domingo, outubro 30, 2011

Larry Crowne

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Quando soube deste filme, surpreendeu-me muito a exposição que teve. Estava em todo o lado. Cartazes. Trailers. Publicidade em TV e afins. E não fazia sentido. Porque o filme não é bom. Era perceptível. E nem era a questão de parecer um filme totó, simples, piroso, básico ou demasiado comercial. Era mesmo o facto de que a história não era boa e a representação de Hanks era... não sei a melhor palavra, mas talvez inexistente. Para além de que nunca se percebe muito bem quem Larry Crowne é. Parece ser um pequeno passo acima de Forrest Gump, por exemplo. O que não justifica nada do que se vê no trailer. Em todo o caso, o que é certo é que lá percebi donde vieram estes nomes todos para uma produção tão simples: é um projecto Tom Hanks. Escreveu, realizou e interpretou. O que fez com que tenha feito demasiadas coisas como queria e... Lamento. Eu gosto de Hanks mas, pela amostra, acho que só vou gostar do actor Hanks, não do realizador Hanks.

Margin Call

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Durante uma fase de despedimentos duma grande empresa, descobre-se que a contabilidade andou a fazer mal o seu trabalho e o último negócio/investimento afinal gasta muito mais do que rende. A partir daí vemos todos os clichês do capitalismo. Vender algo que não vale nada, sem que as outras pessoas o percebam. Despedir uma data de gente que, ou não teve culpa nenhuma, ou são o elo mais fraco, tudo enquanto os patrões continuam a andar dum lado para o outro de helicóptero e a gastar 70 e tal mil dólares em prostitutas. Um miúdo, um júnior na empresa, ganhou 250 mil dólares num ano e chora na casa-de-banho porque vai ser despedido. A venda de nada vai queimar completamente as pessoas que deram a cara pelo negócio. Nunca mais conseguirão vender nada a ninguém. Mas se atingirem o objectivo de 93% das vendas, têm um bónus de mais de um milhão de dólares. Um dos chefões, um gajo que lá trabalhava há mais de 30 anos, quer despedir-se porque questões éticas só que não pode, porque precisa do dinheiro. Como é que um gajo que trabalhou em altos cargos numa grande empresa durante mais de 30 anos, que trabalhou lá durante uma época bastante boa, como é que este gajo continua a precisar de dinheiro? Como é que isto é possível? A sério? Alguém explique-me isto, por favor. Eu só com 250 mil dólares metia-me a andar e não fazia mais nada da vida. Este gajo tinha que ter acumulado muito mais.

(...)

Estas histórias tiram-me um pouco do sério.

The Change-Up

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Ia para começar a dizer algo como «Quem é que poderia querer a vida do Jason Bateman?», mas depois lá me apercebi que haverá muita gente que olhará de lado para a vida de Ryan Reynolds. Aliás, nem eu faço ideia do que o homem faz para ter dinheiro. Sim, softcore porn (também conhecido como o pior tipo de cinema do mundo), mas isso foi um filme em não sei quanto tempo. Será que um anúncio serve para pagar um ano inteiro, é o que nos estão a tentar convencer?... Raios, estou mesmo na profissão errada. Que sonho seria.

The Change-Up é a típica história «freaky friday». Neste caso é um solteiro criança e um casado adulto que trocam, aprendendo uma data de lições que lhes vão melhorar a vida. Há muitas coisas que não fazem sentido, claro, começando pela estupidez de pessoas trocarem de corpo. Isso não existe. Acreditem. Eu já tentei um milhão de vezes. Mas a pior nem é essa. Reynolds não faz nada. Bateman é advogado. Trocam de corpos e Reynolds, que não acabou o secundário, consegue fazer o trabalho de Bateman. Das duas uma: ou ser advogado é muuuuuuito mais fácil do que alguma vez pensei, ou é mais uma prova que o ensino é completamente inútil.

sábado, outubro 29, 2011

Batman: Year One


Onde é que eles arranjam dinheiro para estas coisas? Sim, eu sei, vendas de DVD. Será suficiente? Ou a produção é assim tão barata? É que a brincar a brincar, estes pequenos vídeos têm sempre três ou quatro nomes conhecidos a dar voz aos personagens. Em Batman: Year One até temos um gajo que está bastante na berra a dar voz ao Gordon.

Year One faz, mais uma vez, o recontar de tudo. É o primeiro ano de Gordon em Gotham, ainda tenente. E é o primeiro ano de Batman, depois de Bruce Wayne ter regressado do seu treino lá no Nepal, ou não sei aonde. Cada um vai dando cabo do crime à sua maneira, sendo que numa primeira instância Gordon tenta prender Batman.

