quinta-feira, janeiro 22, 2009

27 Dresses

IMDb | Sítio Oficial

Passamos o filme todo a desconstruir a personagem de Katherine Heigl, para percebermos que o mal dela é deixar sempre andar. Que passa o tempo todo a tratar de toda a gente, enquanto ninguém trata dela. Que continua a agarrar-se a uma fantasia do que o homem da vida dela deve ser. Que agarra-se demasiado ao trabalho e às coisas dos outros, não deixando espaço nem tempo nenhum para ela. Mas, acima de tudo, que não diz que não a nada, que aceita tudo dos outros e não reclama com nada. E acabamos com ela indo atrás do caramelo, depois deste ter feito m#$%@!

Porquê?

Eu percebo quando os homens cometem a gafe de propagar que as mulheres são todas um grande cliché. Faz-me alguma confusão quando as mulheres também o fazem.
É um pequeno detalhe. Daqueles que me faz mandar vir, mas por outros motivos. Faz sentido porque é que faz o que faz, no final. E não, não me parece que esteja a revelar algo que não deva. É uma comédia romântica. Toda a gente sabe que ela ficará com alguém no final e é sempre fácil saber com quem é.

Foquemo-nos noutro aspecto. Um que deixou-me algo deprimido. Talvez por isso esteja numa de mandar vir: Estou velho. Ok, talvez não «velho», mas mais velho. Deu-se mais um sinal. Para além da calvice ou os sinais de impending doom, agora já se dá a fase da evolução de «pessoas famosas».
Passo a explicar: Ainda não cheguei inteiramente lá, mas para apreciadores de futebol, é muito estranho quando começamos a ser mais velhos que os jogadores. Apreciadores de futebol costumam começar cedo neste vício. É daquelas coisas que vem desde miúdo. Como disse, ainda não cheguei lá, deverei chegar a uma altura (infelizmente) em que jogadores de futebol vão deixar de ser mais velhos que eu. E isso é estranho.
Neste caso, é uma questão de lembrar-me dos personagens principais desde o início de carreira.
Para Heigl e James Marsden, isso foi na televisão. Ambos começaram nas séries e agora deram o passo.
Lembro-me de apaixonar-me por uma jovem (mais loira, na altura) moçoila, com uma grande «presença», na série Roswell. Não era fã da série, mas era fã de Heigl, mesmo que na altura tivesse tanto talento para representar como eu! Já com Marsden, ele nunca esteve numa série com grande sucesso, mas fartou-se de aparecer aqui e ali. Ambos andaram desaparecidos uns tempos. Marsden apareceu nos X-Men. Heigl no Grey's Anatomy.
Marsden deu o passo para cinema mais cedo. Em defesa desta tese, foi para fazer um papel dum personagem que todos odeiam, em filmes de super-heróis. De referir que, na altura, fazer um filme de super-heróis era tudo menos um passo positivo na carreira. Foi precisamente com os X-Men que essa realidade mudou.
É estranho vê-los como cabeças de cartaz. Têm que compreender que aparecer numa comédia romântica não é nada de especial em Portugal, mas em Hollywood é atingir o estrelato.

Voltando a Heigl e tentando acabar num bom ponto.
A moça marcou a minha adolescência mas, como disse, desapareceu a certa altura. É peculiar como voltou às minhas atenções como ponto de conversa com uma nova amizade. Também não sou fã da série, mas há pouco tempo conheci quem seja. Discutimos demasiadas vezes acerca de Heigl e fui severamente criticado pela minha apreciação da mulher. O curioso é que, ao ver este filme, reparo que há muitos traços em comum entre Heigl e esta minha amizade.
É muito curioso e muito irónico.

Heigl até tinha condições para entrar no Top 10. Não irá acontecer por um motivo muito simples.
Apercebi-me que não tem sorriso. Daí que os personagens dela são sempre maus feitios. Pelo menos a do Roswell era. Como já referi, não sou fã do Anatomy. A falta dum sorriso bonito é um ponto fraco. E, para mim, é um factor decisivo.

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