terça-feira, abril 23, 2019

Underworld: Blood Wars


Tenho uma relação muito peculiar com este franchise.

Por um lado os meus posts neste blogue falam duma intensidade elevada, de excitação, intimidade, química e empatia.

Por outro não me lembrava de praticamente nada do que tinha acontecido em nenhum dos filmes até este Blood Wars. Talvez um bocadinho do primeiro. Talvez.

Recorri à Internet, mais concretamente ao YouTube. É o meu novo melhor amigo para lapsos de memória. Encontrei um canal porreiro de resumos de filmes. Coisas curtas, de dois minutos, como se quer. Porque muito mais que isso e já estou no Instagram, onde encontro um anúncio para a melhor carteira do mundo, o que me leva a pensar que deveria comprar um mochila anti-roubo, como a que vi num anúncio no Facebook, só para ver um vídeo de fails das notícias, para ler um artigo sobre as 100 melhores formas de cozinhar arroz, não esquecendo aquele meme do pássaro a...

De que estávamos a falar?

Vi os vídeos, que só provaram que Underworld é uma novela com temporadas a mais. Vi Blood Wars e concluí que é o que menos merece ser visto. E desta perda de tempo surgiu um pensamento curioso.

O ser humano tem alguma dificuldade em recordar-se de tudo o que se passou na sua vida. Falo por mim, que esqueço-me de histórias de filmes que até foram especiais na minha vida... pelos vistos. E quem diz filmes diz livros, séries, jogos de futebol... Chiça, como isto anda esqueço-me de coisas que aconteceram na minha vida real. Começo a esquecer-me de malta e episódios do meu passado.

Agora, sendo que nada se fala duma evolução espectacular em termos de memória e raciocínio quando alguém se torna vampiro, como será possível reterem recordações de séculos de existência?

Imagine-se uma noite, numa cidade qualquer:
- Carlos?! És mesmo tu? Como é, Carlos? Não estava nada à espera de te ver aqui! Há quanto tempo.
- Desculpa. Nós... conhecemo-nos?
- Como assim, Carlos. Vais dizer-me que não te lembras de mim. Então? E aquela nossa noite em Paris, com as prostitutas todas e, mesmo assim, depois acabámos todos só a beber o sangue daquele burro? Não te lembras?
- Paris, dizes tu. Em que século foi isto?
- Estás a brincar comigo, não? Foi naquela época louca do século XVIII. Ali entre 1713 e 1721. Não te recordas do grupinho? Eras tu, eu, o Zé dos Bigodes e o Toni.
- Lembro-me dum Toni, mas esse estive com ele em Bucareste... e creio que acabei a matá-lo no início do século XIX.
- Carlos, então?
- Desculpa, pá. A memória já não é o que era. Isto um gajo com quase 500 anos já não vai para novo.

O conceito era mais engraçado na minha cabeça, admito.

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