quarta-feira, julho 11, 2012

Margaret

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«It's basically, like, the world's greatest activity, but it's not actually worth getting nervous about.», diz o jovem adolescente sobre sexo, pouco antes de tirar a virgindade a Anna Paquin, algo que a moça ligou a pedir para ele fazer. Refira-se ainda que a «actividade» durou cerca de 30 segundos... como é normal em jovens nestas situações.

Ao início é esse o pensamento: «adolescente irritante». É o que penso da personagem de Paquin, uma miúda pedante e riquinha de Nova-Iorque, cuja principal preocupação é comprar um chapéu de caubói para usar quando for cavalgar com o pai, durante o Verão. Enquanto as idiotices inerentes a uma adolescente irritante decorriam, vi-me na necessidade de confirmar a idade de Paquin. Porque embora O Piano já lhe tenha valido um Óscar há cerca de 20 anos (número aleatório gerado pelo meu cérebro, mas que não estará longe da verdade), o que é certo é que a miúda continua a fazer papéis de adolescente. Nasceu em 82. Consideremo-la apenas pós-adolescente, vá. O pensamento seguinte foi de desistir do filme, porque tenho pouca tolerância para adolescentes irritantes, como aliás terei pouca tolerância para levar murros no estômago, por exemplo. Continuando a pesquisa, descubro que Margaret é realizado por um gajo que fez um filme que gostei muito. Uma nova hipótese é ganha que, minutos depois, torna-se merecida. Paquin revela compaixão que não esperava numa adolescente irritante. Por culpa dela e dum palerma condutor de autocarro, uma mulher é atropelada. Paquin corre para a vítima e tenta confortá-la e até mesmo salvá-la, com o devido desconto que não tem qualquer tipo de habilitações para o fazer. Segura-lhe na mão, fala com ela, não se deixa assustar pelo sangue que a vítima já espalhou pela sua roupa, pela sua cara, por todo o lado. Fez bem mais do que esperaria vindo duma adolescente irritante numa situação destas. E depois passa o resto do filme (que ainda é longo, atenção), a ser só irritante.

Margaret tem bons momentos. E por muito irritante que seja, Paquin faz um papel (demasiado) verdadeiro. Há muitas e boas discussões, embora algumas demasiado ponderadas para serem credíveis. Que se consiga argumentar tudo bem, mas que se mantenha a calma em alguns momentos apresentados já acharei exagero. Existirão pessoas assim no mundo, disso não tenho dúvidos. Não têm é a minha confiança, pois acho-as estranhas, a roçar o autómato.

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