É bonzito. Vê-se que em certos momentos é apressada a narrativa (imagino que por falta de orçamento para mais) e há personagens que aparecem mas não são bem explicados. Fica para conhecedores da BD. Admito que gosto deste elitismo.

sexta-feira, outubro 28, 2011

30 Minutes or Less

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Primeiro desafio: conseguir explicar o enredo.
Temos dois melhores amigos. Um dormir com a irmã do outro. O outro disse a toda a gente que a mãe do amigo tinha dormido com um salva-vidas, provocando o divórcio dos pais. O que dormiu com a irmã tem uma vida de perdedor, entregando pizas em 30 minutos ou menos. Dois outros tipos precisam de 100 mil dólares para contratar um assassino profissional para matar o pai dum deles. O pai é milionário e pedir-lhe a ele o dinheiro para o matar seria um pouco rude. Estes dois tipos raptam o gajo das pizas e prendem-lhe uma bomba ao corpo, obrigando-o a roubar um banco em 10 horas. Vá lá que não é em 30 minutos.

Segundo desafio: ter uma vida melhor que qualquer um destes idiotas.

Não vai ser tão fácil.

Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2

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O fim chegou. Finalmente. Outra vez.
Para quem é sensível a estas coisas, aviso já que tenciono falar de fins e afins. Não é spoilers. É provável que conte mesmo tudo. A ver onde o texto me leva.

Comecemos pelo início. Acho que faz sentido. Estava completamente perdido. Como estive sempre entre filmes. Onde é que eles estavam? Como foram ali parar? E meter um previously, é pedir assim tanto?! Meia hora dentro e decidi ignorar o passado e ficar-me pelo presente. Tenho ideia que muita coisa foi aldrabada aqui pelo meio. Tanto melhor. Se tinha dito que a primeira parte era uma seca, esta segunda é dada à acção. Desde voos em dragões, a destruir metade dos telhados de Londres, até batalhas campanhas em terreno escolar, esta última etapa duma demasiado longa história dum miúdo pateta com uma cicatriz tem um pouco de tudo. Nem tudo foi mau, entenda-se. Gostei sempre das versões mágicas de coisas reais, como os jelly beans, por exemplo. E há personagens muito bons. O desenvolvimento do Snape de mau para bom para mau para bom está muito bem conseguido. Os seus motivos, que descobrem-se no final, são perfeitos e justificam tudo para trás. Ninguém convencer-me-á que foi com intenção, mas foi um mui inteligente feliz acaso. Gosto também de personagens como a Luna ou o Neville, que no final torna-se herói. O Sirius foi fixe e até final estava convencido/esperançoso que voltasse. (...) E já chega. Pensei que houvesse mais, mas seria esticar a corda. Talvez a Bellatrix e a que previa coisas. A interpretada por Emma Thompson. Na tela tornaram-se personagens interessantes, suponho que à custa de boas actrizes. Aliás, tirando os miúdos, estes filmes têm um chorrilho de talento representativo. Toda a nata de actores britânicos veio aqui parar. O Ralph então é o maior. Já o final em si... confesso que quando li o livro adorei a ideia do Potter morrer. Muito se falou e andou tudo doido e revoltado. Não sei porque não se poderia matar o palerma. Um favor seria para a humanidade literária. Em filme as cenas finais foram menos confusas, especialmente a morte, mas foi dado um protagonismo muito maior ao palerma. Não tinha ficado com aquela impressão duma batalha tão empolgante com o Voldemort, no final. Aliás, nem tinha percebido que o palerma é que o matou, mas ok. No total, como já disse demasiadas vezes, a partir do terceiro filme, tornaram-se coisas muito bonitas de se ver. Ajudará em muito vê-los de seguida (se bem que acredito que nem assim se apanhe tudo), mas duvido que alguém consiga sofrer durante tanto tempo. O penúltimo então é longo de morrer. Eu que adoro embaços não conseguiria.

Apercebi-me foi duma coisa que não tinha pensado aquando dos livros: a vida dos três patetas ficou completamente destruída. É que eles não acabaram os estudos. Tudo bem que os vemos no final, 19(!) anos depois, com os miúdos e tudo mais. Mas, se calhar, estão todos a trabalhar nas obras. A miúda será empregada de limpeza, certamente. Não que haja algo de errado com isso, atenção. Só que tendo abandonado o secundário antes de terminarem, para irem lá derrotar o outro do nome complicado, dificilmente terão arranjado profissões condizentes. Sem estudos, toda a gente sabe que não se vai a lado nenhum. Mesmo em mundos mágicos.

quinta-feira, outubro 27, 2011

Beginners

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Este é difícil. Artsy-fartsy é o que vem à cabeça, mas não tem nada a ver.

