Dois filmes sobre dança em dois dias... algo está a correr bastante mal. E este ainda é pior já que é um musical!
Enquanto que o Take the Lead vi porque tem o Banderas, este vi porque estranhamente é um dos meus filmes de puto.
Quando era mais novo, nós tinhamos um vizinho qualquer que aparentemente tinha maneira de receber alguns canais estrangeiros e depois retransmitia-os para o bairro. Pelo menos era essa a teoria, é o que me lembro de ter ouvido na altura mas nunca houve confirmação. Entre estes canais apanhavamos canais britânicos da Sky onde davam notícias e outras coisas, mas o que me chamava a atenção eram os filmes. Foi com estes que aprendi inglês em tenra idade (ter um irmão mais velho também ajudou), com o Weird Science, Princess Bride, Clue, Jumpin' Jack Flash, Top Secret!, The Man with One Red Shoe e mais uns quantos. A juntar à lista estava o Chorus Line com o Michael Douglas.
Termos acesso a estes canais não durou assim tanto tempo e já na altura fartavam-se de repetir as coisas, por isso não vi muitos filmes diferentes e, consequentemente, ainda gravámos menos, mas os que gravámos e eu gostava, vi até à exaustão! Tanto que nalguns casos, ao rebobinar a cassete, partia a fita sem querer. Sendo puto, culpado e castigado por quase tudo o que fazia mesmo que tivesse sido a máquina de rebobinar cassetes a verdadeira culpada, por vezes evitava dizer ao meu pai o que é que tinha acontecido. Daí que já não visse o Chorus Line há mais tempo que alguns dos outros e daí que tivesse curiosidade em vê-lo outra vez.
Claro que já não é a mesma coisa. A minha tolerância para coisas dos anos 80 está infinitamente mais pequena, por exemplo. Isso e ser um musical, ou não ter propriamente grande história, são outras. Aquilo é basicamente uma audição que dura quase um dia inteiro porque o Michael Douglas é chato com'ó raio, misturado com uma suposta história de amor.
E o final!... Meu dEUS, o final. Aparecem uma data de duendes dourados que se multiplicam e falam em uníssono. Muito assustador.
A favor digo isto: É sempre fixe ver coisas que nos transportam para aquela altura das nossas vidas onde as coisas eram muito mais simples.
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