domingo, novembro 11, 2012

Total Recall

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Se calhar devia ter revisto a primeira versão. Se calhar não. Não é suposto comparar, mas é difícil não o fazer. Em boa verdade, tenho boa memória do filme de 1990. Vi-o umas quantas vezes. Gosto muito. Em especial a parte da fantasia, das memórias, de ser agente duplo/triplo, ou então se calhar não ser nada disso. Acho que essa parte do enredo funciona muito melhor na primeira versão. Ou então se calhar não teve efeito agora porque já sei a história. Não sei. Sei que não gostei do último terço desta nova versão. [Atenção: SPOILERS a partir daqui.] E acho que foi muito por causa de terem evitado Marte. Porque Marte dava-lhe outra dimensão. Esta coisa de estar tudo na Terra e ser uma questão de espaço para viver, para mim não foi suficiente. Até porque vamos lá ver uma coisa. Em Marte havia mutantes porque havia pouco oxigénio. Essa era a briga. Os rebeldes queriam oxigénio. Os gajos ricos no poder queriam cobrar cada vez mais dinheiro. Era através desse bem valioso que controlavam a população de Marte. O que é certo é que havia essa justificação para haver mutantes. Nesta nova versão evitaram tudo isto. Nem há Kato, o que desilude um pouco. Agora, se não há mutantes, porque não há justificação para haver mutantes, porque é que há uma prostituta com três seios?

As cenas de acção nesta nova versão estão brutais, por muito que o Farrell esteja sempre com cara de c# nas cenas de pancada. Principalmente no início, quando está só a reagir, estando surpreendido por saber matar tanta gente ao mesmo tempo. A Beckinsale suplanta a Stone e a Biel está ao nível da outra que ninguém sabe o nome. O Farrell não é o Arnaldo, mas safa-se. Tudo o resto está um pouco ela por ela, se bem que despacharam a cena do «aeroporto» e o filme parece ser todo passado a correr, numa grande perseguição. O covil dos rebeldes é ridículo e pior é a maneira como de repente apareceu lá toda a gente. TODA a gente. O elenco todo estava enfiado no mesmo sítio, a certa altura.

Moral da história: vê-se bem porque é bonito e muito activo, mas não suplanta em nada o primeiro.

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