terça-feira, maio 03, 2022

Ambulance


Roland Emmerich está para os filmes de desastres, como Michael Bay está para os filmes de acção. É sempre tudo tão exagerado.

Ambulance tem um nome simples. A história é simples. Mais ou menos. Percebo o raciocínio. Como é que alguém consegue escapar dum assalto a um banco, hoje em dia? Ninguém parará uma ambulância, por certo. OK, mas e depois disso, meus senhores? «Então, depois há uma perseguição e acontecem... cenas!»

«Cenas» é que Bay faz muito bem. Ignorando tudo o resto, é sempre uma cavalgada de acção, com pouquíssimos momentos enfadonhos. Ele é tiros, explosões, planos de câmaras a razar a ambulância, planos do alto, de baixo ou no meio de tudo, mulheres bonitas, tipos com pinta, e até algumas bocas humorosas, para além das repletas de testosterona. Já história, ou até diálogos que não tenham sido criados sob o efeito de cocaína, é mais complicado.

Pequeno exemplo: JT é o pai dos dois personagens principais. Adoptou um deles, porque o miúdo precisava e era o melhor amigo do filho. JT era também um gajo sem escrúpulos, que matava pessoas sem pudor, nos seus muitos assaltos a bancos. Se parece incongruente, é porque é.

Não peçam a Bay aquilo que ele não é bom a fazer. Se a ideia é ver um filme dele, será só uma questão de concentrarem-se nos bang bangs e boom booms.

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