sexta-feira, abril 06, 2012

Okuribito

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Melancolicamente saboroso, vá. Dou-lhes isso. É que não foi fácil ver Okuribito. Tive que fazer uma pequena pausa a meio. Não eram só as duas horas que intimidavam, era o tom lento da coisa. Estamos a falar dum rapaz que fugiu dos seus traumas para a cidade grande, para tocar violencelo. Não tendo pai, as inseguranças eram grandes e achava-se um traste em tudo. Quando a sua orquestra é cancelada, volta para a terrinha com o rabinho entre as pernas e uma esposa (c@br@?) a tiracolo. Que fazer da sua vida, tendo no currículo apenas música? Olha, porque não uma agência funerária? Não tanto na parte burocrática das flores e tudo mais, que isso é enfadonho. Mais a parte de lavar, pentear e maquilhar cadáveres. Isso sim é uma emoção a sério. Este processo lá para as terras de onde nasce o sol é um pouco diferente. O ritual é feito à frente da família do falecido. E devo dizer que é uma coisa bastante digna e feita com muito respeito. Sempre devagar e procurando não estragar a imagem da pessoa, mantendo-a sempre tapada. Sim, porque há gente que nem viva deve ser vista nua, quanto mais morta. Tudo acaba por ter um objectivo em Okuribito e isso é que é bonito. Melancolicamente bonito, vá.

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