto de tudo. De repente, querendo apenas ver um filme divertido com o Paul Rudd, levam com Quantum Realm, Council of Kangs, raças e um planeta esquisitos, viagens no tempo, teorias sobre o tempo ser circular, conversas de «eu conheço-te e já te matei no passado» apesar de ser a primeira vez que se encontram, gente que morre e talvez não tenha morrido e, pior, gente que ainda poderá tornar-se no personagem que morreu em coisas que aconteceram antes. É complicado. Muito complicado. Percebo que estas pessoas, que foram ao engano, tenham reclamado com o filme na net.

Sobre os terceiros: percebo também esta posição. Ant-Man e Wasp eram personagens terra a terra. Individuais, com os seus problemazitos. Os seus próprios «vilões» e chatices para resolver, longe de alienígenas e outra malta que quer destruir planetas e afins. E, mais, a personagem de Wasp, embora esteja no título do filme, é para lá de personagem secundário neste filme. Não tem qualquer desenvolvimento. Logo, as críticas deste grupo têm razão de ser. Se bem que... o personagem de Rudd ajudou a trazer de volta metade da população universal. Wasp esteve na batalha final, com bastante destaque. Por muito que os outros dois filmes tenham sido mais «simples», já não dá bem para considerar estes dois personagens como «street level». E, em boa verdade, estes fãs de Ant-Man poderão ter estragado um pouco o filme. Há um boato que o final seria diferente. Nesse final Rudd e Evangeline Lilly sacrificam-se em prol do resto e ficam presos no Quantum Realm. E isto faria o personagem de Rudd ter um arco de história com princípio, meio e fim. No início a filha critica-o por não usar os seus poderes para fazer mais. Ele passa o filme apenas a querer salvar a filha, para poder estar com ela mais tempo. No final sacrifíca esse propósito, sacrifica os seus próprios interesses, para salvar um universo dum vilão, provando ser um herói. Parece que os fãs não terão gostado deste final e, como consequência, Ant-Man e Wasp são salvos imediatamente, sabe-se lá como, e não há consequências nenhumas. Foi uma resolução parva e que custou a engolir, ao ver.

(À custa do que escrevi no último parágrafo pus-me a pensar em como terá sido o blip e reverse-blip, anos depois, em planetas alienígenas. Na Terra da MCU foi estranho e caótico só por si, sem dúvida. Mas depois os heróis explicaram o que aconteceu. Não terá feito muito sentido, mesmo assim, mas sempre é uma explicação, uma razão de ser. Nos planetas espalhados pelo Universo, pelo menos aqueles que não têm ligações ao espaço e a outros planetas, não terão qualquer ideia do que aconteceu. Num dia desapareceram metade das pessoas. Passados uns anos voltaram. Ponto final, parágrafo. Que esquisito. Bem, voltando ao filme em questão.)

Sobre os quartos: eu não vou para sites da moda fazer críticas a filmes.

Diverti-me a ver o filme. Não é dos meus preferidos, nem esperava que o fosse. É sobre personagens que acho piada porque gosto dos actores. Mais que isso, é o início da próxima saga. Foi o primeiro capítulo. Uma primeira batalha onde os bons da fita aparentemente ganharam. Na parte negativa, não percebo porque mudaram a actriz que faz de filha de Rudd. A miúda não trouxe nada de especial para a personagem ou para este filme, honestamente. Depois, há umas sequências de acontecimentos que acontecem, de forma mais que óbvia, apenas e só para que o filme possa acontecer. Sim, todos os filmes são assim, mas sempre dá para ser um pouco mais discreto, maior parte das vezes. E não gostei do final. Terem-se safado imediatamente tira dimensão e peso ao que acabou de acontecer. Tem de haver algumas consequências. Não pode ser tudo sempre perfeito.

Posto isto, é um filme horrível? Não, claro que não. É um filme Marvel. É um filme pipoca, cheio de humor e excitação. Cheio de coisas a acontecer em todos os segundos. É dos meus preferidos? Não, mas quando os preferidos são nota 10. Este ser um 6 ou um 7 não é necessariamente mau. Sempre é melhor que maior parte das outras coisas que vejo. É mais um capítulo numa história muito grande.

