sexta-feira, outubro 07, 2011

Incendies

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Dói-me o estômago. Acabei de levar um senhor murro.

Um casal de gémeos acaba de perder a mãe. O notário lê o testamento e os últimos desejos. Acima de tudo, quer que os filhos encontrem o pai e o irmão que não sabiam ter. Têm dois envelopes para lhes entregar. Só depois de fechar este capítulo, poderá a mãe ser sepultada condignamente, com lápide a identificá-la. O seu primeiro filho nasceu dum amor proibido. Proibido pela sociedade mas, mais que isso, pela família dela. Os irmãos mataram-no, assim que souberam. A criança nasceu e foi entregue a um orfanato. A mãe saiu do campo e foi para a cidade estudar. Sempre com a criança presente na sua cabeça, volta para tentar encontrá-lo. Atravessa o país, passa por zonas de guerra e é obrigada a matar para sobreviver. Falha na sua missão e sai do Médio Oriente para o Canadá. A filha faz o caminho inverso. O filho mais novo só a segue contrariado, depois da irmã já ter descoberto maior parte da história que nós também vamos descobrindo. As duas narrativas desenvolvem ao mesmo tempo. Vamos saltando de uma para a outra. Até que o rapaz mete-se ao barulho. E, a partir daí, é aquela dose de porrada que levamos sem ter qualquer hipótese de defesa. Até ali, íamos levando uns socos, mas dava para aguentar. Antevia-se o reencontro de mãe com filho, de filha com pai, de irmã com irmão. Dá alento para continuar. Até que levamos aquele murro no estômago que nos tira o ar todo, mesmo no final.

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