McGregor passou a boa parte do último ano (mais?) a tomar conta do recentemente saído do armário pai. Tem cancro e pouco tempo de vida. Não deixa de querer viver esse tempo bem, com um namorado mais novo e activo socialmente. O pai declarou-se gay quando a mãe morreu. Sempre foi gay, atenção, mas só depois dela morrer é que decidiu fazer a saída. Pouco tempo depois é-lhe diagnosticado cancro nos pulmões. McGregor sempre teve um problema com relacionamentos. Agora já sabe o que afectava a relação dos seus pais. Só que na altura era um miúdo. O que é certo é que ficou-lhe sempre na cabeça que esse tipo de coisas não funcionavam. Conhece Mélanie Laurent. Será que é agora que começa?

O ano é 2003 e Britney Spears lidera as pesquisas do Google. E McGregor e Laurent apaixonam-se, muito a medo.

quarta-feira, outubro 26, 2011

What's Your Number?

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As premissa de comédias românticas estão a ficar cada vez mais complicadas.
Anna Faris lê num artigo da Marie Claire (até aqui tudo normal) que a média de parceiros sexuais duma mulher americana é 10,5. O 0,5 será um anão, sei lá. Faris começa a fazer contas à vida e chega ao número mágico de 19, prometendo que o 20 será o homem com quem vai casar. Nessa noite dorme com o idiota do ex-patrão. Ok, será o 21 o homem da sua vida. Ou talvez não. Do outro lado do seu andar, Faris tem como vizinho Chris Evans, um mulherengo pintas que a vai ajudar a encontrar um ex-namorado que possa voltar a ser o seu namorado e, possivelmente, marido.

Ya, isto não é nada psicótico.

Io Sono L'amore

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Que seca de filme. Vomitei. Literalmente.
Em abono da verdade, teria vomitado fosse qual fosse o filme, mas não ajudou o prato de gambas que provoca um orgasmo à Tilda Swinton. Comecei a ver ontem. Parei quando se deu o incidente acima mencionado. O vómito, não o orgasmo, embora tenham coincidido. Estive metade do filme à espera do previsível, que acontecesse alguma coisa interessante. Um adultério. Alguém a sair do armário. Sexo. Intriga. A traição da memória do patriarca, tudo a favor do dinheiro. Qualquer coisa que espicaçasse minimamente a história. E o pior é que tudo isto acontece. E, mesmo assim, o filme é desinteressante.
Acho que fiquei mais doente.

terça-feira, outubro 25, 2011

Raising Arizona

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Vamos começar pelo facto de que Nic Cage circa 1987 é igual a um colega meu da faculdade, vulgo «Manhoso». Ou o Manhoso é igual ao Nic Cage da altura. Não sei. É o que fizer mais sentido.

E terminamos com o ridículo que é John Goodman não parar de berrar quando foge da prisão. Do lado de fora da cerca, Goodman uiva o tempo todo, enquanto sai de dentro da lama, à chuva.

Para este filme é só isto porque é tarde. Podia lamuriar um pouco o estranho que é haver alguns filmes dos Coen que ainda não vi. Especialmente estes como o Raising Arizona, que são os que gosto mais. Mas tenho sono, pelo que terá que ficar para outra altura.

sábado, outubro 22, 2011

Mardi Gras: Spring Break

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Gosto como o nome da Carmen Electra aparece por cima do título. Tem piada, porque ela aparece cerca de dez minutos o filme todo. É verdade que também aparece no duche, a ensaboar os seios a outra moçoila, mas... É pouco tempo, é só o que estou a dizer. Por mim a Carmen pode aparecer em cima do que quiser.

Mardi Gras: Spring Break é tudo o que se pode esperar. Histórias românticas que não interessam ao dIABO. Seios. Homens vestidos de mulheres. Cenas ridículas. Mulheres demasiado bonitas com homens demasiado feios. E o constante abuso da mulher enquanto pessoa, tornando-a nada mais que um objecto, que mostra os seios em troca de colares de plástico.

Obrigado. Até parece que o filme foi feito de propósito para mim.

Cars 2

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É uma sequela. Sei que não é dizer grande coisa, mas é o que é.
O universo já está apresentado, por isso os pormenores dum mundo em que carros são pessoas já não impressionam. A coisa tem que agarrar-te pela história. E a história... meh! O Mater acaba por ser o personagem principal e Owen Wilson só aparece para dar cor. Literalmente. Aparece uma mancha vermelha lá atrás enquanto vemos o Mater a fazer idiotices.

Lamento, mas acho que deviam ter-se ficado pelo primeiro.

Crazy, Stupid, Love.

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What a cliché, diz Steve Carrell a certa altura. E é. É isso que Crazy, Stupid, Love. é. Um chorrilho de clichês.

Temos o casal que está junto desde o liceu. Ele acomodou-se. Ela não gosta de quem é. Há uma traição que os destrói. Os filhos ficam pendurados no meio. Temos o garanhão que deita-se com uma mulher diferente todas as noites, usando sempre os mesmo truques, mas que afinal sente-se sozinho. Há adolescentes que gostam de pessoas mais velhas e adolescentes que gostam de adultos, mesmo. Temos casais ridículos onde a mulher faz imposições estúpidas. Há taradas meio psicopatas (bom ver Marisa Tomei a fazer comédia outra vez). E temos uma miúda perfeita, que não se acha perfeita e contenta-se com um totó que claramente não a merece.

A diferença é que Crazy, Stupid, Love. tem um elenco maravilhoso, com actores e actrizes capazes de tornar qualquer situação clichê em algo novo, divertido, carinhoso e ternurento. Tudo enrolado com um belo laço gigante. Crazy, Stupid, Love. é daqueles filmes que apetece-me voltar a visitar assim que o termino, com as últimas músicas do genérico a abraçarem-me, agradecendo-me por ter vindo.

Muito bom, pá.

sexta-feira, outubro 21, 2011

RKO 281

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A história por detrás da história por detrás da história.
Não sabia. Admito que não sabia. Não fazia a mais pálida ideia. Sabia que Welles tinha criado a sua grande obra prima aos 20 e muitos anos. Não tinha a mais pálida noção que a história era baseada num magnata verdadeiro - meio louco por sinal -, que fez tudo por tudo para que o filme não fosse avante. Não sabia que tinha sido assim uma luta tão grande.

Em todo o caso, o que faz-me confusão ainda é outra coisa. Afinal, quem é que quer atingir o topo aos 20 e tal anos? A partir daí ainda são muitos anos sempre a descer.

Apesar da frase anterior até ser um bom ponto de saída, não consigo deixar de frisar que a Brenda Blethyn é uma actriz incrível. Sei que não descobri a pólvora agora. Queria mesmo só constatar que acho-a formidável.

Father of Invention

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Quando é que o Kevin Spacey deixou de deslumbrar? Aliás, como é que é possível? O homem tem o Se7en, o Usual Suspects e o American Beauty. valeu-lhe dois Óscares e o reconhecimento mundial. Atinge o auge. E depois... Ele tem mais bons filmes, claro que tem. Mesmo que já não sejam reconhecidos por academias e afins, não deixam de ser bons filmes. É como este Father of Invention. O filme é giro, o enredo é engraçadeco e o elenco até é bastante respeitável. Só que o homem já não rouba todas as atenções. Parece que tinha meia dúzia de bons truques que, lá está, deslumbravam, e agora tornaram-se rotineiros, batidos. Será Spacey um one trick poney, ou é mesmo só uma má escolha de projectos?

quarta-feira, outubro 19, 2011

O

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Houve aí uma altura em que se andou a fazer versões modernas, adolescentes, de clássicos de Shakespeare. Houve aí uma altura em que a Julia Stiles andava na moda e, curiosamente, fez dois destes filmes. Houve aí uma altura em que a Julia Stiles andava pejadinha de jungle fever. Sim, foi tudo mais ou menos na mesma altura. A coisa morreu, felizmente, porque não há assim tanta paciência para ver a Julia Stiles a fazer todas as adaptações de Shakespeare, em versão adolescentes americanos. Para isso já nos basta as versões adolescentes americanos de histórias de vampiros, super-heróis e afins.

terça-feira, outubro 18, 2011

The Addiction


Vantagem número um de ver um filme do início dos anos 90: Cypress Hill na banda sonora.
Vantagem número dois de ver um filme do início dos anos 90: Christopher Walken de cabelo mais comprido que o usual.
Tirando estas...

Piadinhas à parte, há um registo... talvez seja porque foi nesta altura que comecei a ver filmes de forma independente. Talvez, não sei. O que é certo é que sinto sempre um tom, uma narrativa... lá está, um registo da década de 90. Do início. Um cheiro. Fará sentido um cheiro? Remete-me para a angústia da adolescência mas, também, para uma época de descobrimento. Ainda há muito por descobrir, é certo. Eventualmente descobrirei como escrever textos interessantes, por exemplo. O que é certo é que havia mais por descobrir, naquela altura. Saudades um pouco. Muito pouco, mas um pouco mesmo assim. Se calhar este registo existirá em todas as décadas, para pessoas diferentes.

