terça-feira, fevereiro 06, 2007

Casanova

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E do lado oposto do espectro temos Casanova.

Enquanto Brokeback Mountain é um mau filme com o Heath Ledger, Casanova é um bom filme com o Heath Ledger.
Desta vez - e, novamente, ao contrário de Brokeback - desta vez ri-me várias vezes durante o filme, só que aqui, ri-me pelos motivos certos. O filme é absolutamente hilariante, como aliás não podia deixar de ser uma história sobre um dos maiores galãs de todos os tempos.

O filme é divertido, com uma história de amor pelo meio e MUITO exagero à mistura.

11 comentários:

Catarina P disse...

Porque é que ainda falo contigo, mesmo? Este filme é mau. é aquele filme que só dá vontade de revirar os olhos a quase toda a hora...

DaMaSCo disse...

Lamento.

Eu achei divertido.

goncas disse...

Como naturalmente li as postas pela ordem contrária à que foram escritas, confesso que julguei que tinhas trocado os nomes dos filmes ;)

DaMaSCo disse...

Lamento se estou a desiludir alguém, mas também depois da estupada que foi o Brokeback acho que um filme série Z seria uma obra de arte.

Anónimo disse...

Puto, a mim não me desiludes nada! O Casanova pelo menos é assumido no exagero e no ridículo, sem pretensiosismos, sem critica social subtil, etc.

O Brokeback Mountain, let´s face it, só tem uma coisa que o diferencia de um romance de cordel de segunda categoria: o par romântico é composto de dois homens (O Donnie Darko e o Casanova, there´s a couple).

Se aquela xaropada fosse entre homem e mulher, era a garden variety crappy chick flick sobre amor impossível, obstaculizado pelas convenções sociais ou whatever, e toda a gente diria que era um filme banalíssimo.

Como mete panascas, lo and behold, aparece a malta toda, a querer parecer sofisticada, a dizer: "não, isto é um filme de grande sensibilidade, é um acto de grande coragem. temos que realmente começar a aceitar a homossexualidade como normal, etc."

sim, acho que está na hora, afinal de contas só há panascas desde a Grécia Antiga.

A única coisa que foi feita foi explorar o facto de o casal gay ter a profissão paradigma da virilidade americana: o cowboy. e foi só mesmo for shock value, nada mais.

O filme é mau. Muito mau.

Catarina P disse...

Meu caro, já havia panascas muito antes da grécia antiga. A questão é que nessa altura era um imperativo social. Tanto que o amor verdadeiro era entre homens. As mulheres eram meros veículos de reprodução.

Mas falando do filme. Não me venham com merdas. O filme dos cowboys paneleiros tem uma fotografia maravilhosa e a história é a do Romeu e Julieta que é só a "estória" de amor mais reproduzida e mais invocada em toda a história do mundo ocidental por isso repito-me. Não me venham com merdas. Ao menos o Brokeback Mountain varia um pouco. São dois gajos. Dentro em breve será feito um filme mediático com duas gajas e eu irei ver.

A outra história de Amor etarnamente reciclada é a da cinderela. São poucos os filmes que combinam as duas. Só me estou a lembrar do pretty woman mas deve haver mais.

O casanova é um filme estúpido carregado de incorrecções históricas e de piadas já feitas e batidas.

Agora para ficar esclarecido. Na minha opinião, o balanço final do Brokeback Mountain não é positivo. Mas isso é porque nunca gostei da história do Romeu e Julieta e não porque são dois homens. E se dizem que são dois paneleiros então é porque claramente não viram o mesmo filme que eu. Só um é que era homossexual.

Anónimo disse...

1.)não. eram os dois. simplesmente um estava pronto a ir contra o ostracismo a que seria votado por ser maricas e o outro não. e aprova viva disso é que a vida do Heath Ledger enquanto marido e pai de filhos nunca o preencheu e as memórias do "romance" com o Gyllenhaal assombraram o gajo durante a vida toda.

2.) sim. é uma história de Romeu de Julieta, aka "sobre amor impossível, obstaculizado pelas convenções sociais (ou no original, pela rivalidade familiar) ou whatever", aka história sensaborona e banal. O facto de ser a mais repetida do mundo ocidental só ajuda a perceber porque é que já estamos todos fartos dela.

3.)homossexualidade documentada e registada como prática social, há desde a Grécia Antiga. pode e deve ter havido antes, mas que se saiba for sure, é desde aí. e não era um imperativo social, os homens não tinham que ser paneleiros. era bem aceite, ponto.

