terça-feira, outubro 14, 2008

Burn After Reading


Os Cohen são cavalheiros com talento. Disso não me parece que haja dúvidas. Depois, há a vantagem da aposta na Frances McDormand. Passo a explicar: a Frances é casada com um deles. Daí que apareça em todos os filmes. É chato quando se tem que meter a esposa em tudo, independentemente dela não saber representar. Aqui não é o caso. Frances é uma excelente actriz e ainda bem que aparece sempre.

A questão é que os manos têm dois tipos de filmes.
Intensos e negros, como o Blood Simple ou o Fargo, com personagens peculiares e assustadores. Ridículos e zbróink, como o Ladykillers ou o Big Lebowsky, sempre com personagens estranhos/burros/caricatos, mas com uma forte dose de humor inteligente.
A minha preferência vai para a segunda categoria, confesso. Ainda hoje cito - com alguma frequência - cenas do Lebowsky.

Este Burn...
Até já passou algum tempo desde que o vi (uma hora e pouco, maior parte do tempo à procura de lugar para estacionar), mas mesmo assim continuo sem saber em que categoria o colocar. Suponho que seja entre as duas. Começa como parecendo pertencer à classe séria. Aparece o Brad Pitt e claramente passa para o outro pólo. Mete um pouco de trama político e o Malkovich e a Tilda Swinton, qualquer um deles especialmente assustador. O Clooney surge a fazer o mesmo papel de desorientado a que nos tem habituado nos últimos tempos, muito ao estilo do O Brother ou do Leatherheads.

Começa sério e acaba de forma ridícula. Pelo meio tenta ser um pouco de uma coisa, nunca esquecendo a outra.

Não o recomendo. Prefiro mil vezes outros filmes dos manos. No entanto, parece-me que não ficarão completamente desiludidos se o forem ver na mesma.

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