Já agora, que é feito da Annabella Sciorra?

domingo, outubro 16, 2011

Endhiran


Mais uma epopeia para ver um filme com três horas. Comecei de manhã e acabo ao final da tarde. A verdade é que ficava cansado com cada número musical. Metia-me a dançar e precisava duma pausa. Dormi três ou quatro vezes. Chamemos-lhe power naps.

Um cientista indiano velho e gordo decide ignorar a namorada, Aishwarya Rai, para construir um robô à sua imagem. Porque é que alguém decidiria fazer um robô velho e gordo, não sei. O mais estranho é que criou-o sem a premissa básica de Asimov de não atacar humanos. No entanto, esta não é a parte de ficção científica. A verdadeira tecnologia avançada é a parte em que sempre que a Aishwarya entrava em cena, vinha sempre em câmara lenta e com uma ligeira brisa, que influenciava mas não afectava o cabelo. Não só isso, como sempre que dava um beijo a alguém (não na boca, calma, um beijinho na face) essa pessoa também tinha uma ligeira brisa a mexer-lhe no cabelo. Que coisa incrível. Não só a cena do vento. A própria Aishwarya... que mulher bonita. Uau!

E sim, o filme é ridículo. Há montagens e videoclips a meio, que nada têm a ver com a história. É uma coisa Bollywood, claro. Mas o pior era todas as interacções com o robô em todos os niveis. Era herói. Era uma ameaça. Era a coisa que ia proteger a Índia toda, sozinho. Era a máquina mais inútil de todas. O seu grande poder era o magnetismo.

Para além de ter conversas com mosquitos. Esse poder era muito bom e útil.

sábado, outubro 15, 2011

It Happened One Night

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A Paris Hilton da década de 30 é uma miúda mimada e muito protegida pelo pai. Na primeira vez que consegue fugir do pai e dos respectivos seguranças, apaixona-se e casa-se com um piloto. O pai não aprova e sequestra a filha. Ela volta a fugir, desta vez a nado, lançando-se dum barco. Na sua fuga de volta aos braços do novo marido, encontra um jornalista que nela vê a história que o voltará a pôr na ribalta. Acompanham-se na viagem através dos Estados Unidos e, moça séria como é, apaixona-se novamente, agora pelo segundo homem que conhece para além do pai e dos empregados.

Sim, parece-me uma história de amor perfeita. Ela casada a apaixonar-se por qualquer um. Ele, em forma de declaração de amor, diz ao pai que o que a filha precisa é dum homem que lhe mande uns tabefes dia sim dia não. Se não é o casal mais maravilhoso do mundo, não sei quem possa ser.

quinta-feira, outubro 13, 2011

Nil By Mouth

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Havia bastante curiosidade em ver algo realizado por Gary Oldman. É a única coisa realizada por ele, aliás.

Percebo os elogios e os prémios por todo o factor humano. O Ray Winstone faz um papelão. O degredo e o peso da criminalidade inerente a esta família está muito presente. Mas... Não sei. Durante maior parte do filme faltou-me um objectivo. Uma direcção. Sim, eles bebem e fumam e drogam-se. O Ray é um c#%t e são todos uns c#%ts. Roubam para viver. Vão às meretrizes, mas batem na mulher por jogar snooker com alguém. E então? Ok, admito que desde que o Ray espanca a mulher a coisa já ganhou outro peso. Ele atinge o fundo. Ela finalmente sai do buraco. Mesmo assim.

Talvez tivesse mais impacto visto quando saiu.

quarta-feira, outubro 12, 2011

United

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Estou em crer que a culpa terá sido deles. Estamos a falar de miúdos que bebiam e fumavam a toda a hora. Isto são desportistas? Isto são profissionais de futebol? Havia um dos miúdos... todos eles eram muito miúdos mas vá, um deles chegava a fumar o seu cachimbo (ele passava a vida de cachimbo) enquanto esperava no túnel, pronto para entrar no relvado. Uma vergonha, estas crianças. Aposto que um deles ligou o telemóvel para mandar uma mensagem a uma moça e por isso é que o avião despenhou-se.

Brincadeiras bem parvas à parte, United narra a história do despenhar (continua a ser despenhar se o avião nunca descolou?) do avião que tinha a equipa do Man. United da década de 50. Um conjunto de jogadores muito novos que estava a fazer sucesso no futebol da altura. Falamos do onze onde se estreou Sir Bobby Charlton, uma das referências do futebol britânico.
Em termos de filme em si, não achei grande piada, tenho que admitir. É um drama de TV a puxar à lágrima, muito, mas mesmo muito romantizado. Eram todos muito eruditos e bem educados. O representante da Liga foi proibir o United de participar nas competições europeias. O treinador, que em Inglaterra é o manager, deu um grande discurso sobre o amor ao futebol e como a preocupação do clube não eram datas nem números. Na realidade o que terá acontecido foi que o representante terá aparecido no gabinete dele, disse o que tinha a dizer e o manager terá respondido algo como «Fek off!».