4.)O casanova não é um bom filme. mas é o que é e não quer ser mais. não tem pretensões a filme de época que dê ao espectador uma ideia precisa de como era a vida na altura, e muito menos enferma do mal do brokeback mountain, uma vez que não te quer nada em que pensar. o BM quer, mas não consegue.

5.)A fotografia é efectivamente extraordinária, mas é um elemento, portanto, e a menos que me convenças que o Ang Lee pensou "epá, isto porreiro era fazer um filme documental com american landscape, de grande qualidade fotográfica, mas, para não se tornar monótono, vou meter uma história de dois cowboys maricas pelo meio", não será pela fotografia que se tornará um bom filme. a fotografia é uma parte do todo que compõeum filme. se for boa e o todo for bom, temos um bom filme, se for boa e o todo for mau, temos o que temos: um mau filme com boa fotografia.

goncas disse...

Continuo a achar que a história que ali se conta é a de duas pessoas que se amavam e que inevitavelmente acabariam por perder-se uma para outra, com ou sem homossexualidade, com ou sem pressões sociais. E quanto a mim essa é uma história dura e difícil de contar, e o filme consegue fazê-lo, independentemente de todos os seus defeitos.

O filme foi mediático, não há dúvida, e neste momento toda a gente já ouviu falar dos cowboys paneleiros, mas sinceramente não se podia esperar outra coisa... o que a meu ver não quer dizer que se pretenda muito para além de contar a tal história de amor. Eu acho que é muito difícil contar bem uma história de amor, é demasiado fácil banalizar as coisas (ou cair no ridículo). Que o diga a minha amiga J., que não gostas dos filmes do Clint Eastwood precisamente porque acha que ele não as sabe contar.

E é difícil como o raio! Quantos filmes conhecem que o façam realmente bem?

PS - É curioso como a posta sobre o BM continua sem comentários...

DaMaSCo disse...

1) Deixem-me começar por dizer que, mais uma vez, estou muito desiludido com os meu público. De todos os filmes que já meti aqui posts, de todas as polémicas que podiam ter-se levantado por este ou aquele comentário estúpido/idiota/não-fundamentado/ridículo/absurdo/analfabeto/redundante/exagerado/etc que fiz - e não foram poucos - tinha logo que aparecer uma discussão por causa do Brokeback Mountain... ainda por cima na zona de comentários do Casanova!!! Raios partam o Heath Ledger and his dreamy eyes...

b) É que eu nem sequer percebi muito bem de onde é que veio esta confusão toda! Duas pessoas não acreditaram que tivesse esta opinião em relação aos dois filmes, outra veio e concordou comigo, não me parecendo que tivesse atacado alguém ou alguma coisa, até fiquei chocado do quão plácidas foram as suas declarações e, de repente, sem mais nem menos, gerou-se caos! Porquê?

@) Por isso é que eu tento sempre não atacar filmes directamente. Se disser bem de um filme toda a gente encolhe os ombros e não comenta, mas se mando vir as pessoas tornam-se violentas e irracionais, até parece que fui lá a casa jantar e lancei um daqueles peidos barulhentos de 15 segundos à frente de pais, crianças, avós e uma freira amiga da família. (Têm que imaginar a cena comigo sentado, de perna alçada, com um olho fechado e outro semi-cerrado em sinal de esforço, a morder a língua, umas velas em que a chama é ligeiramente afectada pela "brisa" e a freira a benzer-se)
Pessoal, não foram vocês que fizeram o filme, não é vosso filho, deslarguem-lhe da mão, ele tem que aprender por ele a defender-se dos mauzões que lhe vão aparecendo na vida.

(k)) E sim, o filme está bonito a nível de fotografia, acedo a isso facilmente. Mas eu não recomendo um filme só por causa disso. O The Cell, visualmente falando, é maravilhoso. Tudo o resto é que é uma valente mer#@. Nunca ninguém me vai ouvir a recomendar o The Cell, nem a alguém de quem eu não goste nada. O mesmo se passa com o Brokeback, o filme está bonito, sim. Está bem representado, sim. Tem um bom elenco e boa realização, ya! O único entrava é que no seu todo não vale o esforço. E O MESMO para o Casanova, também não o recomendo assim sem mais nem menos. É preciso gostar do Heath Ledger, é preciso querer ver um filme despretencioso, é preciso saber ao que é que se vai, não esperando grande coisa no final. Mas é um bom filme no seu todo? Não especialmente, não.
E aliás, o Hulk, por exemplo, é lindíssimo!! Se o objectivo for ver o Hulk a esmagar coisas, eu arriscaria a dizer que nunca irá haver um realizador que mostre isso tão bem como o Ang Lee. Mas não me lembro de ninguém ter defendido o Hulk, na altura, só por causa da fotografia.
O meu objectivo, quando decidi ver uma história de amor entre dois cowboys, entre querer vê-los a comer pudim, não era ver montanhas. Aí o erro foi meu. Devia ter tido mais juízo. Afinal, nem o nome do filme engana.

