Sou só eu a sentir-me intrigado em relação à textura daqueles cobertas que os bombeiros dão a vítimas? A seguir a uma inundação, quando tiram alguém vestido de dentro da água, quando tiram alguém dum prédio em chamas; depois duma destas situações vemos a vítima, regra geral, sentada na traseira duma ambulância, com um cobertor a tapar do frio, mesmo que seja o pico do Verão. São umas mantas enormes. Parecem pesadas. Parecem quentes também. O meu problema é que aquilo é enorme e, acima de tudo, parece rijo. Parece ter a consistência dum tapete de automóvel. Daqueles de borrachas, no chão do carro, à frente dos bancos. Daqueles que se bate contra a parede para tirar o surro, quando se limpa o interior de um carro.
Aqueles cobertores parecem ter essa consistência, o que me deixa algo intrigado na sua utilização para conforto de uma vítima.
«Não te preocupes, querida. Já passou.» Diz a enfermeira de emergência enquanto abraça uma criancinha de 11 anos, acabada de ser tirada da sua casa que estava em chamas. Suor e água das mangueiras deixaram-na encharcada. Ao reparar nisto, a enfermeira remata «Estás a tremer de frio! Toma. Mete este tapete de automóvel por cima dos ombros. Vai aquecer-te.»
No que concerne ao filme com o Denzel - é impressão minha ou os filmes deste cavalheiro começam a ser demasiado iguais? - não há muito para dizer.
Denzel é um agente federal ATF - Alcohol, Tobacco and Firearms, a agência mais ridícula dos estados unidos, e é convidado(!) para participar numa investigação duma explosão de um ferry, que envolve máquinas que quebram as leis da física e conseguem ver coisas que aconteceram no passado... Whaaaaat?!...
Ao que parece, uma qualquer equipa de cientistas, por acidente (que outra maneira há?) descobriu uma forma de ver coisas que ocorreram num determinado raio de acção 3 (ou 4) dias e seis horas antes(!!!!!!). Só nesse período. OU seja, se quiser ver algo que ocorreu hoje, terei que esperar uns dias para o poder ver. Mas se deixar passar demasiado tempo, já não o conseguirei ver.
Se soa ridículo, é porque é. Não é tão ridículo quanto o quão gordo o Val Kilmer anda hoje em dia, mas é ridículo qb.
Há muitos poblemas com esta história:
O porquê do governo americano estar a usar esta tecnologia altamente desenvolvida mas também altamente experimental num caso que, convenhamos, não é duma magnitude assim tão grande.
O porquê do Denzel ter sido convidado para participar, apesar de ser um reles agente federal.
O porquê de, às tantas, estar a liderar a coisa, seguindo dicas que mais ninguém seguiria (uma moça, entenda-se).
O porquê da existência de uma agência federal só para tabaco, álcool e armas. A CIA ou o FBI não podiam fazer o mesmo trabalho?
O porquê do Val Kilmer estar tão gordo.
Mas mesmo com estas coisas, o que irrita é que passamos maior parte do tempo a pensar «Será que estas pessoas nunca viram um filme com viagens no tempo?! Se o gajo fizer [isso], obviamente que vai despoletar [isto ou aquilo] no futuro!»
Para alguém que veja algum cinema, é difícil haver surpresas neste tipo de enredo. O Donnie Darko será o último a surpreender. E passa mais pela questão de ambiente do que propriamente a história.
Resumindo, é um trama de ter que mudar o passado. É isso que Denzel tenta fazer ao longo do filme. E o que é pior é que consegue fazê-lo e garanto que podia estar aqui até amanhã e não conseguia explicar como o consegue fazer porque, sinceramente, não percebi o que é que fez diferente.
2 comentários:
"...não percebi o que é que fez diferente."
Não viste o filme até ao fim?
Vi o filme até ao fim, infelizmente.
Se queres que te diga, já não me lembro da coisa - sim, é daqueles bons filmes! - mas tenho ideia que às tantas o gajo, pura e simplesmente não faz nada e o resultado foi radicalmente diferente.
Gostava de poder aprofundar mais este assunto, mas como bem sabes - porque falámos ontem - hoje não estou propriamente nas melhores condições.
Aliás, acho que ontem queimei alguns neurónios específicos, quiçá mesmo os que continham informação relativa a este filme!
:s
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