sábado, março 05, 2011

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Ted Mosby's got moves!

Uma enormidade de clichês. Um chorrilho deles. Gosto especialmente do mui comum de pessoas viverem na gigantesca cidade de Nova Iorque e terem tempo para tudo e mais alguma coisa, pintado-a como uma cidade mágica e maravilhosa.

Josh Radnor é um escritor (pois claro) a tentar justificar o talento com que sempre o pintaram. Tenta publicar o seu primeiro romance, depois duma data de contos aclamados, The Other Great Thing About Vynil (óptimo título, já agora). Só que ninguém o quer. A juntar ao talento, falta um estilo de vida mais característico dum bom escritor: a decadência, a agrura, as dificuldades. Radnor é um moço bem parecido, que vem duma boa família, que o amou e deu-lhe sempre apoio. Para mais, Radnor é um daqueles «românticos» bem sucedidos com as moças, que quando elas querem mais um pouco acaba por assustar-se. Vê Kate Mara na rua e acha-lhe piada. Compreensível. Num primeiro «date», com os copos, Radnor propõe viverem juntos durante três dias, sendo o único «termo & condição» que ele a trate bem. Coitada da ruiva, é daquelas que se mete sempre com gajos que não prestam.

O que nos leva a Malin Akerman. Esta moça sofre de Alopécia (go look it up). Acha-se uma mulher bonita, porque é uma mulher bonita. Só que esta doença leva-a a ter dúvidas, leva-a a querer sê-lo, mas a falhar um pouco porque mete-se só com caramelos. A história do costume. Mas há um palerma. Um totó à grande. Um gajo que trabalha com ela e que está loucamente apaixonado por ela. Só que não é bonzão. E isso é um irónico problema.

Depois temos ainda um casal. Um bom casal. Que gostam um do outro. Que são malucos um pelo outro. O problema é que ele gostava de mudar para LA, onde tem um futuro profissional mais promissor. Ela tem as suas raízes em NY. E agora como será? A relação conseguirá sobreviver ao desafio? E se metermos uma terceira ainda-não-pessoa ao barulho?

Parece que estou a revelar demasiado do filme, mas não é verdade. O principal não será o contexto e sim as interacções genuínas (dentro do possível) dos personagens. Os diálogos. As cenas. A representação, sim. A simplicidade de situações comuns, de pequenos grandes problemas. Do comum. E será importante também descobrir de onde vem o título. Sim, é mais um daqueles filmes pretensiosos que gosto tanto.

Ah, e o Radnor adopta/rapta/toma conta dum miúdo orfão muito talentoso.

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