Pi) Em relação à grande questão: eu, em meu entender, arriscaria a dizer que já existe homossexualidade desde a primeira vez em que uma pessoa olhou para outra e sentiu necessidade de brincar com um brinquedo igual ao que já tinha. Mas isto sou eu aqui a dizer. Eu já não tenho história desde o 9º, por isso têm que me dar o desconto.
Acreditem que pensei se teria gostado do filme se não fossem dois homens. Pensei "E se fossem duas mulheres?", fiz uma pausa para pensar bem no assunto - coisa pouca, praí 5-10 minutos - e não me pareceu que fosse por aí. Pensei ainda "Então e se fosse um cavalo e um urso?" (nova pausa, desta vez para me rir um bocado, mas substancialmente mais curta) e pareceu-me à mesma que o filme não melhoraria.
Acho que aqui o grande problema é que, através do desenrolar da história, nunca fiquei minimamente convencido que o Heath e o Jake fossem um par perfeito. Fiquei aliás com séries dúvidas que eles estivessem efectivamente apaixonados um pelo outro. Achei que era mais uma questão de conveniência. Vamos ser honestos, qual é que é a probabilidade de se encontrar OUTRO cowboy homossexual no meio do estado do Texas?! E mais ainda, qual é a probabilidade de encontrar OUTRO cowboy homossexual NO MEIO DO MATO?!?!?!?!?!
E aí acho que toda a gente tem que me dar razão. A partir do momento que numa história romântica, eu não consigo acreditar que o casal está apaixonado, o filme fica algo estragado, não? E volto a frisar, não tem nada a ver com o facto de serem dois homens. É preciso ser criada uma empatia/cumplicidade entre o casal. E não basta estarem a olhar para os olhos um do outro com uma música melosa, isso não me convence. Houve aquela cena do Jake meter o Heath a falar mais do que era costume, mas essa ligação entre os dois durou 30 segundos! O resto do tempo ou estavam frolicking na relva como school girls, ou estavam a esmurrar-se ou a estrabucharem um com o outro porque não arriscavam viver juntos. Lamento, isso não me pareceu amor. Tem que haver um "YOUR A WANKER, NUMBER 9!" (http://www.imdb.com/title/tt0421994/)
Mas concordo com o goncas numa coisa, não é fácil contar uma história de amor que não caia no lamenchas ou no ridículo. Daí que maior parte dos filmes que curto dentro desta temática sejam sempre comédias românticas. Boas histórias de amor bem contadas, que me lembre assim de repente, só mesmo o Before Sunrise. Talvez consiga arranjar mais um ou outro mas nunca de consenso geral.

Carlos) Já o Heath ser ou não homossexual... Do Jake acho que ninguém teve dúvidas, se bem que o júri também aceitaria bi. Do Heath aceito as duas coisas. Aceito que me digam que o gajo não se sentiu atraído por mais nenhum homem - nunca o vemos durante o filme - mas também aceito que o gajo tenha ficado demasiado em pontas na primeira vez que estava à espera do Jake, quando já estava casado, com filhas.

Finalizando, acreditem que a conversa acabou aqui. Não quero ver mais comentários acerca dos cowboys que não comeram pudim. O próximo que aparecer é censurado. O meu blog é de uma pessoa de bem, de respeito. Uma pessoa de altos valores e morais, que está farto destas poucas vergonhas.

Já agora aproveito para anunciar que a partir de hoje tenciono começar a comentar filmes de um teor mais... adulto! E para não pensarem que sou homofóbico vou dar preferência a filmes lesbianos. O meu primeiro vai ser o já clássico Lesbian Spank Inferno. Isto é o quão magnânime eu sou. Espero que desfrutem. Tanto o facto de eu ser magnânime como dos filmes lesbianos. E desfrutem tanto dos filmes lesbianos comentados aqui como aí fora, estejam à vontade.

Catarina P disse...

:p

Se é assim que queres, deixo de comentar no teu blog e já não sou a tua fã nº 1!

Ora uma pessoa já não pode ter uma conversa animada.

Mas sabes que depois do comentário do Gonçalo demorei imenso tempo a lembrar-me duma história de amor bem contada!

DaMaSCo disse...

Lá está, essa parte não é nada fácil.