Em todo o caso, achei por bem ver um filme sobre futebol num dia que os nossos meninos deixaram-nos tão orgulhosos. Sinceramente, não sei qual o problema de toda a gente. É da maneira que temos mais dois jogos da selecção para ver.

domingo, outubro 09, 2011

Fletch Lives

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É verdade. Há um segundo.
Curioso como sempre pensei que Fletch fosse um detective. Afinal é um jornalista. Faz investigação, é verdade, mas não é bem a mesma coisa. Não sei como fiz confusão.

O segundo não é tão bom como o primeiro, sendo que o primeiro também não é assim nada de extraordinário. O personagem é engraçado e a trama estende-se mesmo até ao final. Acima de tudo. vale para ver Chase.

Fletch

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Não contente com a minha dose semanal de Chevy Chase, tive que revisitar os clássicos. Fletch foi feito no auge da carreira. Só que pelo meio vieram as férias de família e Chase tornou-se principalmente no pateta engraçado, em vez do gajo engraçadinho. Sei que repito-me, mas tenho muita pena que tenha ficado perdido tanto tempo. Curiosamente, em Fletch voltei a ver outra cara bem conhecida, cuja carreira também morreu. Se bem que acho que dificilmente a Geena Davis voltará a estar na ribalta. E não, não considero uma série onde é presidenta «estar na ribalta».

Mas não nos ficamos por aqui.

sábado, outubro 08, 2011

Girl Walks Into a Bar

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I hear the words coming out of my mouth and I wanna cry. But I can't remember the last time I cried. I make eye contact and not when I'm supposed to, spewing out platitudes plausible enough to ward off any argument. What I really want to say to her is: "Did I mention you set my heart a flutter and make me feel all funny inside?" Heaven forbid I go through with it. I'm the kind of guy who always bets on the wrong horse: me. Samuel Salazar, at your service. They say women forget the physical pain of childbirth right after the baby is born. That's how come they can start all over again and have another child. I guess I'm not like a woman at all because I have a crystal clear memory of every heartbreak I've suffered from the age of nine. I was only conversational then. Still, I can't help but wonder if this could be a true happy ending... or one more false hope. It's like a traffic accident. I know I shouldn't look but I can't turn away. Because in my heart of hearts - whatever that is -, I know the answer does not lie within words, but within her eyes. The world is made up of a billion little mysteries but it's not words that explain them. Of this I'm sure.

Este discurso, Josh Hartnett apenas o pensa. Acaba por dar um mais pesado que, na minha opinião, não só nunca funcionaria, como ainda acabaria com toda e qualquer possibilidade. Eu sei porque também já o dei. O que é certo é que para Hartnett funciona, e Rosario Dawson lança-se a ele, boca semi-aberta e língua a espreitar, a malandra, pronta para a guerra.

É disto que Gutierrez, o realizador, é capaz. Estas frases. Estes discursos. O homem vai coleccionando novos cromos, a juntar à belíssima colecção que já tem. E o mais incrível é que foi ele que escreveu o Snakes on a Plane.

Once Upon a Time in the West

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Acho um pouco peculiar este conceito de spaghetti western. Não o nome em si. Faz todo o sentido. É mais o facto de italianos terem um fascínio tal a certa altura pelas histórias de cowboys americanos, que desenvolveram todo um estilo cinematográfico. Se juntarmos a esta estranha ligação alguém meter o Charles Bronson num filme em teoria sério... O homem tem a mesma expressão o filme tooooooooooooodo! Mata alguém: expressão n.º 1. Aparece-lhe uma italiana muito atraente à frente: expressão n.º 1. Leva um tiro: expressão n.º 1. Vinga-se: expressão n.º 1. Arreia o calhau: expressão n.º 1. Acho que se alguém lhe mandasse um pontapé no baixo ventre, o homem continuaria com a mesma expressão.

Em todo o caso, percebe-se o fascínio pelo filme. Dentro do género, o enredo está bom, as representações são mais que suficientes e o misto entre planos fechados na cara de alguém (demorados) e as cenas de acção está bastante equilibrado.

sexta-feira, outubro 07, 2011

Incendies

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Dói-me o estômago. Acabei de levar um senhor murro.

