quarta-feira, setembro 24, 2008

Smart People


Dizer que adoro este tipo de filmes será pouco. O irritante é que não é bom gostar de filmes pretensiosos. Fica sempre bem dizer «é um filme despretensioso». Só que... Filmes têm momentos, para mim. Os bons, pelo menos.

O início quando agarra. Não sabes nada do filme e começas a ver e envolves-te com os personagens, com a história. Não pensas em mais nada. Esqueces a tua vida durante um instante e vives aquilo que vês. Tentas absorver os detalhes de cada cena. É um pouco por aí com o meio. Já estás familiarizado com tudo e divertes-te com o desenvolver das coisas. Ris-te e pensas «isto é tão este gajo», quando acabaste de «conhecer» o personagem há 30m. O final... com o final é mais raro de acontecer. O meu ponto de vista sobre finais de filmes já é conhecido para quem me ouve a falar destas coisas há anos ou para quem lê esta bodega de blogue desde o início. O «momento» com o final é de deixar-te na ponta da cadeira. É não conseguires deixar de roer as unhas, na expectativa de saber qual dos finais que antevês vai acontecer, se é que consegues prever alguma coisa.

Com este filme, foi o início. Foi o ver de dois ou três actores/actrizes e sentires-te bem com vê-los, porque aprecias o trabalho, porque gostas de os ver a representar, a verdadeiramente representar.

O que me leva aos três pontos que ainda queria mencionar.

A carreira de Dennis começou (para mim, entenda-se) com o Micro-Herói. Aqui, o sorriso matreiro/charmoso de Dennis conquistou-me. Aqui começou ainda a sua relação com Meg Ryan que terminou com o propalado par de chifres, cortesia do palerma neo-zelandês. A partir daí foi continuando com filmes de aventura e mais um ou outro com algum sumo. O auge dá-se em Playing by Heart, quando percebo que o cavalheiro, para além de ser uma figura de alguém que gostaria de ser, passa para alguém de quem respeito muito as qualidades reprentativas. O homem não faz um papel mas sim um papelão! Passa por uma coisa que mencionei num dos últimos filmes que vi, onde disse que, embora respeitasse o Aaron Eckhart, não acedia a que conseguisse passar por looser. Em Dennis vejo isso. Um homem que tem tudo para ser o maior e sempre fez papéis disso mesmo - ignorando a conversa da traição da outrora menina bonita americana - e, de repente, vemos o gajo com uma data de defeitos e inseguranças como qualquer reles mortal e ACREDITAS nisso. Playing by Heart é, aliás, um dos filmes que recomendo a toda a gente com um mínimo de coração. Na altura em que toda a gente falou de Magnolia, Playing foi ignorado injustamente. Embora sejam semelhantes e, devido à altura que saíram, sejam inevitavelmente comparáveis, parece-me a mim que Playing é melhor, mais completo. Infelizmente as pessoas tardam em dar-me ouvidos. Os que vêem o filme dão-me razão, mas é sempre tardiamente. A título de finalizar: adoro o Dennis e aqui faz um óptimo papel.

A nova menina bonita e mordaz de quem se espera muita coisa. Tenho duas questões pertinentes em relação a esta moça.
- Até quando é que irá fazer papel de adolescente? É que Hollywood tende a abusar destas coisas.
- Para quando uma interpretação diferente?

Foram desencantar este cavalheiro de um qualquer buraco onde estava enfiado e só tenho uma coisa a dizer em relação a isso: FO#$-SE, AINDA BEM!!! Acho-lhe um piadão. Aqui interpreta o irmão que só aparece para pedir dinheiro, nunca tendo um emprego fixo e sendo muito pouco fiável. Confesso que, em mais do que uma ocasião durante o filme, desejei ser o gajo.

E é assim. É por estas e por outras que adoro ver filmes.

Sem comentários: