sexta-feira, outubro 13, 2006

The Chumscrubber

IMDb

«Suburbia» é o novo paraíso na Terra, desta vez criado pelo ser humano. É lá que uma família pode ter a sua casa de sonho, com um jardim onde as crianças podem brincar livremente longe de todo o mal da cidade. O ar é puro, não há assaltos, toda a gente se conhece apesar de saberem pouco mais uns dos outros para além do que fazem profissionalmente.

Mas se tivermos em conta séries como Desperate Housewives ou Weeds, nem tudo é perfeito no paraíso. As pessoas aqui já apresentam defeitos como inveja, ódio ou luxúria, a história das pessoas se conhecerem umas às outras só leva ao risco de se meterem nas vidas umas das outras e as crianças, apesar de afastadas de todo mal, não deixam de mostrar sinais deste.

Um passo ainda mais à frente é ver este novo Éden através de filmes. Aqui, «Suburbia» foi criada sob influência directa do dIABO! Não existe uma boa pessoa aqui, nenhum casal está junto por amor - todos têm mesmo algum tipo de perversidade sexual preferida - TODOS os adolescentes consomem um qualquer tipo de droga mesma que seja receitada, os irmãos/irmãs mais novos/novas são sempre irritantes, ninguém é verdadeiramente amigo do seu amigo, qualquer figura de autoridade é corrupta e, apesar de todas as drogas que consomem, os adolescentes são infinitamente mais inteligentes que os adultos (claro que isto não é dizer muito) embora sejam traumatizados por viverem em condições tão idílicas. Toda a gente sabe que não há nada mais traumático do que viver num sítio onde se pode ir a pé para a escola, onde não é obrigatório trancar a porta ou onde está bom tempo maior parte das vezes e quase toda a gente tem um quintal com piscina. Coitados!...

E é neste contexto que se passa este filme. Um jovem descobre o seu melhor/único amigo enforcado, e depois passa o resto do filme a tentar evitar lidar com isto. Claro que o problema é que o amigo que se matou arranjava drogas para os «rufias» lá do sítio e estes não estão nada felizes com a perda do seu acesso a narcóticos. Logo, estes decidem, graças àquela inteligência que estamos habituados a ver na adolescência americana, raptar o irmão do nosso «herói». Naturalmente que raptam o puto errado e nenhum adulto poderá ajudar neste pecúlio porque todos estão muito mais preocupados com os seus problemas ou as suas profissões ou as suas ambições.

Yeah, I don't buy it!

O filme está giro apesar de tudo e o elenco é bastante bom. Aliás, cada vez estou mais convencido que a Glenn Close faz aquele papel de gaja psicótica como ninguém e começo a apreciar as capacidades de representação da Carrie-Ann Moss. O Ralph Fiennes já tem o meu respeito há algum tempo e a mulher do Tom Hanks (não sei o nome dela nem tenciono descobrir) até que nem precisa de viver à sombra do marido.
Isto do elenco claro que só tem a ver com os adultos, os adolescente limitam-se a mostrar as suas carinhas larocas e aquela angústia típica da idade. No futuro, se os voltar a ver em novos filmes a fazer alguma coisa com jeito, dar-lhes-ei o devido crédito.

PS - Afinal quantos Culkins é que aquela família decidiu parir para o cinema?! Neste filme aperece praí o quinto. Já são mais que os Baldwin, quase!!

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