Um casal de gémeos acaba de perder a mãe. O notário lê o testamento e os últimos desejos. Acima de tudo, quer que os filhos encontrem o pai e o irmão que não sabiam ter. Têm dois envelopes para lhes entregar. Só depois de fechar este capítulo, poderá a mãe ser sepultada condignamente, com lápide a identificá-la. O seu primeiro filho nasceu dum amor proibido. Proibido pela sociedade mas, mais que isso, pela família dela. Os irmãos mataram-no, assim que souberam. A criança nasceu e foi entregue a um orfanato. A mãe saiu do campo e foi para a cidade estudar. Sempre com a criança presente na sua cabeça, volta para tentar encontrá-lo. Atravessa o país, passa por zonas de guerra e é obrigada a matar para sobreviver. Falha na sua missão e sai do Médio Oriente para o Canadá. A filha faz o caminho inverso. O filho mais novo só a segue contrariado, depois da irmã já ter descoberto maior parte da história que nós também vamos descobrindo. As duas narrativas desenvolvem ao mesmo tempo. Vamos saltando de uma para a outra. Até que o rapaz mete-se ao barulho. E, a partir daí, é aquela dose de porrada que levamos sem ter qualquer hipótese de defesa. Até ali, íamos levando uns socos, mas dava para aguentar. Antevia-se o reencontro de mãe com filho, de filha com pai, de irmã com irmão. Dá alento para continuar. Até que levamos aquele murro no estômago que nos tira o ar todo, mesmo no final.

quarta-feira, outubro 05, 2011

Gandhi

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Estou desde as dez da manhã a ver alguém que não era o Gandhi, a fazer do homem que efectivamente era. Não, o filme não tem oito horas, mas ter adormecido antes de almoço e ter experimentado uma receita nova, com as indecisões e pós-limpeza inerentes, acabou por atrasar tudo.

Duas coisas posso e vou dizer. Prefiro mil vezes ver o Ben Kingsley a fazer de mau da fita, por muito que esta seja uma representação digna de prémios. Depois, ver um filme sobre alguém que fez tanto, num dia em que não fiz absolutamente nada, é muito deprimente.

Últimas notas:
- Este homem... este homem é o Gandhi.
- A nova receita funcionou, mas pode em muito ser melhorada.

Hors-la-loi

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Um dramalhufo sobre a luta da Argélia pela independência, depois da Segunda Guerra Mundial. Em especial, sobre uma família de três irmãos, a quem as coisas não correm muito bem. Um foi preso e levado para França. Um outro luta no exército francês na Indochina. O terceiro ficou com a mãe, mas cedo parte para Paris, para tornar-se chulo. Quando os três se reúnem numa favela cheia de argelinos, a revolução começa.

terça-feira, outubro 04, 2011

Slacker


Faltava-me este cromo na colecção Linklater. Faltam mais uns quantos. Este não era o único. Ainda agora descobri dum SubUrbia que não vai ser fácil encontrar. Este Slacker era um cromo procurado pois já foi referido várias vezes por um amigo de longa data. Um rapazito simpático com uma capacidade ainda maior que a minha para ver coisas obscuras. Sim, sabes bem que é verdade. Não faças essa cara.

Slacker é o registo Linklater. Já agora, a título de curiosidade, mas isto está patenteado? Ele terá a patente de pessoas a andar na rua talking s#i$ out of their @ss? Quem viu os «Before» reconhecerá aqui o estilo. Deveria ser ao contrário, mas não acredito que exista assim tanta gente por aí que tenha visto este filme. No meu mundo (o único que interessa) conheço apenas duas pessoas. Eu e o outro. E não meto as mãos no fogo que o outro tenha visto este primeiro. A mestria em Slacker é a sequência de algumas cenas, assim como toda a sequência do filme. Durante mais de 90m, Linklater meteu uma data de pessoas a ter monólogos e/ou diálogos, à medida que iam andando para algum lado. Na viagem cruzam-se com alguém e a câmara passa a seguir essa nova pessoa, até passarem por outra... etc etc. Algumas conversas sem nexo, outras com menos ainda. Quase toda a gente com grandes opiniões sobre tudo um pouco e todos, mas todos, uns marialvas com nada para fazer.

segunda-feira, outubro 03, 2011

Mystery Team

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Vou tentar explicar este cronologicamente.