E a grande questão é esta. Convém que as pessoas comecem a ter mais isto presente. Não são filmes ou séries individuais. Algumas dá para ver só por si. Verdade. Mas é tudo parte dum Universo, tudo partes duma história maior. Se não houver noção disto, tudo vai ser uma trampa a partir daqui.

domingo, fevereiro 19, 2023

The Frisco Kid


Quem diria que, em tempos, fizeram um western com Harrison Ford e Gene Wilder? Wilder num western é um conceito estranho só por si, mas a verdade é que não foi o único que fez. Por incrível que possa parecer. Aqui o mais... peculiar, digamos assim, é a junção dos dois. Este buddy cowboy movie não fará grande sentido, aos olhos de hoje. Especialmente tendo em conta que Ford é um velho ranzinga, chateado com tudo e todos, a começar nos miúdos que chutam a bola para o jardim dele e acabando no facto de ter feito demasiados filmes Star Wars.

Isso é agora. Naquela altura o rapaz estava disposto a ser o herói que salva a «donzela em perigo» na personagem de Wilder, neste filme. Sempre o meliante/herói, sempre contrariado a fazer o que os «bons da fita» devem fazer. Mesmo assim, é ele que leva Wilder, que aqui interpreta um rabino, dum lado ao outro dos Estados Unidos. Ou seja, não só é um buddy movie com uma dupla altamente improvável, como é um road trip buddy movie... com a dupla yadda yadda.

A verdade é que se me perguntassem pelo filme há um mês, não me lembraria dele. Apareceu-me numa qualquer lista de... Sei lá, «cenas». Eu curto listas de filmes. É assim que lembro-me destas pérolas. Doutra forma ficam no passado. Agora, posso não ter-me lembrado do filme só por si, mas o certo é que, ao ver, lembrei-me de tudo. Da história toda. Do desenrolar. Mais um bocadinho e ainda tinha presente algumas falas. Vi muito o filme em miúdo. Gostava bastante de Wilder, a estrela de então. Curioso (ou não) como Ford acabou por tornar-se ainda mais famoso, enquanto Wilder caiu numa espécie de esquecimento.

History of the World: Part I


Hoje é dia de revisões... Revisionamentos? Rever coisas!

A Part I desta «história do mundo» saiu em 81. Contas assim de cabeça, foi há mais de 20 anos. Por aí. Parece que finalmente vai sair a Part II, em formato série, na Hulu. Vendo o trailer, parece que uma data de cómicos - que quando novos terão visto e achado piada aos filmes de Mel Brooks (como eu) -, fizeram pressão para o velhote fazer a sequela. Vai ter tanta piada como o primeiro? Todos nós sabemos de gingeira que não, mas é Mel Brooks. Um gajo não diz que não a ver mais de Mel Brooks, certo?

Da Part I, que vi muita vez em miúdo, lembrava-me pouco de cabeça. Tinha muito presente o momento em que Moisés traz 15 mandamento, mas deixa cair uma das tábuas, ficando apenas com os dez mandamentos que dEUS lhe deu. Claro que, ao começar a ver o filme, tudo voltou. Estava na memória lá mais atrás, nas pastas com nomes estranhos, onde não mexo há algum tempo. Mas estava tudo lá.

Galaxy Quest


Andava com vontade de rever este filme há algum tempo, mas a verdade é que não o encontrava em nenhum dos serviços de streaming. O que faz-me muita confusão. Não tanto este, mas há para aí tanto filme clássico que não se encontra facilmente. É absurdo. No meu entender há uma lista de filmes - que sim, ainda é considerável, mas atingível - que deveriam estar sempre disponíveis. Sempre. Porque são aqueles filmes que num dia mais parado, mais mortiço, mais enfadonho, mais «chato», queremos sempre ver. De qualquer modo, por coincidência, apercebi-me esta semana que o serviço de streaming SkyShowtime está disponível. Já há algum tempo, em boa verdade. Só soube agora. E foi por acaso, ao ler o post de alguém a reclamar com a decisão da Netflix, de não permitir mais a partilha da password.

A péssima decisão de uns é a benesse doutros. Como essa pessoa, como eu farei no futuro - quando a decisão idiota chegar onde estou - e como muitos, todos procuraremos alternativas à Netflix. Para mim tudo bem. Há bastante tempo que digo que a Netflix é o pior serviço que tenho. Em termos de conteúdo e decisões editoriais. Para mim, HBO e Disney+ são melhores. Não posso dizer o mesmo de SkyShowtime. Pelo menos não ainda. O catálogo é muito curto. As legendas estão demasiado acima, ficando à frente da imagem. E têm um sistema absurdo de interromper os créditos dum filme para meter um outro qualquer a dar, que eu não pedi para ver. Não está sequer na minha lista. E estes são os defeitos que apanhei só de ver um filme. Mesmo asism acho que o serviço tem muito potencial. Basta meterem mais conteúdos de Peacock ou Sky, mesmo fundo de catálogo, e os cinco euros por mês passam a ser peanuts.

Sobre o filme, continua a ser fixe de se ver. Muito inteligente e marcante para uma geração e momento na história do cinema. Elenco óptimo e muito humor e emoção. Só achei fraco o papel de Weaver. Ela até goza que fazia pouco na série fictícia, e depois acaba por fazer pouco no próprio filme. Apenas propagou o clichê da personagem feminina na ficção científica. Foi uma oportunidade perdida. Tirando isso, gostei muito de rever este filme.

sábado, fevereiro 18, 2023

Dorosute No Hate De Bokura


Olha que coisa tão bem feita. Não sei se consigo explicar o que é ou como foi feito. O bonito é isso. A confusão de tudo, mas que faz algum sentido, se se parar para pensar um pouco.

Mas OK, tentando explicar: um tipo tem um café e vive por cima deste. No final do dia vai para casa e ele próprio aparece no seu ecrã do computador, a falar-lhe do ecrã do café, dois minutos no futuro. A partir daí vemos uma data de coisas a acontecer mais que uma vez, minutos no futuro e minutos no passado. Não só com ele. Com a empregada, um conjunto de amigos, uma paixoneta que trabalha numa loja ao lado e ainda com uns meliantes quaisquer.

Não está mau. Até consegui explicar a história. Se não percebeste tudo sobre o filme só com o parágrafo anterior, então não sei que andas a fazer por aqui.

When You Finish Saving the World


Num registo ligeiramente diferente do filme anterior temos este Saving the World. Mesmas bases, no sentido em que são ambos filmes. Com umas nuances, de alguma forma. Não têm nada a ver um com o outro, claro. Embora ambas as parelhas de personagens principais façam coisas profundamente mal.

Neste o filho anda atrás duma moça que não tem nada a ver com ele. Ela é política e intelectual, enquanto que o rapaz é musical e desprovido de interesses de maior. A mãe sente-se tão distante do filho que «faz-se» ao filho duma residente do lar de abrigo a mulheres/famílias vítimas de violência doméstica onde trabalha. É esquisito, sim. Não há nada sexual na questão, mas não deixa de ser um assédio exagerado. Já a questão do filho príncipal tem tudo de sexual, mas é na mesma um exagero. Ambos falham nas suas tentativas, de forma trágica e algo embaraçosa. Porque tentam ser o que não são e fazem dos outros algo diferente também. Vivem na ilusão, suponho.

Não, o espectador nunca chega a entrar na ilusão dos personagens. É bastante óbvio que não vai a lado nenhum. Para toda a gente, menos eles.

House Party


É um remake. É um remake que envolve o LeBron James. É um remake da mega festa, desta feita em casa do LeBron James. E, à custa disso, tem uma data de estrelas envolvidas, a fazerem deles mesmos.

Quer dizer, presumo que o Cudi pertença mesmo aos Illuminati na vida real. Faz sentido, ? Se não como é que ele aparece em tudo?

sexta-feira, fevereiro 17, 2023

You People


Não sou fã das coisas de Barris. É demasiado preachy para mim. E o pior é que tem sempre uma aura de ser cómico, acabando por não ter assim tanta piada. Convenhamos que este filme é o Meet the Fockers mais a questão racial. E eu não gostei do Meet the Fockers quando saiu.

