quinta-feira, janeiro 29, 2009

Revolutionary Road

IMDb | Sítio Oficial

Gosto da tagline do filme: How do you break free without breaking apart?

É bom. Tinha algum receio em ver Mendes voltar a este período, já que não morri de amores da última vez que o fez. O curioso é que também voltou à premissa da angústia de viver nos subúrbios.

Winslet tenta tudo por tudo para ser a esposa perfeita. E é! Inteligente, bonita. Sempre tentando que o marido seja tudo o que pode ser, desafiando-o a novas coisas. Uma nova vida, a que sempre quiseram ter. A que falaram em ter, quando começaram o namoro. Só que DiCaprio... DiCaprio não se decide. DiCaprio não se entende. O personagem roça o brilhantismo a nível de maturidade emocional, compreendendo a esposa naqueles momentos em que uma mulher é tudo menos compreensível aos olhos de um homem. Isto é especiamente raro, se tivermos em conta a época e como os homens eram naquela altura. Contrasta este momentos altos com um perfeitamente idiota (pelo amor de dEUS homem, tu casaste com uma actriz!!!). E isso nota-se na representação dele. Esta briga constante, querendo e sendo algo diferente em momentos diferentes. Gostei muito da dinâmica dos dois. E gostei da ilusão criada, de que a relação podia ser perfeita, sendo que para tal bastaria mudar o decor. Nada de mudarem algo neles ou resignarem-se a ser quem são. Nada disso! Se não estamos felizes agora, um novo sítio irá resolver tudo.

Vamos às nomeações porque, meus amigos, estou desertinho para entrar nesta conversa.

Este filme foi aclamado por quase toda a gente.
Não foi tanto pela realização e concordo com isto. É um bom filme. Bonito. Bem realizado, sem dúvida. Mendes já fez melhor e acredito que voltará a fazer bem melhor outra vez. A representação é que foi apreciada por quase toda a gente... menos pela Academia. Comecemos pelo mais simples. Já o disse aqui e volto a repetir: DiCaprio nunca ganhará um Óscar, por muito que mereça ou por muito que tente. Faz um excelente papel e, mesmo não tendo visto qualquer uma das outras representações para actor principal, arriscaria a dizer que será melhor que maior parte delas.
Kate Winslet... isto é ridículo por demais. Alguém me explica como é que a moça foi nomeada para melhor actriz principal por este filme e para melhor actriz secundária pelo The Reader POR TODA A GENTE, enquanto que Academia decidiu nomeá-la para melhor actriz principal precisamente pelo papel secundário?!?! É mesmo para não lho dar, certo?
Winslet bate aos pontos tanto a Melissa Leo como a Angelina Jolie. A Anne Hathaway, por muito que saiba representar, nunca conseguirá ver-se livre daquele toque de miúda irritante que tem. Falta a Meryl Streep. Estão a fazer o caldinho para a Meryl! Isto não será assim tãão grave. Eu gosto dela e acho que é uma excelente actriz! O problema é que nunca recebeu o devido crédito pelos papéis certos, mas sempre pelos errados. Tenho que ver tanto os papéis dos outros actores principais, como ainda o papel de Streep no Doubt. Sim, voltarei a este assunto num post mais à frente.
Por último, existe sim uma nomeação para actor secundário, para Michael Shannon. Não desvalorizando o rapaz, mas o papel dele terá uma duração de 20m, aproximadamente. Entrou aos 45m de filme, fazendo uma cena de 5-10m. Voltou 20 e tal minutos mais tarde para fazer o restante tempo. Ainda por cima, é um papel de «maluquinho».
Tenho mesmo que pôr por escrito a fantochada que é a categoria de melhor actor secundário, este ano?
Temos ainda duas nomeações para categorias que não tenho nem qualificações para comentar, nem prazer nenhum em fazê-lo.

Fico irritado com estas coisas. Gostei do filme e gostei de ambos - como já gosto, como actores, há algum tempo - e gostava de os ver a ter o devido crédito.

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