domingo, abril 21, 2019

Mortal Engines


A grande imagem do filme é a moça com a máscara. Aparece em todos os pósteres. Parece um mistério. Nem cinco minutos se passaram e a moça tira a máscara, para nunca mais a voltar a usar. Este filme é assim tão estúpido.

Juntar uma data de actores desconhecidos e fazer um filme em que a história não faz grande sentido, não me parece grande ideia. Quer dizer, como é que o mundo ficou assim? OK, houve uma grande batalha que durou 60 minutos, na qual todas as cidades foram destruídas e o mundo deixou de existir como nós o conhecemos. Como é que a humanidade passou para cidades steampunk móveis, que se comem umas às outras, sempre em movimento pelo mundo fora? Qual é o raciocínio por detrás disto? Quem pensa «O mundo está destruído. Embora aí meter umas lagartas gigantes debaixo de prédios, decorar tudo com símbolos da velha cidade, e chamar-lhe Londres. Assim podemos andar pelo mundo e assimilar as outras cidades... a não ser que andem mais depressa que nós. No processo, derretemos os poucos recursos que temos e vivemos de... Sei lá, do ar, ou assim.»

Tudo é bastante irrisório e dá a volta ao estômago. Os últimos 20 minutos são penosos. Londres tem um raio gigante, fruto da tecnologia, ainda existente, que aniquilou o mundo. Pretendem destruir uma grande muralha no oriente. Porque é bué fixe, no fundo. Mas não, não é a que estás a pensar. É outra. Há umas aeronaves ridículas a disparar contra torretas equipadas com metralhadoras e holofotes (é de noite, entenda-se). Algumas aeronaves dão numa de kamikaze, tudo para a moça da máscara-que-não-interessa poder «invadir Londres» e usar uma pen que a mãe lhe deu há décadas, e que ela só descobriu à última que tinha (estava num amuleto que qualquer recém nascido consegue abrir), para destruir o tal raio.

E que tal simplesmente disparar contra o raio? Aquilo não tem um escudo à volta. É mesmo só uma máquina. Fica a ideia para a próxima, pessoal. Talvez vos facilite a vida... ou salve, mesmo.

Para o caso de haver dúvidas sobre o quão mau é este filme: o herói/interesse romântico da moça da «máscara» (acaba mesmo só por ser um cachecol) trabalha num museu, embora sempre quisesse ser piloto. Algo que acaba a fazer no final, claro. Neste museu têm relíquias dos nossos tempos, quando tudo explodiu, no qual se incluem telemóveis e tablets. Para além disto, têm duas estatuetas dos Minions. Porque crêem ser divindades antigas.

...

Que piada tão gira.

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