O senhor e a senhora Glover decidiram fazer o amor certa noite... ou manhã, ou mesmo tarde. Com ou sem intensão, nove meses depois... não, espera, 40 semanas depois nasce Donald Glover, isto se foi um parto que completou o termo. Diz-se «completou o termo»? Acho que traduzi do inglês. Toda a gente acha que Donald é filho do Danny Glover. Até prova em contrário, não é. Como é que alguém consegue dar o nome de Donald ao filho, tendo em conta a existência do pato, não sei. Donald lá conseguiu ser bem sucedido, apesar do nome. É um rapazito agradável e parece ser bom moço. Escreve e, eventualmente, graças ao génio dos criadores de Community, torna-se um nome conceituado na comédia televisiva americana. Escreve um filme com uns amigos. É sobre três totós que recusam-se a crescer. Resolveram alguns «mistérios» locais enquanto miúdos e o pessoal achou piada. Quando contiuam a fazê-lo aos 18 anos é só ridículo. À custa de ser um nome no meio da comédia, consegue sacar a April do Parks & Rereation e a Erin do Office (que descobri agora que nasceu um dia depois de mim), mais dois ou três crominhos. Um palerma do 30 Rock, por exemplo. O meu percurso cruza-se com Glover no Community. Acho-lhe piada. Quando descubro que tem um filme, por muito mau aspecto que possa ter, trato de tentar vê-lo na mesma. Não é mau, Mystery Team. É estúpido, mas é suposto.

domingo, outubro 02, 2011

Transformers: Dark of the Moon

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Este filme é completamente bipolar. Os primeiros 40 minutos roçam o ridículo, com tantos cómicos e cenas estúpidas que decidiram incluir. Depois a partir daí é caos e confusão sem jeito nenhum. Por norma até sou apologista destas discrepâncias e estilos, mas estes filmes dos «Transformers» continuam a não me convencer. Sim, é muito bonito ver robôs gigantes à porrada em câmara lenta, mas no final fica sempre o vazio. Nada fica registado. Nada marca. Nada fica na retina. Nada é digno de grande referência. Não sei se é porque nunca há uma história de jeito. Talvez seja porque o Shia cada vez grita e fica mais histérico na sua «representação». A sério. O gajo hoje em dia só faz aquilo. Berra e manda bocas parvas a gesticula imenso. Shia, amigo, larga a coca, por favor. Pela nossa saúde. Vais provocar-me um ataque cardíaco com o teu histerismo, um dia destes.

Mr. Popper's Penguins

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Demorei mais um bocado porque fiz uma pausa para almoçar. Acabei por estar a ver uns episódios de Friends, daqueles com flashbacks, onde vemos o Chandler com o penteado Flock of Seagulls. Numa reunião de turma da faculdade, Chandler e Ross descobrem que quebraram várias vezes os pactos de não se envolverem com miúdas que ambos gostavam. Tudo em nome da amizade e daquela banda que tinham mas que não chegou a dar nenhum espectáculo, acho. Do lado das meninas, a Monica e a Rachel organizam a despedida de solteira da Phoebe. Começa por ser uma coisa adulta, mas a Pheebs lá exige um stripper. Aparece o Danny DeVito em grande, velho e cansado, a ter que descansar ao colo da noiva, durante a música. Mas o melhor... o melhor é o Joey, a ir a um concurso onde tem que adivinhar palavras e expressões. Brilhante.

Porque falo de Friends em vez deste filme? Porque não há grande coisa a dizer duma película em que Jim Carrey decide ter uma data de pinguins em casa, no meio de Nova Iorque. Tudo porque assim aproxima-se do pai que nunca esteve presente e que acabou de falecer. E porque aproxima-se dos filhos e da ex-mulher, esquecendo assim o trabalho com o qual andava obcecado.

Carrey disse que adorava segundas-feiras. Foi aí que me perderam.

E agora... robôs do espaço!

The Smurfs

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A tentar voltar ao mundo dos vivos. Tudo estava pesado e sombrio. Num domingo de manhã, um filme de domingo baseado em bonecos de domingo.

Os estrunfes... estrunfos?... smurfs, vá... os bichos azuis são um pouco irritantes. Especialmente quando cantam. O Barney foi um Barney moreno (vá-se lá saber porque é que pintaram-lhe o cabelo). A Sofía Vergara aparece pouco. Mas o Hank Azaria está engraçado e o gato é mais expressivo do que maior parte dos modelitos que têm a ilusão que sabem representar. É um filme de domingo. Basta não esperar mais.

Mas não me fico por aqui. Tenho outro. Saltemos agora para pinguins.

sábado, outubro 01, 2011

The Sting

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Uma reedição da dupla de sucesso de Butch Cassidy and the Sundance Kid. Soube bem vê-los de novos juntos. Já não se vê destas coisas. As duplas. Ainda há algumas. Ainda há umas quantas, agora que penso nisso. Mas já não é bem a mesma coisa. Uma dupla de sucesso surge mais em sequelas do que outros filmes. É normal. Há sempre aquela associação directa ao primeiro filme, ao ver dois actores juntos. Se visse qualquer filme agora com os «Pitton», nunca conseguiria não pensar no Fight Club.