terça-feira, maio 31, 2022

Dual


A verdade é que estou estoirado e devia estar a dormir. Foi um dia daqueles, demasiado cheio. E segunda-feira, ainda por cima. Mas precisamente porque tinha a cabeça muito cheia, queria ver algo para distrair um pouco. Se fosse directo para a cama o cérebro não pararia de analisar os eventos de hoje. A história deste filme colocou a coisa em perspectiva.

Karen Gillan é diagnosticada com uma doença terminal rara. Com 98% de certeza que definitivamente vai morrer e «apenas» 2% de margem de erro. Passados dez meses entra em remissão. Já não vai morrer. O problema (sim, é um problema) é que, entretanto, Gillan contratou um serviço de clonagem. Neste mundo é procedimento corrente uma pessoa clonar-se, criando assim um substituto para quando morrer. O serviço é vendido como sendo uma caridade para quem fica, para que não sofram tanto.

Na eventualidade do «original» não morrer, este e o duplo entram num duelo até à morte. O velho e clássico princípio de «there can be only one».

O meu dia afinal não foi assim tão mau, por comparação.

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