Depois, olhando para o todo da narrativa, são 90% de momentos constrangedores, com um acelerar no final para dar-lhe um final feliz. Sendo que nada é resolvido. Houve um par de discursos que levaram a nada. Depois uns personagens decidiram mudar completamente a sua opinião, indo contra as suas personalidades e tudo o que foi estabelecido durante o filme. No final mete-se um laço e a coisa está resolvida.

Pois que não me parece.

domingo, fevereiro 12, 2023

Somebody I Used to Know


Foi uma comédia romântica um bocadinho diferente. Até teve potencial para ser bastante diferente, mas não chegou lá.

A verdade é que passei maior parte do tempo a detestar a personagem de Alison Brie. E ela é a principal. Não creio ser suposto odiar a personagem principal. Não nestes géneros, pelo menos. Mas quando está a tentar reatar as coisas com o ex-namorado... durante o seu casamento com outra moça... Fica difícil gostar dela.

Lá está. É complicado. Mesmo que já tenhamos visto esta premissa antes. Não me recordo de ter odiado a personagem da Julia Roberts. É possível, atenção. Só não me recordo. O que este filme acaba por apregoar é que devemos gostar de nós próprios primeiro. E isso só é possível se formos honestos e verdadeiros. Pelo menos ajuda. E, sendo honestos, também há momentos em que somos horríveis e odiamo-nos. Porque somos humanos. Faz parte.

PS - Parece que me ouviram no post anterior, pois Zoe Chao aparece aqui também. Pouco tempo, é verdade. Mesmo assim foi fixe.

Your Place or Mine


A história é disparatada, mas isso são quase todas as histórias românticas (em especial as «de natal», essa moda «recente»). Não, o meu problema com este filme não reside na amizade de 20 anos que afinal era algo mais, apesar de viverem em pólos opostos dum país muito grande. O problema é que... Correndo o risco de spoilar o filme (embora isto apareça no trailer), Witherspoon tem a escolher entre Kutcher e Jesse Simmons. Sem desprimor para o nosso goofball preferido, mas ele não é Jesse Simmons nenhum. Não há competição possível.

Brincadeiras à parte, senti muita falta de química entre os actores. Witherspoon e Kutcher mal contracenam, em virtude da história, mas mesmo Kutcher com o miúdo ou com Notaro. Senti zero empatia entre quase todos eles. Parece que escolheram nomes conhecidos e esperaram que tudo funcionasse bem. Não foi o caso, em muitas cenas. Tirando Zoe Chao, que esteve incrível e que começa a aparecer muito mais por aí. Ainda bem. Devia aparecer em tudo, na minha opinião.

quinta-feira, fevereiro 09, 2023

Plane


Será possível que vejo o primeiro filme em Fevereiro apenas no dia 9? Para onde foi o tempo? Para onde foram os dias? Juro que hoje ia pôr a data num qualquer ficheiro e dei por mim a pensar que ainda era Janeiro! Surreal.

Quase tão surreal como a história deste Plane. Um voo no último dia do ano vai meio vazio, entre Singapura e Japão. Ao passar por uma tempestade leva com um raio e frita tudo. Têm de aterrar e conseguem fazê-lo numa estrada de terra, numa pequena ilha. Sim, uma estrada inteira a direito. Em Portugal não se encontra uma estrada tão direita no país, quanto mais numa pequena ilha que mal aparece em mapas. Como se não bastasse, a ilha é controlada por piratas, ou bandidos, ou o raio. No fundo, maus da fita que raptam e matam pessoas, exigindo resgates a governos e entidades. Epá, não basta um gajo despenhar-se, também tem de ser raptado? Ele há gente com azar, de facto.

Nem tudo é mau. Têm Butler como piloto e herói de serviço, sendo que faz também algum stand-up quando fala pelas colunas do avião. O homem é multifacetado e quase não sangra, mesmo levando dois balázios. O universo lá arranja forma de equilibrar as coisas, é verdade.